terça-feira, 29 de julho de 2008

Pernambuco exportador.

Na primeira vez que estive no programa Forum Esportivo da Rádio Jornal, estava lá também o técnico Roberto Fernandes. Em um momento eu levantei a questão dos clubes pernambucanos segurarem os atletas para venderem direto ao exterior, sem usar os clubes do sul como intermediários. Roberto discordou, do alto de sua experiência, disse que a realidade do nosso futebol não permitia isso.

Bom, acredito que este seja um pensamento pequeno, e assim ninguém evolui. Agora, vejam a prova de que isto é mesmo possível. Daniel Paulista, do Sport está sendo assediado por um clube da Romenia, que pode chegar a pagar até €1 milhão (R$ 2,7 milhões, aproximadamente). Wellington do Náutico pode ser vendido por € 6 milhões (R$ 14,8 milhões). Agora me digam que não é possível para os clubes pernambucanos serem exportadores.

O grande problema dessas negociações é o percentual que ficaria nos clubes. O Sport tem 50% dos direitos econômicos de Daniel, ele mesmo ficou com os outros 50%. Já o caso de Wellington é mais complicado. Ele está emprestado ao Náutico, que tem direito a 20% da transferência, mas só até julho de 2009. O Internacional detém 40% dos direitos, enquanto os outros 40% ficam com o empresário do atleta.

Impressionante isto que vem acontecendo com o futebol brasileiro. Os jogadores estão sendo desmembrados, o valor da transferência nunca fica no clube, que paga os salários dele, há sempre uma percentagem para fulano, outros tantos por cento para cicrano, e por aí vai. Os empresários deixaram de ser agentes, agora são verdadeiros comerciantes.

A solução é formar os atletas desde os 12 anos, e não ceder direitos econômicos a terceiros. Mas, a realidade dos nossos clubes é difícil, e quem tem visão está aproveitando para lucrar. Quando a gente imagina que a venda de um atleta será boa para os cofres do clube, descobrimos que nunca é tão vantajosa quanto parece. Infelizmente.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Patrocínios na camisa.

Há vários anos, as camisas dos clubes não tinham nomes de patrocinadores estampando-as. Agora, para ter uma boa receita, é imprescindível negociar com bons patrocinadores. A propaganda feita nas camisas dos clubes é uma das maiores fontes de renda das agremiações. A pergunta é: hoje, no mundo do futebol-negócio, há espaço para tradicionalismo? Será que algum clube consegue não se render aos patrocinadores?

Muitos vão lembrar logo do Barcelona. Pois é, o clube catalão não permite patrocinadores na camisa. A marca da Unicef, que estampa o uniforme azul-grená não é um patrocínio, muito pelo contrário, é uma doação do Barça. Mas, é da Espanha que vem o caso que ilustra bem o futebol moderno. O Athletic Bilbao, pela primeira vez na história, acertou acordo com um patrocinador para a sua camisa.

O Athletic Bilbao, clube de 110 anos, assinou com uma empresa petrolífera, que pagará €2 milhões por mês ao clube. A empresa é sediada no país Basco. Por sinal, o clube tem um caráter tão nacionalista que, ainda hoje, só contrata jogadores nascidos no País Basco, nunca um estrangeiro ou um "espanhol" vestiu a camisa do clube. Mas, tradicionalismos à parte, com dinheiro não se brinca.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Futebol/espanhol/0,,MUL702021-9845,00.html

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Novo Náutico.

Não estou falando em novas contratações, mas em coisas mais importantes. O Náutico lançou ontem o novo escudo, o novo site (http://www.nautico-pe.com.br/) e uma nova loja. Este tipo de investijmento é importantíssimo para o crescimento econômico do clube.

A nova loja tem 200m2 e estacionamento para 12 carros. São cerca de 300 produtos comercializados, incluindo a nova camisa, com o novo escudo (R$129,90). O Náutico terá direito a 7% do faturamento total das vendas, mais 6% a 12% com os direitos de licenciamento dos produtos, além do aluguel de R$ 4 mil.

O novo site anuncia grandes coisas, a compra de produtos via internet e a TimbuTV. Este tipo de iniciativa é importantíssima, e já não era sem tempo dos clubes pernambucanos começarem a lançar suas TVs. Mas, fontes internas já me informaram que esta TV vai demorar bastante para começar. Sinceramente, a dificuldade é pouca, o que falta é vontade e iniciativa.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Contratar é difícil.

A grande barreira para a contratação de atletas se chama “cláusula penal”. Quem gosta de futebol e acompanha o drama dos clubes brasileiros, especialmente os pernambucanos, na contratação de atletas já deve saber, mais ou menos, do que se trata.

É o seguinte: enquanto um jogador está sob contrato com algum clube, ele só pode se transferir se for paga uma multa: a cláusula penal. Mas, depois que o contrato se encerra, o atleta fica livre para negociar e ir para qualquer clube.

Pois é, esta cláusula é o grande fator que dificulta a contratação de novos jogadores. Para os clubes pernambucanos, que não têm muito dinheiro em caixa, pagar esta multa para contratar atletas é praticamente impossível. Então, como funciona? Ora, na maioria dos casos, os clubes contratam jogadores que já haviam encerrado o contrato, ou então tomam emprestados dos grandes clubes do sul.

Exemplos: Roger do Sport e Wellington do Náutico vieram emprestados, assim, não foi preciso pagar nenhuma multa. Fumagalli já havia encerrado contrato com o clube do Catar, por isso não foi preciso pagar multa. Esta é a situação da maioria dos atletas que estão atuando nos clubes pernambucanos.

