sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Futebol Feminino.

Acordei cedo para assistir o jogo da Seleção Feminina, e não me arrependi de ver um jogo limpo, com poucas faltas, bonito, de muita habilidade, corrido e ofensivo. Melhor do que qualquer jogo do Campeonato Brasileiro.

As mulheres não têm medo, chutam de longe, partem pra cima, driblam, correm e voltam pra marcar. É um jogo muito bom de se ver. O futebol feminino pode ser um excelente mercado. Tanto para clubes e seleções quanto para o público, ao vivo ou pela televisão.

Cabe à CBF reunir os melhores clubes do Brasil, ou todos, fazendo uma Copa Peneirão, com o intuito de formar uma Liga Nacional com os melhores, e, quem sabe, uma segunda divisão. A CBF tem que buscar o interesse das TVs para transmitir o campeonato e patrocinadores para a Liga e para os clubes.

Essa Liga pode ser bastante lucrativa para as empresas. Veicular propaganda a algo novo e tão promissor pode ser um investimento bastante rentável. Que tal colocar o nome na Liga, como "Barclay's Premier League" ou "Bwin Liga".

Achei a idéia tão boa que eu mesmo vou ligar pro Ricardo Teixeira, alguém tem o telefone dele?

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Com quantas faltas se faz um jogo de futebol?

Especial para o Blog do Torcedor
http://jc.uol.com.br/blogs/blogdotorcedor/2007/09/26/index.php

Quem gosta de futebol e acompanha os campeonatos europeus pode, facilmente, apontar uma diferença básica nos jogos do campeonato brasileiro com os do velho continente, o número de faltas.

Não estou falando da violência, não estou dizendo que os jogadores brasileiros são maldosos, o maior problema é o alto número de faltas marcadas que não deveriam existir. Na verdade, o problema é a simulação, é o quanto nossos jogadores caem pedindo falta sem motivo algum.

Isso prejudica muito o espetáculo, o jogo fica chato, sem emoção. Os jogos europeus, assim como as Copas do Mundo e os jogos da Seleção Brasileira, são mais agradáveis de ver, simplesmente porque não param a cada segundo, o jogo não fica amarrado no meio de campo, os jogadores não caem ao mínimo empurrão, nem “cavam” tantas faltas quanto no Brasil.

Quem assistiu o clássico Náutico X Sport no domingo pôde ver um jogo truncado, amarrado pela quantidade de faltas inexistentes. O árbitro marcava qualquer queda, e os atletas caíam ao sentir a presença do adversário (destaque para Carlinhos Bala e Geraldo que têm dificuldade para jogar de pé).

O nosso campeonato só tem a perder com essa atitude, perder audiência, prestígio, credibilidade, e além de tudo, qualidade de jogo. Além disso, a forma como os atletas abordam o árbitro e reclamam, quase agredindo, é totalmente censurável, uma completa falta de educação que deve ser reparada pelos próprios clubes, são cenas comuns nos campeonatos nacionais, mas raras de ver no exterior.

O Brasil é o país com mais jogadores na Liga dos Campeões, os mesmos atletas que há pouco atuavam aqui. Mas, lá nós vemos um jogo corrido, de poucas faltas marcadas, de pouca reclamação com o árbitro e de respeito e profissionalismo com o colega. Por que não podemos melhorar? Por que o nosso campeonato não pode ser o melhor do mundo, tem que ser o mais chato?

Cabe primeiro à CBF e à Comissão de Arbitragem mudar a atitude dos árbitros com relação a esses lances. Mas, é obrigação dos clubes, através de seus treinadores, inibir esta prática irritante que prejudica a todos relacionados com o futebol, principalmente o espectador que paga para ver uma partida e não um campeonato de cobrança de faltas. Qualquer dia alguém reclama no Procon.

Coelho suspenso por 120 dias.

O STJD puniu o lateral do Atlético/MG com uma suspensão de 120 dias por agressão ao meia Kerlon do Cruzeiro. É aquele famoso caso do drible da Foca. Faço duas analises do caso, uma fria e jurídica, outra ideológica e televisiva.

Segundo a lei, o CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), a agressão é punida com suspensão mínima de 120 dias. A jogada violenta, artigo seguinte da lei, é punida com suspensão mínima de 2 partidas. A discussão é simplesmente para saber se caracteriza-se a agressão ou uma jogada violenta. Como jurista, sigo a segunda corrente. Não vi agressão no lance, vi apenas o Coelho parando a jogada de forma dura, a fim de intimidar o adversário. Não vi a intenção de agredir. Eu sentenciaria à suspensão por 4 jogos.

