quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Divulgação do Futebol Feminino.

Os telejornais especializados deram uma fraca cobertura à Copa do Brasil, apenas alguns gols do Sport foram veiculados, mais nenhum. Se queremos que o Fut. Fem. seja um desporto bem sucedido, precisamos valorizar esta competição e dar mais publicidade.

Minha esperança é de que a final da copa seja transmitida pela TV. Não sei qual emissora adquiriu os direitos da competição, só gostaria que a empresa valorisasse a competição. No futuro vejo o Campeonato Brasileiro de Fut. Fem. como uma competição de alto rendimento, e rentável a atletas, clubes e patrocinadores.

Copa do Mundo de 2014

Especial para o Blog do Torcedor

A Copa do Mundo não será aquele "milagre" que transformará o Brasil, em apenas sete anos, em um país de primeiro mundo. Mas, nesses anos que antecedem a copa, e depois dela, o crescimento brasileiro será muito acima da média. Tanto nos estádios, transportes e infra-estrutura quanto no incentivo ao turismo.

O mais importante é que os investimentos prometem ser mais privados do que públicos. As empresas vão começar a surgir para patrocinar nossa copa. Mas o interesse de investidores não atinge todas as cidades, eles se concentram nas que serão mais rentáveis como Rio, São Paulo e Belo Horizonte. Pode vir a acontecer o mesmo que ocorreu no Pan do Rio, muito dinheiro público gasto.

Para ter estádios capazes de receber a competição os organizadores prometem utilizar apenas recursos privados. Mas, já vemos que alguns estados não possuem essa capacidade, as novas arenas correm um grande risco de se tornarem "elefantes brancos", estádios sem clube, sem competição, sem utilidade e pertencendo ao Estado. Talvez o melhor seja mesmo um número menor de sedes, 8 ou 10 como quer a FIFA. Não vale a pena investir na construção de novos estádios que não tenham clubes na série A ou B.

O melhor para o país será mesmo o investimento do governo em infra-estrutura das cidades. Aeroportos, metrô, atrações turísticas, segurança. Seria bom se a cada 12 anos a Copa do Mundo voltasse para o Brasil, só assim para fazer nossos governantes trabalharem. Todos esses investimentos e reformas nos próximos sete anos não passam de obrigação do Estado, coisas que já deveriam ter sido feitas ou que merecem cuidados periódicos. Infelizmente é preciso um evento internacional para mudar nosso país.

No fim, o melhor será o legado deixado pela copa. As obras não serão destruídas, as novas linhas de metrô, a revitalização das atrações turísticas e os novos estádios ficarão para o povo das cidades. Para Pernambuco, a criação de novos empregos e o aumento do turismo é o melhor que podemos esperar.

A copa passa, mas os investimentos ficam. Foi assim em Portugal com a Euro 2004, em Barcelona para receber as Olimpíadas de 92, Pequim, Alemanha. Mesmo as grandes cidades agradecem até hoje a passagem da Copa ou das Olimpíadas.

O melhor de tudo é saber que, finalmente, a Copa do Mundo será realizada em casa. Somos o país do futebol, apaixonados e fanáticos, temos um grande público e teremos grandes estádios. A FIFA declarou que tanto na Africa em 2010 quanto no Brasil em 2014 haverá ingressos a preço popular, claro que não serão muitos, nem todos os jogos, mas já é alguma coisa. Assim que começarem a vender eu corro para garantir o meu ingresso, qualquer que seja o jogo. Depois da copa espero que nossos clubes e federações aprendam como organizar competições e valorizar o principal produto desse futebol, o grande astro, o excelentíssimo senhor torcedor.

Suspensão preventiva.

O Procurador-geral do STJD, Paulo Marcos Schmitt, vai pedir a suspensão preventiva do jogador Valdívia. Será o primeiro caso no campeonato. Mesmo já havendo outras agressões até mais graves por parte dos outros jogadores, só agora esta figura jurídica foi sugerida.

O Procurador-geral argumenta que o fato do jogador ter praticado 2 agressões na mesma partida justifica a medida. segundo o Art. 35 do CBJD, a suspensão preventiva se justifica pela gravidade do ato infracional. Neste caso a gravidade é devido à dupla agressão do atleta.

Art. 35. Cabe suspensão preventiva quando a gravidade do ato ou fato infracional a justifique e desde que requerido pela procuradoria.

Medo da corrupção.

O comitê de organização da Copa 2014 "veta" o governo e dá plenos poderes ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira. É bom, pelo menos exclui uma penca de corruptos. Não que eu confie mais na CBF, mas, tem menos funcionários, isso já é um alento.

Agora peço aos nossos governantes que não super-faturem demais as obras públicas. Afinal, além dos estádios, há as obras estruturais nas cidades. Muito dinheiro será gasto pelo Estado e por investidores privados. Realmente, só se a FIFA mantiver o olho em cima das contas da copa é que poderemos ter um mundial bem-sucedido.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Thiago Neves - vamos encerrar o asunto?

O Fluminense ofereceu R$ 800.000 ao Palmeiras para rasgar o contrato que havia firmado com o atleta. O Fluminense quer que o Palmeiras desista de brigar na justiça. Mas os alvi-verdes rejeitaram a proposta.