Enquanto isso, os bons jogadores, que, normalmente, têm contrato com algum clube, só são liberados com o pagamento desta multa, ou seja, o clube interessado tem que “comprar” o jogador. E, convenhamos, quem tem um bom atleta, especialmente um atacante matador, não vende barato.

Por isso é tão difícil contratar, principalmente no meio da temporada. Não há atletas disponíveis sem contrato, nem clubes dispostos a emprestar de graça um bom jogador. No começo da temporada é mais fácil, porque é quando vencem os contratos e é quando os grandes clubes disponibilizam atletas para empréstimos.

Então, sem dinheiro para pagar a multa, dificilmente os clubes conseguirão contratar bons jogadores. Enquanto isso, lá no sul-maravilha, as condições financeiras são bem diferentes. O Internacional, por exemplo, pagou cerca de U$ 7 milhões por D’Alessandro. Aqui em Pernambuco, pagar milhões por um atleta é, simplesmente, impossível, inviável e irreal.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Espírito olímpico.

O presidente da FIFA, Joseph Blatter, criticou os clubes pela falta de espírito olímpico. A declaração veio na esteira dos últimos eventos, quando clubes como o Barcelona e o Werder Bremen começaram a colocar entraves para a convocação dos atletas, mesmo com menos de 23 anos. Segundo o presidente, a atitude desses clubes é contra o espírito olímpico.

Blatter reconheceu em sua carta que o torneio olímpico de futebol não é tratado pela Fifa como competição oficial, mas nem por isso os clubes devem adotar tal comportamento. "Isto não significa que não há obrigação de ceder [os jogadores]", finalizou.

O futebol ainda é o esporte mais importante do mundo, principalmente em termos financeiros. Os clubes de futebol são empresas com faturamentos incríveis e os campeonatos, principalmente os europeus, são os mais importantes do mundo desportivo. Mas, as Olimpíadas são o maior evento esportivo do planeta.

O espírito olímpico que fala Blatter pode se traduzir no esforço de milhares de atletas em participar dessa competição, atletas sem patrocínios, sem apoio, em modalidades quase desconhecidas, mas que treinam horas a fio e dão o sangue pelo esporte. Que fique o exemplo para os futebolistas, com salários astronômicos e comportamentos esnobes. Mais ainda, que fique o exemplo para os clubes de futebol, de que o espírito olímpico é mais do que uma simples frase do Pierre de Coubertin, é um verdadeiro lema.

fonte: http://www.atarde.com.br/esporte/noticia.jsf?id=920760

terça-feira, 22 de julho de 2008

Henrique, contratado pelo Barça, vai para a Alemanha.

O zagueiro Henrique, ex-Palmeiras, foi contratado pelo Barcelona da Espanha, mas vai jogar no Bayer Leverkusen da Alemanha. O clube catalão decidiu emprestar o atleta para que ele ganhe mais experiência antes de integrar o grupo. Henrique, antes de tudo, passará por testes no Barça, onde assinará um contrato por cinco anos.

Esta tática é bastante usada pelos grandes clubes europeus, eles contratam os jovens atletas sul-americanos mas colocam-nos em outros clubes para que se adaptem ao futebol europeu e ganhem experiência. Depois de uma temporada na Alemanha, Henrique volará ao Barcelona para cumprir seu contrato.

Henrique, de 21 anos, foi contratado pelo Palmeiras junto ao Coritiba em janeiro por R$6 milhões, depois foi vendido para o Barcelona, em julho, por R$20 milhões.

Fonte: http://www.futebolinterior.com.br/news.php?id_news=51648

Superstição na camisa.

O Flamengo não quer mais usar a nova camisa da Nike. Mas, desta vez o problema não é judicial. Despois da péssima estréia do uniforme no Campeonato Brasileiro (dois jogos, duas derrotas para Coritiba e Vitória) e da má recepção do modelo pela torcida, parece que a camisa pode mesmo ser aposentada precocemente.

A Nike seguiu seu cronograma, lançando a camisa na época prevista. O contrato entre a fabricante e o clube será cumprido, por determinação da justiça, a contragosto do Flamengo. A camisa relembra a década de 70, época pouco vitoriosa para o rubro-negro mas o uniforme foi aprovado pelo conselho deliberativo do clube.

Mesmo com a aprovação do conselho, muitos criticaram a nova camisa. O vice-presidente de futebol, Kleber leite disse que foi como comprar uma roupa na loja, mas ao chegar em casa ver que não gostou. Mas, sinceramente, a reprovação do clube não é por causa da disputa judicial com a Nike, nem mesmo pela beleza da camisa, é pura superstição. Em time que não vence se mexe, em camisa também.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Jogador leva cartão por entrada violenta em um TORCEDOR.

Na Rússia, o clássico da cidade de Moscou entre Lokomotiv e Spartak ficou marcado por um lance, digamos, inusitado. Um torcedor invadiu o gramado e o meia Kovac, do Spartak, decidiu parar o "lance" com uma entrada desleal no corredor. Além da cena lamentável protagonizada pelo tcheco, o que mais chamou a atenção foi o cartão amarelo que ele recebeu do juiz.

