sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Mensalidade ou anuidade?

Seguindo a série de textos sobre os sócios dos clubes de futebol chegamos a uma pergunta pouco frequente no Brasil, afinal, a mensalidade é a forma de pagamento predominante em nossa sociedade, não só nos clubes de futebol.

Mas, a forma de pagamento, não só quanto à frequência mas também sobre o uso de cartões de crédito, locais de pagamento e outras facilidades. Não basta apenas associar os torcedores, é preciso formas de inibir e evitar a inadimplência.

A anuidade pode ser uma boa forma de evitar a mora e a inadimplência. EM alguns clubes europeus as quotas são pagas dessa forma, uma vez por ano, antes do início de cada temporada, ocasião em que os sócios ainda compram os chamados “bilhetes de época” que dá direito a assistir todos os jogos do time em seu estádio, prática pouco comum no Brasil.

No nosso país ainda existem exemplos de clubes que oferecem a anuidade como forma de pagamento, mas costumam dividir em 12 vezes nos cartões de crédito, o que acaba por transformar o pagamento em uma mensalidade, mas sem possibilidade de mora. É uma grande ideia que pode ser copiada por outros.

A falta de pagamento ainda prejudica outras ações do clube. Na Europa é comum que os sócios do clube possuam descontos em diversos estabelecimentos da cidade. Isso só é possível se o índice de inadimplência for perto de zero, ou então haveria um prejuízo para todos. São poucos os privilégios oferecidos aos sócios, pensam que o desconto no ingresso já é suficiente, mas enganam-se. Muito ainda pode ser feito, como uma TV do clube, hoje bem possível devido ao advento da Internet (mas, dedicarei um texto exclusivo a este assunto).

Algo preocupante é o dado que me foi fornecido por um internauta (fico devendo uma confirmação dos fatos) onde num clube de futebol do Recife o número de sócios pagantes era de aproximadamente 7 mil, enquanto os não pagantes chegam a 30 mil. Se este dado estiver correto então algo está mal nesta instituição. Afinal, de que adianta fazer campanhas para atrair sócios se não são capazes de mantê-los?

Afirmo, desta vez com conhecimento de causa, que pagar as mensalidades também não é fácil. O clube a que me refiro, não cito qual, só permite que os pagamerntos sejam feitos na própria sede, e aceitam apenas cédulas ou cheque, nem mesmo cartão de crédito ou débito. E quando perguntado sobro o porque do clube não emitir boleto bancário, a resposta foi no sentido de que era preciso driblar o fisco e a justiça do trabalho. Então me pergunto, essa ilegalidade compensa? Ou será apenas uma “inteligência” brasileira?

Acabo, por fim, batendo naquela mesma tecla: “falta profissionalismo”. É preciso pensar grande para ser grande, e enxergo muito potencial nos clubes brasileiros, principalmente os de grandes torcidas, como é o caso de Pernambuco. Falta inteligência, mas quem sabe um dia evoluiremos.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Pré-temporada?

É possível existir a pré-temporada no Brasil? Existem vantagens, quais? Como calendarisar os campeonatos para dar esta "ajuda aos clubes"? Bom, a idéia de ter uma maior pré-temporada no Brasil pode ser bastante útil, mas como?
Acredito que a fórmula dos pontos corridos tenha se consolidado definitivamente no Campeonato Brasileiro, nada mais justo. E as competições internacionais são um grande incentivo, além da degola de 4 clubes. Isto dá mais emoção ao campeonato, pois os clubes estão sempre lutando por algo, nem que seja para não cair.

Mas, ainda falta consolidar o calendário. Muitos clubes reclamam da falta de tempo para pré-temporada, uma vez que o campeonato estadual começa muito cedo.

Bem, com o campeonato brasileiro consolidado, e não acho que deveria adaptar-se aos europeus. As estações são opostas, o que faz com que as férias dos clubes, assim como de todos no velho continente se dê em julho e agosto, no verão, e as nossas em dezembro e janeiro, também no verão. Resta adaptarmo-nos de outra forma.

Todos admiramos a forma como os clubes europeus ganham dinheiro nas pré-temporadas realizadas na ásia ou nos EUA. O que poderíamos fazer era alongar nossa pré-temporada em janeiro. Neste período há também uma pausa na Europa. Os clubes brasileiros poderiam excursionar pela Europa realizando amistosos de inter-temporada para eles. Isto poderia criar laços com os maiores clubes europeus e ajudaria aos clubes brasileiros a mostrar nossos novos talentos para os compradores.