O presidente rejeitou a oferta (dobro do que havia pago ao atleta) e disse que, caso não consiga contar com o jogador em 2008, quer receber a multa estipulada no contrato, R$ 2,4 milhões. Pelo visto, o assunto não se encerrará tão facilmente.
O caso vai mesmo à justiça e isso é bom, pelo menos vamos ter a oportunidade de ver o Estado se pronunciar sobre esta confusão contratual que se formou. Talvez, depois desse caso, possamos começar a entender melhor as regras sobre o contrato de trabalho desportivo e, principalmente, sobre a ação dos empresários/investidores.

STJD pode punir Dunga e Elano.

O técnico e o atleta brasileiros foram expulsos no amistoso do Brasil contra o México nos Estados Unidos. O procurador Paulo Marcos Schmitt afirmou que analisará o caso e havendo motivos encaminhará o processo ao presidente do STJD Rubens Aprobato Machado.

Para quem acha que os dois já estão punidos, deixe-me esclarecer o processo. Por ser um amistoso, a FIFA enviou a súmula do jogo para a CBF. Com a súmula na mão e as imagens da TV, o procurador deverá analisar se há motivos para uma punição, se houver, encaminhará a denúncia ao STJD.

Há chances de ocorrer uma punição, mas são remotas. Alguém acha que o STJD irá punir o técnico da seleção e um jogador que nem no Brasil atua? Sinceramente, se isso acontecer eu como meu chapéu.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Má notícia para o Fut. Fem.

Uma péssima notícia para o futebol feminino de Pernambuco. Apesar de terem prometido reforçar a equipe campeã estadual o acordo foi desfeito. Muito ruin para o nosso futebol, pelo visto nem as mulheres têm a frieza de raciocínio para esquecer a rivalidade e pensar no bem do nosso futebol.

O Náutico negou ter prometido algo ao técnico do Sport, enquanto que a Maurício de Nassau, 3ª colocada, ainda ameaçou tirar a bolsa de estudo de suas atletas. O Sport vai buscar reforços nos outros clubes que disputaram o campeonato.

Já que eu havia elogiado a iniciativa de reforçar a equipe que disputará a Copa do Brasil, agora tenho que criticar a retirada do apoio. Sei que existe muita rivalidade no nosso estado, mas o futebol feminino precisava de mais inteligência e menos mesquinharia.

Thiago Neves X Fluminense X Palmeiras.

Segundo notícias, o atleta teria firmado um contrato com o Palmeiras há dois meses, antes mesmo de renovar com o fluminense. O atleta diz que foi mau orientado e que foi passado a ele um desinteresse do Fluminense.

A LA Sports, empresa que possui 32% dos direitos econômicos do atleta foi a intermediária da negociação. A empresa afirma que o contrato firmado entre o jogador e o fluminense é temerário, e que o Palmeiras teria antecipado 400 mil reais para o atleta.

Só para esclarecer, "direitos econômicos" não se confundem com "direitos federativos", esse último é o vínculo entre o clube e o atleta através de um contrato de trabalho. "Direitos econômicos" derivam de um acordo entre um investidor e o clube ou o atleta. A LA Sports adquiriu seus 32% que serão devidos na verba paga pelo clube contratante. Ou seja, se o Palmeiras pagar 1 milhão para ter Thiago Neves, a empresa terá direito a 320 mil reais.

Não quero ser injusto, nem quero acusar ninguém de ser desonesto, mas o que acontece é que os empresários e investidores só recebem algo quando há transferência, a renovação com o Fluminense não gera nenhum ganho para a empresa que possui "direitos econômicos" do atleta.

Além do caso de Thiago Neves, existem muitos outros espalhados por aí. Algo que vêm se tornando comum no Brasil é a assinatura de contratos curtos, de apenas 1 ano, e isso faz com que o atleta se transfira constantemente, e o empresário recebe aí, na assinatura de um novo contrato. Então, quem impulsiona a roda comercial do futebol brasileiro?

Esse tipo de prática está se popularizando no Brasil e precisa ser regulada, ou proibida ou simplesmente controlada.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Sport, campeão pernambucano de futebol feminino.

O Sport vai ser o representante do estado na Copa Brasil. O rubro-negro venceu o Nautico na disputa por penaltis. Mas, a boa notícia é que o Sport será reforçado por meninas de outros clubes para fazer bonito no campeonato nacional.

A atitude é louvável, afinal, precisamos de força máxima, para que no próximo ano possamos ter mais de um clube na competição. Vamos torcer por Pernambuco, que vestirá as cores rubro-negras, mas representará todo o estado.

Fiquei feliz por ver um "bom" público no estádio hoje. Uma decisão, Sport X Nautico, e entrada grátis, só podia dar em festa. E as torcidas fizeram sua parte para mostrar a força do nosso futebol, e mostrar que o futebol feminino tem espaço sim na nossa vida, e tem plenas condições de ser bem-sucedido.

Copa Brasil de Futebol feminino

especial para o Blog do Torcedor
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A Copa do Brasil de Futebol Feminino deve mesmo sair do papel, a CBF até já divulgou a lista dos clubes que participarão da competição, e entre eles estará um pernambucano. A CBF prometeu e está cumprindo, já estava na hora disso acontecer.