Tudo bem, a entrada foi dura, desleal, se fosse em outro atleta seria digna de cartão mesmo. Mas, a vítima era um torcedor, então não pode ser considerada uma jogada violenta. De qualquer forma, o árbitro agiu bem, afinal, o lance foi, no mínimo, uma conduta anti-desportiva. Pois é, a postura de "fair-play" também deve se estender aos torcedores.

Veja o lance:

Problemas para a seleção olímpica.

Que o Brasil não tem, nem nunca teve, um projeto olímpico para o futebol, isso todo mundo sabe. Mas, o talento dos jovens atletas nacionais sempre gera muita esperança para a conquista da tão sonhada medalha de ouro, o único título que nos falta. E este ano, além da falta de jogos preparatórios, a seleção sofre com a falta de atletas para defender o país.

Os atletas maiores de 23 anos já foram, quase todos, barrados por seus clubes. Sem Kaká e Juan, o técnico Dunga teve que se virar para conseguir atletas, e foi "obrigado" a convocar Ronaldinho, até uma boa notícia, não fosse os 4 meses de inatividade. Perdeu Diego, barrado pelo Werder Bremen, e agora Robinho, com uma lesão no púbis.

A grande questão é: por que não convocar mais atletas que atuem no Brasil? Primeiro, os jogadores "europeus" estão entre temporadas, ou seja, fora de forma, enquanto os "brasileiros" estão no auge da forma física. Os clubes europeus não querem liberar os atletas, já os brasileiros reclamam, mas não barram, porque sabem a valorização que terão seus atletas para futuras vendas. Então, por que insistir nos jogadores que estão atuando na Europa, será que são tão melhores assim? Eu duvido.

Agora, o técnico Dunga, que já está na "corda bamba", vai penar para montar um time de verdade e buscar o título. Este pode ser o último campeonato do treinador. De qualquer forma, ficamos na torcida, independente do treinador e dos atletas, a seleção ainda é a representação da pátria.

Postagem nº 400.

O Extracampo chega à 400ª postagem, trazendo para vocês as melhores matérias sobre o mundo do futebol fora das quatro linhas. Seja com matérias inéditas, seja comentando as notícias, o blog aborda os assuntos futebolísticos sempre com o foco no profissionalismo. O futebol brasileiro cresce a cada dia, e novos profissionais surgem para qualificar o esporte. Cursos de gestão, direito, marketing, afloram por todo o país. Em breve esses profissionais estarão no comando dos nossos clubes.

Até que se atinja o tão sonhado profissionalismo, o Extracampo estará aqui, para denunciar a estupidez e as mal-práticas dos dirigentes e, claro, elogiando tudo que se faz de bom no nosso país.

Abraço aos leitores.

sábado, 19 de julho de 2008

Vasco: demissões para enxugar despesas.

O Vasco anunciou uma vassourada em São Januário, demitiu 14 pessoas, nenhum atleta. Entre os demitidos estavam, nada mais nada menos do que, 6 fisioterapeutas. Deixaram o clube, superintendente, supervisor, preparador físico, dentre eles alguns nomes conhecidos, como Toninho Oliveira, Paulo Angioni e Cláudio Coutinho.

A nova gestão do Vasco, encabeçada pelo presidente Roberto Dinamite, começa o mandato com uma faxina geral. O dirigente reclama do déficit nos cofres do clube, já que a antiga direção havia antecipado várias verbas, como as cotas de televisionamento. E é assim que se começa uma gestão responsável, diminuindo os custos para o mínimo necessário.

Afinal, para que 6 fisioterapeutas (só os demitidos, sem contar os que ficaram)? Muito boa é a observação de Marcelo Donato do Blog "Além do jogo" (alemdojogo.com): "É certo que a profissionalização é um bem, mas para que o Vasco precisava de um auxiliar técnico, um coordenador, um supervisor e um superintendente?"

Boa sorte ao novo presidente, que terá muito trabalho para tirar o Vasco da "era Eurico" e levá-lo ao novo futebol profissional. Pelo menos, parece estar no caminho certo.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

O imediatismo do futebol.

A palavra estabilidade não existe no vocabulário do futebol brasileiro. Para os dirigentes, e para os torcedores também, o que importa é a próxima vitória, é o campeonato em disputa, são os resultados imediatos. Não há, no futebol brasileiro, principalmente no pernambucano, planejamento a longo prazo.

Mas, o que seria um planejamento a longo prazo? É investir em estrutura, categoria de base, marketing, profissionais qualificados. E não investir toda a verba no time de futebol. Esses atletas que defendem as cores de nossos amados clubes estão só de passagem, a maioria nem tem contrato por mais de dois anos.

Os clubes, em busca do resultado positivo, acabam investindo mais do que podem e criam equipes inviáveis financeiramente. Um clube que mantém a contabilidade sob controle, mas não vence o campeonato, tem possibilidade de evoluir, fortalecer-se e, no futuro, montar equipes mais fortes.

O grande problema é a pressão da torcida. Em clubes de massa é muito mais difícil ter uma gestão controlada, porque o imediatismo impera. As exigências da torcida fazem com que os clubes gastem mais do que podem e deixem de investir em áreas essenciais para o crescimento.

A venda de atletas, por exemplo, é um recurso dos clubes para ganhar dinheiro imediatamente. Mas, um clube forte, bem administrado, pode segurar seus melhores atletas e fortalecer sua equipe. A boa administração busca receitas alternativas e investe no crescimento da instituição.Infelizmente, essa cultura imediatista só atrasa o crescimento econômico dos clubes.

