segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Ano Novo.

O que mais espero em 2008, e o que mais desejo, é uma evolução do esporte brasileiro e uma profissionalização do nosso futebol. Nada cai do céu, nem se constrói em poucos dias. A mudança já começou, basta trabalhar e chegaremos no nosso objetivo.

Feliz ano novo a todos!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Árbitro dispara tiros em jogo na Malásia.

Após se ver cercado por cinco jogadores, o árbitro, que é policial, foi ao seu carro e buscou uma arma, depois disparou para o alto a fim de dispersar a "multidão". A polícia vai investigar o caso para saber a razão da atitude do árbitro.

Quando juntamos uma arma e uma pessoa qualquer absurdo pode acontecer, até mesmo em um jogo de futebol. Sou contra as armas de fogo, pior invenção da humanidade, e não há qualquer razão que venha justificar a atitude deste árbitro. Ele deve ser punido, de preferência banido do esporte, alguém com tanto destempero não pode exercer tal profissão.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Artigo esquecido: Série "C" é o inferno?

Esse artigo foi publicado no Blog do Torcedor em 22/11/2007. Normalmente eu publico aqui no Blog os artigos que envio para Marcelo Cavalcante, por algum motivo esqueci este. Então, aí vai:
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Cair para a Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro foi o pior capítulo da história tricolor até hoje. Mas, todos se perguntam, quais são, realmente, os prejuízos que o clube sofre. Disputar a Terceira Divisão é mesmo o fim do mundo?

A resposta é mais sim do que não. Disputar a Série "C" é um enorme prejuízo para um clube tão grande quanto o Santa Cruz, além das verbas que a CBF deixará de pagar aos clubes, há ainda os direitos televisivos (já que a Série "C" não é transmitida) e verbas pagas pelos patrocinadores. Disputar a Terceira Divisão gera uma brusca queda nas receitas do clube. E o Santa Cruz não é famoso por ter um balanço financeiro positivo.

Sem a TV, jogando contra times de menor expressão, o clube deixa de ganhar mais do que os direitos de transmissão, perde nas placas de publicidade, no patrocínio da camisa, no preço dos ingressos, e quase todas as receitas sofrerão uma sensível diminuição. Se o Santa já tinha dificuldades para pagar as suas contas, essas dificuldades vão aumentar ainda mais.

A torcida coral será uma grande aliada nessa missão de ajudar o clube a sair dessa. Alguns clubes como o Vitória e o Bahia podem servir como inspiração, lotando o estádio e pressionando o clube a subir. Este ano, apesar de todo apoio da torcida, a queda foi inevitável, por isso, o planejamento para a temporada 2008 tem que ser o melhor da história tricolor.

O Santa Cruz precisa de uma revolução, da política ao campo e, principalmente, na organização do clube. A ideia de transformar o clube em empresa é louvável, mas o momento não parece ser o melhor, afinal, as ações do clube não devem estar valendo muito nesse instante. Não acredito que um investidor queira ingressar nesse barco furado. O que o Santa Cruz precisa é de uma gestão profissional, chega de torcedor-presidente.

Mais importante que sair da série "C" é nunca mais voltar para lá. O Santa não precisa de um milagre, precisa de uma evolução. Mesmo que não consiga sair na primeira tentativa, o planejamento tem que ir além do simples acesso à próxima divisão. Afinal, a cobra coral merece muito mais.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Feliz Natal.

Aos leitores do extracampo, desejo um feliz Natal, e que o ano de 2008 seja melhor para todos nós.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Os patrocinadores.

O site globoesporte.com apresentou os valores dos contratos de patrocínio de alguns clubes brasileiros. Pelo visto, a desigualdade não diz respeito apenas às cotas da TV, os patrocinadores também mostram a diferença de visibilidade que existe entre os clubes.

CLUBE - PATROCINADOR - VALOR/ANO
Palmeiras - Fiat - R$ 19 milhões*
Corinthians - Medial Saúde - R$ 16,5 milhões
Flamengo - Petrobras - R$ 16 milhões
São Paulo - LG - R$ 15 milhões
Santos - Semp Toshiba - R$ 8,5 milhões
Botafogo - Luquigás - R$ 8 milhões
Cruzeiro - Tenda - R$ 6 milhões
Vasco - Habib´s - R$ 3,6 milhões
Grêmio - Banrisul - R$ 3,6 milhões
Internacional - Banrisul - R$ 3,6 milhões
Atlético-MG - MRV - R$ 3,1 milhões

* Dos R$ 19 mi do Palmeiras, R$ 7 mi são para categorias de base

Corinthians caiu,mas a renda sobe.

O Corinthians aproveitou a queda à série B para, acredite, lucrar ainda mais. Se houvesse terminado o campeonato na metade da tabela o Corinthians talvez não fosse tão assediado pela imprensa. A queda do clube à série B deu uma reviravolta na torcida, e o clube aproveita a exposição para lucrar cada vez mais.

Depois de lançar o Kit Torcedor, um sucesso de vendas, o timão anunciou o novo patrocinador, um contrato no valor de R$16,5 milhões, R$1,5 milhões a mais que o anterior. Pelo visto, aquela estória de que crise é igual a oportunidade parece ser verdade no Parque São Jorge. E ainda não foi concretizada a venda dos direitos de transmissão dos jogos. Depois de fechado o balanço vai ser possível afirmar que a queda para a segundona foi a melhor coisa que poderia acontecer ao alvi-negro.

Novela Acosta.