Não podemos descartar as excursões por outros continentes, como na oceania, onde o futebol brasileiro tem ganhado força, e nos EUA onde os europeus ainda não dominam.

Interessante também seria para clubes como o Corinthians ou o Flamengo, além de vários outros, excursionar pelo Brasil. Ora, nada se ganha na pré-temporada, não há TV, não há jogos importantes nem renda de público, mas acontece que isto é possível. Se o Flamengo, por exemplo, fizer uma excursão pelo nordeste, enfrentando o Bahia, o CRB de Alagoas, Santa Cruz no Recife, América em Natal, Fortaleza, por exemplo, poderia lucrar bastante com o público que atrairia aos estádios, afinal, todos conhecemos a força da torcida nordestina.

Para isto, poderíamos encurtar o campeonato estadual. Digamos, 12 clubes, jogos só de ida, 4 primeiros fazem semi-finais e final. Sobraria um pouco de tempo para melhorar nossa pré-temporada. Para alguns clubes poderia ser interessante criar ou ressucitar os campeonatos regionais. Poderia haver uma maleabilidade nas datas do estadual, fazendo-o antes dos regionais, ou após uma pré-temporada.

Acabar com os estaduais deve ficar fora de questão, a rivalidade local é um dos maiores prazeres do nosso futebol e da paixão clubista.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

A imprensa

Se queremos levar o futebol brasileiro a um novo patamar, uma das primeiras coisas a se analisar é o papel da imprensa, e o profissionalismo desta. Os jornais, rádios, tv aberta ou a cabo e, mais do que nunca, a internet.
Acabo de voltar de Portugal (a falta de artigos tambem se deve a isto), e assistindo os programas esportivos novamente, após 10 meses fora, me surgiu este tema para abordar.

A imprensa é a ligação entre o clube e os torcedores, o que gera uma total influência no pensamento do povo. Os comentaristas têm um papel muito forte no nosso futebol. Sendo assim, a melhoria dos nossos clubes e campeonatos tambem passa por eles.

A TV: Na televisão aberta possuimos uma impressionante cobertura esportiva. A TV Globo cobre os principais campeonatos do Brasil, e o melhor, dá um grande valor a outros esportes, não se concentra apenas no futebol. A equipe é digna de elogio, mas falta um pouco mais de debate. Ainda na TV aberta, podemos assistir aos principais campeonatos do mundo, desde a liga inglesa até a Champions League. Mas, nem tudo são flores, alguns programas de debate deixam a desejar. Sinceramente, se todos falarem ao mesmo tempo ninguém se entende não é?

Na TV paga o espectáculo fica por parte de Sportv e ESPN Brasil. Tanto a cobertura dos esportes quanto aos debates. Meus parabéns em especial ao PVC, grande crânio. O sistema de programas de debate é parecido nas TVs a cabo, mas têm sucesso, principalmente pela liberdade que têm e pela competência dos jornalistas. Muito melhor do que alguns programas da TV aberta que só falam do Corinthians.

O rádio: Na minha opinião, o melhor veículo de debate na mídia. Além das ótimas transmissões de jogos com uma dose carregada de emoção, o veículo de informação possui uma maior liberdade para fazer declarações do que as TVs. E o futebol é, com certeza, a maior audiência das rádios AM. E as FMs já começam a perceber o potencial do esporte, tanto que várias emissoras já transmitem jogos e programas esportivos.