Numa visão defensora do futebol-arte eu diria que foi agressão sim, e a prova disso é que o atleticano ainda foi para cima do cruzeirense intimidando-o. Devido ao momento da partida, à emoção e a humilhação, aquilo não foi uma tentativa de parar o jogo, foi uma agressão, foi um ato de raiva e nervosismo do jogador. O maior problema do Coelho é que ele se sentiu humilhado pela jogada, e isso foi o causador da violência. Numa visão futebolistíca-ambiental eu digo: salvem as focas e o futebol-arte.

E você, como acha que o STJD decidiu, com base na lei desportiva ou no direito ambiental?

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Fair Play

A UEFA desaconselha a prática do Fair Play. Acreditem se quiser.

A UEFA, em comunicado oficial, orienta os jogadores a não colocarem a bola para fora quando um atleta estiver caído em campo, que a decisão de parar ou não o jogo deve ser do juiz.

A polémica foi desencadeada pelo 2º gol do Athletic Bilbao contra o Levante. O gol aconteceu quando um jogador adversário estava caído em campo. A UEFA ainda adverte que quando um time joga a bola para fora a fim de agilizar o atendimento ao atleta não deve esperar tê-la de volta, uma vez que isto não consta das regras.

Impressionante, depois do lance que testemunhamos no campeonato inglês (o gol marcado pelo goleiro para devolver o placar de 1 a 0 da partida anulada), podemos estar prestes a ver o final do Fair Play.

Sinceramente, apesar dos problemas que possa causar (exemplo do campeonato espanhol), o Fair Play é um ato de cavalheirismo, digno dos inventores do esporte. E no "mundo cão" em que vivemos, perder a civilidade no futebol é um prenúncio de coisas piores.

Jadilson X Vágner (agressão?)

No clássico dos clássicos (Nautico X Sport domingo dia 23), um lance marcou a partida de forma negativa. O zagueiro do Nautico, Vágner, acertou Jadilson, atacante do Sport, com um chute acima do joelho, o que lesionou seriamente o rubro-negro. O atacante passará por cirurgia e deverá ficar mais 6 meses fora dos gramados.

A diretoria do Sport anunciou que vai pedir no STJD a punição do atrleta alvi-rubro pelo art. 253 do CBJD (praticar agressão física) fonte: JC de 26/09. A pena base é de 120 a 540 dias, mas o caso agrava-se pela extensão da lesão causada, aumentando a pena para 240 a 720 dias, mas o agerssor pode ainda ficar de fora até a total recuperação do agredido, contanto que não passe do maximo de 720 dias.

Mas, para caracterizar esta punição o mais importante é provar que houve uma agressão e não um "ato desleal" (art. 250, pena de 1 a 3 jogos) ou uma "jogada violenta" (art. 254, pena de 2 a 6 partidas). O tribunal vai ter trabalho, e os dvogados também.

Sinceramente, pelas imagens, não acho que tenha sido agressão. Mas, foi sim uma jogada violenta, e o atleta deve ser punido com um mínimo de dois jogos.

E você? Dê sua opinião sobre o caso, jogada violenta, ato desleal ou agressão?

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Anular o título de 2005?

Em gravação de conversa telefônica ouve-se o ex-presidente do Corinthians falando que o título de 2005 fora "roubado" do Internacional. Mas, a conversa não prova que Dualib ou o Corinthians tenha comprado a anulação dos jogos no STJD, nem que tenha interferido no jogo contra o Inter. Assim, não há provas de nada mais do que já sabiamos, que o resultado fora injusto, mas isso é passado.

Para quem não lembra, em 2005 o Campeonato Brasileiro teve 11 jogos anulados por causa do árbitro Edílson Pereira de Carvalho. Além disso, no jogo que seria a "final" do campeonato, o árbitro da partida deixou de marcar um pênalti para o colorado.

Se provarem que o Corinthians teve algum efeito direto nesse resultado então devemos puní-los. Mas é absurdo pleitear a anulação do título devido às declarações do ex-presidente corinthiano. O título pode não ter sido justo, mas foi legítimo. Não vamos reabrir uma discussão sobre o pênalti não dado e a possibilidade de anulação de jogos por causa de imagens televisivas.

