segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Ano Novo.

O que mais espero em 2008, e o que mais desejo, é uma evolução do esporte brasileiro e uma profissionalização do nosso futebol. Nada cai do céu, nem se constrói em poucos dias. A mudança já começou, basta trabalhar e chegaremos no nosso objetivo.

Feliz ano novo a todos!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Árbitro dispara tiros em jogo na Malásia.

Após se ver cercado por cinco jogadores, o árbitro, que é policial, foi ao seu carro e buscou uma arma, depois disparou para o alto a fim de dispersar a "multidão". A polícia vai investigar o caso para saber a razão da atitude do árbitro.

Quando juntamos uma arma e uma pessoa qualquer absurdo pode acontecer, até mesmo em um jogo de futebol. Sou contra as armas de fogo, pior invenção da humanidade, e não há qualquer razão que venha justificar a atitude deste árbitro. Ele deve ser punido, de preferência banido do esporte, alguém com tanto destempero não pode exercer tal profissão.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Artigo esquecido: Série "C" é o inferno?

Esse artigo foi publicado no Blog do Torcedor em 22/11/2007. Normalmente eu publico aqui no Blog os artigos que envio para Marcelo Cavalcante, por algum motivo esqueci este. Então, aí vai:
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Cair para a Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro foi o pior capítulo da história tricolor até hoje. Mas, todos se perguntam, quais são, realmente, os prejuízos que o clube sofre. Disputar a Terceira Divisão é mesmo o fim do mundo?

A resposta é mais sim do que não. Disputar a Série "C" é um enorme prejuízo para um clube tão grande quanto o Santa Cruz, além das verbas que a CBF deixará de pagar aos clubes, há ainda os direitos televisivos (já que a Série "C" não é transmitida) e verbas pagas pelos patrocinadores. Disputar a Terceira Divisão gera uma brusca queda nas receitas do clube. E o Santa Cruz não é famoso por ter um balanço financeiro positivo.

Sem a TV, jogando contra times de menor expressão, o clube deixa de ganhar mais do que os direitos de transmissão, perde nas placas de publicidade, no patrocínio da camisa, no preço dos ingressos, e quase todas as receitas sofrerão uma sensível diminuição. Se o Santa já tinha dificuldades para pagar as suas contas, essas dificuldades vão aumentar ainda mais.

A torcida coral será uma grande aliada nessa missão de ajudar o clube a sair dessa. Alguns clubes como o Vitória e o Bahia podem servir como inspiração, lotando o estádio e pressionando o clube a subir. Este ano, apesar de todo apoio da torcida, a queda foi inevitável, por isso, o planejamento para a temporada 2008 tem que ser o melhor da história tricolor.

O Santa Cruz precisa de uma revolução, da política ao campo e, principalmente, na organização do clube. A ideia de transformar o clube em empresa é louvável, mas o momento não parece ser o melhor, afinal, as ações do clube não devem estar valendo muito nesse instante. Não acredito que um investidor queira ingressar nesse barco furado. O que o Santa Cruz precisa é de uma gestão profissional, chega de torcedor-presidente.

Mais importante que sair da série "C" é nunca mais voltar para lá. O Santa não precisa de um milagre, precisa de uma evolução. Mesmo que não consiga sair na primeira tentativa, o planejamento tem que ir além do simples acesso à próxima divisão. Afinal, a cobra coral merece muito mais.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Feliz Natal.

Aos leitores do extracampo, desejo um feliz Natal, e que o ano de 2008 seja melhor para todos nós.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Os patrocinadores.

O site globoesporte.com apresentou os valores dos contratos de patrocínio de alguns clubes brasileiros. Pelo visto, a desigualdade não diz respeito apenas às cotas da TV, os patrocinadores também mostram a diferença de visibilidade que existe entre os clubes.

CLUBE - PATROCINADOR - VALOR/ANO
Palmeiras - Fiat - R$ 19 milhões*
Corinthians - Medial Saúde - R$ 16,5 milhões
Flamengo - Petrobras - R$ 16 milhões
São Paulo - LG - R$ 15 milhões
Santos - Semp Toshiba - R$ 8,5 milhões
Botafogo - Luquigás - R$ 8 milhões
Cruzeiro - Tenda - R$ 6 milhões
Vasco - Habib´s - R$ 3,6 milhões
Grêmio - Banrisul - R$ 3,6 milhões
Internacional - Banrisul - R$ 3,6 milhões
Atlético-MG - MRV - R$ 3,1 milhões

* Dos R$ 19 mi do Palmeiras, R$ 7 mi são para categorias de base

Corinthians caiu,mas a renda sobe.

O Corinthians aproveitou a queda à série B para, acredite, lucrar ainda mais. Se houvesse terminado o campeonato na metade da tabela o Corinthians talvez não fosse tão assediado pela imprensa. A queda do clube à série B deu uma reviravolta na torcida, e o clube aproveita a exposição para lucrar cada vez mais.

Depois de lançar o Kit Torcedor, um sucesso de vendas, o timão anunciou o novo patrocinador, um contrato no valor de R$16,5 milhões, R$1,5 milhões a mais que o anterior. Pelo visto, aquela estória de que crise é igual a oportunidade parece ser verdade no Parque São Jorge. E ainda não foi concretizada a venda dos direitos de transmissão dos jogos. Depois de fechado o balanço vai ser possível afirmar que a queda para a segundona foi a melhor coisa que poderia acontecer ao alvi-negro.

Novela Acosta.

Não posso analisar o caso que envolve o Nautico, Acosta, o Corinthians e o Cerrito com muita profundidade, pois nunca tive acesso aos contratos do jogador com o clube pernambucano, nem o que este afirma ter com o Cerrito.

No jogo de alegações, até agora, quem vence é o Corinthians, afinal, já acertou tudo com o clube do Uruguai e já assinou contrato com o jogador. O atleta já apresentou um distrato com o Nautico, no qual o clube alvirrubro ainda exige o valor que havia antecipado, cerca de R$170 mil, ao atleta.

O Nautico continua afirmando que possui direitos sobre o atleta, mas nunca revelou este tal contrato e foi diversas vezes desmentido pelo anterior clube do atleta. A tal cláusula de renovação que o Nautico alega nunca foi exercida pelo clube, e o Cerrito afirma nunca ter sido procurado pelos pernambucanos.

A história da renovação de Acosta sempre me pareceu nebulosa, afirmavam ter fechado, depois apareciam dizendo que estavam negociando. O Cerrito exigiu mais e o Nautico não quis pagar. Parecia mesmo que os alvirrubros estavam interessados apenas numa parcela da transferência e não na renovação efetiva do jogador. Pelo visto, o Nautico vai ficar sem o dinheiro, sem o jogador e com uma bela dor de cabeça.

Manchester Untd. lucrou £75 milhões.

O lucro que será anunciado pelo clube deve bater todos os recordes anteriores. O Manchester é um dos maiores clubes do mundo, e dos mais ricos. A liga inglesa também é a mais rentável.

Não podemos comparar o faturamento do clube inglês com os clubes brasileiros. Mas, podemos analisar como o Manchester chegou a isto e usar estas idéias aplicadas à nossa realidade. O clube possui mais de cem mil sócios, uma rede de TV e média de público de mais de 70 mil pessoas por jogo.

Será que a gente chega lá?

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Lei Pelé e o fim do “passe”.

especial para o Blog do Torcedor.

A Lei Pelé (9615/98) completa dez anos em 2008, o passe já não existe mais desde 26 de Março de 2001. E ainda tem dirigente reclamando da lei, indignados com a perda dos direitos sobre o atleta. Mas, em vez de reclamar das mudanças, está na hora de aprender a usar a lei para não deixar de lucrar.

Primeiro, vamos explicar aos mais novos o que era o “passe”. Segundo a antiga lei, o jogador mantinha um vínculo com o clube, independente de seu contrato. Assim, mesmo após o término do contrato com o clube, aquele atleta só poderia se transferir se o “passe” fosse comprado pelo novo clube, o que poderia deixar um atleta desempregado e impedido de trabalhar. A liberdade do trabalhador se via restringida, em total desacordo com a nossa Constituição.