O Jornal: O esporte, principalmente o futebol, constitui um elemento importante na imprensa escrita. Não é raro periódicos com cadernos específicos de esporte. E estes cadernos vêm crescendo e tomando uma parte considerável dos jornais. A falta que faz são jornais específicos de esportes, não apenas cadernos, mas periódicos especializados. Como pode um país tão grande e tão apaixonado não ter vários jornais esportivos? Vejam o exemplo dos países europeus, só em Portugal há 4 jornais esportivos, e tantos outros na Espanha, França, Itália, Inglaterra.
Estamos sempre falando em profissionalização e valorização do esporte. Mas isto não deve vir só dos clubes. Falta a todos uma conscientização da importância do futebol para a nossa sociedade, e principalmente do seu potencial económico. Talvez seja a hora de surgir um grande jornal esportivo nacional. Os que existem não podem se dizer nacionais.
A internet: Este "novo" meio de comunicação não deve substituir os outros, mas apenas completá-los. As notícias são mais frescas, as opiniões mais livres e o acesso mais fácil. Podemos hoje acessar, de qualquer lugar do mundo, os sites esportivos de todos os países. globoesporte.com, jornal marca, record.pt, blog do torcedor, são exemplos da capacidade da internet. Mas, a internet pode e deve ser usada como ferramenta pelo clube, na venda de merchandise, nas informações aos torcedores, associar-se on-line, pagar as quotas pela internet, e até disponibilizar aos sócios uma TV virtual. Com o surgimento do youtube nós percebemos como a tv na internet é possível, viável, simples e prática. Aos clubes resta aproveitar o que existe no mercado.
Aqui sou apenas um escritor, minhas opiniões são só minhas, mas podemos compartilha-las, afinal, o Blog também é uma fonte de informação, debate, idéias e críticas. Leiam, se informem, pensem e discutam.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Futebol é coisa pra macho?

Na sequência da decisão proferida pelo magistrado Dr. Manoel Maximiano Junqueira Filho, faço minha análise e minhas crríticas. Para melhor entenderem, leiam a sentença proferida pelo mesmo no caso Richarlyson, em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/20070803-caso_richarlysson.pdf

Ele disse o que pensa, e eu gostaria de dizer o que penso, mas vou me conter e não xingar o juiz. Vou apenas criticar e comentar, ao fim, cada leitor que tire suas próprias conclusões.

A sentença foi um perfeito exemplo de "absurdismo jurídico", e os motivos que levaram o juiz ao arquivamente são de uma total infelicidade. Se não houve crime, ou se considera-o insignificante, ou qualquer outro motivo JURÍDICO para um arquivamento, que assim se proceda. Mas justificar a decisão com um simples: futebol é coisa pra macho, ele que vá formar uma Liga Gay. (Não foram estas as palavras, mas foi esse o sentido, foram apenas disfarçadas em um juridiquês peculiar aos Magistrados).

Ora, a opção sexual do atleta, se não afetar seu desempenho (e claro que não afeta) não pode ser causa para excluí-lo do esporte que tem talento para praticar. Digo logo: Não sei se ele é gay, e, sinceramente, não me interessa. Prefiro ter um time todo de "viados" bons-de-bola, que vença campeonatos, do que um time de "machões" pernas-de-pau. E, desde já, critico abertamente a torcida do São Paulo que deixou de cantar o nome do atleta. Isso sim é absurdo, até parece que ele deixou de ser bom jogador, de atuar com talento e raça. Vergonha tricolores, que vergonha!

Engraçado é ver o juiz citar como razão o exemplo ruim que passa às crianças que assistem o jogo. Ai então, pergunto eu: ele estava jogando ou fazendo sexo no gramado? E, sinceramente, vejo muito mais como mau-exemplo jogadores "cachaceiros", fumantes, farristas ou dopados. Sinceramente, e com todo respeito aos craques, mas mau-exemplo é Maradona e Garrincha.

O Magistrado ainda se esquiva, sabendo do golpe que viria, quando disse que este preconceito que ele exerce (preconceito sim, e dos brabos) não se compara com o que ocorria com os negros nos primórdios de nosso futebol. Mas, se assemelha sim, é a mesma coisa, puro e infundado preconceito. O medo do que é diferente, a insegurança do seu próprio eu. O que ocorrera com os negros no futebol hoje manifesta-se contra os homossexuais. A opção sexual, assim como a cor da pele, nem sequer deveria estar sendo discutida, afinal, isso nada nos interessa como torcedores.

O Magistrado, ao fim, ainda diz: "É assim que eu penso...e porque penso assim, na condição de Magistrado, digo!" Caro Sr. Dr. Juiz de Direito, melhor se tivesse ficado calado. Sua função é julgar segundo a lei, e jamais segundo seu pensamento retrógrado, arcaico, e preconceituoso.

Futebol é coisa pra quem sabe jogar! Pode ser preto, branco, mulher, criança, profissional, amador, gay, lésbica, simpatizante, machista, fachisa, chauvinista, todo e qualquer ser HUMANO tem esse direito.

Digo, porque penso, que quem está no lugar errado é o senhor Juiz. A magistratura não é lugar de gente insensata, preconceituosa e "sem-noção", talvez o senhor deva formar um outro tribunal para atuar e deixar o judiciário pra quem realmente sabe julgar.