Pensem friamente, afinal, a anulação dos 11 jogos foi a atitude mais correta no momento. E o pênalti para o Inter, convenhamos, não é motivo para anular jogo nenhum, muito menos um campeonato. Além disso, o Internacional terminou o campeonato 3 pontos atrás do Corinthians, mesmo vencendo aquele jogo não seria campeão. Se assim fosse, imaginem quantos títulos deveríamos rever para ter certeza que foram justos.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

E Mourinho se foi...

Acabou o tempo de José Mourinho no Chealsea. O ambicioso técnico português não conseguiu repetir os feitos da época do FC Porto, e os ingleses, além do dono do clube, o russo Abramovich, não viram os azuis conquistarem o tão sonhado título europeu.

O dono do Chelsea queria formar a equipe mais forte do mundo, dinheiro nunca foi problema. Mas, uma pressão tão grande por resultados acaba caindo sobre os ombros do técnico. Já conhecemos esta história muito bem no Brasil, a falta de títulos leva sempre à queda dos comandantes.

Na inglaterra, a estabilidade dos técnicos sempre foi valorizada. Alex Fergusson no Manchester há 20 anos e Arséne Venger, mais de 10 anos à frente do Arsenal, são exemplos da política de estabilidade inglesa. Mourinho não conseguiu, talvez por Abramovich não ser inglês, talvez por não ter a paciência de esperar pelos resultados. Agora, o portugês segue em frente, aposto que sua próxima parada é a Espanha, pena que o Real já havia contratado seu novo técnico.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Eu queria o clássico no Arrudão.

Sport e Náutico se encaram domingo pelo Campeonato Brasileiro da série A. O jogo tem tudo para ser uma partida digna do clássico dos clássicos. O Nautico melhorou bastante nos últimos jogos e vai sair da zona de rebaixamento em breve. O Sport é o 9º e ainda sonha com a Libertadores da América, para issso precisa emplacar uma série de vitórias.

Os torcedores de ambos os times estão confiantes na vitória, e isso significa casa cheia no domingo. Os torcedores vêm lotando seus estádios durante a competição. Mais um elemento para esta panela de pressão.

Queria o jogo no Arruda, queria ver um público recorde. Imaginem, com os 30 mil do "Todos com a nota", poderíamos ter um espetáculo das torcidas, lembrar os tempos em que o José do Rêgo Maciel recebia públicos de 80, 90, 100 mil pessoas. Hoje nem seria possível, mas quem sabe uns 70 mil torcedores. Não é a final do campeonato, mas é como se fosse.

Pensando em termos financeiros, seria extremamente interessante para o Náutico que é o mandante do jogo. Só a parcela do Estado (todos com a nota) poderia chegar a 270 mil reais. Imaginem o que é isso, além da receita de bilheteria comum. Um Arruda lotado poderia salvar as finanças alvi-rubras, mas para não arriscar, o jogo será realizado nos Aflitos mesmo. De qualquer forma, a festa será grande, e o jogo deverá ser também. Torço por um 5 a 5 histórico.

Clássico – uma lógica empresarial peculiar.

especial para o Blog do Torcedor

O futebol é um mercado, e os clubes são empresas rivais. Mas, esta rivalidade destoa da lógica comercial clássica, onde as empresas lutam para derrubar os concorrentes e serem a líder e, quem sabe, a única, no mercado.

No futebol esta lógica é diferente, afinal, precisam-se de dois times para realizar uma partida. Os rivais são também parceiros, a luta é para ser o número um, e não o número único. O que seria do Sport sem o Náutico, o que seria do Santa Cruz sem esses dois?

Os clubes são adversários dentro de campo, mas devem ser, de certa forma, parceiros fora dele. E isto realmente ocorre, veja o caso do Santa Cruz de Kuki e Fábio Saci. O objetivo é fortalecer os adversários para valorizar os campeonatos.

Um campeonato forte precisa ser equilibrado também. Imaginem um campeonato pernambucano com os três grandes na 1ª divisão, o público seria maior, o interesse das televisões seria maior e o campeonato lucraria mais, assim aumentaria as receitas de patrocínio e público. Mas se apenas um ganha bem e os outros lutam contra a falência, teremos campeonatos sem emoção.