Mas, para o torcedor, enquanto as vitórias estiverem vindo, pouco importa se as dívidas estejam se acumulando.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Leandro Machado se aposenta.

O jogador saiu machucado de campo ontem à noite, mais uma vez, e precisaria passar por uma cirurgia no ligamento cruzado do joelho para continuar jogando. Por isso, o atacante decidiu parar de jogar. Leandro já tem mais de trinta anos, já conquistou sua estabilidade financeira e não precisa mais continuar. Além do mais, o atleta já não conseguia contribuir tanto para o grupo. Leandro começou bem no Sport e parecia ser o homem-gol que a torcida desejava, mas as constantes lesões e a fraca resistência física dificultaram bastante.

A decisão pegou muita gente de surpresa, mas demonstoru muita sensatez do atleta. Com certeza foi uma decisão corajosa. Anunciar a aposentadoria nunca é fácil, principalmente para os jogadores de futebol. Agora o Sport vai correr atrás de um outro atacante para substituí-lo.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Grêmio lucra com a venda de Ronaldinho.

Para aqueles que ainda não acreditam na formação de atletas, vai aí um bom exemplo. O Grêmio, clube onde Ronaldinho foi formado, terá direito a receber 4% da verba paga pelo Milan ao Barcelona, de acordo com o mecanismo de solidariedade da FIFA. Pela regra, o clube formador recebe até 5% de qualquer transferência do atleta.

Como a formação, de acordo com o estatuto da FIFA, se desenrola entre os 12 e os 23 anos, o clube só receberia integralmente os 5% se o atleta ficasse todo esse período. Ronaldinho foi vendido ao PSG aos 21 anos, então, o clube francês terá direito a 1% e o Grêmio 4%. O clube gaúcho deve lucrar cerca de €850 mil (aproximadamente R$ 2,2 milhões).

Receber uma verba assim tão atrativa, sem nenhum esforço, só por ter formado o atleta, é algo excelente. Que sirva de exemplo para os outros clubes brasileiros. Formar atletas ainda vale a pena, o importante é manter o rastreamento, para que não se perca nenhuma transferência, o que pode gerar muitos lucros aos clubes brasileiros.

Em homenagem, aí vai um vídeo com os melhores momentos de Ronaldinho com a camisa do tricolor gaúcho:


Camisa relâmpago.

O Milan acaba de contratar Ronaldinho Gaúcho e o departamento de marketing agiu rápido. Menos de 24h depois da contratação, o site do clube já colocou em pré-venda a camisa do craque. O torcedor pode encomendar o uniforme, ainda sem número definido, com o nome de Ronaldinho gravado nas costas. Os preços variam entre €70 e €90, sem frete, e a camisa deverá estar disponível já na próxima semana.

Enquanto isso, no Brasil, o Sport, campeão da Copa do Brasil, anunciou que lançaria uma camisa comemorativa do título. E mais de um mês depois, os torcedores ainda não viram a cor dessa camisa. Pelo menos no site oficial, nada. O título passou, a euforia da torcida esfriou e outro campeonato já chama atenção. O Sport perdeu uma grande oportunidade de lucrar. Acredito que a camisa ainda possa vender, mas nem perto do quanto venderia se houvesse sido lançada com mais agilidade.

Enquanto o rubro-negro de Milão dá exemplos de agilidade no marketing, o rubro-negro pernambucano dá exemplo de lentidão e amadorismo.

Escravos da bola.

Há alguns anos existia um instituto que aprisionava os atletas, que os rebaixava de pessoas a meras propriedades, era o "passe". Mas, o acórdão Bosman, na Europa, deu início ao seu fim. No Brasil, a Lei 9.615/98 (Lei Pelé) apenas decretou o que fatalmente ocorreria, pois já haviam decisões da justiça liberando atletas, concedendo "passe livre" e julgando inconstitucional a sua existência.

O "passe" acabou, agora o que prende os atletas aos clubes é o contrato, o que evita a sua saída é a multa. Mesmo assim, há quem considere o atual sistema de transferências uma "escravidão moderna". Quem disse isso foi o próprio presidente da Fifa, Joseph Blatter, analisando a transferência de Cristiano Ronaldo do Manchester para o Real Madrid. Segundo ele: "existe muito de escravidão moderna no mundo do futebol quando o assunto é a transferência de jogadores".

Pelé, em uma entrevista, criticou a posição de Blatter, o Rei afirmou que: "Você é um escravo, se trabalha sem contrato, ou se não pagam você". Mas, a grande questão em debate são os altos valores das multas estipuladas em contrato. Muitos criticam estas cláusulas e as julgam uma forma de aprisionamento. Mas, o fato é que essa multa é proporcional ao salário do atleta, mas as fortunas que eles recebem todo mês não são alvos de críticas.

Contratos são feitos para serem cumpridos, as multas estão lá para garantir isso. Os atletas têm autonomia na vontade, assinam se quiserem, pelo tempo que for acertado. O que não pode é ficar reclamando porque não quer cumprir o contrato e quer mudar de clube. Sinceramente, escravidão era lei do passe, o que existe hoje é a lei do mercado, e essa ninguém revoga.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Ronaldinho é do Milan.

Ronaldinho Gaúcho, depois de muita especulação, finalmente definiu seu futuro. O craque vai jogar pelo rubro-negro italiano na próxima temporada. De acordo com o jornal "Mundo Deportivo", o Milan vai pagar ao Barcelona € 21 milhões (R$ 53,2 mi) mais variáveis que podem chegar até € 4 milhões (será pago este valor integral caso o Milan consiga vaga na Liga dos Campeões com o craque) para levar Ronaldinho.