A Lei Pelé vem para abolir o “passe”, e estas mudanças já eram esperadas, o movimento já vinha acontecendo na Europa e o mundo todo deveria se adequar às novas regras sobre o trabalho desportivo. O vínculo, agora, está ligado ao contrato, enquanto este durar. A multa é o “preço” a ser pago pela rescisão e está ligada diretamente ao salário do atleta (até 100 vezes a remuneração anual), é aí que o clube deve trabalhar para garantir uma compensação na transferência.

Exemplos: Alexandre Pato, antes mesmo de ser integrado ao grupo principal, teve seu contrato melhorado e sua multa aumentada consideravelmente, o mesmo aconteceu com Hernanes, do São Paulo, que voltou de um torneio na Índia com contrato novo (multa de U$ 20 milhões), bem como o zagueiro Breno, já vendido para o futebol alemão.

A tática, porém, pode voltar-se contra o clube. São vários os exemplos de atletas que têm seu contrato melhorado, na esperança de serem vendidos, mas que, com o tempo, mostram não ser tão bons quanto se esperava. Aquele aumento na multa é também um aumento de salário, e se não for vendido, o prejuízo é do clube. Hoje se discute muito se o clube deve pagar esta mesma multa se quiser demitir o empregado sem justa causa, o STJ entende que sim, eu entendo que não.

Apesar do fim do “passe” a venda de jogadores não acabou, apenas o sistema está mudado. E, ao invés de reclamar da lei e do mercado, devemos aprender a explorá-lo. Nunca se exportou tantos atletas, nunca se cobrou tão caro por um jogador. A lei mudou, mas o mundo também mudou, hoje o torcedor é um consumidor, o futebol é um negócio, o jogador é um trabalhador, e o clube é, ou deveria ser, uma empresa.

Está na hora de aceitar e seguir em frente.

O Nautico e a sua Arena.

O clube pernambucano fechou parceria com a empresa Lusoarenas, de Portugal, para a construção de um estádio em Recife com capacidade para 40 mil pessoas. Claro que o objetivo é concorrer com o projeto do governo da Arena Recife-Olinda. A disputa começou, o Santa Cruz já apresentou o projeto de reforma do Arruda, o Sport só disse que faria, até agora nada.

Por enquanto, prefiro o projeto alvi-rubro. Por quê?

1º. Parceria privada, sem a utilização de dinheiro público. Sei que muitos políticos querem colaborar com o novo estádio, mas o melhor é que invistam todo o dinheiro em infra-estrutura, como o metrô, uma exigência da FIFA.
2º. Será um estádio novo e não uma reforma, isso dá liberdade também para procurar o local, que deve ser próximo à Ceasa. A participação do Estado poderia vir com a doação do terreno.
3º. O estádio dos Aflitos poderia ser vendido, o que daria uma injeção sensível de verba ao clube. Além do tamanho do estádio dos aflitos (20 mil) ser pequeno para a torcida, que o lotou em quase todos os jogos.

O novo estádio será bom não só para o Nautico, mas para todos os clubes e torcedores de Pernambuco. A empresa promete o máximo em segurança e conforto para os torcedores, além de instalar lojas e restaurantes.

O melhor seria que todos os clubes fizessem o mesmo. Independente de qual estádio sediará a Copa do Mundo, ter um estádio nos moldes da FIFA, com uma estrutura moderna de serviços ao cliente/torcedor pode ser algo muito lucrativo. Mais de 20 mil pessoas por jogo, isso é um mercado que não se pode desprezar, nem desperdiçar um espaço tão grande e lucrativo apenas com um campo de futebol, é preciso ser um centro de convenções, moderno e confortável.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Romário suspenso por 120 dias.

A suspensão de Romário merece um comentário importante, afinal, agora ele é o técnico do Vasco, e adúvida que pode surgir é a seguinte: ele foi suspenso como atleta, poderá atuar como técnico?

A resposta é não. A suspensão por prazo priva o infrator de participar de qualquer competição ou frequentar qualquer praça desportiva que não a sua. Sim, o técnico Romário também foi suspenso e não só o jogador.

Segundo o CBJD:
Art. 172 A suspensão por prazo priva o punido de participar de quaisquer competições na respectiva modalidade desportiva, de ter acesso a recintos reservados de praças de desportos, excluída a entidade de prática a que pertencer, de praticar atos oficiais referentes à respectiva modalidade desportiva e exercer qualquer cargo ou função em poderes de entidades de administração do desporto da modalidade e na Justiça Desportiva.

Parágrafo único. A critério e na forma estabelecida pelo presidente do órgão judicante, e desde que requerido pelo punido após o trânsito em julgado da decisão condenatória, até metade da pena de suspensão por prazo poderá ser cumprida mediante a execução de atividades de interesse público, nos campos da assistência social, desporto, cultura, educação, saúde, voluntariado, além da defesa, preservação e conservação do meio ambiente. (ALTERADO)

Thiago Neves derrotado na justiça.

O resultado era o que eu já previa, a juiza decidiu pela manutenção do vínculo entre o atleta e o Paraná. Na decisão ela deixou claro que para se desvincular o atleta deve pagar a multa integralmente ou negociar com o clube.

O maior erro de Thiago e de seus advogados foi confundir o vínculo desportivo e a cláusula penal com os "direitos econômicos" cedidos pelo clube. O vínculo trabalhista entre o atleta e o clube não se confunde com a cessão de direitos a empresários, e mesmo o Paraná já tendo cedido 100% do que tem direito sobre a rescisão do atleta, o vínculo permanece enquanto durar o contrato.

Assim, Thiago Neves deverá se apresentar ao Paraná no próximo ano. Resta ao Fluminense negociar com o clube ou pagar a multa integralmente, cerca de R$ 3,9 milhões.

reportagem: http://globoesporte.globo.com/ESP/Noticia/Futebol/Fluminense/0,,MUL225932-4284,00.html

Forum Esportivo.

Estive ontem no programa Forum Esportivo, transmitido ao vivo pela Rádio Jornal. Gostaria de agradecer ao grande Maciel Júnior pelo convite e estou à disposição para participar mais vezes do debate. O programa contou ainda com a participação do narrador Rembrandt Jr, um cara super simpático que acaba de ganhar mais um fã.

Além da presença dos jornalistas, esteve lá o técnico do Náutico, Roberto Fernandes, que esbanjou competência e eloquência. O técnico foi muito elogiado por todos que estiveram presentes. Roberto Fernandes mostrou ser talentoso e competente, falando da sua carreira o técnico mostrou que nada na vida vem fácil, mas com trabalho tudo é possível.

Tacão, preparador físico do Sport, também esteve no programa, e as histórias de sua carreira e como ela se cruza com Roberto Fernandes e o Hernanes são um exemplo da experiência desse profissional. Tacão aproveitou para divulgar o curso de treinador de futebol que ele cordena. (http://www.treinador.org/
)

Hernanes, volante do São Paulo, que está de férias em Recife, esteve presente para abrilhantar o debate. O jogador revelou seu desejo de jogar mais um ano no Brasil antes de se transferir para a Europa. Hernanes é um grande talento e ainda vai dar muitas alegrias à nossa seleção. Um abraço a Seu Cosme, pai do atleta, que também esteve lá acompanhando o filho.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Aviso aos navegantes.

Alguns conselhos ao atleta que pensa em sair do Brasil. Existem diferenças significativas entre as regiões, a adaptação pode ser mais fácil ou dificil, mas a saudade de casa é uma inimiga constante onde quer que vá.

Nos países de cultura Árabe os contratos são mais curtos e bastante lucrativos, é bom pra quem pensa em fazer caixa e voltar para casa. Porém, a cultura e a visibilidade podem ser um empecilho. Não é uma boa ideia para quem pensa em atuar pela seleção, principalmente os mais jovens que podem não ter a maturidade necessária para o desafio.