Na lógica do futebol a incerteza do resultado é que dá a emoção ao espectador, sem esta o jogo não teria o mesmo interesse. Se antes mesmo do campeonato pudéssemos apontar o campeão baseado na sua folha de pagamento, o esporte perderia a magia, perderia o público, perderia os contratos de patrocínio, ou seja, iria à falência. Imaginem se o São Paulo vence este ano, e o ano que vem, e mais um, e se torna unanimidade e um campeão certo todos os anos. Seria o fim do Campeonato Brasileiro.

Diferente das demais empresas, no futebol, um clube não vive sem seu rival. O Hiper viveria bem sem o Carrefour, o Jornal do Comércio sem o Diário de Pernambuco. Agora imaginem um campeonato pernambucano só com o Sport, ou apenas o Náutico disputando o título, seria frustrante e desinteressante.

É por isso que torcer contra o adversário, quando não estão em briga direta pelo título, é torcer contra você mesmo, é torcer contra o próprio futebol, contra nosso estado e nossa tradição. A rivalidade é apenas dentro de campo, vencer é apenas conquistar 3 pontos.

Mas, para o torcedor, o clássico é mais do que um jogo de futebol, é a chance de ganhar uma aposta com o colega de trabalho, a chance de usar a camisa na faculdade, a chance de passar o resto da semana zoando com seus amigos. Afinal, nesta cidade de tanto futebol, somos todos rivais, mas somos todos parceiros e somos todos irmãos.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

STJD arregaça as mangas.

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva é um exemplo para o nosso futebol, em certos aspectos, e é exemplo também para o nosso país, especialmente para o poder judiciário. A eficácia e eficiência são marcas do trabalho deste tribunal.

Discutimos bastante se o recurso às imagens da televisão devem ser usadas durante os jogos. Antes que isto se resolva e o futebol evolua ao próximo nível, o STJD dá o pontapé inicial e utiliza as imagens para fazer justiça.

Hoje em dia o jogador deve ficar atento para as suas atitudes no gramado. Afinal, não basta apenas esconder-se do árbitro e dos auxiliares, mesmo não sendo expulso no jogo o infrator pode ser punido pelo Tribunal com o uso das imagens da partida. E isso vem acontecendo bastante neste campeonato.

O melhor seria que não houvessem as cenas de violência, as cusparadas na cara, as cotoveladas e os socos, melhor seria se o STJD nem tivesse muito trabalho a fazer, mas já que tem, que o faça corretamente. Apesar de algumas divergências, tem feito um bom trabalho.

E o que diz o presidente Rubens Aprobato Machado sobre a justiça desportiva ser a melhor de nosso país, concordo plenamente. Mas, esta celeridade é uma exigência do próprio esporte, não nos podemos dar ao luxo de esperar 6 meses, 1 ano para uma decisão, senão aquele jogador que cometeu uma infração só seria punido quando outro campeonato estivesse em curso, e talvez ele mesmo nem esteja mais no mesmo time, quem sabe nem no mesmo País.

O STJD é mais rápido em seus procedimentos, possui menos recursos e audiências, algo a ser copiado pelo Estado. Mas, é a independência dos órgãos estatais que ajuda nessa louvada eficiência. O STJD não é um órgão do poder judiciário, é independente dos vícios governamentais. Talvez, a solução para a crise do judiciário esteja aí, privatizar a justiça. Para quem não conhece, a arbitragem, é uma forma de solução de conflitos privada, mais célere e eficaz do que a justiça comum, e é bastante utilizada no desporto (veja o TAS – Tribunal Arbitral du Sport).

(Escrevi um artigo sobre a arbitragem laboral-desportiva na Universidade de Coimbra, posso disponibilizar para os que queiram se aprofundar no assunto).

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Precisa-se de torcedor?


Este artigo vem inspirado no post acima. E ainda nesta notícia abaixo:
http://globoesporte.globo.com/ESP/Noticia/Futebol/Santos/0,,MUL88310-4404,00.html

Ora vejam, o Santos, campeão brasileiro de 2002, quer reformar o estádio e aumentar a capacidade de 20 mil para 40 mil torcedores. Nada demais nesta notícia, a não ser pelo fato do Santos possuir uma média de público de 6.756 torcedores (se não já baixou) por jogo. Já houveram jogos na Vila Belmiro com menos de 2 mil pagantes.