Nas palavras de um grande amigo: "É por essas e outras que o Brasil está desse jeito!"

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Benfica - O clube com mais sócios no mundo.

Na última edição do Guiness Book (o livro dos records), o clube português aparece em primeiro com mais de 160 mil sócios. Bate o Manchester e o Barcelona. Mas, este fato é proveniente de um esforço do clube com este fim específico. Ao se ver atrás dos ingleses na edição anterior os encarnados lançaram uma campanha arrasadora com o objetivo de ser o maior clube do mundo. Após o record batido os portugueses não pararam por aí, possuem uma meta de atingir o impressionante número de 300 mil sócios.

Não consegui encontrar uma fonte de informação confiável que me diga qual o clube brasileiro com mais sócios. Dois apareceram para clamar o posto, o Fluminense e o Internacional. Agora, vejamos que o Inter tem cerca de 40.000 sócios, e pode ser considerado um dos maiores do país. Há uma grande diferença para o Benfica. Então pergunta-se, claro, se isso não se deve ao poder aquisitivo dos torcedores ou o número de otrcedores ou até mesmo a população do estado. Bem, o Benfica é o clube com mais torcedores em Portugal, mas este é um país de 10 milhões de habitantes. Os encarnados têm cerca de 5 milhões de torcedores espalhados pelo mundo. è um bom número. Mas, isso se compara a cidades como São Paulo, Rio de Janeiro ou Porto Alegre? Vemos então que a população e o numero de torcedores não é o principal motivo para esta disparidade. Talvez o poder aquisitivo. Bom, esta desculpa cola em estados do nordeste mas não no sul do país, afinal, Portugal também não é dos mais ricos da Europa, muito pelo contrário.

Então, podemos atribuir tudo isto a uma cultura diferente entre torcedores brasileiros e portugueses. Resposta fácil essa. Eu prefiro apontar o dedo para os nossos dirigentes desorganizados, clubes amadores e fracas campanhas para sócios. Afinal, o Benfica não atingiu esta marca recorde através de emails ou telegramas, e sim de uma campanha sólida que reúne mais de 980 parceiros comerciais, onde o sócio consegue descontos e mais de 3.800 postos de venda do "kit-sócio". E nossos clubes, o que fizeram?

O Internacional ainda pode ser considerado um exemplo, o clube pode chegar ao feito de ser auto-sustentável através das quotas de sócios. Enquanto isso, em Pernambuco (estado com cerca de 8 milhões de habitantes, quase Portugal), um dos clubes de maior torcida, o Santa Cruz, tem cerca de 2 mil sócios, e nem pode-se dizer que estão em dia, e o outro líder de torcida no estado, o Sport, possui apenas 7 mil sócios pagantes (segundo informações do internauta Daniel).

Os sócios são essenciais, dão estabilidade e segurança ao clube, uma receita sólida e duradoura. Nas palavras do próprio presidente do Benfica: "O sócio do Benfica é o grande activo desta instituição."

Na série de posts sobre os sócios ainda vamos tratar das facilidades que podem ser conferidas aos sócios e o que pode atraí-los, os erros que os clubes cometem e a diferença substancial entre número de sócios e o preço pago por eles.

domingo, 12 de agosto de 2007

Pesquisa: Você é sócio do seu clube de coração?

Estou conduzindo esta pesquisa para saber mais sobre o comportamento do torcedor. Todos sabemos que a receita com a mensalidade dos sócios é uma das mais sólidas de qualquer clube. Mas existem disparidades imensas que justificam uma melhor análise do assunto. A pesquisa é o primeiro passo, e estará no site até o fim do ano. Enquanto isso, farei comentários sobre o assunto, desde o caso Benfica, clube com mais sócios no mundo, ao Sao Paulo e o Inter, grandes exemplos brasileiros, e formas como atrair mais sócios para os clubes, além de críticas aos clubes desorganizados que vemos por aí.

Além de votar, podem dar sua opiniao através de comentários a este post. Os que são sócios, podem elogiar a estrutura e facilidades do seu clube, ou podem criticar sempre que for o caso. Aos que não são sócios resta dizer os motivos e criticar a postura de seus clubes, o preço ou a estrutura oferecida.