No Recife, Náutico e Sport fazem a final do estadual, e o campeão será o representante de Pernambuco na Copa do Brasil. Acho até que a CBF deveria ter conferido duas vagas para o nosso estado e não só uma. Agora só falta dar certo, esse foi só o primeiro passo.

Mas, o que precisa para dar certo? O mesmo que todos os esportes: público, patrocínio e televisão. É uma reação em cadeia, um ciclo que deve ser cumprido. Primeiro temos que cativar o público, o que já vem acontecendo devagar com o futebol feminino, mas apenas com a seleção brasileira.

Alguém acredita, que logo mais, havera um bom público nos Aflitos para assistir à decisão do Estadual? Não, isso ainda não vai acontecer, talvez depois da Copa do Brasil, talvez daqui há alguns anos. Falta iniciativa dos clubes, da Federação, dos patrocinadores e da imprensa. Por falar em imprensa, parabéns às emissoras de rádio que sempre apoíam o futebol, e hoje transmitirá o futebol feminino.

Depois de cativado o público poderemos conseguir que os jogos sejam transmitidos pela TV, afinal, primeiro precisa-se de telespectadores, ou não seria viável às emissoras. Depois de consolidado o público e a TV, virão os patrocinadores, e esses vêm pelo simples fato de saberem que aquele mercado é rentável, que há um público consumidor.

Isto se aplica a todos os esportes, do atletismo ao futsal. Tendo bons campeonatos podemos conquistar o publico, depois de ter um publico conquistaremos as emissoras de TV, depois disso os patrocinadores seguirão, e estará formado um esporte com rentabilidade.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Romário, o técnico.

Foi com alguma surpresa que recebi a notícia de Romário como treinador. Ele mesmo já declarou que não quer seguir a nova carreira. Romário não é o primeiro, muitos jogadores já se tornaram técnicos enquanto ainda jogavam. Mas, imaginem se o jogador ou o técnico é expulso, isso proibiria o outro de atuar? Quer saber?

Art. 172 A suspensão por prazo priva o punido de participar de quaisquer competições na respectiva modalidade desportiva, de ter acesso a recintos reservados de praças de desportos, excluída a entidade de prática a que pertencer, de praticar atos oficiais referentes à respectiva modalidade desportiva e exercer qualquer cargo ou função em poderes de entidades de administração do desporto da modalidade e na Justiça Desportiva.

Explicando. Apenas quando o jogador, ou técnico, for punido por prazo, exemplo: 120 dias no caso de agressão. Mas, se for epulso em uma partida a sua suspensão é em jogos, exemplo: 2 partidas por praticar jogada violenta, ou simplesmente a automática do cartão vermelho ou do 3º amarelo.

Então, se Romário for expulso no jogo de hoje, ainda poderá acompanhar o jogo no Banco, como técnico? O jogador, quando expulso, não pode permanecer em campo. Será que pode como técnico? Respondi que sim no início, mas aprendi que não.

Nas palavras do mestre Puga, coordenador do cevleis:
A REGRA 12- FALTAS E CONDUTA ANTIDESPORTIVA ..."O jogador expulso deverá abandonar os arredores do campo de jogo e a área tecnica." ... In COELHO, Arnaldo Cesar Coelho A Regra ee Clara. Sao Paulo: Globo, 2002.p.211. O principio ee disciplinar. Nao ha como 'escusar-se' pela 'nova' 'funcao/condicao de tecnico' ...e se cometer CONDUTA ANTIDESPORTIVA, na condicao de tecnico, " deverá abandonar os arredores do campo de jogo e a área tecnica." (id.ibid.), portanto, nao se escusando da condicao de jogador...Afinal, bis in idem: o principio ee disciplinar de autor-regulamentacao do (d)esporto(e) ...em que nao cabe [ e nem pode] a forma 'lacunar' do Direito.

sábado, 20 de outubro de 2007

The Old Firm.

O clássico mais antigo do mundo, Celtic e Rangers da Escócia é um exemplo de rivalidade. Mas, lá a rivalidade beira à violência, muito devido ao teor religioso da disputa, O Celtic (católico) contra o Rangers (protestante). Os dias de clássico são os dias em que o índice de homicídio é mais alto em Glasgow.

A velha firma (The Old Firm) é assim chamada devido à cumplicidade e parceria entre os dois clubes no âmbito econômico. Os dirigentes aproveitam a rivalidade para lucrar em cima dela. É assim desde 1909 quando os dois decidiram a Copa da Escócia, não havia prorrogação nem penalties, se acontecesse um empate seria marcada uma nova partida. O primeiro jogo da decisão foi empate sem gols. No segundo jogo tudo se encaminhava para o mesmo resultado quando um rumor nas arquibancadas de que era tudo combinado levou as torcidas a invadirem o campo. Naquele ano a Copa ficou sem campeão.

Aproveitar a rivalidade para lucrar é uma excelente idéia, mas combinar resultados não. Que isso sirva de exemplo.

Remeto o leitor para o texto que escrevi em 19 de setembro: http://extracampo.blogspot.com/2007/09/clssico-uma-lgica-empresarial-peculiar.html

com informações do JC de 20 de outubro.