A desculpa dos alvi-negros é de que querem disputar finais em sua casa, já que fora vetado neste ano, e jogaram as finais contra o São Caetano na capital. Nestes jogos a média de público foi superior a 20 mil. Também não é justo dizer que a torcida do peixe é maior na cidade de São Paulo do que em Santos. Talvez seja justo dizer que o torcedor santista é um torcedor de clássicos e finais, não estão presentes na maioria dos jogos.

Enquanto isso no Nordeste, a terra dos verdadeiros torcedores, as médias são as maiores de todas as divisões, e Pernambuco é o estado com maior média no país. Sport, Náutico e Santa Cruz dão show nas arquibancadas. Mas há um responsável direto para isso, o programa Todos com a nota, algo que, acredito eu, será copiado por outros estados em breve.

Eu só não entendo uma coisa, como um time como o Santos, com essa torcida, consegue ser tão bem sucedido, pagar os salários de Luxemburgo, Kleber, Ze Roberto, etc.? E como pode os pernambucanos, com toda essa torcida, serem tão lisos? A marca do Santos tem fama desde Pelé, renovou-se com Robinho e em breve outro virá para tomar seu lugar.

Ah, se o Santos consegue, nós também podemos. Precisamos de ídolos, algo como Juninho Pernambucano e Rivaldo. Mas, alguem que fique por um tempo e dê títulos como Nildo e Kuki. Em questão de patrimônio nós estamos bem na frente. Afinal, o maior patrimônio do clube não é sua torcida?

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

O valor da camisa

Especial para o Blog do Torcedor

A venda de produtos licenciados pelo clube é uma importante fonte de renda. Desses produtos, o principal é, sem dúvida, a camisa de jogo. Isto não só para os clubes pernambucanos, mas em todo o mundo. Quando o L.A. Galaxi lucrou com a contratação de Beckham? Além da venda de camisas, os contratos de patrocínios aumentaram significativamente. Em todo o mundo se fala nos jogadores que mais vendem camisas, e como é importante ter esses ídolos na equipe.

A venda de produtos licenciados pelo clube é uma importante fonte de renda. Desses produtos, o principal é, sem dúvida, a camisa de jogo. Isto não só para os clubes pernambucanos, mas em todo o mundo. Quando o L.A. Galaxi lucrou com a contratação de Beckham? Além da venda de camisas, os contratos de patrocínios aumentaram significativamente. Em todo o mundo se fala nos jogadores que mais vendem camisas, e como é importante ter esses ídolos na equipe.

Um exemplo nacional é o goleiro Rogério Ceni, a fama do jogador rende uma fortuna em venda de camisas. Podemos ver a camisa 1 ou 01 do São Paulo além das fronteiras estaduais. O ídolo é maior do que o clube e conquistou todo o país com suas grandes defesas e a precisão na cobrança de falta.

Beckham nº 23, Kaká nº 22, Ronaldo nº 9. Mas, o número é do jogador ou da posição? Na Europa o número pertence ao atleta, mesmo mudando de clube tenta levar seu número para a próxima camisa. Ronaldo perdeu o 9 no Milan, porque já tinha dono, assim como Beckham perdeu a 7 e teve que se contentar com a 23, hoje tão famosa. Mas, aqui em Pernambuco, o número pertence à posição, independente de quem jogue, a lateral direita é nº 2, a esquerda é 6, zagueiros 3 e 4, etc.

Nos acostumamos a associar os números às posições, mas é difícil desassocia-los de alguns jogadores, como o 10 de Pele ou o 7 de Garrincha. Esse número é um elo entre o ídolo e a torcida, uma identificação e um simbolismo inerente ao esporte. O nome na camisa foi uma inovação lucrativa, já que identifica mais claramente o dono daquele número.

Alguns clubes já adotaram a idéia, como o São Paulo, o Corinthians, etc. Em Pernambuco isso ainda não existe, o número ainda pertence à posição e os jogadores trocam de camisa a cada jogo, nome então, nem pensar. Imaginem o acréscimo nas vendas se existisse uma camisa 7 com o nome de Fumagalli no Sport de 2006, ou a 11 de Carlinhos Bala no Santa Cruz de 2005.

Até mesmo a nº 4 do zagueiro Durval. Agora, depois do show de Acosta, que insistiu em jogar com a camisa nº 25, quem sabe o Náutico desperta e ganha uma grana com a fama do gringo, se colocasse à venda hoje, acabaria até amanhã. A camisa personalizada, com o nome do ídolo, vende-se até mesmo para aqueles que já têm uma ou mais camisas do seu clube, pelo simples fato de identificar-se com o atleta.

