quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Palmeiras: torcedores convencem patrocinador a mudar a camisa.

Depois de muitos protestos através do Orkut, os torcedores do Palmeiras conseguiram convencer a Suvinil (que estampa as mangas do uniforme) a mudar as cores da marca. Antes o logotipo vinha com cores chamativas (amarelo e laranja) ao fundo e o nome preto por cima. Mas a propaganda "agressiva" incomodou torcedores que protestaram veementemente.

Os executivos da Suvinil resolveram atender aos pedidos da torcida e mudaram a marca, que agora será branca, com detalhes em amarelo. De fato, a marca estava destoando um pouco, o que prejudicava a beleza e harmonia do uniforme. Melhor assim, agora as vendas devem ser melhores do que antes.

O caso lembra um pouco a insatisfação da torcida do Sport em 2007, por causa das inúmeras marcas estampadas no uniforme. Mas, as reclamações da torcida não surtiram o mesmo efeito. Porém, a diretoria rubro-negra prometeu mais atenção à camisa em 2008, que terá novo fabricante, a Lotto.

Corinthiano roxo.

Com mais uma aposta do departamento de marketing, o clube paulista lançou o 3º uniforme para a temporada 2008. A novidade é a cor dessa camisa: roxa. A idéia é homenagear o torcedor com o lema:"corinthiano roxo". Objetivo: arrecadar cada vez mais com a venda de camisas.

A idéia de lançar uniformes com estilos diferentes ou cores inusitadas é uma excelente jogada de marketing, e deve alavancar as finanças do clube com o produto. Este tipo de produto é bastante comum no futebol europeu, lá o 2º uniforme dos clubes costuma mudar bastante entre uma temporada e outra, principalmente na cor. Enquanto no Brasil o uniforme reserva e o titular mantém um padrão, definido, principalmente, pelo estatuto dos clubes, que engessa a criatividade.

A solução é inovar no 3º uniforme, onde há liberdade para criar. Por que mudar a cada ano? É simples, para vender mais. Vejam, a camisa roxa do Corinthians é novidade, mas, se for se repetindo todos os anos perderá a magia. O torcedor consumirá mais se a cada ano o produto for diferente, afinal, de que adianta comprar a mesma camisa todo ano. A novidade é o motor do comércio.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Futebol não tem idade.

É comum ouvir treinadores justificando a ausência de atletas por serem muito jovens. Também é comum a desconfiança dos torcedores quanto a esses garotos. Quando o atleta passa dos trinta e poucos anos o discurso se inverte, mas as críticas continuam em cima da idade do atleta. Mas, será que a idade é mesmotão importante?

A tendência do mercado europeu acaba influenciando o futebol brasileiro, jogadores saem muito jovens, e os mais velhos retornam para encerrar a carreira. Mas, por que os técnicos ainda evitam escalar os mais jovens? Por que dar mais valor aos jogadores experientes e deixar os garotos de fora? Saio em defesa dos mais jovens, para o bem dos clubes.

Ora, o jogador só se valoriza e só aparece para o mercado se estiver jogando. Se os clubes buscam tanto o lucro com a venda de atletas, não há porque mantê-los no banco. O mercado quer os jovens, estes são os mais cobiçados pelos clubes mais ricos, seja no Brasil ou na Europa. E a idade não é justificativa para impedir estes atletas de atuarem, ou de serem os titulares do time. Vejam alguns exemplos de jovens destaques:

Kaká e Breno no São Paulo, Anderson e Lucas no Grémio, Diego e Robinho no Santos, Alexandre Pato no Internacional, todos vendidos para a Europa, alguns por preços absurdos. E hoje, Tiago Luís, pretendido pelo Real Madrid, saiu da Copa SP de Juniores para o time titular do Santos, Hernanes, titular do campeão brasileiro, já é um dos melhores volantes do país.

Aplicando isso ao nosso estado, temos alguns bons exemplos: Thomas Anderson, do Santa Cruz é uma grande aposta do técnico Zé do Carmo, assim como foi Hugo (que disputa com o clube na justiça). No Sport a aposta é o meia Kássio, que até agora não conseguiu uma chance de mostrar seu talento. O Náutico é quem mais investe na base, recheando o time de jovens atletas, e alguns já despertaram o interesse de clubes europeus, como Reynaldo e Jhon, que fugiram do clube, mas que já estão voltando.

Depois de lembrar esses exemplos, vale a pena perguntar: Será que o jovem não merece ser titular? Os jovens precisam jogar, só assim vão evoluir, só assim poderão mostrar o talento e serem negociados. Sei que a decisão é do treinador e não do presidente. Primeiro temos que pensar no rendimento do time para depois pensar em negociações.

Mas, quem quer ganhar dinheiro com transferências precisa dar valor aos que se encaixam no perfil desejado. Os jogadores entre 17 e 20 anos são os "produtos" mais cobiçados pelos compradores, principalmente os europeus. Para ter retorno é preciso investir, e nesse caso, o investimento é a aposta nesses jovens como titular do time.

Estádios interditados para a Copa do Brasil.

A CBF estipulou um prazo (que venceu ontem) para que os responsáveis enviassem os relatórios exigidos para a liberação dos estádios. Foram exigidos laudos do Corpo de Bombeiro, da Vigilância Sanitária e da Polícia Militar. E, segundo o site globoesporte.com, grandes estádios deverão ficar de fora da competiçaõ, incluindo o Pacaembu, em São Paulo, o Arruda e os Aflitos, em Recife.

Isso é muito ruin para o futebol pernambucano, afinal, em Recife, apenas a Ilha do Retiro foi aprovada. O que vai acontecer então? Será que Nautico e Santa Cruz vão mandar seus jogos na Ilha?

Bom, segundo informações, o prazo não era definitivo, os clubes ainda poderão entregar os relatórios e liberar seus estádios. De qualquer forma, a propaganda negativa já foi feita. Desde a tragédia na Fonte Nova os estádios pernambucanos vêm sendo bastante criticados, e a imgem que estamos passando para o resto do país não é nada boa.

Recorde de exportações.


O Brasil quebrou o recorde de transferências internacionais de jogadores de futebol. No ano de 2007 foram 1.086 transações com clubes do exterior. Nesse número estão incluídos os que já voltaram e os estrangeiros que atuavam no futebol brasileiro e também foram embora. O número de transferências nunca havia passado a casa dos mil. Em 2002, foram 665 jogadores que trocaram o Brasil por qualquer outro país do mundo. No ano seguinte, passou para 858, um a mais do que em 2004. Em 2005, foram 804, e em 2006, 851.

Segundo informações do jornal espanhol "AS", o futebol brasileiro movimenta mais dinheiro que a exportação de café ou o carnaval. Pelo visto, o nosso maior produto de exportação não é consumível, são pessoas, é o trabalho, o talento.

O que mais contribuiu para o aumento nas transferências intenacionais foi a entrada de países emergentes no mercado, como Russia, Ucrânia, Turquia, etc. O mais temerário nessa notícia é o fato de muitos atletas terem se transferido para países sem qualquer tradição, como Israel ou Trinidad & Tobago.

Isso me lembra o primeiro artigo que escrevi para o Blog do Torcedor:
http://extracampo.blogspot.com/2007/09/dlares-euros-e-petro-dlares.html

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

David Beckham em Natal.

O astro inglês veio à capital do Rio Grande do Norte para lançar seu novo projeto, um resort de luxo e um centro de treinamento. O nome do projeto é "Beckham World of Sport" e vai contar com 8 campos de futebol e um estádio para 10 mil pessoas. O projeto ainda conta com a participação do piloto de Formula 1, Rubens Barrichelo, que construirá uma pista de kart no resort, a "Rubens Barrichello Driving Experience".

Bom, o projeto será um grande investimento, e esperamos que outros sigam o exemplo. Nossos clubes não conseguem investir de tal forma, mas nada impede que os estrangeiros o façam. Melhor para o Brasil, que terá um CT de primeiro mundo.

Agora, Natal quer que o astro seja garoto-propaganda da candidatura para uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. Até agora a cidade não era uma das mais cotadas, mas ganhou um grande aliado na briga.

Nautico também vence a primeira na justiça.

O jovem Reynaldo, um daqueles jogadores aliciados pelo "empresário" chamado Hélio, também entrou com uma ação na justiça pedindo a sua liberação pelo não pagamento de nove meses de salário. Mas, a juíza do caso negou o pedido de antecipação de tutela que liberaria o jogador. O Nautico se defende e apresenta provas de pagamento dos salários.

Semelhante ao caso de Hugo contra o Santa Cruz, a questão da lide é de fato e não de direito. Para ter sua liberação o atleta precisa provar a dívida, enquanto o clube prova o pagamento, vence quem estiver certo, não há sorte, nem "erros do juiz" como no futebol.

Outro atleta aliciado, Jhon, que também entrou na justiça, teve o seu pedido de liminar negado na semana passada. O caso é o mesmo, o "empresário" é o mesmo, e a crítica tem que ser a mesma.

Todos sabem das dificuldades que passam os clubes, o pagamento dos salários atrasa mais do que deveria. Mas, "empresários" inescrupulosos vêm usando um direito do atleta para lucrar em cima disso, prejudicando os clubes. Virou moda. Não que a liberação do atleta seja injusta, muito pelo contrário, quem não recebe não deve ser obrigado a jogar, e isso deve obrigar os clubes a serem mais responsáveis com as suas obrigações.

A maior crítica não é quanto às ações na justiça, é contra os "atravessadores" que se aproveitam da ingenuidade dos atletas para prejudicar os clubes e lucrar em cima deles. A única forma de impedir isso é evitar negociar com pessoas que não sejam "Agentes FIFA" ou advogados inscritos na OAB. Esses dois profissionais têm obrigações éticas e são fiscalizados pelos seus órgãos. Não podemos pedir que os atletas não se deslumbrem com falsas propostas, temos que pedir aos clubes que não negociem com os "atravessadores" do futebol, só assim eles não conseguirão mais atuar.

O Nautico corre atrás dos atletas, pois tem propostas bem vantajosas pelos jogadores. Pior para os atletas, já que apenas agentes credenciados na FIFA podem negociar jogadores para o exterior. E se o tal Hélio for agente FIFA, então, alguém, por favor, denuncie-o.

Santa Cruz vence a primeira batalha na justiça.

A "guerra" promovida pelo zagueiro Hugo, que pretendia sua liberação através da justiça, teve a primeira sentença. A justiça determinou o retorno do atleta ao clube, sob pena de, se não fizer, pagar R$ 500 de multa diária. A disputa continua porquê o jogador ainda pode recorrer ao TRT, mas a primeira decisão já mostra uma tendência em pender para o lado do clube.

No caso em questão, o atleta alega o não pagamento de salários e verbas do FGTS, o clube contesta. Então, se a justiça decidiu em favor do Santa é porque o atleta não consegui provar a dívida. Não é uma questão de direito, é uma questão de fato, ou pagou ou não pagou. E, pelo visto, está tudo pago.

O Santa tem o objetivo de negociar o atleta, e espero que isso aconteça mesmo, para o bem das duas partes. Não há mais clima para o jogador atuar no Arruda, e o clube pretende lucrar com a venda do atleta, que foi o único destaque do time em 2007.

Quem vai apitar?

Depois de tantas polêmicas e muitas reclamações de dirigentes, as federações começam a tomar uma atitude: retirar os áritros questionados do sorteio de jogos do time insatisfeito. Mas, será esta a atitude mais correta?

O árbitro Sálvio Spinola, após a polêmica no clássico São Paulo x Corinthians, não será mais incluído no sorteio de jogos do tricolor. Segundo o presidente da comissão de arbitragem paulista, esta é uma medida de "bom senso". E este tipo de medida proibitiva foi adotada também em Pernambuco, o árbitro Eduardo Alcântara está proibido de apitar jogos do Náutico.