Não posso analisar o caso que envolve o Nautico, Acosta, o Corinthians e o Cerrito com muita profundidade, pois nunca tive acesso aos contratos do jogador com o clube pernambucano, nem o que este afirma ter com o Cerrito.

No jogo de alegações, até agora, quem vence é o Corinthians, afinal, já acertou tudo com o clube do Uruguai e já assinou contrato com o jogador. O atleta já apresentou um distrato com o Nautico, no qual o clube alvirrubro ainda exige o valor que havia antecipado, cerca de R$170 mil, ao atleta.

O Nautico continua afirmando que possui direitos sobre o atleta, mas nunca revelou este tal contrato e foi diversas vezes desmentido pelo anterior clube do atleta. A tal cláusula de renovação que o Nautico alega nunca foi exercida pelo clube, e o Cerrito afirma nunca ter sido procurado pelos pernambucanos.

A história da renovação de Acosta sempre me pareceu nebulosa, afirmavam ter fechado, depois apareciam dizendo que estavam negociando. O Cerrito exigiu mais e o Nautico não quis pagar. Parecia mesmo que os alvirrubros estavam interessados apenas numa parcela da transferência e não na renovação efetiva do jogador. Pelo visto, o Nautico vai ficar sem o dinheiro, sem o jogador e com uma bela dor de cabeça.

Manchester Untd. lucrou £75 milhões.

O lucro que será anunciado pelo clube deve bater todos os recordes anteriores. O Manchester é um dos maiores clubes do mundo, e dos mais ricos. A liga inglesa também é a mais rentável.

Não podemos comparar o faturamento do clube inglês com os clubes brasileiros. Mas, podemos analisar como o Manchester chegou a isto e usar estas idéias aplicadas à nossa realidade. O clube possui mais de cem mil sócios, uma rede de TV e média de público de mais de 70 mil pessoas por jogo.

Será que a gente chega lá?

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Lei Pelé e o fim do “passe”.

especial para o Blog do Torcedor.

A Lei Pelé (9615/98) completa dez anos em 2008, o passe já não existe mais desde 26 de Março de 2001. E ainda tem dirigente reclamando da lei, indignados com a perda dos direitos sobre o atleta. Mas, em vez de reclamar das mudanças, está na hora de aprender a usar a lei para não deixar de lucrar.

Primeiro, vamos explicar aos mais novos o que era o “passe”. Segundo a antiga lei, o jogador mantinha um vínculo com o clube, independente de seu contrato. Assim, mesmo após o término do contrato com o clube, aquele atleta só poderia se transferir se o “passe” fosse comprado pelo novo clube, o que poderia deixar um atleta desempregado e impedido de trabalhar. A liberdade do trabalhador se via restringida, em total desacordo com a nossa Constituição.

A Lei Pelé vem para abolir o “passe”, e estas mudanças já eram esperadas, o movimento já vinha acontecendo na Europa e o mundo todo deveria se adequar às novas regras sobre o trabalho desportivo. O vínculo, agora, está ligado ao contrato, enquanto este durar. A multa é o “preço” a ser pago pela rescisão e está ligada diretamente ao salário do atleta (até 100 vezes a remuneração anual), é aí que o clube deve trabalhar para garantir uma compensação na transferência.

Exemplos: Alexandre Pato, antes mesmo de ser integrado ao grupo principal, teve seu contrato melhorado e sua multa aumentada consideravelmente, o mesmo aconteceu com Hernanes, do São Paulo, que voltou de um torneio na Índia com contrato novo (multa de U$ 20 milhões), bem como o zagueiro Breno, já vendido para o futebol alemão.

A tática, porém, pode voltar-se contra o clube. São vários os exemplos de atletas que têm seu contrato melhorado, na esperança de serem vendidos, mas que, com o tempo, mostram não ser tão bons quanto se esperava. Aquele aumento na multa é também um aumento de salário, e se não for vendido, o prejuízo é do clube. Hoje se discute muito se o clube deve pagar esta mesma multa se quiser demitir o empregado sem justa causa, o STJ entende que sim, eu entendo que não.

Apesar do fim do “passe” a venda de jogadores não acabou, apenas o sistema está mudado. E, ao invés de reclamar da lei e do mercado, devemos aprender a explorá-lo. Nunca se exportou tantos atletas, nunca se cobrou tão caro por um jogador. A lei mudou, mas o mundo também mudou, hoje o torcedor é um consumidor, o futebol é um negócio, o jogador é um trabalhador, e o clube é, ou deveria ser, uma empresa.

Está na hora de aceitar e seguir em frente.

O Nautico e a sua Arena.

O clube pernambucano fechou parceria com a empresa Lusoarenas, de Portugal, para a construção de um estádio em Recife com capacidade para 40 mil pessoas. Claro que o objetivo é concorrer com o projeto do governo da Arena Recife-Olinda. A disputa começou, o Santa Cruz já apresentou o projeto de reforma do Arruda, o Sport só disse que faria, até agora nada.

Por enquanto, prefiro o projeto alvi-rubro. Por quê?

1º. Parceria privada, sem a utilização de dinheiro público. Sei que muitos políticos querem colaborar com o novo estádio, mas o melhor é que invistam todo o dinheiro em infra-estrutura, como o metrô, uma exigência da FIFA.
2º. Será um estádio novo e não uma reforma, isso dá liberdade também para procurar o local, que deve ser próximo à Ceasa. A participação do Estado poderia vir com a doação do terreno.
3º. O estádio dos Aflitos poderia ser vendido, o que daria uma injeção sensível de verba ao clube. Além do tamanho do estádio dos aflitos (20 mil) ser pequeno para a torcida, que o lotou em quase todos os jogos.