Ao discutir isso com amigos percebi que um deles usava uma camisa do Náutico com o nº 11 e o nome Kuki, mas, era falsa, comprada num camelô. Isso nos leva à conclusão de que os nossos clubes têm um tino comercial menor do que os ambulantes que circulam nos estádios.

Iluminação

Estasmos sempre reclamando da falta de segurança e estrutura dos estádios. Já falei sobre segurança anteriormente no blog, e reafirmo a importância para a frequência do público aos estádios. Vou apenas dar uma dica agora.
A falta de iluminação nos arredores dos estádios é um perigo que pode ser solucionado facilmente. Não é preciso colocar refletores em volta dos estádios, apenas postes de iluminação pública nas áreas de entrada e saída dos torcedores.
Uma simples atitude pode render bons frutos, se não na segurança real, pelo menos no comforto e na sensação de segurança aos torcedores.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Higiene

Seu estádio tem banheiros decentes, limpos e bem iluminados? Seu estádio tem aquele odor repugnante de urina nos corredores? E você ainda insiste em frequentar tal ambiente? Isso é que é amor.

Este artigo foi sugestão de minha namorada que sofre indo comigo aos jogos do nosso time. Um dia chegamos ao estádio e ela estava apertada, já na chegada procurou um banheiro feminino, o que encontrou foi um ambiente sem porta, sem iluminação e sem higiene alguma. Coitada, ficou o jogo inteiro se segurando.

Segundo a lei 10671/03, Estatuto do Torcedor:

Art. 28. O torcedor partícipe tem direito à higiene e à qualidade das instalações físicas dos estádios e dos produtos alimentícios vendidos no local.
§ 1o O Poder Público, por meio de seus órgãos de vigilância sanitária, verificará o cumprimento do disposto neste artigo, na forma da legislação em vigor.
§ 2o É vedado impor preços excessivos ou aumentar sem justa causa os preços dos produtos alimentícios comercializados no local de realização do evento esportivo.
Art. 29. É direito do torcedor partícipe que os estádios possuam sanitários em número compatível com sua capacidade de público, em plenas condições de limpeza e funcionamento.
Parágrafo único. Os laudos de que trata o art. 23 deverão aferir o número de sanitários em condições de uso e emitir parecer sobre a sua compatibilidade com a capacidade de público do estádio.

Mas, claro que este artigo, assim como vários outros desta lei, e de várias outras leis, permanecem no virtual mundo jurídico brasileiro e nunca chegam a se concretizar no mundo fático.

A falta de higiene, a falta de iluminação, a falta de segurança, além de vários outros fatores afasta os torcedores dos estádios, principalmente as mulheres. Mas, investir em estrutura não é o forte dos brasileiros, principalmente no Nordeste, onde pagar os salários já é muito difícil.

Mas, a cobrança não vai sobre os clubes desta vez. Vai, principalmente, sobre os órgãos públicos, em especial a ANVISA (Vigilância Sanitária). A fiscalização feita nos estádios está sendo ineficaz e duvidosa. Talvez pela influência do poder é que os estádios de Pernambuco ainda não foram interditados, principalmente a Ilha do Retiro e o Arruda, este último preocupa não só pela falta de higiene, mas pela falta de segurança e estrutura do estádio.

A higiene é um direito do torcedor e pode ser cobrado. O Ministério Público, que tanto interfere na defesa dos direitos dos cidadãos pode fazer isto pelos torcedores. Quem sabe, se alguém cobrar, podemos ver mudanças no ano que vem, ou daqui a 10, 20 anos.

domingo, 2 de setembro de 2007

Dólares, Euros e Petro-dólares.

Alerta na imigração, 694 jogadores deixaram o país esta temporada, 357 retornaram e 51 estrearam na série A e se transferiram (JC de 31 de Agosto). Vão para qualquer lugar, para o sul ou para o Catar, qualquer lugar que pague melhor. A solução é aceitar o fato e lucrar com isso.


Antes era para a Europa, mas os Estados Unidos levou até Pelé, agora é a vez do dinheiro. Para a Europa se vai porque é o berço do futebol, e é onde jogam os melhores. Pelé quis ser desbravador, jogar em campos de pedra e mostrar o que era futebol para quem gosta de beisebol. Hoje se vai por dinheiro, jogar no deserto do Catar, no frio da Ucrânia e da Rússia, e até, sabe Deus porque, na Índia ou em Israel.