No leste europeu, Ucrânia, Rússia ou Turquia, por exemplo, os contratos são mais longos e devem ser cumpridos integralmente. Eles dão valor e cumprem suas obrigações. Apesar de estarem na Europa, a visibilidade não é das melhores e a cultura também não ajuda, assim como a língua. Se você for um aventureiro que só quer ganhar uma grana e voltar, desista, os contratos duram entre 3 e 4 anos e você, dificilmente, conseguirá sair antes disso. O frio também não ajuda nada.

Os países da Europa ocidental são mais reconhecidos, há mais brasileiros e uma adaptação mais fácil dependendo da língua. Portugal e Espanha são os melhores pólos para o brasileiro, mas o futebol alemão tem muita visibilidade, e os alemães admiram muito o nosso futebol. Qualquer dos grandes centros, em grandes ou pequenos clubes, são oportunidades imperdíveis para o atleta.

Se você tem muitas propostas e não consegue se decidir, ligue para um colega de profissão que já tenha experiência internacional. No mais, boa sorte e boa viagem.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Palmeiras vai construir arena.

Foi selada a parceria entre o clube paulista com a WTorre Empreendimentos Imobiliários para a construção de um novo estádio com capacidade para 42 mil pessoas. O complexo contará com um auditório modular que comportará entre 500 e 2 mil pessoas, mais de 250 camarotes, além de um anfiteatro com capacidade para receber eventos de 2 a 10 mil pessoas.

Informações indicam que a empresa WTorre receberá 15% da renda dos jogos. Mesmo assim, será uma grande vantagem para o Palmeiras que poderá lucrar muito com o novo estádio. Porém, este novo estádio não deve ser utilizado para a Copa do Mundo, a sede deve ser mesmo o Morumbi.

Tudo isto é fruto da Copa de 2014, uma vez que os empresários, principalmente os estrangeiros, agora percebem o potencial do Brasil para grandes espetáculos futebolísticos. A tendência é que tenhamos mais reformas e construções do que o número que será utilizado realmente na Copa. O legado fica, para o bem do nosso futebol.

Thiago Neves nas mãos da justiça.

O caso do jogador Thiago Neves, que defendeu o Fluminense em 2007, foi levado à Justiça do Trabalho. O atleta intentou ação a fim de obter sua liberação frente ao Paraná, clube com quem tem contrato até 2009. Thiago tenta a liberação pagando R$ 748 mil, referente a 32% da multa rescisória, valor correspondente aos direitos obtidos pela LA Sports.

O Paraná contesta a ação e pede o pagamento integral da multa para poder liberar o atleta de seu compromisso (valor estimado em R$ 2,337 milhões). Os valores cedidos pelo clube aos empresários como "direitos econômicos" do atleta também é questionado pelos novos dirigentes do tricolor paranaense.

Agora, a justiça terá uma grande oportunidade de se pronunciar sobre temas polêmicos do direito laboral-desportivo. Além da multa rescisória, estará em jogo a questão da cessão dos "direitos econômicos" e os vínculos contratuais, trabalhistas e desportivos. Mas, a decisão da juíza deve ser contestada no TRT e depois, quem sabe, no TST.

Se o caso chegar ao Tribunal Superior do Trabalho poderemos ver uma explicação e uma consolidação em temas controvertidos do nosso futebol. Só espero que os magistrados busquem a opinião de especialistas para fazer o melhor para o caso e para o futebol brasileiro.

Reportagem do globoesporte.com:

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Assédio, contratações e renovações.

especial para o Blog do Torcedor

Montar a equipe para a temporada 2008 é o maior desafio dos dirigentes do futebol brasileiro. E a nossa cultura não é a de renovar com os atuais atletas, mas, quase sempre, procurar novos jogadores para o clube.

É preciso lembrar que o assédio, antes dos seis meses finais do contrato, é considerado ilegal pela FIFA. O mais ético e correto a fazer é abordar primeiro o clube antes de propor salários e vantagens ao jogador. O São Paulo reclamou da atitude dos alemães que acabaram contratando o zagueiro Breno, mas essa prática também ocorre muito entre os clubes brasileiros. E o assédio não se restringe aos jogadores, passa também pelos técnicos.

Diferente da Europa, onde os contratos firmados têm duração de 4 ou 5 anos, no Brasil os jogadores e clubes costumam firmar contratos de 1 ou 2 anos, o que faz com que o mercado se mobilize bastante a cada ano. Isto se deve ao inconformismo dos atletas, à desconfiança dos clubes e ao oportunismo dos agentes que lucram ainda mais com as transferências. Finalizado o contrato os atletas ficam livres para negociar com qualquer clube, sem dever nada ao antigo empregador.

A palavra "planejamento" está em alta no nosso futebol, e tudo começa pela montagem do time. Sem uma pré-temporada de verdade, os estaduais se tornam o laboratório para a escalação do time titular, e aquele que pouco renova e muito contrata precisa de mais tempo para conseguir o tão desejado entrosamento.

Os clubes pernambucanos sofrem uma grande desvantagem em relação aos do sul do país, principalmente pela condição financeira, por isso as soluções são diferentes. Os jogadores emprestados de outros clubes podem ser uma boa alternativa, mas deve ser levada com cautela. Afinal, o próprio Sport sofreu em 2007 por ter muitos jogadores emprestados, e sem direitos sobre os atletas o Leão teve que ver seu time sendo desmontado ao longo da competição.

Já o Náutico demorou muito para montar um time competitivo, não brigou pelo título do Campeonato Pernambucano e iniciou o Brasileirão na zona de rebaixamento. A preocupação com o caso Acosta pode acabar atrasando de novo os alvirrubros, a necessidade de fazer caixa leva o clube a vender mais do que compra, e o saldo, no final, pode ser negativo.

O Santa Cruz, que vai disputar a série "C", tenta montar um time com baixo orçamento mas de qualidade. Porém, já vai cometendo alguns erros no início, assinando contratos para disputar apenas o Campeonato Pernambucano. Se perder os atletas após o estadual vai ter muitas dificuldades para refazer o time para disputar a Série C, que deveria ser prioridade.

Ainda estamos em Dezembro, mas a temporada 2008 já começou. Contratar bem é o primeiro passo para a vitória. Renovar, comprar, vender, contratar, emprestar, tudo deve ser bem pensado e planejado para montar uma boa equipe. O campeonato já começou, agora só falta o apito inicial.

Multa por atraso.

O Corinthians foi multado em R$ 35 mil por ter atrasado o início da última partida do Campeonato brasileiro. O Goiás, que já em campo, esperou o início do jogo do timão, foi absolvido pelo STJD.

A punição é um exemplo da evolução do nosso futebol. Os desmandos estão acabando e quem desrespeita a lei e os torcedores será punido. Este pode ser um passo inicial para a melhoria organizacional dos campeonatos nacionais.

Com a Copa do Mundo de 2014 no Brasil teremos que nos adaptar às regras da FIFA. Não basta construir novos e modernos estádios, temos que mudar nosso futebol como um todo, desde a venda de ingressos, a presença de pessoas em campo e a postura dos clubes quanto à organização e às regras. É bom começar logo, só assim poderemos nos acostumar a tempo.

Bahia quer voltar a jogar na Fonte Nova.

Por incrível que pareça, o Bahia quer voltar a seu estádio. Segundo o presidente do clube, Petrônio Barradas, a reabertura da Fonte Nova não colocaria os torcedores em risco, uma vez que ele pede que seja liberado apenas o anel inferior.

O mais absurdo de tudo é o presidente achar que a vida dos torcedores não estaria em risco. Mesmo no anel inferior, a estrutura física do estádio está comprometida, e assim, mesmo com um risco de morte mais baixo, o risco de acidentes ainda seria alto. Não acredito que o pedido seja aceite, se for, será mais um absurdo da administração pública brasileira.

Será que ninguém pensa na segurança dos torcedores?

A televisão da B.