A revolução continua.

A guerra contra o Clube dos 13 e a divisão das receitas d transmissão dos jogos continua em mais um capitulo. Cinco clubes deixaram o C13 para formar o G-5, os rebeldes são o São Paulo, Flamengo, Botafogo, Atlético MG e Cruzeiro.

Esta quebra na hegemonia do C13 é muito importante para o futuro do nosso futebol. Agora as negociações com as TVs vão ser diferentes, acabou a legitimidade absoluta do Clube dos 13. Quem sabe haverá mais justiça na divisão das verbas de transmissão do Brasileirão 2008.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Vasco X Flamengo, agora na justiça.

Depois de perder o clássico o Vasco decidiu recorrer ao STJD para ter os pontos por irregularidade na escalação do Obina. O jogador do Flamengo teve a pena reduzida para 3 meses, que já teria cumprido.

Inicialmente, o atacante só teria condições de jogo no próximo domingo, contra o Grêmio, no Maracanã, por não haver tempo hábil para o tribunal dar condições para Obina participar do clássico o Vasco. Porém, o departamento jurídico do Flamengo conseguiu uma liminar do presidente do STJD, Rubens Aprobatto Machado, liberando o jogador.

Acho que o Flamengo não cometeria um erro tão grande para colocar um jogador no 2º tempo. Se a pena já foi cumprida, e o que faltava era burocracia procedimental, se o próprio presidente concedeu a liminar, alguém acha que o Flamengo deve ser punido? Se assim for, será por erro da justiça, e não do clube. Não há dolo nem culpa.

A revolução falhou.

O grupo que pretendia desarticular o poder do Clube dos 13 e criar uma comissão para negociar a venda dos direitos de transmissão acabou vencido. A maioria dos clubes votou pela manutenção do Clube dos 13 como existe hoje.

Independente de quem negoie os direitos televisivos, a minha maior crítica é quanto à distribuição das verbas. A atual percentagem é injusta e só prejudica nosso campeonato. Concentrar a renda na mão dos maiores clubes do país só aumenta uma desigualdade já existente e prejudica a competitividade.

Gostaria que as verbas fossem distribuídas igualmente, assim os clubes teriam que brigar dentro do campo pelo título, e não começariam o campeonato com uma vantagem conseguida fora dele. Os clubes que de mais torcida ganhariam mais nas propagandas e patrocínios, bem como nas placas colocadas na lateral do campo.

O direito de transmissão vendido é sobre o campeonato todo e não alguns jogos, sendo assim, deveria ser distribuído igualmente entre todos os 20 clubes.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

CLUBES X SELEÇÕES

Especial para o Blog do Torcedor

Os clubes, principalmente os europeus, estão em guerra contra a FIFA e demais federações associadas. O motivo é a obrigação dos clubes de cederem seus atletas para o serviço das seleções nacionais. E, olhando pela perspectiva do clube, parecem ter mesmo alguma razão.

Os clubes reclamam porque são eles que pagam os salários (astronómicos, diga-se de passagem) e são os que mais perdem com o desgaste dos jogos. E quando os jogadores se machucam? Imaginem ao Barcelona perder Ronaldinho, Messi, Henry, por lesão nos jogos de suas seleções. É realmente preocupante.

No Brasil esta realidade ainda não nos atinge, mas na Europa há clubes em que todos os jogadores atuam nas suas seleções. Times como o Milan, o Real Madrid ou o Barcelona cedem praticamente todos os seus atletas para jogarem amistosos, eliminatórias ou competições internacionais, e muitos deles voltam cansados, e até machucados.

O que reivindicam os clubes é que as Federações paguem pelo uso dos atletas, já há até mesmo processos sobre o assunto na Europa. A CBF, por exemplo, recebe de patrocinadores, da TV, da venda de jogos, até mesmo aqueles treinos em Wegis, antes da copa da Alemanha foram vendidos. Se estão ganhando com o trabalho desses atletas devem pagar seus salários também, ou pelo menos uma indenização aos clubes.

Os clubes investem cada vez mais em seus atletas, pagam salários cada vez mais altos, além das verbas de transferência. E não recebem nada pela cedência dos jogadores às seleções, seja em jogos oficiais seja em amistosos. A briga é exatamente contra os amistosos. Para clubes brasileiros ter seus atletas na seleção é um privilégio e uma grande propaganda para vendê-lo no futuro.

Mas, imagine se a CBF precisasse pagar para ter os atletas, estaríamos desvirtuando os princípios da nacionalidade e do patriotismo, em vez de convocar atletas pela capacidade teríamos de analisar também seus salários para que o time não fique muito caro. Imaginem, deixar de convocar Ronaldinho ou Kaká por serem muito caros.

Ainda sobre as verbas da TV.

Com a possibilidade do Corinthians cair para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro já se discute as verbas a serem pagas ano que vem pelos direitos televisivos. Como vai ficar o time paulista, quanto vai receber? E quem transmitirá a Série B?

Com o Corinthians na segundona teríamos um acréscimo impressionante na audiência desta competição. Isso iria complicar bastante as já confusas verbas da TV. E a notícia da Folha de São Paulo é de que a Globo dobraria a oferta, de R$ 300 para R$ 600 milhões, afastando assim a Record da briga pela transmissão dos jogos.