Depois de colocar árbitros na "geladeira" e proibir certos profissionais de atuarem em jogos de A ou B, em pouco tempo não teremos mais árbitros para trabalhar nos jogos dos clubes que reclamam da atuação deles. E, no fim, nada está sendo feito para melhorar as arbitragens, afinal, estas atitudes não aumentam a qualidade dos árbitros, apenas afastam os "desafetos" dos clubes.

A arbitragem brasileira precisa mudar, desde a preparação até a postura e a interpretação dos lances. O estilo dos árbitros brasileiros precisa mudar, apitar dezenas de faltas por jogo, segurando a partida, é prejudicial ao espetáculo. Está na hora de aprender com os outros países e mudar nosso estilo. O que precisa ser feito, pelas federações, é mais que punir os erros, devem preparar melhor os árbitros antes de cada temporada, só assim veremos uma evolução na qualidade.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Polêmica no regulamento.

Desta vez a polêmica não é sobre a forma de disputa, afinal, essa já é uma "polêmica consolidada", nem vale a pena discutir. A confusão em questão, agora, é quanto ao critério de desempate. Veja o Art. 18:

Art 18 - Terminada a disputa da Segunda Fase do Primeiro Turno e quando da verificação da pontuação geral, para efeito de classificação geral para os dois hexagonais previstos no segundo turno e para a definição da equipe campeã, existam duas ou mais Associações empatadas em pontos Ganhos , na pontuação geral conquistada na primeira e segunda fase, aplicam-se, sucessivamente os critérios técnicos de desempate abaixo discriminados:

a) Maior número de vitórias em toda a competição;
b) Melhor saldo de gols em toda a competição;
c) Maior número de gols assinalados em toda a competição;
d) Confronto direto, no caso de empate entre duas equipes;
e) Maior número de gols assinalados na casa do adversário em todas partidas, no caso de duas equipes;
f) Sorteio


Vamos interpretar. Nesse caso, o que conta é o número de gols marcados fora de casa em toda a competição, ou o número de gols marcados fora de casa contra esse adversário, no confronto direto. Assim, quando a alínea e) fala "em todas as partidas" podemos entender que se trata de todos os jogos do campeonato. Mas, por estar após a regra do confronto direto e mencionar "no caso de duas equipes" pode haver o entendimento de que estes gols fora de casa dizem respeito aos jogos entre esses dois times somente.

Após muito pensar, e muito consultar (obrigado aos colegas da Cevleis), chego à conclusão de que a regra diz respeito mesmo ao confronto direto, assim, só serão contados os gols marcados fora de casa contra este adversário. É uma regra complementar, que utiliza aquele mesmo critério de competições eliminatórias, como a Copa do Brasil. Quando se fala em "todas as partidas" quer dizer todas entre os clubes em questão, caso eles se enfrentem mais de duas vezes, o que é possível.

Na prática, o que acontece é o seguinte: Nautico e Centro possuem o mesmo número de pontos, de vitórias, saldo de gols e gols marcados, no confronto direto há uma vitória para cada, pela mesma vantagem de gols. Pelo critério de desempate, o Centro leva vantagem por ter feito 2 gols em Recife, enquanto o Nautico fez apenas 1 em Limoeiro. Caso a interpretação fosse pelos gols fora de casa em todas as partidas, não somente entre os dois clubes, o Nautico levaria vantagem, 3 contra 2.

A polêmica foi levantada por Adethson Leite, do Blog dos Numeros, que me pediu para analisar o caso. A interpretação do colega era em favor do Nautico, levando em conta todos os jogos e não só os dois contra o Centro. Mas, pelo visto, a interpretação mais correta é mesmo em favor do Centro, deixando o Nautico atrás na tabela.

E você torcedor, o que pensa?

Pernambucano: 5ª rodada.

Está acabando a primeira fase, mas não o primeiro turno, e já é hora de tentar prever a formação dos grupos da segunda fase. Mas, o discurso dos clubes ainda não mudou, para os técnicos, as equipes ainda estão em formação. É verdade, já que ainda há muitos atletas para estrear, mas o mau futebol apresentado por alguns times já começa a ficar dificil de explicar.

SPORT: De longe um dos piores jogos já transmitidos pela TV, infelizmente. E dessa vez, não foi o gramado, nem o calor, foi falta de bola mesmo. Os dois times jogaram mal, tanto o Sport quanto o Salgueiro, que podia ter vencido o jogo, já que teve as melhores chances. O rubro-negro está desencontrado, sem padrão de jogo, sem inspiração e sem criatividade. Aqueles que previam um título tão fácil quanto o de 2007 já desconfiam.

NAUTICO: Uma derrota, de virada, vai ser sempre um mau resultado. O pior é que, dessa vez, o técnico Roberto Fernandes pôde contar com o tão esperado 1º volante, Ticão. E ele mesmo, foi expulso injustamente por um pênalti que não existiu. Pior para o alvi-rubro. Nessa fase, sem clássicos, perder jogos é jogar fora a chance de conquistar o turno. Mas, nada está perdido, afinal, o título se decide após os dois turnos, e ainda há muito o que disputar.

SANTA CRUZ: Uma vitória importantíssima, e se não fosse o gol de honra do Vera Cruz, teria ficado com a liderança da competição. O tricolor parece ter despertado daquele pesadelo que vivia desde 2006. Pelo menos a torcida acordou feliz. Destaque para o lindo gol de Rosembrick, num grande chute de fora da área. O Santa ganha moral e o "mago" também. Pelo visto, a segunda fase desse turno vai ser emocionante, apesar da falta de clássicos. Assim, além de torcer pelo seu time, todos "secam" os adversários, afinal, neste regulamento, não basta vencer, tem que torcer contra também.

domingo, 27 de janeiro de 2008

ORKUT

O que começou como uma pesquisa para conhecer melhor as torcidas pernambucanas acabou como uma disputa entre torcedores de Sport e Santa Cruz. Voto a voto eles vêm disputando o primeiro lugar, levando milhares a visitar o Extracampo. Por isso, obrigado aos que estão votando, continuem assim.

Preciso reconhecer que o responsável por essa movimentação é o Orkut, esta ferramenta democrática que já tomou conta do nosso país. Portanto, eu me rendo, e a partir de hoje coloco no ar a comunidade do Extracampo no Orkut. Lá, vou postar os temas abordados no blog para sentir mais de perto a reação do leitor. Participem.

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=50461766

sábado, 26 de janeiro de 2008

Direitos econômicos e responsabilidade solidária.

O TRT do Paraná decidiu de forma pioneira sobre a responsabilidade dos "empresários" que possuam parcela dos direitos federativos do jogador, ou direitos econômicos.

Explicando: atualmente, uma prática vem se tornando comum no futebol, investidores fazem acordo com os clubes para adquirir parte dos direitos econômicos sobre a cláusula penal do atleta. O que significa que este investidor terá direito a uma percentagem sobre o valor que o clube receber na venda do atleta.

Segundo a Lei 9615/98 (Lei Pelé), o vínculo esportivo é acessório do vínculo trabalhista, assim, dura enquanto durar o contrato, sendo extinto pelo decurso do tempo (fim do prazo), por rescisão bilateral (em comum acordo), ou unilateral (pagando a multa ou através de sentença judicial).

A inovação da justiça paranaense foi em atribuir àquele investidor que possua direitos econômicos do atleta, responsabilidade sobre as obrigações trabalhistas. Assim, entende-se que o atleta poderá cobrar deste "empresário" quando lhe for faltado através do clube, ou seja, o investidor tem obrigação solidária quanto ao pagamento de salários e FGTS, por exemplo.

A decisão pode ser bastante discutida, já que o vínculo trabalhista é exclusivo entre EDP (entidade de prática desportiva) e atleta. O investidor possui um acordo financeiro com o clube e não com o atleta. Mas, sou a favor da decisão, para mim, aquele que investe a fim de obter lucro também tem que arcar com as responsabilidades. A decisão é louvável, e se o entendimento for seguido por outros tribunais pode moralizar e organizar a crescente interferência de "empresários" na transação dos atletas.

Só para acrescentar, a FIFA adicionou uma regra ao estatuto de transferência de jogadores que proíbe os clubes de firmar contratos posibilitando qualquer interferência de terceiros em matéria de emprego ou transferência. Esta norma acaba se contradizendo com a decisão acima. Mas, é um regra que ainda não vem sendo cumprida pelo Brasil. De qualquer forma, o regulamento FIFA diz respeito a transferências internacionais, mas é base para as legislações nacionais, assim, o nosso legislador vai ter muito trabalho para interpretar e criar uma norma compatível com a realidade brasileira.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Figueirense: Campeão da Copa SP.

O Figueirense derrotou o Rio Branco por 2 x 0 hoje pela manhã e conquistou o título mais importante do futebol brasileiro na categoria junior. Mas a importância desse título vai além da simples conquista de um troféu, afinal, a copa é mais do que uma competição, é a maior vitrine do futebol brasileiro.

Para os clubes formadores, essa é a melhor hora de mostrar seus talentos, seja para vendê-los, seja para prepará-los para um futuro no time profissional. Pior para os pernambucanos, principalmente os recifenses, já que os únicos representantes do estado foram o Porto e o Ypiranga. O time de Caruaru fez boa campanha mas não passou da primeira fase, mesmo assim, está de parabéns pelo trabalho que vem conduzindo na formação de atletas. Já o Ypiranga, levou goleadas e foi um mero participante.

Vencer a copinha é valorizar seu elenco, é chamar atenção para seus talentos. Mas, os clubes que não chegam à final também lucram, simplesmente por mostrar seus "produtos" na vitrine do futebol. E são esses "lançamentos" que justificam a participação na competição. Na verdade, a regra da copa deveria ser diferente, o campeão deveria ser o clube que vendeu mais jogadores ao fim da competição.

Direitos de formação.

Para os que ainda não conhecem, o direito de formação, é uma verba devida ao clube formador em todas as vendas, até que o atleta complete 28 anos. Por que estou falando disso? Para comentar a seguinte notícia:

"Os advogados do segmento de Direito Desportivo da Campos Advocacia Empresarial, atuando em favor do Clube Escola Desportiva Mont' Serrat, de Porto Alegre, obtiveram um importante reconhecimento por parte da Confederação Brasileira de Futebol, ao incluir o clube como um dos detentores do direito de formação do atleta Anderson Luís de Abreu Oliveira, que atua na equipe do Manchester United, da Inglaterra." (Aquele mesmo, que fez o gol da vitória na Batalha dos Aflitos).

Segundo a notícia, que foi confirmada pelo Grêmio, o Mont' Serrat possui agora 0,5% dos direitos de formação, enquanto o tricolor gaúcho fica com os outros 4,5%. Parece pouco, mas lembrem-se que, se o atleta for vendido, será por uma quantia vultuosa, afinal, o atleta já é titular do time inglês, foi convocado para a seleção e deve ser titular nas olimpíadas deste ano.

Só para o leitor ter uma idéia, o jogador foi vendido do FC Porto ao Manchester United por R$ 90 milhões. Ao Mont' Serrat cabe a pequena parcela de R$450 mil. Não é pouco para um clube formador. Este mecanismo criado pela FIFA pode ajudar muito os clubes brasileiros, basta saber explorar.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Pernambucano: 4ª rodada.

Mais uma vez o equilíbrio entre os clubes chama a atenção dos torcedores. Ontem, apenas o Santa Cruz conseguiu vencer por mais de um gol de diferença, antes só o Sport havia conseguido isto, na primeira rodada, contra o Salgueiro.

SANTA CRUZ: O tricolor, finalmente, venceu um jogo fora de casa, e ainda conseguiu a "proeza" de fechar o jogo com dois gols de vantagem. O time se portou bem, principalmente na defesa, e em contra-ataques perfeitos venceu a partida. Destaque para as declarações de Rosembrick ao fim do jogo, o atleta não ficou contente por ter iniciado no banco. Pois é Rose, assim é o futebol, ruin para você, bom para o Thomas Anderson, que substituiu o mago, e marcou o primeiro gol do Santa. Esse garoto tem futuro e Zé do Carmo sabe disso, só precisa tomar cuidado para não atrasar salários, ou vai acabar perdendo mais um talento.