Eu já noticiei e comentei a intenção do Corinthians em negociar sozinho os direitos de transmissão de seus jogos. O problema é que o time paulista não joga sozinho e nesse bolo todos querem uma fatia. A FBA, empresa que negocia em nome dos clubes da série B, já demonstra preocupação mas parece otimista quanto a um aumento nas suas receitas.

Assim, o questionamento mais frequente é: se o Coriunthians negociar seus jogos sozinho, como fica o direito dos seus adversários? Acontece que, cada clube pode mesmo negociar separadamente, e o comprador poderia transmitir os jogos realizados em seu estádio. Assim, quem negociar só com o timão poderá transmitir apenas os jogos realizados em São Paulo.

Rede TV, Record e Rede Globo disputam os direitos da série B, e pode acontecer de duas emissoras conquistarem esse direito, uma com os jogos do Corinthians e outra com os demais da série B. Tudo indica que o clube paulista terá seus jogos realizados nos sábados à tarde, e a empresa que conquistar esses direitos terá a maior audiência do horário, por isso tanto alarde.

Se na série A, mesmo com tantos adversários de qualidade, a TV transmitia mais jogos do Corinthians que de qualquer outro, imaginem como será a segundona. Mas, se o timão vender apenas os seus jogos em casa, restará os jogos fora, e assim a FBA terá material suficiente para negociar a transmissão do resto do campeonato. E com isso, lucram todos os clubes e não só o Corinthians.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

A violência diminuiu.

O Ministério Público de Pernambuco revelou uma queda nos níveis de criminalidade associada ao desporto. Isto se deve à instalação do Jetep (Juizado especial cível e criminal do torcedor). Em 2005, antes da instalação do Jetep, o Batalhão de Choque da PM registrou 1.643 ocorrências nos estádios. Em 2006 esse número caiu para 763 e depois para 468 em 2007, uma redução de 71%.

Segundo o promotor Aguinaldo Fenelon, coordenador do jetep: "Os torcedores julgados no jetep ficam, no mínimo, 90 dias proibidos de freqüentarem os estádios. Nesse período, prestam serviços comunitários. Eles também podem pagar multa pecuniária, cujo valor varia de acordo com a situação financeira de cada torcedor". O promotor ainda acrescenta que os casos de reincidência são raros. "Se um torcedor, após julgado pelo jetep, voltar a promover desordem nos estádios responderá processo criminal. Mas até agora isso foi raro de acontecer. Um ou dois casos".

É uma ótima notícia para o futebol que tanto já sofreu com a violência. Os juizados especiais já mostraram eficiência nos casos comuns e mostram também quando o caso abrange o desporto. Um julgamento rápido e uma punição exemplar são elementos primordiais para restaurar a ordem. A punição de não frequentar os estádios deve ser valorizada e estruturada. O Estado precisa dar condições à aplicação das penas, mas se não fazem isso com as nossas penitenciárias, no futebol não parece ser diferente.


Reportagem do Jornal do Comercio de 11 de dezembro de 2007.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Pesquisa de fim-de-ano.

Obrigado a todos que votaram nas outras enquetes, agora queria fazer uma verdadeira pesquisa. São 7 perguntas aos leitores/torcedores. Vamos conhecer melhor nossa torcida, quero saber o que vocês pensam. Quem quiser pode comentar à vontade, toda opinião é bem-vinda e engrandece.

Pesquisas encerradas.

Você pagaria para assistir um jogo de futebol feminino?

50% das pessoas responderam que sim, 30% disseram que não, 13% só assistiriam jodos da Seleção Brasileira e 7% só pagariam para ver um jogo do seu clube. Levando em conta que os leitores do site já são apaixonados por futebol, teríamos metade do público de um jogo profissional, mas não acredito que seria esse o resultado na prática. A simpatia demonstrada pelos leitores já é um grande incentivo ao esporte.

Você é sócio do seu clube?

63% disseram que sim, 13% não, 11% gostariam mas acham caro enquanto 13% pensam que o clube não lhe oferecesse vantagens. Bom, pelo visto os torcedores são, na maioria, sócios do seu clube. Existe muita diferença de preços e vantagens nos clubes brasileiros, cada um tem que respeitar a sua realidade, às vezes podem cobrar caro como o São Paulo que oferece muito, ou cobrar menos e ter uma massa associada maior. Cada um na sua, o que vemos é que sempre se pode melhorar, ainda faltam 37% de torcedores para conquistar.
Obrigado a todos que votaram, e agora participem da SUPER PESQUISA DE FIM DE ANO.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Comparando receitas.

O Diretor do Globo Esporte, Marcelo Campos Pinto, exibiu no Footecon um estudo comparativo entre as receitas dos clubes brasileiros e os participantes da Liga Inglesa (Premiere League). Enquanto no Brasil eles têm 60% de suas rendas oriundas da TV, 11% de bilheteria e 20% de patrocínio e publicidade, na Inglaterra a TV é responsável por 42%, contra 25% de patrocínio e propaganda e 33% do que eles chamam de "match day", ou seja, ingresso e todas as receitas provenientes da ida ao estádio.

Vê-se que dependemos demais das verbas provenientes da TV, que é a mais injusta de todas. Mostra-nos também que os clubes não têm conseguido explorar tão bem seus torcedores. Quando se tem um público de mais de vinte mil pessoas no estádio é preciso saber lucrar, seja com a venda de comidas, bebidas ou produtos com a marca do clube.

Nos jogos da Liga Inglesa os torcedores, enquanto esperam o início da partida, confraternizam dentro das dependências do estádio e consomem os produtos vendidos pelos clubes ou seus parceiros. Já no Brasil, os torcedores chegam cedo mas ficam nos arredores do estádio em bares ou na rua, e dentro do prédio não têm o conforto, a higiene e a variedade necessária para fazê-los consumir de forma considerável.

Ronaldinho quase de graça?

O caso do jogador Webster, que se transferiu do Hearts da Escócia para o Wigan da Inglaterra, destacou a nova regra da FIFA sobre transferências. E agora, Ronaldinho Gaúcho também ameaça se utilizar desse instituto.

Todos que se interessam por futebol sabem que, enquanto um jogador está sob contrato com um clube só pode ser transferido mediante o pagamento de uma verba rescisória. Mas, poucos conhecem o novo art. 17º do Estatuto FIFA sobre transferências de atletas.

Na nova redação, incluída em 2001, o atleta que rescindir o contrato sem justa causa será punido. Mas, não haverá nenhuma punição ao atleta que rescindir após o "Período Protegido", bem como a compensação a ser paga pelo novo contratante não será a estipulada na cláusula de rescisão (cláusula penal) prevista no contrato, será calculada pela CRL (Câmara de Resolução de Litígios da FIFA) levando em conta critérios previstos no mesmo art. 17º.

"Período Protegido" corresponde a três Épocas ou anos a partir do início do contrato assinado antes dos 28 anos, se assinado após o 28º aniversário o período será de 2 anos. Assim, um jogador como Ronaldinho Gaúcho, que já completou 3 anos no Barcelona, não está mais dentro do "Período Protegido".

O irmão e empresário de Ronaldinho ameaçou tirá-lo do Barcelona para assinar com o Chelsea se baseando nesta regra. Assim, o brasileiro rescindiria unilateralmente o contrato e não estaria sujeito a punições por já ter passado o "Período Protegido". O Chelsea, se contratasse o brasileiro, teria que pagar apenas o estipulado pela CRL como compensação ao Barcelona, na verdade, o próprio jogador seria o responsável pela dívida, já que foi ele quem deu causa à rescisão.

Para se ter uma idéia do tamanho do problema, no caso de Webster, o clube lesado, o Hearts, queria uma compensação de 5 milhões de libras, enquanto a CRL decidiu pelo pagamento de uma verba de 625 mil como indenização. O jogador ainda ficou insatisfeito pelo valor ser superior ao saldo restante de seus salários.

A grande novidade não está em autorizar a rescisão do contrato, isso a lei não faz, mas em autorizar que o atleta assine com outro clube sem ser punido desportivamente e diminui a compensação a ser paga pelo atleta. Se a rescisão se desse dentro do "Período Protegido" o atleta seria suspenso por quatro a seis meses.

