domingo, 2 de setembro de 2007

Dólares, Euros e Petro-dólares.

Alerta na imigração, 694 jogadores deixaram o país esta temporada, 357 retornaram e 51 estrearam na série A e se transferiram (JC de 31 de Agosto). Vão para qualquer lugar, para o sul ou para o Catar, qualquer lugar que pague melhor. A solução é aceitar o fato e lucrar com isso.


Antes era para a Europa, mas os Estados Unidos levou até Pelé, agora é a vez do dinheiro. Para a Europa se vai porque é o berço do futebol, e é onde jogam os melhores. Pelé quis ser desbravador, jogar em campos de pedra e mostrar o que era futebol para quem gosta de beisebol. Hoje se vai por dinheiro, jogar no deserto do Catar, no frio da Ucrânia e da Rússia, e até, sabe Deus porque, na Índia ou em Israel.


Para os clubes pernambucanos, o perigo vem também de dentro do país, mais precisamente, do sul. Assim é no futebol como na vida, o dinheiro tem seu poder, e muito dinheiro ganha jogo. Mas não estamos sós, estamos para os europeus como os portugueses estão para os ingleses ou Pernambuco está para São Paulo, vejam os exemplos de Cristiano Ronaldo e Nani, Vitor Júnior ou Elicarlos. Os mais ricos estão sempre comprando dos mais pobres.


A solução é aceitar nosso destino e lucrar com isso. Somos fabricantes e comerciantes do principal produto do futebol, os jogadores. É preciso investir em qualidade, formar melhores atletas, fazer melhores contratos e dar prioridade às categorias de base. Investir em estrutura e profissionais, modernizar e profissionalizar.


O erro dos nossos clubes é não fabricar atletas e sempre tomar emprestado dos fabricantes. O Sport praticamente não forma mais atletas, no atual elenco o único é Everton. Por isso Washington, do Palmeiras, foi vendido, ou Weldon, do Cruzeiro. Não dá para segurar se você não é o dono, e quando eles vão, tudo que recebemos é uma pequena indenização.


Vejam o exemplo do Elicarlos, o Náutico ganhou 40% da transferência, o Porto 60%, e vai manter o direito aos 5% das próximas transferências, como a de Josué do São Paulo para a Alemanha. Hoje, o clube do agreste é o principal formador de atletas do estado. Poderíamos seguir os exemplos de clubes brasileiros como o Santos de Robinho e Diego, o São Paulo de Kaká ou o Internacional de Pato. Imaginem se Kaká houvesse sido vendido do Milan para o Real Madrid, quanto o São Paulo iria ganhar por ser formador? Só 5% de todos aqueles milhões.


A solução é mesmo formar os melhores atletas e vendê-los por uma fortuna. Já tenho até um slogan para este projeto:


BRASIL: Uma fábrica de talentos.

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