NAUTICO: O alvi-rubro não conseguiu furar o bloqueio do Porto, que veio a Recife com o objetivo de levar um ponto, e conseguiu. A torcida já começa a reclamar, mas é preciso ter calma, esse time ainda vai melhorar bastante. A maior reclamação do técnico Roberto Fernandes é a falta de um primeiro volante, já que Ticão ainda não foi regularizado. Afinal, o que falta? Nem jogador vindo do exterior leva tanto tempo para ter condições de jogo.

SPORT: O rubro-negro venceu o Central por 3 a 2, com um gol nos acréscimos do segundo tempo. De novo? Pois é, a história se repetiu, pior para o time de Caruaru. No último domingo o resultado foi o mesmo, mas na Ilha o gol veio aos 46 minutos, enquanto que em Caruaru o gol só apareceu aos 47. Se o Sport enfrentar o Central novamente neste campeonato vai precisar de um jogo de 50 minutos para conseguir vencer. O que surpreende é esta determinação física já nas primeiras rodadas. O perigo é matar os torcedores do coração, se continuar assim os rubro-negros terão um aumento nos planos de saúde.

Legião FC: Um exemplo para o futebol brasileiro.

O clube de Brasília tem seu nome inspirado na famosa banda de rock, Legião Urbana. A história do clube começa com um projeto social que nasceu em 2001. No ano de 2006, o sucesso do projeto levou à criação do Legião FC, que disputou e venceu a 3ª divisão estadual, depois a 2ª divisão, e hoje é líder do campeonato candango da 1ª divisão.

Mas o destaque do clube não é só na sua atuação dentro de campo, é principalmente fora das quatro linhas que o clube se supera. O Legião é um clube empresa com modelo de gestão profissional. O clube preza a transparência, a responsabilidade e o planejamento.

Os principais parceiros são empresas, são 42 associadas. O clube se compromete a aplicar 100% do capital investido pelo patrocinador no desenvolvimento, custeio e investimento do futebol e da marca LEGIÃO e, conseqüentemente, no crescimento da visibilidade e exposição positiva da marca do patrocinador. O clube se compromete a manter em dia suas obrigações trabalhistas e fiscais, fornecendo informações para que o investidor possa fiscalizar o clube.

Os sócios-empresa têm tratamento VIP: os torcedores são recepcionados com sinalização na área externa do estádio, túnel inflável personalizado para entrada do público, atendentes uniformizados para receber e orientar os torcedores, bar/lounge temático com bebidas de graça, cadeiras com protetores higiênicos personalizados, serviço de manobrista opcional, segurança, serviço de som ambiente para informações, sorteios e música nos intervalos, venda de camisas e bandeiras aos torcedores, e limpeza contínua dos banheiros. Cada empresa pode levar 20 ou 40 convidados, dependendo da categoria de sócio.

O clube está lançando ainda o programa de sócio-torcedor, que além das mordomias listadas acima, terá direito a: cartão de identificação que dá acesso ao estádio sem necessidade de ingresso; camisa oficial e DVD da temporada, que o torcedor receberá em casa a cada ano; desconto de 20% em todos os produtos do clube; camisa comemorativa dos títulos conquistados; e presença garantida na festa de confraternização anual, junto com os jogadores e a comissão técnica.

Gastei meu espaço todo só para listar os benefícios que o clube oferece. O Legião é um exemplo a ser seguido, desde a sua organização, com total transparência e responsabilidade, até o tratamento que dá aos torcedores. Com essas ações o clube leva as famílias de volta aos estádios, com crianças de todas as idades. Bom seria se todos os clubes fossem iguais ao Legião FC.

Algumas ideias podem ser adaptadas à realidade de cada clube. A figura do sócio-empresa já é algo bastante presente na Europa, mas pouco explorado no Brasil. Outra alternativa aos clubes é a criação de uma classe de sócios, que pague mais, mas tenha direito a um serviço diferenciado, como alguns apresentados pelo clube de Brasília. O exemplo de gestão responsável nem deveria ser uma sugestão, pois sabemos que é disto que nossos clubes mais precisam.

Visitem o site do Legião e conheçam mais este exemplo.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Dora Bria.

O Extracampo está de luto pela morte da ex-atleta. Dora conquistou o título brasileiro de windsurfe seis vezes, foi tricampeã sul-americana e ficou entre as cinco melhores do mundo em ondas gigantes entre 1990 e 1995, no Havaí. Além do talento esportivo, Dora era conhecida também pela sua beleza, considerada uma das maiores musas do esporte brasileiro.

Dora morreu em um acidente de carro ontem. Infelizmente, a insegurança nas estradas brasileiras já se tornou um problema de segurança pública. Assim, o Extracampo faz um apelo a todos os motoristas: Prudência! A vida é mais valiosa do que a pressa.

Para lembrara a musa, assista ao vídeo no globoesporte.com
http://video.globo.com/Videos/Player/Esportes/0,,GIM744305-7824-N-EM+DORA+BRIA+PRETENDE+POPULARIZAR+WINDSURFE+ENTRE+AS+MULHERES,00.html

US$ 6 milhões por minuto.

Da Máquina do Esporte. http://maquinadoesporte.uol.com.br/new/noticias.asp?id=8036

O Super Bowl, final do campeonato de futebol americano, que acontecerá no dia 3 de fevereiro, é o evento esportivo mais assistido do mundo. Isso faz com que a FOX, emissora que possui os direitos de transmissão em 2008, cobre US$ 6 milhões por minuto de propaganda. A empresa deve arrecadar cerca de US$ 180 milhões.

A maior anunciante é a Budweiser, que possui contrato de exclusividade até 2012, impedindo o anúncio de concorrentes. A Coca-cola e a Pepsi dividem as atenções dos consumidores de refrigerante, enquanto as montadoras de automóveis brigam pela atenção do telespectador, Volkswagen, General Motors, Toyota e Hyundai.

Os valores cobrados pela emissora de TV são justificáveis pelo nível da audiência, a maior da TV mundial. Há pouco tempo publiquei uma matéria sobre a audiência das competições esportivas em 2007, e mais uma vez o Super Bowl foi campeão. Leia:

5 indiciados criminalmente pela tragédia na Fonte Nova.

Os indiciados foram: Bobô, ex-jogador e ídolo do Bahia, hoje diretor-superintendente da Sudesb (Superintendência de Esportes do Estado da Bahia); Virgílio Elísio, diretor técnico da Confederação Brasileira de Futebol (CBF); Ednaldo Rodrigues, presidente da Federação Baiana de Futebol (FBF); Petrônio Barradas, presidente do Esporte Clube Bahia; e o engenheiro da Sudesb, Nilo Santos Júnior.

Na conclusão da delegada responsável pelo caso, apenas Nilo Santos foi indiciado por homicídio culposo, pois não tinha poderes para evitar a tragédia. Já os outros quatro foram indiciados por homicídio doloso, já que tinham conhecimento dos riscos e o poder de evitar a tragédia mas escolheram não fazê-lo, é o chamado dolo eventual.

Neste caso, o que precisa ser comprovado é o efetivo conhecimento dos riscos por parte dos responsáveis. Isto pode ser provado pelo simples fato do Ministértio Público ter pedido a interdição do estádio em 2006, sob a alegação de falta de estrutura para receber os torcedores. Todos os envolvidos possuíam conhecimento dos riscos que o estádio apresentava.

Não faço pré-julgamentos, mas se alguém for punido será um exemplo para o país. O descaso com os torcedores não pode ficar impune.

Corinthians: jogadores emprestados não podem enfrentá-lo.

Do globoesporte.com
http://globoesporte.globo.com/ESP/Noticia/Futebol/0,,MUL270372-4274,00.html


O Corinthians incluiu em todos os contratos de empréstimo uma cláusula que proíbe os atletas de enfrentarem o ex-clube. Assim, o meia Roger, por exemplo, que foi emprestado ao Grêmio, não pode jogar contra o Corinthians na Copa do Brasil, no Brasileirão os clubes estão em diferentes escalões, o timão na série B e o tricolor gaúcho na série A.

A cláusula é perfeitamente legal, apesar de pouco utilizada. Mas, ao ressucitar esta medida, que já foi mais comum, o clube paulista pode estar lançando uma tendência. Porém, o argumento para incluir esta proibição nos contratos de cedência temporária não foi o medo de enfrentar seus ex-atletas, e sim uma forma de preservar o jogador e os dois clubes, garante o diretor técnico Antonio Carlos.

Ao ser questionado sobre o fato de Roger, emprestado ao Flamengo em 2007, ter marcado o gol da vitória rubro-negra no aracanã, o ex-atleta respondeu: "Mas isso não influenciou em nada". Na visão do ex-zagueiro, um atleta que marque gol contra o seu clube pode ficar marcado negativamente. E se jogar mal, fica em situação difícil no clube que o contratou por empréstimo.

A preocupação com os contratos já é uma boa notícia, um indício de maior profissionalização dos clubes. Independente da existência desta cláusula, o mais importante é mesmo que os clubes valorizem a confecção dos contratos.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Internacional quer chegar à marca de 100 mil sócios.

O Internacional de Porto Alegre possui atualmente cerca de 56 mil associados, o que gera uma renda mensal de R$2 milhões. Mas, a meta dos colorados é chegar à marca de 100 mil sócios até 4 de julho de 2009, quando o clube completará 100 anos.

Um dos projetos do clube para atingir o objetivo é obrigar os atletas e funcionários a se associarem. O objetivo é incentivar mais ainda os torcedores e gerar mais identificação entre torcida e clube através dos atletas. Leiam a matéria da Máquina do Esporte. http://maquinadoesporte.uol.com.br/new/noticias.asp?id=8038


Alguns podem até achar o número de 100 mil sócios um exagero, mas lembrem-se que o Benfica de Portugal, clube com cerca de 5 milhões de torcedores, possui o recorde de associados com mais de 160 mil. Mas, atingir uma marca tão expressiva requer um bom projeto de incentivo, foi o que fez o Benfica e é o que começa a fazer o Internacional.

A receita proveniente dos sócios é das melhores que o clube pode ter. Todos deveriam investir em campanhas para atrair novos associados, vale à pena seguir o exemplo vermelho (encarnados e colorados).

Sobre o Benfica leiam:
http://extracampo.blogspot.com/2007/08/benfica-o-clube-com-mais-scios-no-mundo.html

Ler faz bem ao futebol.



A produção de livros sobre conquistas ou sobre a história dos clubes vem aumentando cada vez mais. Mas, o que interessa não é o retorno financeiro e sim a valorização da marca. Na verdade, os royalties dessas publicações não geram grandes receitas, nem se comparam à venda de camisas ou outros produtos. Aqui, o que importa é a valorização institucional.

Recentemente, o Fluminense lançou um livro sobre a conquista da Copa do Brasil de 2007, e o Internacional de Porto Alegre sobre a conquista do mundial de clubes no Japão. Mas, ambos admitem que a iniciativa não visa o lucro, apenas a ostentação e divulgação das conquistas. Para os torcedores, uma grande iniciativa.

“Aqui no Inter, livros que falem sobre a história do clube são tradicionais. O que a gente espera é possibilitar ao torcedor um dado histórico. Alguma coisa de bom gosto. É um ganho institucional e emocional”, diz Jorge Avancini, vice-presidente de marketing do clube gaúcho.

"O resultado desse "desprendimento" financeiro é, na opinião de especialistas, a afirmação da marca em segmentos diferenciados, gerando uma valorização da imagem do clube", escreveu GUSTAVO FRANCESCHINI, da Máquina do Esporte, São Paulo.

Segundo a já famosa frase: "Ler também é um exercício".

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

FIFA e UEFA irão pagar US$ 252 milhões aos clubes.

Depois de firmar o acordo que acabou com o G-14, no qual as entidades prometeram pagar uma indenização aos clubes por cederem seus atletas às seleções, foi divulgado o valor a ser desembolsado pela FIFA e a UEFA.