Mas o clube que que der causa à rescisão ou tenha induzido o atleta a tal será punido com uma proibição de inscrever novos atletas num período de 2 anos. A lei ainda diz que: "Presume-se, salvo demonstração em contrário, que qualquer clube que inscreva um profissional que tenha rescindido seu contrato sem justa causa o tenha induzido a tal decisão"

Sendo assim, Ronaldinho até poderia rescindir contrato com o Barcelona e pagar a compensação, mas se for contratado pelo Chelsea é bem provável que o clube inglês seja punido. Por isso eu duvido que o atleta chegue a tal ponto.

Vale lembrar que as regras da FIFA só são aplicadas às transferências internacionais, estas disposições não cabem quando a troca de clubes acontece dentro de um país, serão respeitadas as leis nacionais.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

São Paulo: exemplo.

Exemplo de profissionalismo no futebol brasileiro, o São Paulo anunciou uma nova fornada de produtos que serão comercializados com a marca do clube, de aparelho celular a bichos de pelúcia. O tricolor resolveu vender até as redes do Morumbi. Após o jogo do título contra o América-RN a diretoria retirou as redes e recortou-as, agora fazem parte de 533 quadros que serão vendidos por R$120.

O São Paulo, assim como o Internacional, já passou da "idade da pedra futebolística" onde os clubes pedem dinheiro a seus torcedores, prática ainda comum em nosso país. Os clubes conseguem arrancar ainda mais dos apaixonados, mas nada de esmola, é tudo feito de forma profissional.

É isso que falta aos clubes perceber. Melhor do que cada torcedor doar um real por mês é que ele compre uma camisa, um chaveiro ou uma caneta todo mês. Isso é saber explorar a paixão do torcedor, nada de mendigagem, o clube deve ser profissional, os produtos postos à venda são muito mais rentáveis e dignos que recolher doações com uma caneca na mão.

Maior média de público dos últimos 20 anos.

A média de 17.424 torcedores por jogo é a maior desde 1987 (Copa União). Isto se deve, principalmente, ao Flamengo, São Paulo e Sport. A média dos pernambucanos é a terceira deste ano, mas é superior à melhor média de 2006 que pertence ao Grêmio.

O crescimento do público deve continuar no próximo ano, afinal, os torcedores do Flamengo, maior média deste ano, só despertaram na reta final. Apesar de ter conseguido públicos de 80 mil torcedores em uma partida, a média do rubro-negro no Maracanã é de 39.221. Então, se os flamenguistas começarem 2008 como terminaram 2007 temos chances de bater todos os recordes de público da história do Brasileirão.

Mais informações em:
http://globoesporte.globo.com/ESP/Noticia/Futebol/Campeonatos/0,,MUL197809-4276,00-O+MAIOR+PUBLICO+EM+DUAS+DECADAS.html

Dificuldades para a seleção olímpica.

A CBF divulgou que não vai utilizar as "datas FIFA" para jogos da seleção olímpica. Essas datas são as brechas impostas pela entidade para que todos os clubes liberem seus atletas, tudo bem pensado dentro do calendário esportivo internacional.

Sem essas datas vai ficar difícil juntar os atletas olímpicos para treinar e realizar amistosos. Ao que parece, o Brasil só teria então 15 dias para treinar antes das Olimpíadas de Pequim, e contando o tempo de viagem e fuso-horário, esse tempo cairá para 12 ou 13 dias.

A seleção que se apresentará neste domingo contra os craques do Campeonato Brasileiro não é a convocação definitiva, muito pelo contrário, é a seleção olímpica dos atletas que atuam no Brasil. Apenas Alexandre Pato atua na Europa, mas ainda não está jogando, por isso foi convocado. Mas, a seleção não pode prescindir de nomes como Marcelo (Real Madrid), Lucas (Liverpool) ou Anderson (Manchester Untd.) dentre vários outros jogadores.

Não parece que a CBF esteja privilegiando a competição olímpica. Uma pena, afinal, é o único título que o Brasil ainda não conquistou.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Valois também discute as cotas de TV.

O presidente do Clube Náutico Capibaribe declarou que não aceita a cota de 3,4 milhões de reais paga pelo Clube dos 13. Ele quer um acordo de 8 milhões e ameaça proibir a transmissão dos jogos do Náutico.

Segundo Valois: "Isso é cota para clube que sobe para a Série A e vai voltar para Série B no ano seguinte. Não vamos aceitar essa cota. Se for o caso, vamos discutir com a TV Globo. Afinal, o Clube dos 13 não me representa. Só me chama para assinar contrato".

Quem acompanha o blog conhece a minha posição quanto a este assunto. Sou a favor de uma divisão igual para todos os clubes, não concordo com os critérios atuais nem com a representação feita pelo C13. A disparidade do sistema atual é tanta que o Corinthians recebeu mais de 3 vezes o que recebeu o Nautico do C13 em 2007.

O pior é que o Corinthians, mesmo disputando a série "B" de 2008, receberá metade do recebido este ano, um valor ainda maior do que vários clubes recebem na primeira divisão. Isso tudo porque o C13, responsável pelas negociações e distribuições privilegia seus membros em detrimento dos outros clubes participantes.

Mas, com o racha da entidade e os novos interessados em comprar o campeonato, a discussão dos direitos televisivos será bem mais acirrada este ano. O insurgimento do Náutico deve ser seguido por outros clubes a fim de revolucionar o sistema. O debate está lançado, e o atual sistema, tão injusto e desigual, não deve perdurar por muito tempo.

A má distribuição de renda é um problema que assola o país e o Campeonato Brasileiro. Sei que não podemos resolver todos os males do mundo, mas bem que poderíamos começar pelo futebol.

Considerações finais de um Brasileirão.

especial para o Blog do Torcedor

Acabou o Campeonato Brasileiro de 2007. Agora, podemos fazer aquelas últimas análises e considerações. No geral foi um ótimo campeonato, a vitória do São Paulo com muita antecedência não tirou o brilho da competição que continuou disputada e equilibrada. Foi um dos campeonatos mais emocionantes dos últimos tempos e um dos mais justos também. Venceu quem merecia e caiu quem devia cair.

A fórmula dos pontos corridos parece ter se consolidado finalmente. Pela primeira vez ninguém sentiu falta de uma final, nem reclamou da fórmula atual. Pelo visto, nada vai mudar, nem mesmo o número de rebaixados à Série B. O título, a Libertadores, a Sul-Americana e o rebaixamento deixaram o campeonato emocionante até o final.

O povo parece estar se acostumando e a prova disso é a alta média de público. A organização do campeonato e o fim das "viradas de mesa" podem ser apontados como os principais motivos para o aumento no número de torcedores nos estádios. Mais de 80 mil em um jogo parece final de campeonato, mas é a prova da importância que cada jogo tem na tabela e a prova de que a torcida está voltando a campo, e cada vez mais apaixonada.

Sport e Náutico permanecem na elite do futebol brasileiro e isso é motivo de comemoração. As duas torcidas deram show nas arquibancadas e os times responderam dentro de campo. O mau começo foi superado e, no fim, ser de primeira é o que importa. Esta permanência pode ser um grande passo para uma estabilidade organizacional dos nossos clubes, basta haver profissionalismo.

O campeonato não foi fácil para os pernambucanos, o Náutico sofreu dentro de campo e só melhorou depois de algumas contratações como Geraldo e o técnico Roberto Fernandes. Já o Sport sofreu mesmo fora de campo, com muitos atletas emprestados, o Leão se viu impotente perante as investidas dos outros clubes, muitos abandonaram a Ilha do Retiro e o time teve dificuldades em se reerguer.

Mas, lutar para não cair deve deixar de ser a meta dos clubes pernambucanos no segundo ano, agora é buscar objetivos mais nobres e melhores colocações na tabela. Que a agonia da zona de rebaixamento jamais volte ao nosso estado e que os erros sirvam de lição para o Brasileirão 2008.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Propondo mudanças.