O novo estádio será bom não só para o Nautico, mas para todos os clubes e torcedores de Pernambuco. A empresa promete o máximo em segurança e conforto para os torcedores, além de instalar lojas e restaurantes.

O melhor seria que todos os clubes fizessem o mesmo. Independente de qual estádio sediará a Copa do Mundo, ter um estádio nos moldes da FIFA, com uma estrutura moderna de serviços ao cliente/torcedor pode ser algo muito lucrativo. Mais de 20 mil pessoas por jogo, isso é um mercado que não se pode desprezar, nem desperdiçar um espaço tão grande e lucrativo apenas com um campo de futebol, é preciso ser um centro de convenções, moderno e confortável.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Romário suspenso por 120 dias.

A suspensão de Romário merece um comentário importante, afinal, agora ele é o técnico do Vasco, e adúvida que pode surgir é a seguinte: ele foi suspenso como atleta, poderá atuar como técnico?

A resposta é não. A suspensão por prazo priva o infrator de participar de qualquer competição ou frequentar qualquer praça desportiva que não a sua. Sim, o técnico Romário também foi suspenso e não só o jogador.

Segundo o CBJD:
Art. 172 A suspensão por prazo priva o punido de participar de quaisquer competições na respectiva modalidade desportiva, de ter acesso a recintos reservados de praças de desportos, excluída a entidade de prática a que pertencer, de praticar atos oficiais referentes à respectiva modalidade desportiva e exercer qualquer cargo ou função em poderes de entidades de administração do desporto da modalidade e na Justiça Desportiva.

Parágrafo único. A critério e na forma estabelecida pelo presidente do órgão judicante, e desde que requerido pelo punido após o trânsito em julgado da decisão condenatória, até metade da pena de suspensão por prazo poderá ser cumprida mediante a execução de atividades de interesse público, nos campos da assistência social, desporto, cultura, educação, saúde, voluntariado, além da defesa, preservação e conservação do meio ambiente. (ALTERADO)

Thiago Neves derrotado na justiça.

O resultado era o que eu já previa, a juiza decidiu pela manutenção do vínculo entre o atleta e o Paraná. Na decisão ela deixou claro que para se desvincular o atleta deve pagar a multa integralmente ou negociar com o clube.

O maior erro de Thiago e de seus advogados foi confundir o vínculo desportivo e a cláusula penal com os "direitos econômicos" cedidos pelo clube. O vínculo trabalhista entre o atleta e o clube não se confunde com a cessão de direitos a empresários, e mesmo o Paraná já tendo cedido 100% do que tem direito sobre a rescisão do atleta, o vínculo permanece enquanto durar o contrato.

Assim, Thiago Neves deverá se apresentar ao Paraná no próximo ano. Resta ao Fluminense negociar com o clube ou pagar a multa integralmente, cerca de R$ 3,9 milhões.

reportagem: http://globoesporte.globo.com/ESP/Noticia/Futebol/Fluminense/0,,MUL225932-4284,00.html

Forum Esportivo.

Estive ontem no programa Forum Esportivo, transmitido ao vivo pela Rádio Jornal. Gostaria de agradecer ao grande Maciel Júnior pelo convite e estou à disposição para participar mais vezes do debate. O programa contou ainda com a participação do narrador Rembrandt Jr, um cara super simpático que acaba de ganhar mais um fã.

Além da presença dos jornalistas, esteve lá o técnico do Náutico, Roberto Fernandes, que esbanjou competência e eloquência. O técnico foi muito elogiado por todos que estiveram presentes. Roberto Fernandes mostrou ser talentoso e competente, falando da sua carreira o técnico mostrou que nada na vida vem fácil, mas com trabalho tudo é possível.

Tacão, preparador físico do Sport, também esteve no programa, e as histórias de sua carreira e como ela se cruza com Roberto Fernandes e o Hernanes são um exemplo da experiência desse profissional. Tacão aproveitou para divulgar o curso de treinador de futebol que ele cordena. (http://www.treinador.org/
)

Hernanes, volante do São Paulo, que está de férias em Recife, esteve presente para abrilhantar o debate. O jogador revelou seu desejo de jogar mais um ano no Brasil antes de se transferir para a Europa. Hernanes é um grande talento e ainda vai dar muitas alegrias à nossa seleção. Um abraço a Seu Cosme, pai do atleta, que também esteve lá acompanhando o filho.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Aviso aos navegantes.

Alguns conselhos ao atleta que pensa em sair do Brasil. Existem diferenças significativas entre as regiões, a adaptação pode ser mais fácil ou dificil, mas a saudade de casa é uma inimiga constante onde quer que vá.

Nos países de cultura Árabe os contratos são mais curtos e bastante lucrativos, é bom pra quem pensa em fazer caixa e voltar para casa. Porém, a cultura e a visibilidade podem ser um empecilho. Não é uma boa ideia para quem pensa em atuar pela seleção, principalmente os mais jovens que podem não ter a maturidade necessária para o desafio.

No leste europeu, Ucrânia, Rússia ou Turquia, por exemplo, os contratos são mais longos e devem ser cumpridos integralmente. Eles dão valor e cumprem suas obrigações. Apesar de estarem na Europa, a visibilidade não é das melhores e a cultura também não ajuda, assim como a língua. Se você for um aventureiro que só quer ganhar uma grana e voltar, desista, os contratos duram entre 3 e 4 anos e você, dificilmente, conseguirá sair antes disso. O frio também não ajuda nada.