Com tanto dinheiro em jogo as funções e a competência do Clube dos 13 já começam a ser discutidas por grandes clubes como o São Paulo e o Flamengo que querem a criação de um conselho para negociar estas verbas. Os clubes querem afastar o atual presidente do C13 Fábio Koff dessas negociações.

O novo conselho, formado por 8 clubes, teria a responsabilidade de negociar com outros países, como o Japão ou a Índia. Estes novos mercados aumentariam muito as receitas atuais, mas não muda a realidade da disparidade na distribuição dessas verbas.

Sou contra o C13 nessas negociações, e mais ainda contra esse sistema de distribuição das verbas. Acredito que os clubes deveriam receber igualmente, como no Campeonato Inglês, e cada um venderia suas propagandas e placas nos estádios, essas sim seriam proporcionais à quantidade de jogos transmitidos.

Afinal, o direito é para a transmissão do campeonato inteiro e não só de alguns clubes. A atual divisão só aumenta a disparidade financeira entre os clubes, proporcionando a criação de uma elite, que, no futuro, ganhará tudo no Brasil. Numa época em que pedimos mais equilíbrio no campeonato não podemos aceitar tanta desigualdade financeira.

Bolsa Atleta

Vou fugir um pouco do futebol agora. É preciso dar valor ao esporte em geral e não só aos clubes de futebol. Precisamos levar o esporte de forma mais séria, como profissão, educação e como salvação dos nossos jovens.

O Bolsa atleta do governo Federal é uma excelente iniciativa. A notícia do aumento nessas verbas é ainda melhor. Isso mostra o que o governo tem feito e do efeito do Pan do Rio de Janeiro que encantou os brasileiros.

Mas, patrocinar é função dos empresários, precisamos incutir esta cultura esportiva na cabeça do nosso povo. Para tal, precisamos ter competições e visibilidade aos atletas e seus patrocinadores. A TV está aí, transmitindo tudo, falta mesmo é estrutura para termos competições de qualidade.

Precisamos de Estádios, centros de treinamento e competições escolares. Para chegarmos bem ao futuro precisamos investir nos nossos jovens. Para incentivar e encantar nossos jovens precisamos de competições de alto rendimento e atletas de Top. Invistam, eu prometo que haverá o retorno.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Dinheiro ganha jogo?

Especial para o Blog do Torcedor
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Apesar de mostrar um equilíbrio e uma disputa acirrada na tabela, o Brasileirão também nos mostra as desigualdades financeiras entre os clubes. E nessa era de "futebol negócio" uma pergunta é bem frequente: dinheiro ganha jogo?

Meu pai, como alvirrubro que é, repete sempre que "o Sport tinha que estar bem na frente do Náutico na tabela, pois ganha 10 vezes mais do "Clube dos 13", tem a obrigação de ser melhor". Mas, será que é assim mesmo que o futebol funciona, quem ganha mais em patrocínios, receitas de TV e bilheteria tem que ganhar em campo também?

Gustavo Poli faz uma ótima observação em seu blog : "Os cinco times na ponta da tabela têm muito em comum. Centros de treinamento modernos, divisões de base estruturadas, capacidade gerencial e planejamento de bom nível".

O jornalista ainda destaca a forma como os clubes agem frente à Lei Pelé, é importante saber lidar com a lei e com o mercado para continuar lucrando com transferências mesmo com o fim do passe. Em um longo campeonato de pontos corridos não é só o dinheiro que faz diferença. O mais importante é estrutura e planejamento, profissionalismo e responsabilidade.

O repasse das verbas é feito pelo Clube dos 13 de acordo com a audiência que cada um proporciona, e assim são divididos em grupos. A forma como é dividido o bolo das receitas de televisão mostra que dinheiro não é tudo, mas ajuda muito. Os que ganham mais são: São Paulo, Palmeiras, Vasco, Flamengo e Corinthians. Desses apenas os dois primeiros estão bem no campeonato, enquanto os outros três brigam para não cair. Depois vêm Cruzeiro, Grémio, Fluminense, Inter e Botafogo, os dois últimos brigam contra o rebaixamento. E desses todos, 4 já caíram antes para a Série B.

O Sport recebe mais do que o Náutico, não só porque tem uma maior torcida (isso eu aceitaria), mas também porque faz parte do Clube dos 13, o que não deveria existir, mas, infelizmente, é o C13 quem negocia com a TV e aos clubes que não fazem parte desse grupo cabe apenas aderir ou não.

Tanta diferença fora de campo pode refletir negativamente no campeonato, favorecendo o surgimento de uma elite que no futuro pode tirar toda a competitividade que se elogia no Brasileirão 2007.

Futebol não segue uma lógica matemática, nem sempre vence o melhor, nem o mais rico, mas, cada vez mais o dinheiro vem fazendo a diferença nas equipes. Talvez se as receitas televisivas fossem divididas de forma proporcional à média de público nos estádios Pernambuco poderia, finalmente, crescer no cenário Nacional.

Mas, enquanto isso não acontece, deveríamos ao menos profissionalizar nosso futebol para não deixar os ricos se distanciarem, e quem sabe deixar de brigar contra o rebaixamento para pensar sempre em títulos e vagas nas competições internacionais.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Novidades na FIFA.