A matéria do Blog do Torcedor revela o desconforto com as atuais regras de distribuição de cotas entre os clubes. Marcelo Campos Pinto, diretor do Globo esportes, critica a fórmula de pontos corridos e a distribuição das verbas de transmissão.

"Minha proposta é a discussão do modelo italiano, que entrará em vigor em 2010. Nele, todos os times da Série A embolsam 40% os mesmos valores de transmissão, 30% fica dividido com base em níveis de exposição e os outro 30% cabem à premiação", conta.

A idéia é interessante, afinal, diminui as disparidades do atual sistema. Sou contra o sistema adotado pelo Clube dos 13, principalmente quanto ao pagamento de verbas aos que nem fazem parte da série "A". O Corinthians, por exemplo, receberá 50% do que recebia este ano, mesmo disputando a série "B". Verba bem maior do que recebia o Náutico na primeira divisão deste ano.

Já disse várias vezes, sou contra o C13 negociando os direitos televisivos e à favor de uma distribuição de cotas iguais entre todos os participantes, afinal, vende-se o campeonato como um todo e não jogos de times isolados.

A TV da série "B".

O presidente da FBA, empresa que negocia os direitos de transmissão da série "B" do Campeonato Brasileiro de futebol, José Neves, acredita em uma super-valorização da competição em 2008 devido à participação do Corinthians.

Segundo ele, a Record e a Globo já estão se engalfinhando pelos direitos de transmissão. Mas, o Corinthians parece dar sinais de que vai bagunçar estas negociações. O diretor financeiro do Clube dos 13, Fernando Carvalho, ex-presidente do Internacional, em entrevista à rádio CBN admitiu um novo racha na organização, já que o Corinthians ameaça um rompimento e pretende negociar sozinho o direito de transmissão de seus jogos.

De fato, a presença do Corinthians na série "B" vai abalar as estruturas da competição. Não duvido nada que o novo membro jogue apenas no sábado à tarde e tenha seus jogos transmitidos todas as semanas. Se já era campeão de transmissões na série "A", imaginem na segundona. Mas, swe o timão negociar seus jogos separadamente, o sonho de lucrar mais da FBA pode ir por água abaixo.

Corinthians caiu.

Caiu, para a tristeza dos torcedores do Timão e alegria dos outros torcedores do país. Afinal, nesses últimos dias vimos que apenas os corinthianos torciam pela permanência, o resto do país parecia mesmo torcer pela queda.

E foi merecido, afinal, o time do Corinthians não empolgou, não venceu, e até a última rodada torcia por resultados alheios em vez de se preocupar em vencer seus jogos. O atraso no início da partida foi o exemplo do amadorismo do clube. Camisa não ganha jogo, nem evita queda, não acreditavam nisso, e agora vê-se o resultado.

Os mais arrasados eram os jornalistas da BAND e RECORD, na verdade, jornalistas não, torcedores mesmo. Quem acompanha os debates na rede aberta vê que há mais torcedores do Corinthians do que jornalistas na nossa TV. E essa bajulação irritou os adversários que torceram muito pela queda do Timão.

Disseram muito que o Corinthians não merecia cair, mas, na verdade, merecia sim. Depois de tanta lavagem de dinheiro, desvio de verbas e outros desmandos, o clube se viu em uma situação irreversível. E os torcedores, esses sofrem mesmo, mas se recuperam. E a torcida precisa aprender também, ver que não adianta ameaçar jogadores, quebrar a sede ou invadir gramados, nem mesmo brigar com a polícia vai resolver.

Caiu, e pronto. Quem sabe agora eles aprendem.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

E se o Corinthians cair?

O jornalista Fabio Schivartche desabafou em artigo do globoesporte.com, ele, Corinthiano, sugere o rebaixamento como remédio para os problemas do timão. Uma moralização forçada dos dirigentes. Só a queda marcará o clube de forma intensa o suficiente para mudar sua história.

Bom, apesar de muitos verem a série "B" como um inferno, ela tem que ser encarada com mais naturalidade, afinal, todos podem cair. Palmeiras, Grêmio, Botafogo, Atlético-MG, Fluminense, Paraná, Sport, Nautico, Juventude, Goiás, Atlético-PR, e tantos outros já disputaram a segunda divisão.

É preciso entender que quatro clubes vão cair sempre, sendo grande ou pequeno. E neste campeonato de 2007 qualquer um poderia cair devido ao equilíbrio apresentado. E no futebol brasileiro cada ano é outra história, os campeões de hoje podem ser os rebaixados de amanhã. Mesmo com dinheiro e estrutura, nada garante a permanência na série "A".

E se o Corinthians cair não será o fim do mundo, vai jogar em estádios lotados por todo o país, e terá a chance de reconquistar sua torcida. Todos os clubes que caíram tiveram um grande aumento na média de público, afinal, é na dificuldade que surgem os verdadeiros apaixonados, e no nosso futebol há fanáticos suficientes para encher os estádios.

Jogadores para o Santa Cruz.

Agora no Santa, Zé do Carmo vai usar sua influência nos Aflitos para levar os atletas dispensados para o tricolor do Arruda. É uma boa idéia, afinal, conseguir bons jogadores para disputar a série "C" não é fácil, e a ajuda dos clubes pernambucanos será bem-vinda.

Para o futebol de Pernambuco a queda do Santa à série "c" foi um grande prejuízo, e agora todos devem ajudar na luta da recuperação. Além do Nautico, gostaria de incentivar os outros clubes a ajudar. Os jogadores, antes de serem dispensados, devem considerar um empréstimo ao Santa Cruz, assim, reunirão atletas suficientes. E o Campeonato Pernambucano deve ser um grande teste para descobrir jogadores de qualidade para a disputa da 3ª divisão do Brasileirão.

Sempre incentivei a parceria entre os clubes.
http://extracampo.blogspot.com/2007/09/clssico-uma-lgica-empresarial-peculiar.html

Duas arenas em SP?

Se depender da vontade das autoridades paulistas, a maior cidade do Brasil terá dois estádios para a Copa do Mundo. A ideia é, além de reformar o Morumbi, construir uma nova arena que seria o estádio do Corinthians.

A "simpatia" dos líderes, tanto no governo quanto no futebol, pelo Corinthians me parece ser a única razão para isso. O que parece é que estão querendo construir um novo estádio para o clube e aproveitariam a Copa do Mundo para realizar este objetivo. O clube paulista sofre com a falta de um estádio próprio e há tempos que ameaça construí-lo.

Não concordo com dois estádios em uma só cidade, mesmo uma tão grande quanto São Paulo. O investimento em infra-estrutura e a construção das arenas é uma grande chance do Brasil investir em cidades que precisam e diminuir um pouco a tal desigualdade regional do nosso País. São Paulo e Rio de Janeiro, com certeza, receberão os principais jogos, e isso basta.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Quarta-feira emocionante.

A TV pediu e a CBF aceitou, precisavam dividir a penúltima rodada para haver jogos a transmitir hoje. Inicialmente era só o jogo Corinthians X Vasco, o Goiás reclamou e teve seu jogo movido para a mesma data, depois veio o Nautico e também conseguiu o adiamento. Houve muita reclamação, mas acabou se tornando uma noite de muita emoção.

Os três times ainda brigam contra o rebaixamento, uma das disputas mais emocionantes do campeonato, afinal, o São Paulo levou o título fácil, Libertadores, Sul-Americana e 2ª divisão se tornaram os atrativos do Campeonato Brasileiro. E lutar contra o rebaixamento é ainda mais emocionante, é o coração na ponta da chuteira.

Reclamam muito nos debates esportivos nas rádios e televisões sobre a qualidade do campeonato. Bem, não tivemos muitos craques, mas a disputa e a emoção fazem desse campeonato um dos mais interessantes dos últimos tempos.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

A tragédia é um alerta.

especial para o Blog do Torcedor
A morte de sete torcedores após a ruptura de parte da arquibancada da Fonte Nova na Bahia é o anúncio da atual situação dos estádios brasileiros. A tragédia não pode ser encarada como um fato isolado, ela é a consequência do crescente descaso dos clubes e seus dirigentes pelos torcedores.