Os países da Europa ocidental são mais reconhecidos, há mais brasileiros e uma adaptação mais fácil dependendo da língua. Portugal e Espanha são os melhores pólos para o brasileiro, mas o futebol alemão tem muita visibilidade, e os alemães admiram muito o nosso futebol. Qualquer dos grandes centros, em grandes ou pequenos clubes, são oportunidades imperdíveis para o atleta.

Se você tem muitas propostas e não consegue se decidir, ligue para um colega de profissão que já tenha experiência internacional. No mais, boa sorte e boa viagem.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Palmeiras vai construir arena.

Foi selada a parceria entre o clube paulista com a WTorre Empreendimentos Imobiliários para a construção de um novo estádio com capacidade para 42 mil pessoas. O complexo contará com um auditório modular que comportará entre 500 e 2 mil pessoas, mais de 250 camarotes, além de um anfiteatro com capacidade para receber eventos de 2 a 10 mil pessoas.

Informações indicam que a empresa WTorre receberá 15% da renda dos jogos. Mesmo assim, será uma grande vantagem para o Palmeiras que poderá lucrar muito com o novo estádio. Porém, este novo estádio não deve ser utilizado para a Copa do Mundo, a sede deve ser mesmo o Morumbi.

Tudo isto é fruto da Copa de 2014, uma vez que os empresários, principalmente os estrangeiros, agora percebem o potencial do Brasil para grandes espetáculos futebolísticos. A tendência é que tenhamos mais reformas e construções do que o número que será utilizado realmente na Copa. O legado fica, para o bem do nosso futebol.

Thiago Neves nas mãos da justiça.

O caso do jogador Thiago Neves, que defendeu o Fluminense em 2007, foi levado à Justiça do Trabalho. O atleta intentou ação a fim de obter sua liberação frente ao Paraná, clube com quem tem contrato até 2009. Thiago tenta a liberação pagando R$ 748 mil, referente a 32% da multa rescisória, valor correspondente aos direitos obtidos pela LA Sports.

O Paraná contesta a ação e pede o pagamento integral da multa para poder liberar o atleta de seu compromisso (valor estimado em R$ 2,337 milhões). Os valores cedidos pelo clube aos empresários como "direitos econômicos" do atleta também é questionado pelos novos dirigentes do tricolor paranaense.

Agora, a justiça terá uma grande oportunidade de se pronunciar sobre temas polêmicos do direito laboral-desportivo. Além da multa rescisória, estará em jogo a questão da cessão dos "direitos econômicos" e os vínculos contratuais, trabalhistas e desportivos. Mas, a decisão da juíza deve ser contestada no TRT e depois, quem sabe, no TST.

Se o caso chegar ao Tribunal Superior do Trabalho poderemos ver uma explicação e uma consolidação em temas controvertidos do nosso futebol. Só espero que os magistrados busquem a opinião de especialistas para fazer o melhor para o caso e para o futebol brasileiro.

Reportagem do globoesporte.com:

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Assédio, contratações e renovações.

especial para o Blog do Torcedor

Montar a equipe para a temporada 2008 é o maior desafio dos dirigentes do futebol brasileiro. E a nossa cultura não é a de renovar com os atuais atletas, mas, quase sempre, procurar novos jogadores para o clube.

É preciso lembrar que o assédio, antes dos seis meses finais do contrato, é considerado ilegal pela FIFA. O mais ético e correto a fazer é abordar primeiro o clube antes de propor salários e vantagens ao jogador. O São Paulo reclamou da atitude dos alemães que acabaram contratando o zagueiro Breno, mas essa prática também ocorre muito entre os clubes brasileiros. E o assédio não se restringe aos jogadores, passa também pelos técnicos.

Diferente da Europa, onde os contratos firmados têm duração de 4 ou 5 anos, no Brasil os jogadores e clubes costumam firmar contratos de 1 ou 2 anos, o que faz com que o mercado se mobilize bastante a cada ano. Isto se deve ao inconformismo dos atletas, à desconfiança dos clubes e ao oportunismo dos agentes que lucram ainda mais com as transferências. Finalizado o contrato os atletas ficam livres para negociar com qualquer clube, sem dever nada ao antigo empregador.

A palavra "planejamento" está em alta no nosso futebol, e tudo começa pela montagem do time. Sem uma pré-temporada de verdade, os estaduais se tornam o laboratório para a escalação do time titular, e aquele que pouco renova e muito contrata precisa de mais tempo para conseguir o tão desejado entrosamento.

Os clubes pernambucanos sofrem uma grande desvantagem em relação aos do sul do país, principalmente pela condição financeira, por isso as soluções são diferentes. Os jogadores emprestados de outros clubes podem ser uma boa alternativa, mas deve ser levada com cautela. Afinal, o próprio Sport sofreu em 2007 por ter muitos jogadores emprestados, e sem direitos sobre os atletas o Leão teve que ver seu time sendo desmontado ao longo da competição.

Já o Náutico demorou muito para montar um time competitivo, não brigou pelo título do Campeonato Pernambucano e iniciou o Brasileirão na zona de rebaixamento. A preocupação com o caso Acosta pode acabar atrasando de novo os alvirrubros, a necessidade de fazer caixa leva o clube a vender mais do que compra, e o saldo, no final, pode ser negativo.