A FIFA decidiu testar no Mundial Interclubes, dezembro no Japão, a introdução de mais dois assistentes (um em cada área) além da utilização de um "chip" na bola que indicará quando esta ultrapasse a linha de gol.

Mais uma "invenção" da FIFA. Eles continuam testando as idéias mais absurdas, sempre inventando novas formas para melhorar a arbitragem. E apesar de tudo ainda não admitem as imagens de TV, nem consolidaram o ponto eletrónico dos árbitros, nem mesmo o Spray utilizado no Brasil é totalmente aceito na FIFA.

Não sou contra inovações, mas acho que esta não é a hora de inventar, e sim de aceitar e incorporar o que já existe. Antes mesmo de implementar o chip na bola ou mais dois assistentes (que serão apenas consultores) poderíamos ter um assistente em uma cabine com monitores para analisar as imagens da TV e repassar as informações ao árbitro dfa partida.

O chip na bola ajuda para ter a certeza do gol, mas esse não é o caso mais polémico nas partidas, antes precisamos resolver os pênaltis e os impedimentos que geram muito mais confusões. Talvez com 4 bandeirinhas diminuam os erros, mas, mais cedo ou mais tarde teremos que reconhecer a TV como aliada e usá-la em favor do jogo.

Sorria, você está sendo filmado.

Você não me vê, mas eu vejo você. Não adianta disfarçar nem se esconder. Quem bobear em campo vai se arrepender, quando menos se espera apareces na TV. E é bom parar com as agressões ou vão pro banco do STJD.

Gavillán olha para os lados e pensa, não o suficiente, antes de agredir Valdívia com um soco nas costas. Não foi o primeiro, nem será o último, e
com certeza será punido pela agressão. Pena mínima: 120 dias de suspensão. E depois de tantos casos e tanta punição os jogadores não aprendem esta válida lição.

Não agredir deve ser regra, não pra evitar uma punição que tanto o prejudica e a seu clube na competição, mas por cidadania e educação. Jogador de futebol tem de aprender a respeitar, se não o jogo ao menos seu colega de profissão. Está na hora de refletir e evoluir, deixar para trás essa cultura atrasada e levar à TV apenas belas imagens e emoção.

Cabe aos clubes, treinadores, diretores, e todos os trabalhadores mudar a realidade da competição, o que vem acontecendo tem que ter um fim. Todos os culpados serão punidos, mas é bom mudar essa atitude de repressão para prevenção, ou o campeonato será disputado toda quarta à noite na sede do STJD.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Vamos consolidar a fórmula de pontos corridos.

Apesar do São Paulo ter disparado em primeiro e do America-RN que bate recordes negativos, a fórmula mostrou esse ano toda a sua emoção. Toda aquela conversa de que neste sistema os times jogam uma final a cada jogo agora parece se tornar verdade.

Com a aproximação do fim do campeonato os times fazem contas contra o rebaixamento e a favor das competições internacionais, a briga nunca foi tão acirrada. O Sport, 7º colocado do Brasileirão, ainda tem chances de cair, apenas 5 pontos o separam do Corinthians, o 17º colocado.

Muitos criticaram o campeonato pelo fato do São Paulo já estar com a mão na taça, mas as duas derrotas do tricolor abriram os olhos dos críticos para o verdadeiro valor do Campeonato Brasileiro. Não importa pelo quê se briga, se pelo título ou pela permanência, o importante é a vontade demonstrada pelos times, e o equilíbrio apresentado pelo campeonato.

Gosto do futebol brasileiro e do Campeonato Brasileiro, apesar do êxodo de nossos atletas para o exterior. Diferente de muitos campeonatos europeus o Brasileirão mostra equilíbrio e emoção em todas as partidas. Do jeito que estamos não aposto em ninguém para o título do ano que vem afinal, dinheiro não ganha jogo nem garante a permanência na série "A". Apesar de tudo o futebol ainda continua com aquela magia: a imprevisibilidade.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Thiago Neves...

O meia do Fluminense foi barrado pelo técnico Renato Gaúcho, o motivo: não queria renovar contrato com o clube. O meia vem se destacando no campeonato e já apareceram interessados em levá-lo das Laranjeiras, claro. Agora tudo já parece ter se resolvido.

O caso de Thiago Neves ilustra bem o que vem acontecendo com o nosso futebol. Além dos clubes estrangeiros assediando o atleta cada vez mais cedo ainda há os empresários que engrossam a fila de credores.

Um empresário possui 68% dos "direitos patrimoniais" do atleta e outro possui 32%, e estavam discutindo em tribunal sobre o direito de negociar o atleta. Infelizmente ao invés de estarem ajudando e orientando o atleta na negociação de contratos, os agentes pensam mesmo é nos seus lucros pessoais.

Projeto: o fim das grades.

Esse projeto (meio sonho) consiste na retirada das grades (alambrados) que separam a torcida do gramado. Parece absurdo, mas foi isso que os ingleses fizeram quando resolveram acabar com os hooligans. Se queremos civilizar nosso povo e pacificar nossas torcidas, não podemos tratá-los como animais, precisamos dar ao espectador a chance de ser educado.