O mesmo estudo que apontou falhas no estádio baiano também denuncia outros tantos estádios, alguns até utilizados na série A deste ano, como a Ilha do Retiro e o Mineirão. Mas, de nada adianta tantos estudos e análises se as pessoas responsáveis simplesmente ignoram as ameaças. Cuidar dos estádios e de seus torcedores nunca foi parte integrante na cultura dos dirigentes.

O STJD deve punir o Bahia, suspendê-lo e multá-lo. Fala-se em um multa de até R$ 200 mil e uma suspensão de 10 jogos. Mas, se este dinheiro não for destinado para a manutenção dos estádios, de nada terá valido esta punição.

Cabe às federações estaduais e a CBF obrigar os clubes a cuidar de seus estádios. Mas, o que a história nos mostra é federações ajudando os clubes a encobrir seus erros e fechando os olhos para os problemas. Afinal, interditar estádios não gera mais renda, muito pelo contrário. E as federações não querem ser razão para prejuízo de seus associados.

Já que a justiça desportiva não tem tomado as providências para fazer cumprir a lei, que entre em cena o Ministério Público. Mas, tem que se fugir da rotina de ameaças de interdição e pular logo para a atitude. Se é para interditar que façam logo, e obriguem os clubes a respeitar seus torcedores.

Nós, como consumidores, torcedores e cidadãos temos direito a segurança, conforto e higiene. É impressionante, pagar mais de vinte reais por um ingresso e não ter direito nem mesmo a segurança ou a um banheiro de qualidade. Como consumidor poderíamos nos recusar a comparecer nesses recintos, mas como torcedores nos sentimos impelidos a estar no estádio.

Infelizmente, dizer que o torcedor é o maior patrimônio do clube parece mesmo verdade, prova é que, como qualquer patrimônio do clube, os torcedores também são tratados com descaso.

Abuso de autoridade.

Estou sempre pedindo mais responsabilidade e profissionalismo dos dirigentes de clubes brasileiros. Mas, não cabe só a eles melhorar a atual situação do nosso futebol e evoluir a um nível mais alto. Se tem alguém tão responsável quanto os dirigentes é o torcedor.

Urinar no chão, quebrar banheiros, depredar ônibus, atirar objetos, invadir o gramado, arremessar pedras, isso não pode ser normal no nosso futebol. Enquanto isto não mudar nada vai melhorar, nada vai evoluir.

Mas, o que mais me revolta é ver pessoas instruídas cometendo barbaridades. A maior de todas elas: a carteirada. Por que um juiz, promotor, policial de folga, desembargador e etc. têm direito a entrar nos estádios apenas mostrando a carteira, e ainda colocam mais dez para dentro. Bom, direito mesmo eles não têm, assim como vergonha na cara.

A carteirada é um abuso de autoridade, eles não têm esse direito, devem pagar ingresso como qualquer torcedor. A carteirada é uma ofensa a você, torcedor, e a todos os cidadãos de bem. Cabe aos clubes, quando verificar o ocorrido, anotar o nome dessas pessoas e processá-las por abuso de autoridade, mas qualquer pessoa pode denunciar o criminoso ao Ministério público.

Porém, no fim, quem terá coragem de lutar contra eles?

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Assédio a Breno: ilegal!

O assédio exercido pelo Bayern Munique sobre o zagueiro do São Paulo está fora das regras estabelecidas pela FIFA. As regras da federação só permitem o assédio a atletas de outros clubes nos seis meses finais do contrato. Antes, o interessado na contratação do atleta deve dirigir-se ao clube e negociar direto com os detentores dos direitos do jogador.

O problema é que o clube alemão, além de negociar a multa rescisória com o clube paulista, já estava acertando bases salariais, apartamento, carro e
prémios com o jogador. Esta maneira de seduzir o atleta é ilegal e totalmente anti-ética. O São Paulo já declarou que vai denunciar os infratores à FIFA, e espero que consiga uma punição. É bom mostrar aos europeus que apesar de vendermos todos os nossos bons atletas, isso aqui não é zona, e precisam nos respeitar.

Assunto preferido: falta de profissionalismo.

Claro, a falta de profissionalismo dos dirigentes brasileiros é o principal assunto desse blog. Aproveito então a coluna de Carlos Macêdo, do JC, em que ele critica a falta de visão dos clubes. O jornalista compara os clubes brasileiros a europeus em um ponto bastante simples, a loja.

A crítica começa pela observação de que, na Ilha do Retiro, a pequena loja do Sport não permanece aberta em horário de jogo para que os torcedores possam comprar. Ainda cita o mesmo defeito no Flamengo e compara com o Ajax e o Benfica, clubes que possuem lojas exemplares, que não fecham nos jogos, e lucram muito mais do que sonha nossos clubes.

O Sport já está construindo uma nova loja, vamos ver o desempenho com o passar do tempo. Mas, uma coisa que eu gostaria de ressaltar, é a quantidade de pirataria vendida nas portas dos clubes. Pois bem, aquelas camisas mal-feitas, que são vendidas nas avenidas ao redor dos estádios,
geram um grande prejuízo ao clube. É preciso explorar a marca, mas também precisamos combater os criminosos que vendem produtos pirata.

Solução: Prender todo mundo. Na verdade, o mais importante é retirar esses vendedores do entorno dos estádios. Deve haver uma cooperação entre o clube e a polícia, um acordo. O flagrante é claro, falta apenas atitude, e os mais interessados, os clubes, devem tomar uma iniciativa.

Depois de retirados os ambulantes vai ficar mais fácil aos clubes de vender produtos oficiais. Claro, é preciso ter preços acessíveis, uma vez que, principalmente no Nordeste, o poder aquisitivo dos torcedores não é nada alto.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

O CT do Sport.

A compra de um terreno pelo Sport Club do Recife é o ponto de partida para o crescimento. O que faltava ao rubro-negro, e ainda falta a muitos outros clubes no Brasil é formar seus próprios jogadores. Os maiores clubes brasileiros já descobriram isso há muito tempo. Os que ainda não realizaram esta tarefa devem correr atrás do seu próprio terreno.

Vou reproduzir as palavras de Fernando Menezes no JC de hoje: "O Sport fechou o negócio da compra de um amplo terreno , em Igarassu, onde vai construir seu CT. Enfim, um grande clube corrige uma falha grave. Não formar seus próprios atletas não era apenas um atraso, era sobretudo renunciar a uma fonte de renda forte. O CT não é despesa, é investimento".

terça-feira, 20 de novembro de 2007

A arbitragem da série B.

O presidente do Santa Cruz, após ver seu time rebaixado à série C do campeonato brasileiro, denunciou um suposto esquema na arbitragem da competição. Foram apresentados emails de supostos funcionários da Comissão de Arbitragem exigindo dinheiro para ajudar o tricolor a conquistar pontos.

Mas, os emails não são provas contundentes da existência de um esquema. Na verdade, a única coisa provada foi a existência do crime de extorsão. Todos os papéis serão enviados à polícia federal e o Ministério Público, e depois poderemos ter certeza de quem são os criminosos.

Por enquanto não acredito na anulação da série B. Depois de terminadas as investigações e se for descoberto um esquema já será tarde demais. Para isso serve o STJD, que deve julgar a anulação do campeonato de forma urgente, para que no ano que vem não precisemos ficar com um campeonato em aberto.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Suderj assume culpa por lata?

A Suderj, administradora do Maracanã, quer assumir a culpa por uma lata arremessada por um torcedor do Flamengo no juiz Sávio Spinola, porque o rubro-negro carioca está seriamente ameaçado de jogar a última partida em casa com portões fechados.