Votem, façam sua voz ser ouvida.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Temporada 2007/08

Vai começar a nova temporada nos campeonatos europeus. Admito que gostaria de dar uma opinião certeira e dizer quais times serão campeões nos principais campeonatos do velho continente. Mas, sou apenas advogado e meus conhecimentos futebolísticos não envolvem uma bola de cristal. Mesmo assim, dou meus chutes:

França: acredito em mais um campeonato do Lyon. Não é para menos, a equipe de Juninho Pernambucano é a mais estruturada da liga francesa.

Itália: Boa briga entre Milan e Inter, os dois times de Milão devem disputar a cada rodada o título do calcio. Na ultima época o Milan saiu com uma desvantagem pelos pontos perdidos na justiça. Desta vez o rubro-negro está embalado pela conquista da Champions League, tem Ronaldo desde o início e Pato que ainda deve amadurecer. A Inter mantém a base de um excelente time, talvez este entrosamento seja o diferencial para renovar o título.

Espanha: É fácil dizer que a briga será novamente entre Real e Barça. Entre eles eu aposto mais no Barça, não tanto por Henry, mas pelo conjunto e pela vontade de revanche. O Real ainda parece desorganizado, nem mesmo o técnico sabe qual o time titular. Mas, a grande aposta, talvez não para o título, mas para um excelente campeonato é o Atlético de Madrid, mesmo sem Fernando Torres o clube deve surpreender neste campeonato.

Inglaterra: Aposto todas minhas fichas no Manchester Untd. Até acredito na qualidade do Chelsea de Mourinho e na raça do Liverpool, mas o atual campeão não se acomodou e fez excelentes contratações como Anderso, Nani e Tevez, será um time leve e mortal.

Portugal: Espero que este campeonato seja tão disputado quanto foi o último, na partida final os três grandes ainda tinham chances de ser campeões. O FC Porto ainda continua favorito, mas eu não me surpreenderia se o título ficasse em Alvalade com o Sporting CP. Mesmo sem Nani o alvi-verde mantém um time jovem de grandes valores, o maior formador de craques em Portugal aposta na força da sua fabrica para vencer e lucrar. Mas as grandes equipes não parecem ter se reforçado o suficient após a perda de grandes atletas, o que pode deixar espaço para as zebras. A grande surpresa fica por conta de Belenenses e Braga, este último, na minha opinião, causará problemas aos grandes clubes e aposto em um grande campeonato do time do norte, Roberto Brum (ex Academica) e Lenny (ex Fluminense) são dois dos muitos contratados pelo clube.

Não sou vidente, sou apenas um formador de opinião, eu chuto mesmo, certo ou não. Comente, deixe sua impressão para a época que se iniciará.

"Muricy Fergusson"

Algo que sempre se discute no futebol brasileiro é a gangorra de técnicos, um troca-troca constante que, segundo todos os comentaristas esportivos, prejudica e muito os clubes. Mas, na verdade, a mentalidade imediatista do torcedor, e por tabela dos dirigentes (que são torcedores e não profissionais), leva à troca de tecnicos no primeiro sinal de problemas. Claro que, às vezes, a mudança é válida e surte efeito, mas, quase sempre é um reflexo da instabilidade e falta de planejamento dos clubes.

Muricy Ramalho está no São Paulo desde janeiro de 2006 e tem contrato até o fim de 2008. A diretoria do São Paulo aposta na continuidade e no planejamento para manter uma regularidade e fazer boas campanhas nos campeonatos que participa. No inicio deste ano, quando foi eliminado da Copa Libertadores e do campeonato paulista, o técnico balançou no cargo, mas foi mantido, e hoje o time reencontrou seu bom futebol.

Um melhor exemplo de planejamento é Wanderley Luxemburgo. O atual técnico do Santos não se limita apenas a treinar e escalar seus times, é um perfeito "manager", desde a contratação até a venda dos atletas. Luxemburgo possui um planejamento a frente do Santos e contrata com consciência os atletas. A péssima campanha do time no inicio do campeonato não foi razão suficiente para afastá-lo do cargo. Luxemburgo valoriza os jovens e é um excelente reconhecedor de talentos. Esta constante escalação de "pratas da casa" é uma excelente medida para clubes nacionais. O que vemos é uma constante gangorra de atletas também, que assinam contratos de apenas um ano e se transferem à vontade no início de cada temporada. A valorização dos atletas da casa é essencial para o clube. Uma excelente fonte de receita é a venda de atletas para o exterior, mas para isso eles precisam jogar e ter contratos de longo prazo, exatamente como ocorreu com Diego e Robinho no Santos, Pato no Inter ou Ilsinho no São Paulo.