Este projeto, na verdade, já iniciou lá atrás, quando escrevi sobre violência, afinal, este projecto é pela qualidade da torcida, e também pelo fim da violência.
http://extracampo.blogspot.com/2007/08/violncia.html

E desse mesmo texto eu tiro este trecho sobre os ingleses: "Nos estádios ingleses não existem mais grades a separar os espectadores da área de espectáculo. De facto as bancadas chegam até o relvado, não há nada que impeça a invasão da torcida. E por que não invadem? Porque sabem que esta ofensa é punível com coima de 1.500 libras e banimento".

O torcedor que invadiu o campo na Escócia e passou a mão em Dida foi punido pelo CLUBE com o banimento, ou seja, nunca mais ele poderá entrar no estádio do Celtic. Este tipo de pena pode ser aplicada pela justiça ou pelo próprio clube, a multa mencionada acima (coima) também é uma ótima forma de afetar o ser humano, onde dói mais, no bolso.

Uma outra forma de punição aplicada hoje no Brasil é a suspensão de toda a torcida. Aqui, nós punimos os clubes com jogos de portões fechados ou perda do mando-de-campo. è uma boa forma e tem resultado aqui, hoje não se vê tantas invasões nem objetos atirados em campo quanto se via antigamente, é algo que deve ser mantido para o sucesso do projeto.

Acredito na nossa torcida, acho que ela se comportaria. Não sei quanto a torcidas como a do Corinthians, nessa eu não confio tanto. Mas, para isso tem que haver estrutura, mais entradas e saídas, estádios mais organizados, e não confio tanto assim nos clubes. Além da estrutura deve haver punição aos invasores, e para isso dependemos do Estado, e nesse eu também não confio nem um pouco.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Coelho teve a pena reduzida.

Comentei a suspensão do Coelho quando foi prolatada a primeira sentença. Claro que o atleta recorreu, e, como é de costume, o Pleno do STJD reduziu a pena. Agora a suspensão do atleta é de apenas 5 jogos.

Aquela dura pena imposta ao atleta (120 dias) sempre me pareceu um pouco política, meio que em defesa do futebol arte e todo aquele movimento do "salvem a foquinha". Agora, longe dos holofotes o STJD faz justiça (pelo menos na minha opinião).

Para ler mais sobre o caso veja o meu post de 27 de setembro:

Nova fórmula no Campeonato Pernambucano.

A FPF apresentou uma proposta de alteração do Campeonato Pernambucano. Acham que o antigo esquema deixa o campeonato sem emoção. Mas, na verdade, a falta de emoção em 2207 foi devido à superioridade de um clube que venceu sem precisar de final.

Mas, em 2006 houve final e houve um campeonato disputado e bastante justo, não faltou emoção, principalmente na final. Há emoção quando há disputa, quando os times estão nivelados. Vejam o Brasileirão como exemplo, a briga pelo título perdeu a emoção pela superioridade indiscutível do São Paulo, enquanto que a luta pela libertadores, sul-americana e contra o rebaixamento estão extremamente emocionantes, devido a um nivelamento entre os clubes, e é um campeonato de pontos corridos.

A fórmula proposta pela FPF é a seguinte, resumidamente: 1ª fase - 3 grupos encabeçados pelos grandes da capital, com mais 3 divididos pelas regiões e sorteados, com jogos de ida e volta. Uma segunda fase também de 3 grupos que misturaria os times de acordo com a colocação na 1ª fase. Por fim, seria formado um hexagonal com os melhores somando as duas fases, e os 6 piores em outra chave brigando para não cair.

Não gosto da fórmula proposta, e vou explicar meus motivos. Primeiro porque separa os grandes clubes, ou seja, nada de clássicos na 1ª fase, e os times do interior perdem por só ter jogos com grandes, em casa, apenas uma vez na fase inicial. Na 2ª fase corre o risco dos 3 grandes ficarem no mesmo grupo. Pior, se os 3 se classificarem em 1º do seu grupo não teremos clássico até o hexagonal final. Corremos o grande risco de nem ver alguns clássicos durante o campeonato.

Eu gosto da fórmula atual, todos contra todos, 1º e 2º turno, assim todos se enfrentam em casa e fora. Os vencedores de cada turno fazem a final. O que poderíamos acrescentar ao campeonato é a semi-final. Assim, os 2 primeiros de cada turno se enfrentariam em semi-final e final, daria chance a um time do interior de chegar à final e ainda teríamos grandes clássicos decisivos.

Espero que a FPF pense bem e que os clubes não cometam a bobagem de aceitar uma proposta de campeonato tão complexa.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Sul-Americana?

Especial para o Blog do Torcedor

O Sport sonhava com a Libertadores, mas já vai se contentando com a Copa Sul-Americana, e tem que ficar muito feliz se conseguir isto. O Náutico depois de tantas vitórias consecutivas já fala sobre essa tal de Sul-Americana. Mas, por que ela é tão importante?

O 11º colocado do Campeonato Brasileiro é o último a se classificar para a competição. A primeira fase é nacional, um mata-mata entre os clubes brasileiros. O mais interessante é que os quatro classificados do Brasil enfrentam os quatro da Argentina. Cria uma rodada espetacular de rivalidade, público e renda.