O Santa Cruz, que vai disputar a série "C", tenta montar um time com baixo orçamento mas de qualidade. Porém, já vai cometendo alguns erros no início, assinando contratos para disputar apenas o Campeonato Pernambucano. Se perder os atletas após o estadual vai ter muitas dificuldades para refazer o time para disputar a Série C, que deveria ser prioridade.

Ainda estamos em Dezembro, mas a temporada 2008 já começou. Contratar bem é o primeiro passo para a vitória. Renovar, comprar, vender, contratar, emprestar, tudo deve ser bem pensado e planejado para montar uma boa equipe. O campeonato já começou, agora só falta o apito inicial.

Multa por atraso.

O Corinthians foi multado em R$ 35 mil por ter atrasado o início da última partida do Campeonato brasileiro. O Goiás, que já em campo, esperou o início do jogo do timão, foi absolvido pelo STJD.

A punição é um exemplo da evolução do nosso futebol. Os desmandos estão acabando e quem desrespeita a lei e os torcedores será punido. Este pode ser um passo inicial para a melhoria organizacional dos campeonatos nacionais.

Com a Copa do Mundo de 2014 no Brasil teremos que nos adaptar às regras da FIFA. Não basta construir novos e modernos estádios, temos que mudar nosso futebol como um todo, desde a venda de ingressos, a presença de pessoas em campo e a postura dos clubes quanto à organização e às regras. É bom começar logo, só assim poderemos nos acostumar a tempo.

Bahia quer voltar a jogar na Fonte Nova.

Por incrível que pareça, o Bahia quer voltar a seu estádio. Segundo o presidente do clube, Petrônio Barradas, a reabertura da Fonte Nova não colocaria os torcedores em risco, uma vez que ele pede que seja liberado apenas o anel inferior.

O mais absurdo de tudo é o presidente achar que a vida dos torcedores não estaria em risco. Mesmo no anel inferior, a estrutura física do estádio está comprometida, e assim, mesmo com um risco de morte mais baixo, o risco de acidentes ainda seria alto. Não acredito que o pedido seja aceite, se for, será mais um absurdo da administração pública brasileira.

Será que ninguém pensa na segurança dos torcedores?

A televisão da B.

Eu já noticiei e comentei a intenção do Corinthians em negociar sozinho os direitos de transmissão de seus jogos. O problema é que o time paulista não joga sozinho e nesse bolo todos querem uma fatia. A FBA, empresa que negocia em nome dos clubes da série B, já demonstra preocupação mas parece otimista quanto a um aumento nas suas receitas.

Assim, o questionamento mais frequente é: se o Coriunthians negociar seus jogos sozinho, como fica o direito dos seus adversários? Acontece que, cada clube pode mesmo negociar separadamente, e o comprador poderia transmitir os jogos realizados em seu estádio. Assim, quem negociar só com o timão poderá transmitir apenas os jogos realizados em São Paulo.

Rede TV, Record e Rede Globo disputam os direitos da série B, e pode acontecer de duas emissoras conquistarem esse direito, uma com os jogos do Corinthians e outra com os demais da série B. Tudo indica que o clube paulista terá seus jogos realizados nos sábados à tarde, e a empresa que conquistar esses direitos terá a maior audiência do horário, por isso tanto alarde.

Se na série A, mesmo com tantos adversários de qualidade, a TV transmitia mais jogos do Corinthians que de qualquer outro, imaginem como será a segundona. Mas, se o timão vender apenas os seus jogos em casa, restará os jogos fora, e assim a FBA terá material suficiente para negociar a transmissão do resto do campeonato. E com isso, lucram todos os clubes e não só o Corinthians.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

A violência diminuiu.

O Ministério Público de Pernambuco revelou uma queda nos níveis de criminalidade associada ao desporto. Isto se deve à instalação do Jetep (Juizado especial cível e criminal do torcedor). Em 2005, antes da instalação do Jetep, o Batalhão de Choque da PM registrou 1.643 ocorrências nos estádios. Em 2006 esse número caiu para 763 e depois para 468 em 2007, uma redução de 71%.

Segundo o promotor Aguinaldo Fenelon, coordenador do jetep: "Os torcedores julgados no jetep ficam, no mínimo, 90 dias proibidos de freqüentarem os estádios. Nesse período, prestam serviços comunitários. Eles também podem pagar multa pecuniária, cujo valor varia de acordo com a situação financeira de cada torcedor". O promotor ainda acrescenta que os casos de reincidência são raros. "Se um torcedor, após julgado pelo jetep, voltar a promover desordem nos estádios responderá processo criminal. Mas até agora isso foi raro de acontecer. Um ou dois casos".

É uma ótima notícia para o futebol que tanto já sofreu com a violência. Os juizados especiais já mostraram eficiência nos casos comuns e mostram também quando o caso abrange o desporto. Um julgamento rápido e uma punição exemplar são elementos primordiais para restaurar a ordem. A punição de não frequentar os estádios deve ser valorizada e estruturada. O Estado precisa dar condições à aplicação das penas, mas se não fazem isso com as nossas penitenciárias, no futebol não parece ser diferente.


Reportagem do Jornal do Comercio de 11 de dezembro de 2007.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Pesquisa de fim-de-ano.

Obrigado a todos que votaram nas outras enquetes, agora queria fazer uma verdadeira pesquisa. São 7 perguntas aos leitores/torcedores. Vamos conhecer melhor nossa torcida, quero saber o que vocês pensam. Quem quiser pode comentar à vontade, toda opinião é bem-vinda e engrandece.

Pesquisas encerradas.