A Fifa pagará US$ 40 milhões (R$ 71 milhões) durante a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, e US$ 70 milhões (R$ 126 milhões), na Copa de 2014, no Brasil. Já a Uefa terá de desembolsar US$ 63 milhões (R$ 112 milhões) na Eurocopa deste ano, que será disputada na Áustria e na Suíça. Para a edição de 2012, na Ucrânia e na Polônia, o valor será de US$ 79 milhões (R$ 141 milhões).

Esta negociação encerrou uma das maiores polémicas do futebol atual e uma ação na justiça que prometia grandes repercussões, tão histórica quanto o famoso acórdão Bosman. Agora, os juízes não terão mais o que dizer.

Comparativo das médias de público.

Texto de Fernando Tasso com números de Adethson Leite.

Vários fatores podem contribuir para o aumento ou diminuição no número de torcedores presente nos estádios, desde a violência, principal causa de afastamento dos torcedores, até a organização das competições e as viradas-de-mesa.

O futebol brasileiro vem crescendo em termos organizacionais e profissionais. Depois de muita discussão sobre a fórmula dos pontos corridos, o Campeonato Brasileiro começa a ganhar credibilidade com o fim das reviravoltas dos clubes grandes rebaixados.

O ano de 2003 marcou a estreia dos pontos corridos no Campeonato Brasileiro. O Cruzeiro foi campeão chegando à impressionante marca de 100 pontos. Mas, talvez a facilidade com que o time de Luxemburgo conquistou o título tenha contribuído para uma queda no público em 2004.

O ano de 2004 teve a pior média de público na comparação, apenas 8.805 torcedores por partida. O campeonato que teve o Santos como campeão viu o Corinthians atrair a melhor média de público do campeonato, 13.527, enquanto o Flamengo, que surpreendeu o país em 2007, teve uma média de apenas 9.707, ficando em 8º lugar na lista.

2004 foi um ano ruim em todos os campeonatos, a série B teve média de 6.601, a série C, 1.062, a Copa do Brasil teve 6.123 e o Campeonato Pernambucano, apenas 3.638. Em todas essas competições a média de público aumentou nos anos seguintes.

O ano de 2007 teve médias de público expressivas nessa comparação. A série A bateu recordes e teve uma média de 17.461, cinco mil a mais que em 2006. As séries B e C, tiveram uma média parecida com os anos anteriores, já a Copa do Brasil aumentou em mais de 2 mil a sua média, enquanto que o pernambucano teve uma diminuição em quase 2 mil.

O ano de 2008 promete médias de público ainda maiores. Parece que o ano de 2007 acordou as torcidas para o seu poder decisivo, destaque para os flamenguistas. A paixão pelo futebol só cresce, na medida em que cresce a credibilidade dos campeonatos e a melhor preparação e profissionalismo dos clubes.

A violência ainda afasta torcedores dos estádios, mas as atitudes já estão sendo tomadas. Parece que o Brasil acordou e abriu os olhos para o problema. Quem sabe um dia atingiremos nossos objetivos. Se tudo der certo, bateremos os recordes de público a cada ano.

Pernambucano: 3ª rodada.

A terceira rodada do Campeonato Pernambucano fecha os jogos de ida da 1ª fase do 1º turno. Jogos muito disputados marcam o início do campeonato. Nesta rodada, os que venceram fizeram por apenas 1 gol de diferença.

O Santa Cruz fez o "clássico da Cruz" contra o Vera Cruz em Vitória. O empate em 0 x 0 deixa os torcedores corais preocupados. Mas, este foi apenas o terceiro jogo de um time recém-formado, e sem uma pré-temporada, portanto, ainda não é tempo de desespero, muitas águas vão rolar.

O Náutico conseguiu uma importante vitória sobre o Porto no jogo dos pênaltis, detalhe, todos bem marcados. O alvi-rubro ainda está em formação, mas mostra que é um dos favoritos para conquistar o título. O Porto, apesar de segurar a lanterna da competição, merecia uma melhor sorte, dominou grande parte do jogo e poderia ter conseguido um empate. O gramado agradou, apesar de defeitos nas laterais, o campo deu condições a uma boa troca de passes.

O Sport venceu o Central na Ilha do Retiro com um gol aos 46 minutos do segundo tempo. O resultado mostra a competitividade desse campeonato. O rubro-negro também está em formação, estreou dois novos atletas nessa partida. O técnico Nelsinho Baptista ainda não achou a formação ideal para o time, e a falta de tempo para treinar pode prejudicar o treinador.

Resultados:
Sete de Setembro 2 x 3 Salgueiro > Sport 3 x 2 Central > Ypiranga-PE 0 x 1 Petrolina > Centro 1 x 1 Serrano > Vera Cruz 0 x 0 Santa Cruz > Porto-PE 1 x 2 Náutico

O Sport lidera com 7 pontos, seguido de perto pelo Náutico que tem 6 e Santa Cruz com 5.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Assédio nos Aflitos.

Um "empresário", identificado apenas por Hélio, abordou três jogadores do Nautico com o intuito de tirá-los do clube. Segundo o superintendente do clube, Marcelo Sangaletti, foram prometidos contratos na Europa aos atletas, mas tudo não passava de uma armação.

Segundo a diretoria do clube, todos os salários estão em dia, assim, os jogadores só poderão se transferir se pagarem a multa rescisória (cláusula penal) prevista no contrato. Mesmo assim, os atletas não retornaram ao clube, nem deram satisfação à diretoria.

O caso desses atletas não é o primeiro, nem será o último. Infelizmente, pessoas inescrupulosas, se dizendo "empresários", assediam jovens jogadores prometendo uma vida melhor, quase sempre mentira. Claro, esses não são Agentes FIFA, pois os cadastrados e licenciados pela entidade possuem responsabilidade e podem ser punidos pela federação.

Vale ressaltar, principalmente para os atletas, que só podem ser agentes aqueles inscritos na FIFA, advogados inscritos na OAB ou familiar direto do atleta (pai, irmão ou cônjuge). Qualquer outro não deve ser digno de confiança.

Árbitros gaúchos fazem pré-temporada.

Antes de começarem os jogos do Campeonato Gaúcho 2008, os árbitros que irão atuar na competição se reuniram para uma pré-temporada. Além de aprimorar a parte física, os árbitros tiveram aulas e sessões de discussão sobre as regras e suas interpretações. A iniciativa visa uniformizar o entendimento dos árbitros quanto a questões polémicas, desde a mão na bola até a aplicação de cartões.

A iniciativa é louvável e deveria ser copiada pelas outras federações, inclusive a CBF. Uma das maiores reclamações dos comentaristas, torcedores e jogadores é quanto à interpretação dos lances, que varia muito de um árbitro para outro. Enquanto isso, no Campeonato Pernambucano, as críticas à arbitragem nas duas primeiras rodadas já se acumulam.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Sport: Folha salarial atinge limite.

O presidente do Sport Club do Recife, Milton Bivar, anunciou que não irá mais contratar nenhum jogador para a disputa do estadual. Segundo o dirigente, a folha salarial já estourou e irá esperar para ver como o time se comporta, novas contratações só se houver muita necessidade.

O objetivo das contratações já feitas foi visando dar entrosamento ao grupo para a disputa do Campeonato Brasileiro, mas já se admite que novas contratações sejam feitas antes do nacional. A torcida ainda pede a contratação de um lateral-direito. Outra especulação muito forte na Ilha do Retiro é a volta do ídolo Fumagalli, mas só quando o atual contrato do jogador chegar ao fim.

Em um artigo para o Blog do Torcedor eu já havia comentado a necessidade de se administrar as folhas salariais de forma proporcional, uma para o estadual e outra para o nacional, pelo visto, é isso que o Sport está fazendo. Leia: http://extracampo.blogspot.com/2008/01/vai-comear-o-campeonato-pernambucano.html
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Pernambucano: 2ª rodada.

Seguindo a série de comentários sobre a rodada do Campeonato Pernambucano, como de costume, saio das quatro linhas para comentar os assuntos extracampo. E nessa rodada, dois pontos merecem consideração, um positivo e um negativo, além da crítica costumeira ao regulamento esdrúxulo do nosso campeonato.

O ponto negativo foi, com certeza, o "gramado" (note as aspas) do Gigante do Agreste. Além de proporcionar um dos piores jogos já televisionados na história do futebol, o campo foi causador de dores e lesões nos atletas. Eu já havia comentado em outro post, e até pedido a interdição do estádio pelas condições apresentadas. E as críticas da imprensa foram unânimes ao reclamar das condições do campo. O presidente da Federação Pernambucana de Futebol já anunciou que irá tomar as medidas necessárias, ameaçando, inclusive, interditar efetivamente o estádio do Sete de Setembro.

Ponto positivo foi a competitividade apresentada pelos clubes. Em duas rodadas não há nenhum time 100%, nem mesmo um que não haja pontuado. Não houveram vitórias fáceis, nem mesmo aquele 4 a 0 do Sport na primeira rodada, e o empate tem se tornado uma marca registrada do campeonato estadual de 2008. Bom para todos, afinal, quanto mais emocionante é o campeonato, mais prazeroso é o título.

Críticas ao regulamento, só para não fugir da regra. Nas conversas de bar, típicas da quinta-feira à noite, o maior assunto ainda é o regulamento do campeonato. A conclusão que se chega é simples: se o que importa são os pontos corridos, por que dividir em grupos? Se, no final, a classificação geral é que definirá o campeão do turno, será que assim há justiça. Vejam, por exemplo, o caso do jogo Sete X Sport, naquele gramado ruin, o rubro negro só empatou, mas veja que só o Sport irá jogar lá, Nautico e Santa não enfrentam o Sete nesta fase.

É simples, se o campeonato é mesmo de pontos corridos, por que dividir em grupos? Não vejo justiça nesta fórmula. O melhor seria mesmo um todos contra todos. Quem dá emoção ao campeonato não é o regulamento, são os competidores.

Hugo X Santa Cruz - A morosidade da justiça.

O zagueiro Hugo, formado nas categorias de base do Santa Cruz, que defendeu o time na série B de 2007, entrou com ação na justiça do trabalho pedindo a liberação do seu vínculo. O jogador alega que o clube deixara de pagar vários meses de salários, além de outras verbas.

Claro, o clube nega as acusações e afirma que devia, apenas, 2 meses de salário (é necessário o mínimo de 3 para a rescisão contratual com justa causa). Já houveram audiências na justiça, mas não foi chegado a nenhum acordo, o que levará a juíza a decidir conforme as provas e a lei.

Não posso manifestar opinião sobre uma futura sentença, afinal, sou advogado e não juiz. Aqui, pretendo fazer uma crítica que vai além do caso em questão, que envolve todo o sistema judiciário desportivo. Afirmo, sem dó nem pena, que a justiça comum (Justiça do Trabalho) não tem condições de julgar os casos relativos ao contrato de atletas profissionais de futebol, não pela incapacidade dos juízes, nada disso, mas pela morosidade da nossa justiça, incompatível com as necessidades do esporte profissional.

O Campeonato Pernambucano já começou, o atleta não treina desde o fim de 2007, e até agora, nada de decisão. Os ritos processuais, necessários para um julgamento justo, não são compatíveis com as necessidades do esporte. Uma ação comum pode levar meses, até anos. Mas, para um atleta e um clube, esta demora é inaceitável. Pode acontecer desta decisão só sair no fim do campeonato (ainda haverão recursos), ou até no fim do Campeonato Brasileiro.

Raciocinando sem tomar lados na disputa, esta demora será prejudicial a todos os envolvidos. Ao Santa Cruz porque disputará campeonatos sem um jogador importante (titular em 2007 e eleito um dos melhores da série B), e ao atleta porque passará muito tempo sem treinar e ainda poderá passar o ano inteiro sem clube. Imaginem que o atleta vença e consiga sua liberação, se acontecer depois do período de inscrição do Campeonato Brasileiro, ele só jogará em 2009.