Com a abertura da janela de transferências na Europa, o mercado da bola está mais movimentado do que nunca. Além das transferências locais, muitos sul-americanos estão seguindo para o velho continente. Mas, claro, outros fazem o caminho inverso e retornam a seus países.

Confira a movimentação do mercado da bola no globoesporte.com:
http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Futebol/0,,MUL645205-9842,00-VAIEVEM+DO+MERCADO+EUROPEU.html

Rodada de clássicos é a mais lucrativa.

A 11ª rodada foi a que teve maior público no campeonato brasileiro até agora, e consequentemente, a maior arrecadação. Tudo isso se deve aos clássicos regionais que foram disputados. Destaque para o jogo entre Flamengo e Vasco, o clássico carioca teve o maior público e a maior renda do campeonato até então.

A média de público foi de 21 mil pessoas. A arrecadação bruta da rodada foi de R$ 3.233.560,50 sem contar com o jogo entre Atlético Paranaense e Internacional, cujo borderô não está disponível no site da Confederação Brasileira de Futebol. Dessa forma, a média prévia é de R$ 359.284,50, mais que a do ano passado (R$ 212.309,94).

O jogo entre Náutico e Sport apresentou renda inferior à média da rodada. Mas, vale ressaltar que os ingressos do programa "todos com a nota" não entram nesta contabilidade. Os clubes só recebem o valor dos ingressos trocados no final de cada mês.

De qualquer forma, o que fica é o exemplo de crescimento do futebol nacional. Os torcedores estão comparecendo e os clubes aumentam suas arrecadações a cada dia. Só falta aprender a aproveitar isso.

Fonte: http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/noticias.asp?id=9911

Colônia de férias.

Todos os anos o Milan, da Itália, monta no Brasil o "Milan Junior Camp", um acampamento de férias onde as crianças treinam futebol com técnicos das categorias de base do Milan. Os jovens desembolsam entre R$ 1.650,00 e R$ 2.000 por uma semana no acampamento. Além da acomodação, alimentação e treinamento, os jovens recebem uniformes do clube italiano e concorrem a uma viagem para Milão.

Ao contrário do que alguns possam pensar, esta não é uma forma de descobrir novos talentos, é uma ação de marketing. O projeto é dirigido a crianças de alta renda, futuros consumidores da marca. Esta ação visa criar um laço de identificação entre a criança e o clube, conquistando novos torcedores e expandindo a visibilidade da marca.

No Brasil, o Coritiba lançou algo parecido. Uma colônia de férias com treinamentos de futebol para a garotada, desenvolvida no centro de treinamento do clube. É uma boa ação de marketing, conquista e fideliza os jovens, criando uma identificação entre a criança e o clube.

Bom exemplo para os que pensam que o marketing esportivo se limita à criação de produtos com a marca do clube.

Confira o site: http://www.milanjuniorcamp.com.br/html/index.htm

Vale a pena conferir também o texto de Maurício Bardella no Blog Futebol & Negócio: http://futebolnegocio.wordpress.com/

Projeto de lei quer aumentar a multa para conter o êxodo.

A maior reclamação dos clubes brasileiros na última década é com relação à Lei Pelé e o fim do passe. Com o crescente êxodo de atletas para o exterior, os clubes vêm pressionando o governo para que faça alterações na lei. A intenção é barrar a transferência de atletas muito jovens para o exterior.

Mas, o projeto de lei que tenta alterar a norma vigente não inova muito. Aumentar o valor da multa, essa é a intenção dos legisladores. Para os atletas profissionais o limite passaria de: máximo de 100 vezes a remuneração anual (lei atual); para um máximo de 2 mil vezes a remuneração mensal (projeto). Porém, vale ressaltar que, nas transferências internacionais, a cláusula penal não tem qualquer limite, nem na lei atual nem no projeto.

Primeiro, os próprios clubes querem vender seus atletas para gerar receita, isso é fato. Segundo, se o problema do êxodo é referente à transferência para outros países, então de que adianta elevar a multa para transferências internas? O limite da multa para transações entre clubes brasileiros e estrangeiros não tem limite, nem nunca terá, é pactuada em contrato e nada mais.

Trabalhar fora do Brasil não é privilégio dos atletas, é desejo de todos que querem ganhar mais e ter uma melhor qualidade de vida. Qualquer cláusula que impeça a transferência de atletas maiores de 18 anos será considerada inconstitucional.

O problema dos nossos clubes, como eu já escrevi milhares de vezes, não é a lei. O problema dos nossos clubes é o amadorismo, a falta de visão e a corrupção. Nunca seremos capazes de conter o ímpeto dos grandes clubes europeus, nem queremos, já que a venda dos atletas é uma das maiores receitas dos clubes.

Os jogadores vão para a Europa, ou outro país, não pela falta de uma lei, mas por vontade própria. Da mesma forma, qualquer trabalhador que receba uma proposta assim tentadora também mudaria de país. Está na hora de parar de reclamar e melhorar a postura, nenhuma lei será capaz de deter o poder do dinheiro.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

A força do clássico na derrubada de técnicos.

Todos já conhecem bem a cultura brasileira com relação aos treinadores, se vencer fica, se perder cai fora. E nenhuma partida tem mais importância para a manutenção ou derrubada de um técnico do que o clássico regional.