Fica no ar a questão, a instabilidade dos técnicos é causada pela falta de planejamento dos clubes ou pela imaturidade de seus dirigentes?

ps.: Em breve postarei sobre a formação de atletas e o papel do Brasil como produtor de jogadores de futebol, bem como a importância desta receita para os clubes.

Comentário a Leonardo.

A seguir do excelente texto do Leonardo sobre a Champions League em comparação com a Copa Libertadores, no qual destaca a disparidade dos valores de premiação e como isso afeta as finanças dos clubes, proferi o seguinte comentário:


Guardadas as devidas proporções.POdemos notar também a semelhança entre a Liga dos Campeões e a Libertadores para os clubes que participam. Se na Europa participar da Champions é essencial para as finanças, no Brasil tambem nao eh diferente quanto à Libertadores. Os contratos de patrocínio e as receitas televisivas são significativamente aumentadas. Para clubes como o São Paulo a presença na Libertadores é essencial e constante. Para os outros clubes representa um salto de qualidade financeira, o que, com planejamento, leva à construção de um plantel mais qualificado e a melhoria do futebol no clube. Veja exemplos de Paraná, Goias ou clubes de mais expressão como Flamengo ou Vasco. A participação na Taça Libertadores é por si só uma vitória. Porém, a falta de planejamento dos clubes brasileiros leva-nos a exemplos como o Santo André ou o Paulista, clubes sem torcida que (talvez por isso) nao conseguiram aproveitar a oportunidade. Enquanto isso, na Europa, o efeito cascata se apresenta no FC Porto ou no Lyon, que, muito por causa da Champions, e com um excelente planejamento, se mantém no topo de suas respectivas ligas e crescem cada vez mais. O crescimento destes também atrai os irmãos como o Benfica ou o Sporting que têm de acompanhar o crescimento. No Brasil, hoje, os clubes têm de seguir o São Paulo, que é o maior exemplo de planejamento no futebol nacional e encaminha-se para renovar o título brasileiro. De fato, a competitividade do brasileirão é maior do que nas ligas francesa ou portuguesa, mas alguns clubes como o SP acabam por se destacar todos os anos. A razão para isso é o que deve servir de exemplo para o resto do Brasil.


Aconselho que leiam o editorial do Leonardo por que é uma excelente mostra de como o futebol brasileiro ainda está atrasado em comparação aos europeus. http://www.leonardoweb.globo.com/. Isto me deu até uma idéia para um novo artigo que em breve postarei sobre a força do dinheiro no futebol.

A violência. (introdução do artigo apresentado na disciplina de Direito do Desporto no mestrado da FDUC)

A violência associada ao desporto é um fenómeno incómodo para o futebol. Não que a violência seja algo agradável para qualquer outro segmento da sociedade, mas a forma como esta vem se desenrolando em partidas de futebol é algo preocupante, um fenómeno a ser combatido.

O futebol é o desporto mais popular do mundo, praticado por milhões de pessoas, de todas as idades e classes sociais. É o desporto do povo, seja ele brasileiro, português, inglês, árabe ou japonês, seja ele preto, branco, judeu, católico, rico ou pobre. O futebol apaixona, fascina e encanta.

Mas, além de alegria o futebol provoca tragédia. Aquela paixão se torna ódio, a felicidade se torna dor. Infelizmente o futebol foi o palco de tragédias memoráveis, como em Heysel na Bélgica, Sheffield na Inglaterra, dentre outras anteriores e posteriores.

A violência desportiva não é privilégio apenas do futebol, nem algo novo. Alguns autores datam estas manifestações desde a época das primeiras olimpíadas e, principalmente, no império romano. Outras modalidades também presenciaram revoltas, como o hóquei sobre o gelo e o basebol.

Mas é a paixão pelo futebol, pelos clubes, que transformaram esta modalidade na mais violenta. Dentro do campo a violência faz parte do jogo, quase sempre lícita. Fora do relvado a violência é irracional. A intolerância, a revolta, diversos factores se somam ao caldeirão de emoções da partida, explodindo em cenas lamentáveis de violência.

É preciso entender, então, as causas da violência, a sua razão de existir e o seu modo de se expressar. É preciso também separar o espectador vítima dos vários tipos de vândalos, que agem de formas diferentes mas que são igualmente perigosos.