Conclusão, a mesma que teve o constituinte quando estabeleceu no art. 217 da Constituição Federal a competência da justiça desportiva: que a justiça comum não tem a celeridade necessária para tratar dos temas relacionados às competições esportivas. Mas, nos casos envolvendo o contrato de trabalho entre atleta e clube, a competência é mesmo da justiça comum, afinal, trata-se de um legítimo contrato de trabalho.

Está na hora de rever nossos conceitos, pelo visto, os procedimentos comuns já não mais se aplicam ao tão moderno mundo do futebol. Ou retira-se a competência da justiça do trabalho, ou cria-se um novo rito, um novo procedimento, que seja mais adequado à realidade do futebol.

Torcedor é punido por assédio a uma PM.

Pois é, no mundo do futebol tudo pode acontecer, e não só dentro de campo, nas arquibancadas também. Na partida do Santa Cruz contra o Petrolina, um torcedor foi encaminhado ao Jetep (Juizado Especial do Torcedor de Pernambuco) por assediar uma oficial da Polícia Militar.

O torcedor foi julgado na hora e punido com uma pena pecuniária no valor de R$ 127,00, que serão doados ao Núcleo de Apoio à Criança com Câncer (NAAC) e ainda vai ficar proibido de frequentar estádios por 90 dias.

Sempre defendo a punição de banimento (proibição de frequentar estádios), mas nesse crime, se compararmos com as tantas outras brutalidades que vemos das torcidas, achei exagerado, afinal, o grupo de 28 torcedores punidos no início do campeonato tiveram a mesma pena, 3 meses. Tudo bem, assediar uma PM é demais, mas há crimes piores nesse mundo.

Ver: http://extracampo.blogspot.com/2008/01/punio-torcedores.html

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Pernambucano fora da TV por assinatura.

Os canais que transmitem os campeonatos em "pay-per-view" não incluíram o Campeonato Pernambucano no pacote. Os torcedores que estavam acostumados a assistir todos os jogos do seu time no Campeonato Brasileiro, confortavelmente em casa, terão que ir aos estádios e pagar o ingresso, ou ouvir pelo rádio.

O canal que transmite todos os jogos do Brasileirão, séries A e B, transmitirá os campeonatos: Paulista, Carioca, Gaúcho, Mineiro e Catarinense. Pois é, o Pernambucano está de fora da lista, mesmo tendo dois times na elite do futebol brasileiro e médias de público superiores à maioria dos outros clubes.

Isso não é nada bom para o nosso futebol. Além de deixar de ganhar uma boa receita, perdemos visibilidade e prestígio. No fim, perdem os clubes pernambucanos e os torcedores também. Numa terra onde todos se dizem doentes por futebol, sobra fanatismo e falta reconhecimento.

Tudo bem, o Campeonato Pernambucano não é um primor de qualidade técnica, o estado também não é uma potência económica, e o mercado televisivo pode não ser dos mais lucrativos. Mas, o que dizer do Campeonato Catarinense, será que é melhor que o nosso?


Quer saber o que falta? Falta um projeto. Os clubes, juntamente com a federação, devem mostrar às emissoras que o nosso campeonato pode ser lucrativo, que há público para comprar os pacotes e que haverá retorno financeiro. São todos profissionais, e como tal, visam o lucro, assim, basta provar que haverá lucro e que o investimento vale à pena.

Não podemos culpar os executivos da emissora por não se interessarem no nosso campeonato, afinal, até bem pouco tempo estávamos todos na série B. Mas, nos últimos anos conseguimos subir, e dois ainda se mantêm no topo. É preciso mais estabilidade aos clubes para que possamos ganhar respeito no cenário nacional e assim conquistar os investidores.

Razões para investir nós oferecemos: clubes tradicionais, centenários; um campeonato disputado e de "boa qualidade"; e o que é mais importante para a TV, telespectadores. É só ver os bares do Recife em dias de jogo, se não tiver uma TV está vazio, e os que transmitiam os jogos dos pernambucanos lotavam a cada jogo, quase como os estádios.

A esperança é que, no ano que vem, a situação seja diferente. Vamos mostrar em 2008 que temos público e que o futebol pernambucano também merece um "pay-per-view".

FlaTv: faturamento estimado em R$ 6 milhões.

O Flamengo lançou a FlaTv, um canal de TV pela internet que acompanha o dia-a-dia do clube. Por enquanto o acesso é gratuito, mas, a partir do dia 15 do próximo mês será cobrada uma mensalidade no valor de R$ 12.

As estimativas da diretoria não são nada modestas, eles esperam que meio milhão de pessoas assinem a TV no estágio inicial. Isso geraria um faturamento de R$ 6 milhões, dos quais, R$ 4,5 (75%) entrariam nos cofres do clube. E o Flamengo aposta bastante no novo projeto, que, segundo o presidente, será um "divisor de águas" no clube.

Segundo Kléber Leite: "A Fla TV é divisora de águas do Flamengo. O futebol será, a partir de agora, do tamanho que o torcedor quiser. Fizemos alguns investimentos com base nesta expectativa de receita".

O projeto é interessante e deve ser copiado pelos outros clubes do Brasil. Com a popularização e a democratização da internet, a TV do clube é mesmo um grande investimento. O Nautico já anunciou que irá criar sua TV, esperemos pelos outros clubes.

Do globoesporte.com (http://globoesporte.globo.com/ESP/Noticia/Futebol/Flamengo/0,,MUL264042-4282,00.html
)

Os Campeões de Audiência.

Uma pesquisa realizada pela Initiative Sports Futures aponta o Super Bowl (final do campeonato de futebol americano - NFL) como o evento esportivo mais assistido em 2007. De acordo com a pesquisa, 97 milhões de pessoas acompanharam a vitória do Indianapolis Colts sobre o Chicago Bears.

Em segundo lugar vem o Grande Prêmio do Brsail de Fórmula 1 (último da temporada). Boa notícia para o Brasil, que continuará fechando o campeonato em 2008, assim, poderá repetir o bom desempenho, e com essa informação, poderá lucrar ainda mais com os patrocinadores.

Em terceiro, vem a final da Liga dos Campeões. Apesar do futebol ser o esporte mais popular do mundo, ainda não é o mais visto na TV. Claro, em 2007 não houve Copa do Mundo, ou o resultado seria diferente.

Interditem o gramado.

Depois de tanta polêmica sobre a interdição dos estádios, chegou a hora de se discutir a interdição dos gramados. Se as arquibancadas não oferecem segurança para os torcedores, alguns gramados não oferecem segurança aos jogadores.

O jogo entre Sete de Setembro e Sport, no Gigante do Agreste, em Garanhuns, mostrou a precariedade do "gramado". O estádio foi liberado de última hora, depois de reformas nas arquibancadas, mas deveria ter permanecido fechado, não pela estrutura física, mas pelo estado do campo.

O campo, cheio de buracos, impossibilitava a bola de correr, e era ameaça constante aos joelhos dos atletas. Depois de analisar a estrutura dos estádios para oferecer segurança ao torcedor, está na hora de analisar os gramados para oferecer segurança aos jogadores, e um mínimo de qualidade à partida. No fim, o maior prejudicado foi o espetáculo.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

A corrupção na Copa 2014 já assusta.

Da Máquina do Esporte (http://maquinadoesporte.uol.com.br/new/noticias.asp?id=7956)

Uma pesquisa realizada recentemente revela que 85,5% da população pensa que a Copa do Mundo pode servir de agente facilitador para o desvio de verbas de empresas públicas e privadas.

O resultado nem causa surpresa. Depois de tantos escândalos na política, fica até dificil acreditar que um evento que movimenta tanto dinheiro não seja palco de grandes corrupções. Nem os dirigentes do nosso futebol podem bater no peito e jurar idoneidade, até porque, ninguém vai acreditar.

Como diz o ditado, "gato escaldado tem medo de água fria".

Cargo de treinador foi a leilão.

Do globoesporte.com (http://globoesporte.globo.com/ESP/Noticia/Futebol/Campeonatos/0,,MUL261795-4840,00.html)

Na Alemanha, o KFC Uerdingen, campeão da Copa da Alemanha em 1985 e que está na Quarta Divisão do país, encontrou uma maneira criativa para diminuir a crise financeira que atravessa: leiloou, pela internet, o cargo de treinador do time por um jogo. Assim, a equipe será comandada por um torcedor que pagou € 4.110 (R$ 10.650).

A idéia é boa, e pode até ser adaptada para o cenário nacional. Imaginem, vender o cargo de assistente do treinador por um jogo ou uma semana. Não prejudicaria o desempenho do time e ainda poderia injetar uma verba nos cofres do clube. Além do mais, qual torcedor não gostaria de participar dos treinos ou dos jogos do seu time? Pode ser mesmo uma boa idéia.

Qual é o seu time?

Essa é para os pernambucanos. Depois de toda a polêmica sobre a pesquisa realizada pelo Datafolha, (ver http://extracampo.blogspot.com/2008/01/torcida-pernambucana.html) resolvi conduzir minha própria pesquisa de opinião.

Sei que o Extracampo não é um blog tão popular quanto o Blog do Torcedor, até mesmo pela abordagem, mas a pesquisa pode nos ajudar a entender melhor o perfil do torcedor pernambucano.

Então, divulguem a pesquisa para o máximo de pessoas possíveis, o importante é descobrir a verdade. Quanto mais votos tivermos, melhor será o resultado. Divulguem.

As opções:

Náutico;
Sport;
Santa Cruz;
Flamengo;
Corinthians.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Fim do G-14.



O G-14, grupo formado pelos maiores clubes europeus, chegou ao fim. Tudo devido a um acordo entre o grupo, a FIFA e a UEFA. Com isso, a maior reinvindicação, inclusive ação judicial, do grupo, a compensação aos clubes pela cessão de jogadores às seleções nacionais fica resolvida. UEFA e FIFA se comprometeram a conceder esta compensação no futuro.

Com o fim do G-14 surgirá a ECA (Associação de Clubes Europeus), que deverá ter cerca de 100 membros. Com isso, o grupo perde poder, acabando de vez com as constantes ameaças dos clubes em boicotar a Liga dos Campeões.

Ajax, PSV (Holanda); Barcelona, Real Madrid (Espanha); Liverpool, Manchester United (Inglaterra); Olympique de Marselha, Paris Saint-Germain (França); Internazionale, Milan, Juventus (Itália); Bayern de Munique, Borussia Dortmund (Alemanha); e Porto (Portugal) foram os fundadores do G-14, criado em 2000. Dois anos depois, Arsenal (Inglaterra), Bayer Leverkusen (Alemanha), Lyon (França) e Valencia (Espanha) se uniram ao grupo.

Torcida pernambucana.

Segundo o Datafolha: o Sport lidera entre os moradores de Pernambuco, com 21%, e no Recife, com 34% das preferências. No Estado como um todo, vêm a seguir, entre outros, Corinthians (8%), Santa Cruz, Flamengo (7%, cada), São Paulo, Palmeiras (5%, cada) e Náutico (4%). Na capital pernambucana Santa Cruz atinge 15% e Náutico fica com 11%, enquanto Palmeiras obtém 3% e Flamengo, Corinthians e São Paulo ficam com 2%, cada.

O que mais me impressiona na pesquisa é a percentagem de torcedores de outros clubes que não os do estado. Em outra pesquisa havia sido divulgado que em Pernambuco, junto com o estado do Rio Grande do Sul, nenhum clube de outro estado havia sido mencionado. Já nesta pesquisa, como podemos ver, os números são bem diferentes.

Em outros estados do país os números impressionam. No Paraná, a maior torcida é do Corinthians, seguido de Palmeiras, o Atlético-PR aparece em terceiro junto com o São Paulo. Em Santa Catarina, o Flamengo tem 16% e o Grêmio 13%, enquanto Avaí e Figueirense têm apenas 2%. Na Bahia, o Flamengo tem 21%, bem mais que os 16% do Bahia e os 8% do Vitória. O Flamengo também vence os locais no Ceará e no Distrito Federal.