Em uma rodada do Campeonato Brasileiro recheada de clássicos, muitos treinadores começaram a sentir a terra tremer debaixo de seus pés. A maioria deve se manter, porém, um novo tropeço poderá ser a ruína.

Para o técnico do Náutico, Leandro Machado, talvez não exista uma segunda chance. O técnico sempre dividiu opiniões nos Aflitos, e uma grande parte da torcida já pedia a sua saída. A vitória contra o São Paulo deu novo ânimo ao treinador, mas a derrota no clássico poderá ser mesmo a sua última.

O clássico dos clássicos, como é conhecida a partida entre Náutico e Sport, é responsável por muitas demissões. No Náutico, o passado recente já prova. Em 2006 caiu Paulo Campos, em 2007 foi a vez de Paulo Cesar Gusmão, agora, em 2008, a vítima pode ser Leandro Machado.

Em um campeonato de pontos corridos tão longo quanto o Campeonato Brasileiro, um clássico vale tanto quanto qualquer outro jogo, 3 pontos. Mas, para as torcidas e para os dirigentes dos clubes, um clássico é mesmo um campeonato à parte.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

E o "passe" ainda existe?

A justiça determinou o retorno de Elder Granja, do Palmeiras, para o Corinthians de Alagoas. Segundo a decisão, a Portuguesa, que contratou o jogador junto ao clube alagoano, não teria pago a indenização correspondente ao "passe" do jogador, em 2001. Ele havia conquistado, na justiça, o direito de se transferir. Mas, agora, sete anos depois, a justiça anulou a decisão.

Acórdão, por unanimidade conhecer o recurso de revista por violação ao artigo 11, da Lei 6.354/76*, a Ministrar relatora, Maria Cristina Peduzzi da provimento para julgar improcedente pedido de liberação do passe do atleta profissional Elder Silva Granja. Em função dessa decisão, o Juiz da capital de Maceió, da 2ª vara do trabalho, doutor Luís Fernando de Carvalho, decide que o atleta Elder Silva Granja deverá retornar imediatamente ao Sport Clube Corinthians-AL, perdendo assim a condição de jogo legal para atuar na Sociedade Esportiva Palmeiras.

Mas, segundo a CBF, o assunto será discutido fora da esfera desportiva. O atleta continuará com contrato com o Palmeiras, podendo defender o clube no Campeonato Brasileiro. A indenização a que o Corinthians-Al tem direito será resolvida entre o clube e a Portuguesa, que contratou o atleta.

*Art. 11 Entende-se por passe a importância devida por um empregador a outro, pela cessão do atleta durante a vigência do contrato ou depois de seu término, observadas as normas desportivas pertinentes.
(Este artigo foi revogado expressamente pela Lei 9.615/98, e o "passe" teve fim, definitivamente, em 26 de março de 2001.)

Superlotação no Arruda.

Na noite desta quarta-feira, enquanto o Santa Cruz vencia o Central dentro de campo, nas arquibancadas os torcedores se expremiam e sofriam com a falta de espaço. Com o anel superior ainda interditado, apenas o anel inferior do Arruda abrigou os torcedores corais. A capacidade, só desta parte do estádio, é de cerca de 25 mil pessoas.

Ontem, o público foi de 25.459, mas há quem diga que havia cerca de 30 mil pessoas no estádio. Devido ao aperto, muitas pessoas precisaram de atendimento médico, mais de 150 pessoas foram retiradas das arquibancadas pelos bombeiros. E tudo isso foi registrado pelas câmeras de TV.

Segundo o Estatuto do Torcedor, o Santa Cruz pode ser punido com a perda do mando de campo por, no mínimo, seis meses. Eis o que diz a lei:

Art. 23 (...)
§ 2º. Perderá o mando de jogo por, no mínimo, seis meses, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, a entidade de prática desportiva detentora do mando do jogo em que:
I - tenha sido colocado à venda número de ingressos maior do que a capacidade de público do estádio; ou
II - tenham entrado pessoas em número maior do que a capacidade de público do estádio.

Não peço uma punição ao Santa Cruz, nada disso. Mas esses abusos, esse constante desrespeito com o torcedor, tem que acabar. Enquanto reclamam da violência das uniformizadas, esquecem da irresponsabilidade dos dirigentes dos clubes. Respeitar o torcedor é mais do que profissionalismo, é uma questão de cidadania.

Africa do Sul ameaçada.

A anfitriã da Copa do Mundo de 2010 vem sofrendo com os atrasos nas obras, e isto pode lhe custar caro. O país africano está ameaçado de não sediar a competição. Alguns estádios não ficarão prontos para a Copa das Confederações, em 2009, que serve como teste, entre eles o Estádio Nelson Mandela.

Este atraso nas obras fez com que o presidente da FIFA, Joseph Blatter, anunciasse um "plano B". Caso a copa não tenha condições de ser realizada na África, o destino deve ser a Inglaterra. Os ingleses já possuem vários estádios prontos para sediar a competição, além de uma excelente estrutura de transportes públicos. Assim, parece ser mesmo a melhor opção de fuga.

Que fique a lição para o Brasil, sede da Copa de 2014, que ainda nem definiu as sub-sedes. O atraso não será perdoado. Mas, ficamos na torcida para que os africanos consigam cumprir os encargos e entreguem os estádios a tempo de sediar a maior competição de futebol do planeta.

terça-feira, 8 de julho de 2008

O início do fim da cartolagem.