Eis que surgem as medidas de prevenção e punição. Estão todas interligadas, prevenir e punir fazem parte da mesma receita a fim de acabar com a violência nos recintos desportivos.

Não podendo esquecer-se dos actos praticados fora dos recintos desportivos, na protecção da paz pública e dos bens públicos. Além dos estádios as ruas tornam-se, por vezes, palco de manifestações de violência por parte dos vândalos.

O futebol não é causador da violência, é mais uma vítima. A violência que surge algures acaba por manifestar-se através da paixão pelo clube e da emoção da partida, obrigando o Estado e a sociedade a agirem.

Os órgãos desportivos, as federações e a justiça desportiva entram na briga contra a violência. A punição aos clubes surge como uma forma de punir os vândalos, afastando-os dos estádios.
As punições, sejam aos clubes, às torcidas, aos vândalos individualmente, têm todas um único escopo, o de pôr fim às manifestações de violência no futebol, salvando-o desta incómoda realidade.

A frequência nos estádios.

O nosso maior objetivo nesta busca pela profissionalização do futebol é encontrar maneiras de aumentar a renda, a visibilidade e a reputação dos clubes brasileiros. Sem dúvida que a torcida é o maior patrimônio de um clube, e são os geradores desta renda, desde a compra de ingressos até a aquisição de camisas. Seja sócio ou não, o torcedor deve ser valorizado afim de valorizarmos o proprio clube.

O investimento em segurança pode ter um retorno ainda maior do que se parece a princípio. De fato, é a violência a maior responsável pelo êxodo dos torcedores. Os brasileiros não se sentem mais seguros para ir aos estádios com suas famílias. E este terrível fato gera uma reação em cadeia. Os pais que hoje não frequentam os jogos, que assistem tudo pela TV, criam uma nova geração de simpatizantes ao invés de torcedores, crianças que também não frequentarão os estádio e assistirão aos jogos no conforto de seu pay-per-view.

O ex-jogador Leonardo, hoje dirigente do AC MILAN, mostrou isso em sua pesquisa, onde chega à conclusão de que o maior vilão é realmente a violência. Pretendo tratar mais detalhadamente desta questão em outros momentos. Vamos agora tratar apenas dos fatores que levam os torcedores a afastarem-se dos estádios.

Nos estados do nordeste o público dos jogos é maior e mais constante do que em outros estados. Nesta serie A de 2007 o Sport Recife tem uma media de publico de 25 mil por jogo. Mas, o mais impressionante é ver jogos do Corinthians, Santos, Palmeiras com publicos de 5 ou 6 mil em alguns jogos. Algo que surpreende é a estória de Grêmio e Atlético/MG, ambos possuiam media de publico razoavel no campeonato brasileiro, mas depois de se verem rebvaixados à série b isso mudou. Na segunda devisão nacional os clubes tiveram medias de publico altíssimas, o que acaba por se manter agora na série A.

Claro, o maior incentivador do publico é o time, quando este está bem o publico é maior. Mas, tem que haver algo alem, algo que o clube possa fazer para manter uma media de publico constante. O combate à violência deve ser a primeira medida. Passarei a publicar trechos do artigo que escrevi na disciplina de Direito do Desporto no mestrado da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Mensagem inicial

Este Blog não é sobre "futebol", pelo menos não sobre análises tacticas, tabelas ou críticas aos times brasileiros. É sim, sobre o futebol como um negocio, um ramo do Direito, uma expressão cultural.
Está na hora de dar o valor devido ao esporte. Não podemos achar que futebol é apenas uma diversão, ou um passa-tempo. O esporte mais famoso e adorado do mundo move massas de pessoas e milhões de reais, dólares, euros.
Infelizmente os dirigentes, em sua grande maioria, são torcedores e não profissionais, eles mesmos não conseguem ver o futebol com a devida importância que ele merece. Um negócio rentável e complexo. Qual manifestação consegue levar tantas pessoas ao mesmo lugar em um dia? Qual ramo da sociedade consegue angariar tanto em merchandise? O que, se não o futebol, gera tanta paixão nas pessoas?
Nos países de primeiro mundo, em especial na Europa, o futebol é levado muito mais a sério do que no Brasil, o dito "país do futebol". Infelizmente, somos um país do futebol amador.

Este blog reúne comentrários, idéias, críticas ou simples pensamentos sobre o direito desportivo, a gestão profissional e a elevação do esporte ao patamar que merece.