Nas capitais os números favorecem mais os times de cada estado. Mas, a representatividade dos grandes clubes brasileiros em todos os estados, principalmente no interior, é surpreendente.

fonte:

Brutalidade policial.

Infelizmente, o tema da violência não se concentra apenas nas torcidas organizadas. As imagens da briga entre torcedores da Inferno Coral (torcida organizada do Santa Cruz), no último domingo no Arruda, mostra mais que os vândalos disfarçados de torcedores, apresenta-nos o despreparo e a violência da nossa força policial.

Ao tentar acabar com a briga os policiais usam ainda mais violência. As imagens mostram os policiais agredindo com cacetetes um torcedor que nem mesmo pode reagir. Não é assim que iremos acabar com a violência. A ação da polícia não traz nenhuma sensação de segurança aos torcedores, muito pelo contrário, enchem com mais medo aqueles cidadãos que apenas querem assistir ao jogo do seu clube.

A brutalidade policial não se restringe aos estádios, exemplo é o caso do jovem morto a pancadas em um bloco de carnaval no Recife. Testemunhas acusam os policiais de homicídio. Infelizmente, a polícia não transmite segurança à população, alguns afirmam ter ainda mais medo da polícia que dos bandidos.

Punição a torcedores.

Uma "boa notícia" para o futebol pernambucano: vinte e oito membros de torcidas organizadas foram punidos pelo Jetep (Juizado Especial de Torcedores de Pernambuco). Mas, boa notícia mesmo seria não haver nenhuma notícia sobre violência.

Os vândalos disfarçados de torcedores são um verdadeiro câncer no futebol. A presença desses criminosos nos estádios afasta cada vez mais os verdadeiros torcedores. Quem mais perde com isso é o próprio clube. Pesquisas já mostraram que o público nos estádios poderia ser até 50% maior, não fosse a violência das torcidas organizadas.

A punição aplicada pelo Jetep é a proibição de frequentar o estádio durante 3 meses, até o final do Campeonato Pernambucano. Os punidos deverão frequentar o Curso Torcedor Cidadão, a ser ministrado depois do carnaval na Universo por membros do Ministério Público. Esta é a punição certa, e a presença do juizado nos estádios ajuda a acelerar os julgamentos e as punições. Mas, a pena de 3 meses ainda é pequena.

O Brasil precisa de uma lei específica sobre os crimes praticados pelas torcidas, só assim poderemos combater melhor a violência. Mas, além do Estado, cabe aos clubes e federações agir em favor da paz. Uma idéia seria punir toda a torcida por atos praticados por alguns de seus membros. Assim, o clube retiraria qualquer benefício que concede à torcida, ou até proibiria a organizada de frequentar os jogos caso algum integrante fosse flagrado no cometimento de delitos.

Para o bem de todos.

As torcidas do Brasil.

Uma nova pesquisa realizada pelo Datafolha mostra quais são as maiores torcidas do Brasil. A pesquisa ouviu 11.786 brasileiros em 390 municípios do país. Mas, os números merecem uma interpretação.

Claro, o Flamengo segue em primeiro, o Corinthians em segundo e o São Paulo em terceiro. Os números desses clubes não mudaram em relação às pesquisas anteriores. O que podemos questionar aqui é: essas torcidas são as maiores porque são os clubes com mais jogos transmitidos na TV, ou os jogos desses clubes são mais transmitidos porque têm as maiores torcidas? É um ciclo vicioso.

O que me surpreendeu foi a pesquisa mostrar a torcida do Grêmio maior que a do Internacional, até onde eu sei, o resultado deveria ser inverso, mas a margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. E só esta margem já dificulta a pesquisa, pois os números variam muito pouco.

Outro fator deve ser analisado, a média de público nos jogos. O Santos, por exemplo, tem 2% dos torcedores nacionais e 5% na capital paulista. Mesmo assim, o clube teve uma das piores médias de público do Campeonato Brasileiro. Já o Sport, que possui apenas 1% na pesquisa, teve a 3ª maior média de público do campeonato nacional, e o Santa Cruz, com menos de 1%, rebaixado à série C, leva sempre multidões ao Arruda.

Os números:

Clube - %

Flamengo - 17
Corinthians - 12
São Paulo - 8
Palmeiras - 6
Vasco - 6
Grêmio - 4
Cruzeiro - 3
Internacional - 3
Santos - 2
Atlético - 2
Botafogo - 2
Fluminense - 1
Bahia - 1
Vitória - 1
Sport - 1
Santa Cruz - 0
Ceará - 0

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

O fim da novela Thiago Neves.

O Palmeiras acertou um acordo com o Fluminense e desistiu da briga judicial pelo meia Thiago Neves. Assim, toda aquela novela envolvendo o atleta e os dois clubes tem um fim, vantajoso para as duas partes.

Quanto à possível punição ao atleta, dentro do art. 218 - "Firmar o atleta profissional contratos de trabalho com duas ou mais entidades de prática desportiva, por tempo de vigência sobrepostos, levados a registro. PENA: suspensão de 120 (cento e vinte) a 360 (trezentos e sessenta) dias", a caracterização da infração ocorre quando o segundo contrato é registrado junto à CBF. Se o Palmeiras fez o registro então o acordo não livrará o atleta de uma punição. Mas, com o acordo feito entre as partes, acredito que o STJD não chegará a julgar o caso.

Relembrando todo o imbróglio:
http://extracampo.blogspot.com/2008/01/mais-um-captulo-do-caso-thiago-neves.html

http://extracampo.blogspot.com/2007/12/thiago-neves-derrotado-na-justia.html

http://extracampo.blogspot.com/2007/12/thiago-neves-nas-mos-da-justia.html

http://extracampo.blogspot.com/2007/11/fifa-quer-proibir-direitos-econmicos.html

http://extracampo.blogspot.com/2007/10/thiago-neves-vamos-encerrar-o-asunto.html

http://extracampo.blogspot.com/2007/10/thiago-neves-x-fluminense-x-palmeiras.html

http://extracampo.blogspot.com/2007/10/thiago-neves.html

Pernambucano: 1ª rodada.

Os leitores do Extracampo sabem que comentar as partidas não é função deste blogueiro, por isso, os comentários sobre a primeira rodada do Campeonato Pernambucano não entram em campo.

O que vimos neste sábado e domingo foram times ainda em formação, a maioria dos contratados ainda não pôde estrear, e a falta daquela pré-temporada também afastou alguns atletas da estréia do seu time na competição. O caso mais interessante foi o do Centro, que possuía apenas dois atletas no banco de reservas.

Entre os times da capital, sempre favoritos para a disputa do título, o Sport venceu com folga no placar, muito devido à base que foi mantida, mesmo assim, sofreu com uma má-forma e algum desentrosamento na defesa. O Santa Cruz teve que suar para virar o jogo contra o Ypiranga, pouco entrosamento e muita vontade, palmas para Zé do Carmo que já mostrou jogadas ensaiadas. O Náutico não teve a mesma sorte, no calor do sertão, foi derrotado com um time longe de ser o titular do treinador.

Bons públicos aumentam meu otimismo sobre o campeonato, mais de 18 mil na Ilha do Retiro e 15 mil no Arruda. Estes números ainda devem aumentar, principalmente após as estréias das novas contratações.

Minha maior crítica é quanto ao regulamento. Eu já havia criticado a nova fórmula, mas o que mais me chamou atenção neste início foi a dificuldade em comentar os resultados. Afinal, qual a importância de ser primeiro do grupo? Como analisar os pontos ganhos? Apesar de estarem divididos em 3 grupos, o que importa é a classificação geral, e isto é totalmente contraditório, já que os adversários são diferentes para cada um.

A média de gols foi baixa, não fosse a goleada do Sport seria menor que 2 gols por jogo. Mas, isso foi só o começo, quarta-feira tem mais, vamos ficar na torcida pela melhora de todos os times e, consequentemente, do campeonato.

Racismo em amistoso.

Apesar de ser um jogo preparatório, o Flamengo já sentiu o gostinho do que será a Copa Libertadores 2008. No amistoso contra o Huracán-URU, o meio-campo Toró sofreu agressões verbais com termos racistas. Infelizmente isso ainda existe no futebol.

A imprensa nacional já disse que isso foi apenas um aperitivo da competição internacional, mas alguns também afirmam que este tipo de atitude vem acabando e que a Libertadores já não é mais a mesma. Acedito que o racismo tenha diminuido, mas não acabado.

Joel Santana vai usar o incidente para orientar melhor seus atletas. "Vamos conversar, sim. Eles têm que manter a cabeça no lugar e não se irritar com essas provocações. Libertadores é isso o tempo inteiro", diz o técnico rubro-negro.

Até quando veremos estas cenas? Até quando o racismo permanecerá no futebol? Espero que a resposta a estas perguntas seja: por pouco tempo.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Cruzeiro inaugura um Sport Bar.

Da Roxos & Doentes. http://www.roxosedoentes.com.br/noticias_m.asp?id_noticia=5843

O empreendimento é pioneiro no Brasil, e tem tudo para ser o primeiro de muitos. O local é fruto de uma parceria entre o Clube e a Roxos e Doentes, rede de estabelecimentos especializados em artigos de futebol e gestora da loja oficial e virtual da Raposa. A loja/bar terá capacidade para 300 pessoas e pretende ser um espaço de encontro para torcedores e ídolos do clube.

O Bar é uma grande idéia do clube e da empresa gestora, afinal, este tipo de investimento tem tudo para dar certo no nosso país. O povo brasileiro adora um bar e muito mais quando transmite jogos do seu clube. Agora, um bar do clube, junto com loja e a transmissão das partidas parece ser uma receita de muito sucesso, tem tudo para ser copiada mesmo.

Marketing alvi-rubro.

Da Máquina do Esporte.

Em entrevista divulgada hoje, o vice-presidente de marketing do Nautico divulgou algumas ações que visam aumentar as receitas do clube. Entre elas estão: a TV Nautico e a Radio Nautico, que funcionarão no site do clube, exclusivamente para os sócios; um projeto voltado à ecologia, que não teve detalhes divulgados; e uma nova loja oficial que contará também com um bar.

Parabéns ao departamento de marketing do clube, afinal, este é o caminho certo para aumentar receitas.

http://maquinadoesporte.uol.com.br/new/noticias.asp?id=7895

Vai começar o Campeonato Pernambucano.

Sábado tem início o Campeonato Pernambucano de 2008. E as torcidas de Sport, Náutico e Santa Cruz parecem preocupadas com a formação dos seus times. E sem uma pré-temporada decente, parece que o campeonato começa cedo demais.

Os clubes vêm contratando o máximo possível, o Santa foi quem mais trabalhou, afinal, manteve poucos atletas do ano passado. Náutico e Sport mesclam uma base do Brasileirão com novas contratações e garotos promovidos dos juniores. Mas, claro que as torcidas não estão satisfeitas, todos gostariam de ver um time de série "A" já no estadual.

O torcedor precisa ter paciência, o mercado não está fácil, esta é a época em que todos os clubes se reforçam, assim, os pernambucanos têm que competir com os times do sul na contratação dos atletas. Por isso, a maioria dos especulados acaba não se transferindo para Pernambuco. Além disso, formar um time caro já em Janeiro não é boa ideia. As receitas do campeonato estadual não se comparam às do Brasileirão, assim, o time também deve ser proporcional.

Todos querem que o clube tenha planejamento e profissionalismo. Então, neste momento, não contratar pode ser o melhor dos planos. Claro, o clube precisa formar um grupo forte, afinal, querem conquistar o estadual, alimentado pela rivalidade local. Além disso, o grupo que disputará o campeonato nacional precisa se entrosar, e isso leva tempo.