A saída de Eurico Miranda do Vasco e do Clube dos 13 pode ser considerada a anunciação de que o fim está próximo. O fim da cartolagem, do amadorismo, da corrupção. Talvez demore mais do que se espera, mas é algo que está fadado a acontecer.

A evolução do futebol brasileiro é visível, embora seja lenta. O Campeonato Brasileiro já não muda mais suas regras a cada ano, as viradas-de-mesa parecem ter acabado, investidores internacionais voltam anos olhar com bons olhos, clubes investem em marketing e dirigentes cada vez mais profissionais os assumem.

Ainda falta muito para atingirmos o objetivo. Mas, esta evolução recente é prova de que estamos no caminho certo. Porém, muita coisa ainda precisa mudar, como a divisão das verbas de transmissão dos jogos, o monopólio do Clube dos 13, o bairrismo dos poderosos e a postura amadora dos dirigentes, que não administram os clubes como grandes empresas que são, mas como padarias de subúrbio.

Ainda falta valorizar o torcedor, ainda falta enxergar o clube como uma empresa, ainda falta visão de que o futebol pode ser o produto mais importante deste país. Falta acabar com a violência, falta acabar com asdívidas trabalhistas, falta respeitar os contratos firmados, falta bastante profissionalismo e vergonha na cara.

O esporte, que um dia foi jogado descalço em campos de terra, hoje recebe patrocínios milionários, é transmitido ao vivo para todo o país e vê seus estádios crescerem e se modernizarem à espera de uma Copa do Mundo iminente. E os cartolas que antes desviavam o dinheiro do clube, hoje são fiscalizados pela própria torcida (nem tanto assim).

Ainda nos resta um longo caminho a percorrer, mas os novos cartolas que virão acrescentarão cada vez mais a visão profissional ao esporte. Muitos hoje já estudam o direito desportivo, o marketing desportivo, a gestão desportiva, e um dia estes serão os líderes do movimento pró-evolução.

É o começo, ainda é o começo, mas o futuro é dos bons.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Cenas lamentáveis em Campina Grande.

Na estréia do Santa Cruz na terceira divisão, pior do que a derrota, foram as cenas lastimáveis de violência entre as torcidas dos dois clubes. Antes do jogo, do lado de fora do estádio, o que se viu foi muita correria, torcedores atirando bombas e pedras, armando-se com paus e até facões. Nas arquibancadas, a torcida coral entrou em confronto com a polícia e as cenas de violência foram registradas pelas câmeras de TV, para que todo mundo pudesse ver.

Eu pergunto: até quando? Até quando precisaremos ter medo de ir aos estádios? Até quando a polícia vai continuar agindo como se fossem marginais? Até quando vândalos usarão as cores de um clube para justificar a violência? Até quando estes marginais permanecerão nos estádios? Até quando os clubes, federações e poder público permanecerão omissos?

Estamos sempre pedindo iniciativas do poder público, sempre querendo novas leis, mais rígidas. Mas, quem são os maiores interessados em acabar com a violência? Ora, os bons torcedores e os clubes. E o que é que os clubes fazem para acabar com a violência? Nada. Mas, alguém sabe quem são os responsáveis pela violência? Sim, os uniformizados. Então, o que falta?

Falta aos clubes reconhecerem que eles são os maiores interessados em acabar com a violência. Falta começar a agir em vez de esperar a ação do poder público, até porque, este não costuma ser muito rápido nas suas ações.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Surfe no Extracampo.

Quem disse que esse blog é só sobre futebol? Pois, agora é a vez do surfe, e não se surpreenda, pois este esporte é um dos mais importantes da atualidade. Mais do que uma modalidade esportiva, o surfe é um estilo de vida, de agir, se vestir, se portar, até para os que não praticam o esporte, mas gostam da "vibe".

Será realizado nos dias 9 a 12 de julho, em São Paulo, o Festiv'Alma. O evento vai expor a arte, o cinema, a música e principalmente os negócios do esporte, que segundo seus organizadores movimentam cerca de US$ 3 bilhões (R$ 4,7 bilhões) no Brasil e aproximadamente US$ 40 bilhões (R$ 63,4 bilhões) no mundo.

O surfe deve ser o esporte que mais cresceu nas últimas décadas. Uma prática que antes era discriminada, hoje rende bilhões de dólares e influencia a cultura dos jovens em todo o mundo. Como bem diriam os sufistas: "surfe não é esporte, é estilo de vida".

Confiram o vídeo promocional do evento no blog da Máquina do Esporte:
http://blogdamaquina.zip.net/arch2008-06-29_2008-07-05.html#2008_07-02_18_23_47-128520540-0

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Novo estádio do Palmeiras.

O projeto de reforma do estádio Palestra Itália foi aprovado. A transformação em uma arena multi-uso, nos moldes europeus e cumprindo todos os encargos da FIFA, custará cerca de R$270 milhões. A capacidade será de 42 mil pessoas e o projeto pode ser concluído já no final de 2009. A diretoria apresentou o vídeo abaixo para divulgar o projeto. Confiram:



O exemplo deve ser seguido por outros clubes. Como já escrevi várias outras vezes, ter uma arena deste porte, com restaurantes, lanchonetes, centro de convenções, etc, não é um custo, é um investimento. Só assim os clubes poderão tirar o máximo proveito dos seus torcedores. Futebol é negócio, e um negócio milionário, infelizmente alguns ainda adminisram clubes como se fossem padarias.