A Copa Sul-Americana é extremamente benéfica para as finanças do clube. O campeão receberá premiação de US$ 795 mil e o vice de US$ 695 mil. No total, a Conmebol distribuirá US$ 5,04 milhões em prêmios, e aqueles que enfrentarem os representantes do México e dos Estados Unidos receberão um adicional de US$ 20 mil por gastos com o traslado.

Pensar nos prêmios de campeão e vice talvez seja demais, mas só a participação já é sensacional. Além das premiações há o direito de transmissão dos jogos pelas TVs, os patrocínios e a renda de público. Além disso, a visibilidade nacional e internacional é extremamente importante para os clubes.

Para o São Paulo e outros grandes clubes brasileiros, a participação em Libertadores e Sul-Americana é essencial para a sobrevivência financeira, para clubes como o Náutico e o Sport a presença em uma competição continental pode ser um trampolim para a estabilidade e a segurança entre os melhores do Brasil.

A Sul-Americana pode ser uma salvação para o caos financeiro em que vive nossos clubes. Temos potencial, acredito que um dia vamos ver os três na Série A e brigando por competições internacionais, e, quem sabe, pelo título.

Imaginem, Sport X Boca Juniors, Náutico X River Plate. Já digo logo, o jogo teria que ser no Arruda para colocar 70 mil pessoas. Para aqueles que ainda não entendem a importância dessa competição e apenas sonham em jogar na La Bombonera é bom já começar a se preparar, estamos bem próximos de ver o sonho tornando-se realidade.

A polémica cláusula de rescisão.

O contrato de trabalho do atleta profissional prevê uma cláusula penal para o caso de rescisão unilateral do contrato. Não vou me aprofundar demais pois esse tema é central na minha tese de mestrado, quando terminá-la eu escrevo um texto mais conclusivo.

Agora, a discussão é com relação a uma decisão desfavorável ao Clube Náutico Capibaribe, que após vencer nas primeiras instâncias fora derrotado no TST. O clube foi condenado a pagar a multa estipulada no contrato por ter dispensado um atleta ainda em 2006.

A multa sempre foi entendida como uma forma de proteger os clubes da perda de jogadores por rescisão unilateral sem justa causa. Mas, esse entendimento vem sendo alterado pelo TST que decidiu pela bilateralidade da multa, ou seja, o clube também deve pagá-la se resolver dispensar o atleta sem justa causa antes do fim do contrato.

O entendimento do tribunal é baseado na simples leitura do art. 28 da lei 9615/98 (Lei Pelé), e tem por base a noção de cláusula penal retirada do direito civil. Já no Direito do Trabalho a multa rescisória parece conflituosa para qualquer das partes, uma vez que também prende o atleta, para alguns, injustamente.

Infelizmente, a Lei Pelé tem problemas na sua redação, e os nossos tribunais sofrem para interpretá-la. Temos que encarar o problema como juristas desportivos, tendo o desporto como um ramo distinto do direito e aplicando à interpretação das normas as noções inerentes a essa área. Temos que pensar além da lei a fim de viabilizar o esporte que possui características bem distintas de outras profissões.

Civilmente a multa é bilateral, no dirteito trabalhista parece mais ilegal e nula para ambos, enquanto desportivamente, e com base em legislações estrangeiras, a interpretação inicial é de que a cláusula aplica-se apenas ao atleta. Está mesmo na hora de mudar a lei antes que essa salada de interpretações complique nosso sistema.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Você pagaria para assistir um jogo de futebol feminino?

Pesquisa.

Estamos falando muito da seleção, estamos reinvindicando um espaço para elas no nosso futebol. Todos querem que seja criado um campeonato brasileiro, eu mesmo já defendi esta idéia em outro artigo.

Continuo apoiando a criação da Liga Nacional de Futebol Feminino, mas gostaria de saber dos torcedores, qual o nível de interesse. Precisamos analisar a rentabilidade e viabilidade destes campeonatos.

Não podemos pedir que o público seja igual ao futebol dos homens, mas temos que buscar um publico, só assim conquistaremos patrocinadores e televisões para transmitir os jogos. Que tal ingresso a preço popular, jogos em horários especiais, como sábado de manhã.

Vote, dê sua opinião, faça o seu comentário.

Acosta renova com o Náutico.

Excelente notícia para os alvi-rubros. O meia-atacante uruguaio é o destaque do time, é vice-artilheiro da série A e desperta a cada dia o interesse dos adversários. A renovação do contrato, além de "garantir" o atleta até o final de 2008, prevê uma multa de 3,6 milhões.

Com o fim do "passe", a, nem tão nova, legislção obriga o clube a administrar bem os seus contratos com os atletas. Lembrem, ao fim do contrato o atleta pode transferir-se livremente, mas para sair em meio à duração do contrato teria que pagar a multa recisória. Assim, têm que saber quando renovar e o quanto pagar de salário (a multa é no máximo 110 vezes o salário anual).

Ponto para o Náutico, Acosta sairia de graça no fim do ano se o contrato não fosse renovado. E essa renovação veio na hora certa. Não aposto na permanência de Acosta no ano que vem, mas pelo menos o clube já garantiu seu direito à compensação.