Os estaduais são uma forma de pré-temporada, é tempo de formar um grupo, preparar os jovens e detectar as carências do elenco. Neste ponto, talvez só neste, o novo regulamento ajude os clubes. Sem clássicos no primeiro turno, os clubes poderão preparar-se melhor para o decorrer da competição. Mas, se enganam os que pensam que assim será mais fácil, os clubes do interior já treinam há muito mais tempo e causarão dificuldades aos grandes da capital.

O segundo turno do estadual promete ser emocionante, com muitos clássicos (assim espero) em poucos dias. Daqui pra lá os clubes já devem ter acertado a maioria das contratações para este ano, e assim, entrarão forte para a disputa do turno e do título estadual. Pelo visto, o estadual terá só um turno, o último, enquanto que as primeiras fases servirão mesmo como uma pré-temporada bem puxada.

Às torcidas eu peço calma e paciência, principalmente com os jovens da base que subiram ao grupo principal, estes precisam de mais apoio e menos cobrança. Não se preocupem, as contratações virão, no seu devido momento. E vencer o primeiro turno neste campeonato é lucro.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Mais um capítulo do caso Thiago Neves, Palmeiras, Fluminense.

O Palmeiras diz estar tranquilo sobre o pré-contrato que firmou com o atleta. Afirma que se não houver acordo entrará com uma representação na FIFA.

Vou dar minha opinião, não acredito que o Palmeiras tenha qualquer direito senão o ressarcimento dos R$400 mil que antecipou ao atleta. Explicação:

Thiago Neves tinha contrato com o Paraná até 2009, havia sido emprestado ao Fluminense durante a temporada 2007, e em julho firmou o tal acordo com o Palmeiras. Pois bem, os direitos federativos do atleta estavam presos ao Paraná, tanto que a a justiça decidiu pela manutenção do vínculo, até que o Fluminense pagou R$ 2,4 milhões pelo atleta, valor da multa.

Assim, se o contrato com o Paraná era até 2009, faltava mais de ano e meio para o fim deste quando foi abordado pelo Palmeiras. Desta forma, atendendo à determinação da FIFA, que proíbe assédio antes dos 6 meses finais do contrato, o acordo entre o atleta e o Palmeiras é ilegal. Penso que o pré-contrato é invalido. Assim, o Palmeiras não tem qualquer direito sobre a contratação do meia. O novo contrato com o Fluminense já foi firmado e registrado na CBF, e uma multa de € 30 milhões foi estipulada.

Se a justiça estipulou que o Fluminense deveria pagar a multa para ter o atleta, como efetivamente o fez, por que o Palmeiras contrataria o jogador sem ter a mesma obrigação perante o Paraná?

Cessão de direitos econômicos.

O jogador Renato Augusto, do Flamengo, teve parte de seus direitos econômicos cedido a empresários. O Flamengo abriu mão de 20% das verbas de uma futura transação para poder antecipar receitas.

Apesar do rubro-negro afirmar que só venderá o atleta pelo valor de € 30 milhões, a cessão de 20% dos direitos econômicos saiu por R$1,5 milhão. O clube ainda pretende negociar outros 20% com mais um investidor.

A cessão de direitos econômicos vem ganhando força entre os clubes brasileiros, um exemplo recente é o de Thiago Neves, do Fluminense. O ex-jogador do Paraná teve 100% dos direitos cedidos, o que causou grandes problemas jurídicos na hora da sua transferência.

Ressalte-se que direitos econômicos é diferente de direitos federativos. O clube que tem contrato com o atleta é sempre o detentor dos direitos federativos, só uma EPD (Entidade de Prática Desportiva) pode ter contrato de trabalho com atletas, e é deste contrato que derivam os direitos federativos.

Direitos econômicos são apenas uma cessão financeira, onde o investidor, ao comprar uma determinada parcela, sub-roga-se no direito de recebê-la em uma futura transferência. Teoricamente só o clube poderia decidir o futuro do atleta, mas os contratos entre clubes e investidores podem prever a concordância daqueles para concretizar uma venda, além de prever um valor mínimo para a negociação.

A cessão de direitos econômicos pode ser uma boa alternativa para antecipar receitas, mas os clubes devem se cuidar para não perder o atleta antes mesmo de vendê-lo, como aconteceu com o Paraná.

Marketing corinthiano.

A queda do Corinthians para a série B do Campeonato Brasileiro ao invés de prejudicar as receitas do clube incentivou um aumento significativo. Sabe aquela estória do símbolo chinês onde crise é igual a oportunidade, pois o Cortinthians é a prova.

O kit torcedor, com a camisa que diz "nunca vou te abandonar", rendeu R$ 1 milhão aos cofres do Timão. O kit contem camisa, adesivo e pulseira com os mesmos dizeres de incentivo. Agora o clube segue os passos do Flamengo para aumentar as receitas com novas ações.

A primeira dessas é o projeto de TV online criado pelo ex-diretor da Globo, José Bonifácio Sobrinho, o Boni, para a dupla. A FlaTV, por exemplo, já iniciou suas operações na última semana e a TV Timão está na reta final para também ser lançada. No início o acesso será gratuito, mas no futuro a mensalidade será de R$ 10 para ter acesso aos conteúdos exclusivos.

O marketing do Corinthians vem dando show nestes últimos meses. Que sirva de exemplo para os outros clubes brasileiros. Afinal, torcedor é consumidor, chega de passar o pires, está na hora de lucrar de verdade.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Flamengo: Depois da Petrobrás, a ameaçada é a Nike.

O Flamengo anunciou que pode romper com a Petrobrás para buscar novos patrocinadores (ver post anterior). Agora ameaça romper também com a fornecedora de materiais esportivos, a poderosa Nike. Segundo informações da Máquina do Esporte, o clube recebeu uma proposta significativamente maior que o atual contrato de R$7,5 milhões.

O vice-presidente de marketing do clube carioca confirmou a notícia e disse que a Nike solicitou o envio de uma nova proposta para renovar com o clube. Ao que parece, a atual patrocinadora deve cobrir a proposta, afinal, perder o Flamengo é um passo atrás para uma empresa que só pensa em crescer (comprou a Umbro recentemente).

A Nike é patrocinadora dos dois clubes de maior torcida no Brasil, Flamengo e Corinthians.

Flamengo quer rever patrocínio.

Depois de ver o Corinthians anunciar um patrocínio de quase R$20 milhões, o Flamengo resolveu ir ao mercado para ouvir propostas melhores que a da Petrobrás, atual patrocinadora, que investiria R$15,7 milhões. Detalhe, o Corinthians foi rebaixado à série B do Campeonato Brasileiro.

O Flamengo é o clube de maior torcida do Brasil, o que lhe dá condições de exigir o maior patrocínio do futebol brasileiro. Além do mais, o patrocínio da Petrobrás, empresa estatal, está vinculado à comprovação de quitação dos débitos fiscais, o que fez com que a verba de 2007 só fosse paga no fim do ano.

Os patrocínios a clubes vêm aumentando a cada dia, por isso, nada mais lógico que os clubes procurem patrocinadores mais rentáveis a cada ano. O Flamengo pode, e deve, lucrar o máximo possível com a força da sua torcida.

Escrevi sobre os patrocinadores recentemente, leia:
http://extracampo.blogspot.com/2007/12/os-patrocinadores.html

Técnicos X CREF

O Conselho Regional de Educação Física pediu ao treinador Zé do Carmo, do Santa Cruz, ex jogador, que se inscreva no CREF para garantir sua atuação no Campeonato Pernambucano. A exigência do conselho é baseada na Lei 8650/93, que regulamenta a atuação dos Treinadores/Tecnicos de Futebol.

O artigo 3º assim determina:
"Art. 3º O exercício da profissão de Treinador Profissional de Futebol ficará assegurado, preferencialmente:
I - aos portadores de diploma expedido por Escolas de Educação Física ou entidades análogas, reconhecidas na forma da Lei;
II - aos profissionais que, até a data do início da vigência desta Lei, hajam, comprovadamente, exercido cargos ou funções de treinador de futebol por prazo não inferior a seis meses, como empregado ou autônomo, em clubes ou associações filiadas às Ligas ou Federações, em todo o território nacional."

Zé do Carmo não terá grandes problemas, já que se enquadra no inciso II do artigo supra. Mas, vejam que a lei usa o termo "preferencialmente", de onde se entende que a profissão não é exclusiva dos inscritos no tal conselho.

A atuação de fiscais do CREF já foi considerada ilegal e arbitrária por diversos juristas desportivos. Recentemente foi concedida uma liminar assegurando a atuação dos profissionais na Copa São Paulo de júniors. Assim, o Juiz Federal impossibilitou a ação arbitrária do CREF, assegurando a liberdade de exercício da profissão a treinadores não inscritos no conselho.

Não recomendo a Zé do Carmo que deixe de fazer a inscrição, o melhor é sempre evitar os problemas. Mas, que fique claro o direito e a liberdade profissional deste trabalhador, independente das exigências do CREF.

Estádios.

Depois da tragédia na Fonte Nova em Salvador, o Ministério público e outras organizações abriram os olhos para o problema. Agora, vistorias vêm sendo realizadas em quase todos os estádios antes do início dos campeonatos estaduais.

Em Alagoas, o estádio Rei Pelé, em Maceió, foi interditado junto com outros dois. Em Pernambuco o MP solicitou obras nas três grandes praças esportivas da capital, e promete interdições caso as exigências não sejam atendidas.

Melhor seria que a tragédia na Bahia não tivesse acontecido, mas, antes tarde do que nunca, com as medidas tomadas novas tragédias serão evitadas. E não adianta reclamar, é melhor que se interdite logo, para o bem das torcidas.

O Brasil parou no tempo. Depois da construção dos estádios pouco foi feito, apenas ampliações, nada de modernizações. Enquanto no resto do mundo os estádios vêm melhorando para acrescentar conforto e segurança, no Brasil, só agora o despertador tocou.

Independente da Copa do Mundo, investir nos nossos estádios deve ser prioridade. Segurança e conforto não são luxos, são necessidades do torcedor.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

De novo as Cláusulas de Rescisão (ou cláusula penal).

Uma decisão do TRT de São Pãulo vai de encontro ao entendimento do STJ e mostra que a discussão sobre a Cláusula Penal ainda está aberta. O acórdão nega a bilateralidade da cláusula e a atribui apenas em favor do clube.

Um atleta, que atuou pelo Palmeiras entre 2000 e 2004 e foi dispensado pelo clube, entrou com ação contra o antigo empregador pedindo salários e outras verbas atrasadas, além do pagamento de R$ 1,3 milhão correspondente à cláusula penal prevista no contrato.

O tribunal decidiu pelo improvimento do último pedido, condenou o clube apenas ao pagamento das verbas atrasadas. O tribunal entendeu a referida cláusula como unilateral, devida pelo atleta ao clube quando rescindido o contrato. A alegação é de que tal verba diz respeito a uma compensação pelos investimentos do clube.

O STJ entende que a cláusula é bilateral, sendo devida por quem quer que dê fim ao contrato. Esta é a maior polémica atualmente entre os juristas desportivos. Sem me aprofundar demasiadamente, discordo da bilateralidade da multa, não acredito que esta fosse a intenção do legislador. Mas, a falha na redação do art. 28 da Lei Pelé (9615/98) favorece o entendimento do STJ.

Já havia tratado o assunto anteriormente, leia:

Projeto Pão de Açúcar.

O atacante Rafael Martins, que marcou 7 gols na goleada do Grêmio sobre o Ypiranga, é fruto de um clube paulistano que investe em formação de atletas desde 2003. O atleta foi emprestado ao Grêmio para disputar a Copa São Paulo de futebol júnior.

O clube, que pretende ser referência na formação de atletas, é um investimento do empresário Abílio Diniz. Só esta informação já é o suficiente para entender a seriedade do projeto. O clube se concentra apenas em formar jovens atletas. Rafael é o primeiro fruto do projeto, ele passou por uma peneira de 64 mil crianças, onde 120 foram selecionadas.