C13 e Globo assinam contrato sem Flamengo, São Paulo e Corinthians.

Nesta terça-feira foi fechada a negociação sobre os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro em pay-per-view, TV fechada e placas de publicidade pelos próximos três anos. Os acordos, especialmente o último, ainda não têm o apoio das três maiores torcidas do país, Flamengo, Corinthians e São Paulo, que negociam com a SmartVision, dona da maior proposta.

A empresa canadense havia sido desqualificada pelo C13 por não apresentar garantias de pagamento dos R$ 165 milhões referentes às placas de publicidade. A Globo acertou com o C13 por R$90 milhões.

"Nós não aceitamos porque existe uma proposta maior que a que foi aprovada, e a gente quer o melhor para os nossos clubes. Não tem como mostrar garantias de um contrato que não está assinado. Resolver isso é simples. É só fazer uma cláusula que indique rompimento no caso de inexistência do aval", disse Marcelo Portugal Gouvêia, diretor de planejamento do São Paulo, em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte.

Há tempos que os grandes clubes brasileiros se mostram insatisfeitos com os contratos de transmissão do campeonato. Enquanto isso, os menores ainda reclamam da forma com que a verba é dividida. O certo é que veremos mudanças no futuro, para o bem do futebol. Minha maior crítica ainda permanece, a presença dop Clube dos 13 nas negociações e os critérios adotados na divisão das cotas.

Fonte: http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/noticias.asp?id=9770

terça-feira, 1 de julho de 2008

Flamengo pede punição ao Sport e à PM.

Mais um episódio envolvendo a polícia pernambucana virou notícia. Na partida entre Sport e Flamengo, no último domingo, um policial foi até o vestiário visitante, após a partida, para prender o jogador Marcinho, que teria atirado um copo de água na torcida. Mas, a vítima não apresentou queixa e o atleta ficou livre.

A atitude da polícia só prejudica o futebol pernambucano. Desde quando jogar água é crime? Agora vai virar moda a PM prender jogadores? E queriam prender em flagrante um atleta por conta de uma denúncia do torcedor, sem que esta fosse apurada. Sinceramente, esta é uma das estórias mais absurdas que eu já ouvi no futebol.

Mas, a atitude do Flamengo em querer interditar a Ilha do Retiro por este fato é ainda mais absurda. Se o Náutico foi absolvido depois de toda aquela confusão, por que haveria punição ao Sport em um episódio sem grandes consequências e que, no fim, acabou em nada? Será que já querem declarar guerra contra Recife de novo?

Porém, em um ponto eu concordo com os flamenguistas, a atitude da polícia foi absurda, sem fundamento algum. Está na hora dos clubes pernambucanos sentarem com o comando da PM e resolverem algumas questões. Enquanto PMs se preocupam em prender jogadores de futebol por arremessarem copos de água na torcida, baderneiros uniformizados fazem arruaças pelas ruas da cidade. Está na hora de começar a prender os marginais que levam a violência e o medo para os estádios, deixando os atletas para a Justiça Desportiva.


Deputado propõe mudança do STJD para Brasília.

Recebi da assessora de imprensa do deputado Bruno Araújo a seguinte nota:

"A sede do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) poderá ser transferida para a capital federal. O deputado pernambucano Bruno Araújo (PSDB) é autor de projeto de lei 3586/2008, já em tramitação na Câmara Federal que propõe a mudança da sede do tribunal do Rio de Janeiro para Brasília. Segundo o deputado, na justificativa do projeto, "o deslocamento da sede do STJD para a Capital Federal, assim como ocorre com os órgãos superiores do Poder Judiciário, certamente lhe conferirá maior imparcialidade, tendo em vista que o distanciará dos grandes centros futebolísticos nacionais e, ao mesmo tempo, o aproximará de centros de poder acostumados com a independência que deve nortear a conduta de todos os que têm incumbência de compor conflitos intersubjetivos". O projeto propõe em seu artigo art. 1º, o acréscimo do § 3º ao art. 52 da Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998, também conhecida como Lei Pelé, que passará a ter a seguinte redação: "Art. 52 § 3º O Superior Tribunal de Justiça Desportiva tem sede na Capital Federal e jurisdição em todo o território nacional. Se o projeto for aprovado e se transformar em lei, a mudança da sede do tribunal deverá ocorrer no prazo máximo de um ano a partir da publicação da nova legislação".

O problema é que o deputado desconhece pontos importantíssimos da nossa legislação.

Primeiro, a imposição proposta é inconstitucional, uma vez que o art. 217, I da CF prevê autonomia de organização e funcionamento das entidades desportivas.

Segundo, os STJDs não são órgãos do poder judiciário, são tribunais arbitrais ligados às confederações, que são pessoas jurídicas de direito privado. O Estado não pode impôr o local da sede de uma instituição privada.

Terceiro, o STJD do futebol, vinculado à CBF, julga apenas as questões da modalidade. Cada confederação possui o seu próprio STJD, na natação, no baquete, no vôlei, etc. A lei Pelé, apesar de ter nome de jogador de futebol, diz respeito a todos os esportes. Assim, a mudança proposta pelo deputado implicaria na transferência de todas as confederações e todos os STJDs do Brasil, nas diversas modalidades.

A conclusão é de que a proposta é totalmente inviável, além de inconstitucional, ilegal e arbitrária. A intenção pode até ter sido boa, mas a execução foi lamentável. Enquanto isso, o desporto nacional continua carente de boas leis em pontos cruciais.