Você pagaria para assistir um jogo de futebol feminino?

50% das pessoas responderam que sim, 30% disseram que não, 13% só assistiriam jodos da Seleção Brasileira e 7% só pagariam para ver um jogo do seu clube. Levando em conta que os leitores do site já são apaixonados por futebol, teríamos metade do público de um jogo profissional, mas não acredito que seria esse o resultado na prática. A simpatia demonstrada pelos leitores já é um grande incentivo ao esporte.

Você é sócio do seu clube?

63% disseram que sim, 13% não, 11% gostariam mas acham caro enquanto 13% pensam que o clube não lhe oferecesse vantagens. Bom, pelo visto os torcedores são, na maioria, sócios do seu clube. Existe muita diferença de preços e vantagens nos clubes brasileiros, cada um tem que respeitar a sua realidade, às vezes podem cobrar caro como o São Paulo que oferece muito, ou cobrar menos e ter uma massa associada maior. Cada um na sua, o que vemos é que sempre se pode melhorar, ainda faltam 37% de torcedores para conquistar.
Obrigado a todos que votaram, e agora participem da SUPER PESQUISA DE FIM DE ANO.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Comparando receitas.

O Diretor do Globo Esporte, Marcelo Campos Pinto, exibiu no Footecon um estudo comparativo entre as receitas dos clubes brasileiros e os participantes da Liga Inglesa (Premiere League). Enquanto no Brasil eles têm 60% de suas rendas oriundas da TV, 11% de bilheteria e 20% de patrocínio e publicidade, na Inglaterra a TV é responsável por 42%, contra 25% de patrocínio e propaganda e 33% do que eles chamam de "match day", ou seja, ingresso e todas as receitas provenientes da ida ao estádio.

Vê-se que dependemos demais das verbas provenientes da TV, que é a mais injusta de todas. Mostra-nos também que os clubes não têm conseguido explorar tão bem seus torcedores. Quando se tem um público de mais de vinte mil pessoas no estádio é preciso saber lucrar, seja com a venda de comidas, bebidas ou produtos com a marca do clube.

Nos jogos da Liga Inglesa os torcedores, enquanto esperam o início da partida, confraternizam dentro das dependências do estádio e consomem os produtos vendidos pelos clubes ou seus parceiros. Já no Brasil, os torcedores chegam cedo mas ficam nos arredores do estádio em bares ou na rua, e dentro do prédio não têm o conforto, a higiene e a variedade necessária para fazê-los consumir de forma considerável.

Ronaldinho quase de graça?

O caso do jogador Webster, que se transferiu do Hearts da Escócia para o Wigan da Inglaterra, destacou a nova regra da FIFA sobre transferências. E agora, Ronaldinho Gaúcho também ameaça se utilizar desse instituto.

Todos que se interessam por futebol sabem que, enquanto um jogador está sob contrato com um clube só pode ser transferido mediante o pagamento de uma verba rescisória. Mas, poucos conhecem o novo art. 17º do Estatuto FIFA sobre transferências de atletas.

Na nova redação, incluída em 2001, o atleta que rescindir o contrato sem justa causa será punido. Mas, não haverá nenhuma punição ao atleta que rescindir após o "Período Protegido", bem como a compensação a ser paga pelo novo contratante não será a estipulada na cláusula de rescisão (cláusula penal) prevista no contrato, será calculada pela CRL (Câmara de Resolução de Litígios da FIFA) levando em conta critérios previstos no mesmo art. 17º.

"Período Protegido" corresponde a três Épocas ou anos a partir do início do contrato assinado antes dos 28 anos, se assinado após o 28º aniversário o período será de 2 anos. Assim, um jogador como Ronaldinho Gaúcho, que já completou 3 anos no Barcelona, não está mais dentro do "Período Protegido".

O irmão e empresário de Ronaldinho ameaçou tirá-lo do Barcelona para assinar com o Chelsea se baseando nesta regra. Assim, o brasileiro rescindiria unilateralmente o contrato e não estaria sujeito a punições por já ter passado o "Período Protegido". O Chelsea, se contratasse o brasileiro, teria que pagar apenas o estipulado pela CRL como compensação ao Barcelona, na verdade, o próprio jogador seria o responsável pela dívida, já que foi ele quem deu causa à rescisão.

Para se ter uma idéia do tamanho do problema, no caso de Webster, o clube lesado, o Hearts, queria uma compensação de 5 milhões de libras, enquanto a CRL decidiu pelo pagamento de uma verba de 625 mil como indenização. O jogador ainda ficou insatisfeito pelo valor ser superior ao saldo restante de seus salários.

A grande novidade não está em autorizar a rescisão do contrato, isso a lei não faz, mas em autorizar que o atleta assine com outro clube sem ser punido desportivamente e diminui a compensação a ser paga pelo atleta. Se a rescisão se desse dentro do "Período Protegido" o atleta seria suspenso por quatro a seis meses.

Mas o clube que que der causa à rescisão ou tenha induzido o atleta a tal será punido com uma proibição de inscrever novos atletas num período de 2 anos. A lei ainda diz que: "Presume-se, salvo demonstração em contrário, que qualquer clube que inscreva um profissional que tenha rescindido seu contrato sem justa causa o tenha induzido a tal decisão"

Sendo assim, Ronaldinho até poderia rescindir contrato com o Barcelona e pagar a compensação, mas se for contratado pelo Chelsea é bem provável que o clube inglês seja punido. Por isso eu duvido que o atleta chegue a tal ponto.