Este projeto mostra que investir nos jovens atletas pode mesmo ser um grande negócio. Vários empresários já estão interessados no jovem atacante. A copinha mostra uma mudança no mercado futebolístico, além dos clubes, vários empresários aparecem querendo comprar, vender, emprestar e, claro, lucrar com as futuras estrelas.

A atuação de empresários aumenta o mercado de compradores, mas traz um risco ao esporte, tornar-se um campo aberto a mercenários. Para os clubes formadores o investimento de empresários é lucrativo e deve ser explorado. Investir nos jovens vale à pena e deve ser uma aventura bastante lucrativa, quem prova é o Pão de Açúcar.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Contrato por prazo indeterminado?

Na entrevista concedida pelo atacante Kuki ao Jornal do Commercio (6 de janeiro) uma pergunta gerou dúvidas:

JC – O seu contrato com o Náutico é de tempo indeterminado. Isso significa que você encerrará a carreira no clube?
KUKI – Enquanto Deus me der forças, vou continuar trabalhando, sendo o mesmo atleta, procurando dar o meu melhor para ajudar meus companheiros. Por enquanto, vou jogando. Não penso na idade para encerrar a carreira. Claro que vai chegar a hora de parar. Mas procuro trabalhar só pensando no dia seguinte, não pensando em parar.

Ora, não há contrato de trabalho desportivo por tempo indeterminado. Assim dispõe a Lei Pelé (9.615/98): Art. 30. O contrato de trabalho do atleta profissional terá prazo determinado, com vigência nunca inferior a três meses nem superior a cinco anos.

Sendo assim, alguém errou, o repórter, o atleta ou o clube. É impossível que o contrato seja por tempo indeterminado, seria contra a lei. Se o contrato for de longo prazo e, por isso, disseram ser por tempo indeterminado, mesmo assim, houve um erro na terminologia. Jamais poderia se falar em contrato por tempo indeterminado entre atleta e clube.

Quem souber o motivo deste erro favor informar.

Pré-temporada / Risco de lesões.

O calendário do futebol brasileiro sofre de um problema sério, a falta de uma pré-temporada. Para a maioria dos clubes o tempo de preparação é muito curto, uma vez que os campeonatos estaduais começam já no mês de janeiro.

O ideal seria ter 30 dias de pré-temporada efetivamente, tempo necessário para uma melhor preparação física dos atletas. A crítica sobre o calendário ganha força na voz dos médicos, fisiologistas e preparadores físicos. A falta de tempo para uma preparação física adequada gera um alto risco de lesões aos atletas.

O médico do Sport, Stemberg Vasconcelos, em entrevista ao JC (6 de janeiro), concorda que os riscos aumentam com tão pouco tempo de preparação. "O espaço de dez dias seria apenas para uma adaptação ao trabalho, para os testes. Os riscos de lesões é certo com o esforço físico. Afinal, o time vai estrear em uma competição oficial com a obrigação de vencer". O médico ainda completa: "Uma pré-temporada é uma preparação para todo o ano. Dez dias não é uma pré-temporada".

Além de aumentar os riscos de lesões, a falta de tempo para preparação prejudica os clubes de diversas formas, desde a contratação de atletas para disputar os estaduais até o entrosamneto necessário para integrar as novas peças no grupo. Cabe às federações e aos clubes procurarem novas idéias para mudar este cenário.

Eu já havia comentado a falta de pré-temporada no Brasil, leia:
http://extracampo.blogspot.com/2007/08/pr-temporada.html

Pesquisa de fim-de-ano (encerrada).

As enquetes de fim-de-ano se encerraram, obrigado a todos que votaram.

1. Como foi o desempenho do seu time em 2007?
O torcedor é exigente, a maioria definiu o desempenho como "regular" (19), em segundo vem o conceito "bom" (12), em terceiro "péssimo" (8). Apenas 2 pessoas votaram na opção "sou São Paulo", compreensível, uma vez que a maioria dos leitores do Extracampo é de Pernambuco.

2. O que você espera de 2008?
Claro, a maioria quer mesmo é "ser campeão de tudo" (20), depois a preferência é "classificar para alguma competição internacional" (13), logo depois o desejo é "vencer o estadual" (12) e em último "permanecer ou voltar à série A" (4). Parece que as competições internacionais ganham mais prestígio, mas os estaduais não perdem importância, muito devido às rivalidades locais.

3.O Brasileirão.
A maioria achou "justo" (12), seguido de perto pela opção "emocionante" (11), alguns acham que "faltou qualidade" (8), poucos ainda "querem uma final" (2). Pelo visto, os pontos corridos vêm se consolidando, a enquete reflete bem a realidade do campeonato, foi muito justo e muito emocionante.

4. Você foi ao estádio?
A grande maioria diz que foi "19 ou mais vezes" (21), alguns foram apenas "uma ou duas vezes" (6), outros admitem que "não foram" (5), poucos foram "apenas a grandes jogos" (2). Pelo visto, o aumento na média de público está corroborado pela pesquisa. Espero que em 2008 seja ainda melhor.

5. Como foi a sua torcida?
"Uma grande massa" (13), "fiéis torcedores" (12), "que torcida?" (2), "Mengo" (1). Esta enquete completa a anterior, e a falta de torcedores do Flamengo é pelo mesmo motivo que mencionei na 1ª enquete. Podemos dizer que as torcidas são mesmo uma grande massa de fiéis torcedores.

6. Qualifique seu dirigente.
"Competente" (13), "um bando de ladrões" (6), "razoável" (5), "super profissional" (5). A maioria parece satisfeita com seus dirigentes, mas muitos ainda pensam que o clube é gerido por desonestos. Infelizmente a opção "super profissional" ficou em último, quem sabe um dia será a primeira.

7. Copa do Mundo 2014.
"Vamos dar show" (11), "estou preocupado com o custo" (8), "Vai ser uma vergonha" (5), "Se o Brasil vencer, tudo bem" (3). A maioria parece otimista quanto à Copa, mas o custo também preocupa bastante. Claro, todos querem ver o Brasil campeão, mas a organização da Copa parece ser a maior preocupação dos brasileiros.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Ações na justiça contra o Nautico.

Dois jogadores acionaram a justiça contra o Clube Nautico Capibaribe, Everaldo e Elicarlos. O primeiro tem contrato com o clube até Junho, mas alega haver uma dívida de 4 meses de salários e outros tantos de FGTS, pede, então, a liberação para assinar com o Marília.

Já o segundo foi vendido em 2007 para o Cruzeiro, o jogador já assinou com o clube mineiro, assim, a ação que move na justiça não requer uma liberação, tenta apenas inviabilizar a indenização a que o Nautico teria direito na venda.

O clube nega haver qualquer dívida considerável com os atletas. As dúvidas só serão sanadas quando a sentença for prolatada. Mas, à primeira vista, as ações parecem oportunistas. Virou moda, qualquer atraso de salários está virando motivo para que atletas acionem os clubes. O direito dos atletas é inegável, mas deve ser exercido com mais cautela.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

O Nautico aumentou o valor da mensalidade dos sócios.

Agora o sócio do Nautico pagará R$ 60 por mês, um aumento de R$ 10 na mensalidade. Alguns podem achar o valor salgado demais, como o jornalista Marcelo Cavalcante, que aconselha a criação de outra categoria de sócio, com preços mais acessíveis.

Mas, antes de discutir o preço da mensalidade, devemos analisar os benefícios e comparar os três clubes rivais da cidade. No Nautico, o maior beneficio é a entrada gratuita nos jogos do time, além da utilização da sede social do clube.

No Santa Cruz há diversos tipos de sócio, o mais baixo tem desconto nos ingressos, a categoria intermediária tem direito a voto, a mais alta, que paga cerca de R$ 50, mesmo valor do Nautico antes do aumento, tem acesso livre aos jogos.

No Sport, o valor da mensalidade é R$ 35, mas os direitos do sócio se restringem à utilização da sede e desconto de 50% nos ingressos. Diferente dos outros dois clubes, na Ilha do Retiro o sócio não entra de graça.

Concluindo, vemos que o custo benefício varia, apenas no Santa há diversas classes de sócios. Apenas o Sport não possui a entrada gratuita aos sócios. E o Nautico oferece beneficios, mas não há opções mais baratas. A forma do Santa Cruz parece ser a mais bem feita, e o conselho que dou aos clubes é o mesmo, criar diversas categorias de sócios, mais baratos no Nautico, sem direito à entrada gratuita, e no Sport, a criação de uma classe, mais cara, com o benefício da entrada livre nos jogos.
O poder aquisitivo dos torcedores varia muito, na proporção da desigualdade social brasileira. A criação de diversos tipos de sócios é o reconhecimento da diversidade. Este é o primeiro passo para melhorar a exploração comercial dos torcedores.

Incentivo ao esporte com isenção no IPTU.

O prefeito do Recife sancionou duas leis que criam incentivos ao esporte através de isenção no IPTU. A primeira diz respeito aos clubes sociais que atuem junto a comunidades carentes, estes terão isenção no Imposto Predial e na taxa de limpeza urbana.

A segunda lei tem por finalidade fomentar o esporte amador, paraolímpico e a inclusão social. As empresas que comprovadamente investirem em esportes amadores e em programas sociais terão abatimento no valor do IPTU e na Taxa de Limpeza Urbana.

Esta atitude foi um grande passo rumo à evolução sustentável do esporte. Agora, além da ajuda significativa aos clubes de prática desportiva, há um bom incentivo para que empresas do Recife também invistam no esporte amador. Vale salientar que apenas o futebol de campo masculino é considerado profissional.

Depois desse incentivo da prefeitura cabe às federações organizarem melhor seus campeonatos para que tenham uma visibilidade interessante aos patrocinadores.

A Europa sul-americana.

Especial para o Blog do Torcedor.

Os clubes brasileiros vêm contratando, cada vez mais, atletas de outros países sul-americanos. E isso tem uma explicação simples e lógica. Dois são os fatores que vêm contribuindo para esse fenômeno: o crescimento economico do nosso país e o crescimento profissional do futebol nacional. Estes se confundem e se completam.

O primeiro fator diz respeito à valorização do Real, o que nos deixa em situação bem mais favorável frente aos outros sul-americanos. Os que acabam por vir jogar no Brasil recebem bem mais do que ganhavam em seu país. Este poder financeiro nos põe à frente dos demais.

O segundo motivo está relacionado com o crescimento das competições, da visibilidade e da qualidade dos nossos clubes de futebol. O Campeonato Brasileiro é a maior vitrine para os produtos futebolísticos, é um mostruário à disposição dos europeus, árabes e japoneses. É daqui que saem os craques, seja brasileiro ou não.

Será que poderíamos comparar Brasil e Europa? Talvez sim, na devida proporção. Assim, o Brasil estaria para a Europa como os sul-americanos para o Brasil, o Real para o Euro como as diversas moedas vizinhas estaria para o Real. Nessa linha, incluem-se nossos clubes, piores que os europeus, melhores que a maioria do nosso continente.

Um elemento pode corroborar esta teoria sobre o Campeonato Brasileiro como vitrine. É o fato de clubes sul-americanos emprestarem atletas para disputar o Brasileirão. Eles sabem que assim será mais fácil para vendê-los aos grandes centros. Um atleta que se destaca em um campeonato tão competitivo é mercadoria cara e uma venda certa.

Se este raciocínio for correto, estamos apenas no início da revolução. Assim como os clubes europeus compram nossos atletas, vamos comprar mais sul-americanos, e vendê-los para os europeus também. A invasão de estrangeiros pode se tornar um problema no futuro, o que nos forçará a adotar cláusulas de restrição. Mas, por enquanto, a melhor idéia é incentivar o intercâmbio de atletas e não proibir.

A presença desses "alienígenas" enriquece nosso campeonato. Afinal, só os melhores vêm jogar aqui. Vejam o exemplo dois últimos anos: Lugano, Tevez, Acosta e Valdívia. O mais incrível é que os estrangeiros têm se destacado mais que os brasileiros, parecem ser mesmo um ótimo investimento.