Para os clubes pernambucanos, o perigo vem também de dentro do país, mais precisamente, do sul. Assim é no futebol como na vida, o dinheiro tem seu poder, e muito dinheiro ganha jogo. Mas não estamos sós, estamos para os europeus como os portugueses estão para os ingleses ou Pernambuco está para São Paulo, vejam os exemplos de Cristiano Ronaldo e Nani, Vitor Júnior ou Elicarlos. Os mais ricos estão sempre comprando dos mais pobres.


A solução é aceitar nosso destino e lucrar com isso. Somos fabricantes e comerciantes do principal produto do futebol, os jogadores. É preciso investir em qualidade, formar melhores atletas, fazer melhores contratos e dar prioridade às categorias de base. Investir em estrutura e profissionais, modernizar e profissionalizar.


O erro dos nossos clubes é não fabricar atletas e sempre tomar emprestado dos fabricantes. O Sport praticamente não forma mais atletas, no atual elenco o único é Everton. Por isso Washington, do Palmeiras, foi vendido, ou Weldon, do Cruzeiro. Não dá para segurar se você não é o dono, e quando eles vão, tudo que recebemos é uma pequena indenização.


Vejam o exemplo do Elicarlos, o Náutico ganhou 40% da transferência, o Porto 60%, e vai manter o direito aos 5% das próximas transferências, como a de Josué do São Paulo para a Alemanha. Hoje, o clube do agreste é o principal formador de atletas do estado. Poderíamos seguir os exemplos de clubes brasileiros como o Santos de Robinho e Diego, o São Paulo de Kaká ou o Internacional de Pato. Imaginem se Kaká houvesse sido vendido do Milan para o Real Madrid, quanto o São Paulo iria ganhar por ser formador? Só 5% de todos aqueles milhões.


A solução é mesmo formar os melhores atletas e vendê-los por uma fortuna. Já tenho até um slogan para este projeto:


BRASIL: Uma fábrica de talentos.

Arbitragem

De cara eu já dou logo minha conclusão, para mim, a solução é, simplesmente, a profissionalização. Como confiar em biscateiros com um apito na mão? Quanto ao uso de tecnologia, isso já é outra discussão. Mas, uma coisa tem que ser levada em consideração, o olho humano está longe da perfeição.

A arbitragem sempre foi uma polémica efervescente no mundo do futebol. Desde que fora inventado, o esporte sofre com a imperfeição humana. E hoje, mesmo depois de tanta “evolução”, a arbitragem no futebol continua a mesma.

O primeiro passo é a profissionalização, para que os árbitros trabalhem todos os dias como árbitros, tenham dedicação exclusiva, treinos físicos diários, aulas e testes para o aperfeiçoamento teórico e técnico. Contrato de trabalho, carteira assinada e tudo. Os árbitros e assistentes seriam funcionários das federações e estas promoveriam os treinos e as aulas àqueles.

Sou à favor do uso da tecnologia. Esse argumento de que o jogo ficaria caro e que em todos os jogos, até na segunda divisão do campeonato pernambucano, deveriam ser usados os recursos de vídeo é errado. A tecnologia é necessária, mas não é imprescindível. E hoje, o acesso à tecnologia está mais viável.

Discute-se em como usar esta tecnologia de maneira que o jogo não pare a cada lance para ser revisto. Dou duas soluções. Uma é utilizar um 5º árbitro, que teria acesso às imagens de televisão, e através de um comunicador instruiria o árbitro titular nos lances duvidosos. Outra, e à qual prefiro, é baseada no futebol americano. O tira-teima é requisitado pelo técnico, em troca perde um pedido de tempo. A idéia seria, no nosso futebol, trocar uma substituição pela revisão de um lance. Seria mais uma fonte de estratégia para os técnicos.

Por fim, deveríamos aliviar um pouco a cobrança sobre os árbitros, afinal, vendo pela TV, depois de replays e pausas, fica fácil de acertar. Ali, na hora, ao nível do campo, correndo, vendo através de outros atletas, numa fração de segundos, não é tão fácil. Já foi até comprovada a incapacidade do olho humano de captar certos lances de impedimento. Vamos dar uma colher de chá, falar é fácil, difícil é fazer.