Vale lembrar que as regras da FIFA só são aplicadas às transferências internacionais, estas disposições não cabem quando a troca de clubes acontece dentro de um país, serão respeitadas as leis nacionais.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

São Paulo: exemplo.

Exemplo de profissionalismo no futebol brasileiro, o São Paulo anunciou uma nova fornada de produtos que serão comercializados com a marca do clube, de aparelho celular a bichos de pelúcia. O tricolor resolveu vender até as redes do Morumbi. Após o jogo do título contra o América-RN a diretoria retirou as redes e recortou-as, agora fazem parte de 533 quadros que serão vendidos por R$120.

O São Paulo, assim como o Internacional, já passou da "idade da pedra futebolística" onde os clubes pedem dinheiro a seus torcedores, prática ainda comum em nosso país. Os clubes conseguem arrancar ainda mais dos apaixonados, mas nada de esmola, é tudo feito de forma profissional.

É isso que falta aos clubes perceber. Melhor do que cada torcedor doar um real por mês é que ele compre uma camisa, um chaveiro ou uma caneta todo mês. Isso é saber explorar a paixão do torcedor, nada de mendigagem, o clube deve ser profissional, os produtos postos à venda são muito mais rentáveis e dignos que recolher doações com uma caneca na mão.

Maior média de público dos últimos 20 anos.

A média de 17.424 torcedores por jogo é a maior desde 1987 (Copa União). Isto se deve, principalmente, ao Flamengo, São Paulo e Sport. A média dos pernambucanos é a terceira deste ano, mas é superior à melhor média de 2006 que pertence ao Grêmio.

O crescimento do público deve continuar no próximo ano, afinal, os torcedores do Flamengo, maior média deste ano, só despertaram na reta final. Apesar de ter conseguido públicos de 80 mil torcedores em uma partida, a média do rubro-negro no Maracanã é de 39.221. Então, se os flamenguistas começarem 2008 como terminaram 2007 temos chances de bater todos os recordes de público da história do Brasileirão.

Mais informações em:
http://globoesporte.globo.com/ESP/Noticia/Futebol/Campeonatos/0,,MUL197809-4276,00-O+MAIOR+PUBLICO+EM+DUAS+DECADAS.html

Dificuldades para a seleção olímpica.

A CBF divulgou que não vai utilizar as "datas FIFA" para jogos da seleção olímpica. Essas datas são as brechas impostas pela entidade para que todos os clubes liberem seus atletas, tudo bem pensado dentro do calendário esportivo internacional.

Sem essas datas vai ficar difícil juntar os atletas olímpicos para treinar e realizar amistosos. Ao que parece, o Brasil só teria então 15 dias para treinar antes das Olimpíadas de Pequim, e contando o tempo de viagem e fuso-horário, esse tempo cairá para 12 ou 13 dias.

A seleção que se apresentará neste domingo contra os craques do Campeonato Brasileiro não é a convocação definitiva, muito pelo contrário, é a seleção olímpica dos atletas que atuam no Brasil. Apenas Alexandre Pato atua na Europa, mas ainda não está jogando, por isso foi convocado. Mas, a seleção não pode prescindir de nomes como Marcelo (Real Madrid), Lucas (Liverpool) ou Anderson (Manchester Untd.) dentre vários outros jogadores.

Não parece que a CBF esteja privilegiando a competição olímpica. Uma pena, afinal, é o único título que o Brasil ainda não conquistou.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Valois também discute as cotas de TV.

O presidente do Clube Náutico Capibaribe declarou que não aceita a cota de 3,4 milhões de reais paga pelo Clube dos 13. Ele quer um acordo de 8 milhões e ameaça proibir a transmissão dos jogos do Náutico.

Segundo Valois: "Isso é cota para clube que sobe para a Série A e vai voltar para Série B no ano seguinte. Não vamos aceitar essa cota. Se for o caso, vamos discutir com a TV Globo. Afinal, o Clube dos 13 não me representa. Só me chama para assinar contrato".

Quem acompanha o blog conhece a minha posição quanto a este assunto. Sou a favor de uma divisão igual para todos os clubes, não concordo com os critérios atuais nem com a representação feita pelo C13. A disparidade do sistema atual é tanta que o Corinthians recebeu mais de 3 vezes o que recebeu o Nautico do C13 em 2007.

O pior é que o Corinthians, mesmo disputando a série "B" de 2008, receberá metade do recebido este ano, um valor ainda maior do que vários clubes recebem na primeira divisão. Isso tudo porque o C13, responsável pelas negociações e distribuições privilegia seus membros em detrimento dos outros clubes participantes.

Mas, com o racha da entidade e os novos interessados em comprar o campeonato, a discussão dos direitos televisivos será bem mais acirrada este ano. O insurgimento do Náutico deve ser seguido por outros clubes a fim de revolucionar o sistema. O debate está lançado, e o atual sistema, tão injusto e desigual, não deve perdurar por muito tempo.

A má distribuição de renda é um problema que assola o país e o Campeonato Brasileiro. Sei que não podemos resolver todos os males do mundo, mas bem que poderíamos começar pelo futebol.

Considerações finais de um Brasileirão.

especial para o Blog do Torcedor

Acabou o Campeonato Brasileiro de 2007. Agora, podemos fazer aquelas últimas análises e considerações. No geral foi um ótimo campeonato, a vitória do São Paulo com muita antecedência não tirou o brilho da competição que continuou disputada e equilibrada. Foi um dos campeonatos mais emocionantes dos últimos tempos e um dos mais justos também. Venceu quem merecia e caiu quem devia cair.

A fórmula dos pontos corridos parece ter se consolidado finalmente. Pela primeira vez ninguém sentiu falta de uma final, nem reclamou da fórmula atual. Pelo visto, nada vai mudar, nem mesmo o número de rebaixados à Série B. O título, a Libertadores, a Sul-Americana e o rebaixamento deixaram o campeonato emocionante até o final.

O povo parece estar se acostumando e a prova disso é a alta média de público. A organização do campeonato e o fim das "viradas de mesa" podem ser apontados como os principais motivos para o aumento no número de torcedores nos estádios. Mais de 80 mil em um jogo parece final de campeonato, mas é a prova da importância que cada jogo tem na tabela e a prova de que a torcida está voltando a campo, e cada vez mais apaixonada.

Sport e Náutico permanecem na elite do futebol brasileiro e isso é motivo de comemoração. As duas torcidas deram show nas arquibancadas e os times responderam dentro de campo. O mau começo foi superado e, no fim, ser de primeira é o que importa. Esta permanência pode ser um grande passo para uma estabilidade organizacional dos nossos clubes, basta haver profissionalismo.

O campeonato não foi fácil para os pernambucanos, o Náutico sofreu dentro de campo e só melhorou depois de algumas contratações como Geraldo e o técnico Roberto Fernandes. Já o Sport sofreu mesmo fora de campo, com muitos atletas emprestados, o Leão se viu impotente perante as investidas dos outros clubes, muitos abandonaram a Ilha do Retiro e o time teve dificuldades em se reerguer.

Mas, lutar para não cair deve deixar de ser a meta dos clubes pernambucanos no segundo ano, agora é buscar objetivos mais nobres e melhores colocações na tabela. Que a agonia da zona de rebaixamento jamais volte ao nosso estado e que os erros sirvam de lição para o Brasileirão 2008.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Propondo mudanças.

A matéria do Blog do Torcedor revela o desconforto com as atuais regras de distribuição de cotas entre os clubes. Marcelo Campos Pinto, diretor do Globo esportes, critica a fórmula de pontos corridos e a distribuição das verbas de transmissão.

"Minha proposta é a discussão do modelo italiano, que entrará em vigor em 2010. Nele, todos os times da Série A embolsam 40% os mesmos valores de transmissão, 30% fica dividido com base em níveis de exposição e os outro 30% cabem à premiação", conta.

A idéia é interessante, afinal, diminui as disparidades do atual sistema. Sou contra o sistema adotado pelo Clube dos 13, principalmente quanto ao pagamento de verbas aos que nem fazem parte da série "A". O Corinthians, por exemplo, receberá 50% do que recebia este ano, mesmo disputando a série "B". Verba bem maior do que recebia o Náutico na primeira divisão deste ano.

Já disse várias vezes, sou contra o C13 negociando os direitos televisivos e à favor de uma distribuição de cotas iguais entre todos os participantes, afinal, vende-se o campeonato como um todo e não jogos de times isolados.

A TV da série "B".

O presidente da FBA, empresa que negocia os direitos de transmissão da série "B" do Campeonato Brasileiro de futebol, José Neves, acredita em uma super-valorização da competição em 2008 devido à participação do Corinthians.

Segundo ele, a Record e a Globo já estão se engalfinhando pelos direitos de transmissão. Mas, o Corinthians parece dar sinais de que vai bagunçar estas negociações. O diretor financeiro do Clube dos 13, Fernando Carvalho, ex-presidente do Internacional, em entrevista à rádio CBN admitiu um novo racha na organização, já que o Corinthians ameaça um rompimento e pretende negociar sozinho o direito de transmissão de seus jogos.

De fato, a presença do Corinthians na série "B" vai abalar as estruturas da competição. Não duvido nada que o novo membro jogue apenas no sábado à tarde e tenha seus jogos transmitidos todas as semanas. Se já era campeão de transmissões na série "A", imaginem na segundona. Mas, swe o timão negociar seus jogos separadamente, o sonho de lucrar mais da FBA pode ir por água abaixo.

Corinthians caiu.

Caiu, para a tristeza dos torcedores do Timão e alegria dos outros torcedores do país. Afinal, nesses últimos dias vimos que apenas os corinthianos torciam pela permanência, o resto do país parecia mesmo torcer pela queda.

E foi merecido, afinal, o time do Corinthians não empolgou, não venceu, e até a última rodada torcia por resultados alheios em vez de se preocupar em vencer seus jogos. O atraso no início da partida foi o exemplo do amadorismo do clube. Camisa não ganha jogo, nem evita queda, não acreditavam nisso, e agora vê-se o resultado.

Os mais arrasados eram os jornalistas da BAND e RECORD, na verdade, jornalistas não, torcedores mesmo. Quem acompanha os debates na rede aberta vê que há mais torcedores do Corinthians do que jornalistas na nossa TV. E essa bajulação irritou os adversários que torceram muito pela queda do Timão.

Disseram muito que o Corinthians não merecia cair, mas, na verdade, merecia sim. Depois de tanta lavagem de dinheiro, desvio de verbas e outros desmandos, o clube se viu em uma situação irreversível. E os torcedores, esses sofrem mesmo, mas se recuperam. E a torcida precisa aprender também, ver que não adianta ameaçar jogadores, quebrar a sede ou invadir gramados, nem mesmo brigar com a polícia vai resolver.

Caiu, e pronto. Quem sabe agora eles aprendem.