Mas, sinceramente, se o STJD aceitar essa saída será uma vergonha. Afinal, o clube não é punido por ser dono do estádio, mas por ser responsável pelos atos de sua torcida. Independente de onde seja realizado o jogo, o importante é a atitude do torcedor. Para coibir tais atos é que a justiça desportiva pune o clube diretamente.

Desportivamente, o responsável é o Flamengo, mas civilmente a Suderj poderia ser responsabilizada caso fique provada uma falta de segurança do estádio, responsabilidade objetiva da empresa administradora. Já a responsabilidade desportiva não pode ser retirada do Flamengo, e a punição deve mesmo exisir, independente da vontade da Suderj.

Deputados discutem distribuição de cotas.

O deputado André de Paula (DEM-PE) é autor de uma proposta de emenda à constituição cujo intuito é oferecer condições para a criação de uma lei que trate do manuseio do dinheiro publico no futebol. Segundo os defensores do projeto, as verbas destinadas aos clubes deve ser considerada dinheiro público, e deve ser discutida de uma melhor forma.

Para entender a disparidade das verbas pagas pela TV, vejam que o Flamengo, integrante fundador do Clube dos 13 e clube de maior torcida do Brasil, recebeu R$ 28 milhões, enquanto o Nautico, recém-promovido à elite, recebeu apenas R$ 3 milhões. Essa disparidade absurda só prejudica o nosso futebol, favorece clubes já consagrados e impedem uma maior competitividade dentro do campeonato.

Já discuti essa distribuição de renda várias vezes, e continuo afirmando minha preferência por uma divisão igual entre todos os 20 clubes. Afinal, a TV paga pela transmissão do campeonato, e não só dos jogos de Flamengo ou Corinthians. É lógico que a maior transmissão de jogos do Corinthians faz com que o clube paulista receba mais de patrocinadores, nada mais justo. Injusto é a atual repartição das verbas, que só aumenta a desigualdade e prejudica a competitividade do Campeonato Brasileiro.

A Portuguesa também entrou na briga sobre o assunto ao criticar a divisão dos direitos do Campeonato Paulista (7 milhões para cada um dos quatro grandes - São Paulo, Santos, Palmeiras e Corinthians - e 1,3 milhão para cada um dos outros 16 participantes). Pelo visto, o problema ainda vai ser muito discutido, principalmente depois do racha que houve no Clube dos 13.
Informações do JC de 13 de novembro.


Mais sobre o assunto:
http://extracampo.blogspot.com/2007/10/ainda-sobre-as-verbas-da-tv.html

http://extracampo.blogspot.com/2007/10/dinheiro-ganha-jogo.html

Blatter quer restrição a jogadores estrangeiros.

O presidente da FIFA critica a atual formação dos times europeus, lamenta ele que nos clubes existam mais estrangeiros que atletas nascidos no país. E a polémica não envolve apenas futebol, o presidente da Federação Internacional de Vôlei também criticou o elevado numero de jogadores estrangeiros nos times italianos.

Joseph Blatter criticou, durante o anuncio do Brasil como sede da Copa 2014, o elevado número de atletas canarinhos no exterior, e até mesmo em seleções de todo o mundo. "Se não pararmos com a evasão de jogadores, em 2018 só haverá jogadores brasileiros nas seleções do mundo inteiro. Por favor, mantenham a maior parte dos atletas no seu país", disse o dirigente.

O presidente da FIFA pretende incluir alterações à legislação laboral-desportiva na nova Constituição Europeia. A intenção é obrigar os clubes a usarem, no mínimo, seis jogadores nascidos no país. E isso valeria também para os atletas comunitários.

Essas alterações serão bastante discutidas ainda, afinal, a livre circulação de trabalhadores na União Europeia é um dos princípios basilares da comunidade. As restrições a jogadores extra-comunitários já existe, é aí que se dificulta a missão do presidente da FIFA.

Uma coisa é certa, esse tipo de proibição, tornando-se realidade, poderá ajudar-nos no objetivo de segurar nossos bons jogadores por mais tempo. Mas, em opinião própria, não sou contra a venda de jogadores para a Europa, afinal, é o grande palco do futebol, mas sou extremamente contra o negócio de atletas com clubes árabes, isralenses, mexicanos, etc. A diminuição na exportação de atletas deve gerar também uma valorização dos craques brasileiros, que sairão em menor quantidade mas em maior valor.

sábado, 10 de novembro de 2007

Comprar barato e vender caro.

Chegando ao fim da temporada o campeão brasileiro já pensa nos reforços para 2008. E a lógica simples de mercado, comprar por pouco e vender por muito, é a base do trabalho do São Paulo Futebol Clube.

Parece lógico, mas na prática não é algo fácil. Hoje é muito difícil contratar jogadores baratos e com potencial. Mas gastar fortunas em medalhões é a contra-mão do comércio futebolístico. O técnico Muricy Ramalho já revelou que encontrar atletas que se encaixem neste perfil é uma tarefa complicada.

Dos nomes citados pelo treinador, Joílson do Botafogo tem chances por ser dono do próprio passe. Já o atleta Diego Souza, atualmente no Grêmio é mais complicado por pertencer ao Benfica. E quando se fala em euros no São Paulo, os caras da diretoria pulam - comenta Muricy. Outro nome levantado pela imprensa foi o do meia Alex do Fenerbahçe da Turquia, que foi rapidamente descartado pelo treinador, segundo ele, o Tricolor não faz loucuras por atleta nenhum.

Exemplo aos demais clubes brasileiros, o São Paulo mostra o caminho para o sucesso: gastar pouco e preparar os atletas para futuras negociações.
Informações do globoesporte.com -

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Maconha é doping?

Mais um atleta foi flagrado com a substância tetraidrocanabinol (THC), ou seja, maconha. Mas, se a droga não traz nenhum beneficio atlético, se nem mesmo foi utilizada no dia da partida, por que é considerada doping?

Todos os atletas que já foram flagrados pelo uso de maconha afirmam ter consumido em festas, com amigos, fora do horário de trabalho. Da mesma forma que muitos também fazem uso de álcool e tabaco, alguns são usuários também de maconha.

Teorias justificam esta substância como doping por ser uma droga proibida, e não por melhorar o rendimento atlético. O profissional do esporte, por ser um exemplo à sociedade, estaria proibido de consumir qualquer droga, até mesmo a maconha.

Sou contra esta teoria, não acho que maconha deva ser considerada doping. E se o objetivo é passar um bom exemplo e até evitar prejuízos futuros ao atleta, então o álcool deve ser proibido. Muito mais do que a maconha, o álcool prejudica o ser humano de várias formas, exemplos de jogadores alcoolatras são vários, e os depoimentos mostram sempre histórias tristes, assim foi Garrincha, o grande exemplo de atleta derrotado pelo vício.

Doping.

Depois de toda a polémica que ronda a nadadora Rebeca Gusmão, a lista de doping no Pan do Rio pode aumentar. Será que a vontade de vencer em casa levou a uma onda de dopagem? Espero que esses sejam casos isolados, e que a punição imposta aos atletas seja um exemplo para os mais novos.

O escândalo da troca de urina nos exames anti-doping, razão pela qual o DNA dos exames era diferente, pode ser a razão de um banimento à atleta. Outra que sofreu com isso foi Laura Azevedo, banida em 2005. Segundo a mãe de Laura, o exame de DNA também provou que a amostra de urina não era da sua filha. A mãe da atleta diz haver uma máfia nos exames, e que no caso de sua filha a amostra fora trocada para prejudicá-la, diferente do caso de Rebeca Gusmão.

Se as denúncias se confirmarem, estarão em apuros não só a nadadora, mas toda a comissão técnica e os responsáveis pela realização dos exames.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Pelé quer o fim da barreira.

Em entrevista concedida na Inglaterra, o Rei Pelé fez dois pedidos à FIFA, o primeiro é a utilização do replay o segundo é o fim da barreira nas cobranças de falta. Utilizar as novas tecnologias sempre foi uma resistência da FIFA, mas, talvez um dia isso acabe, como todos esperamos.

Já com relação ao fim da barreira, o argumento do Rei tem sentido: Como atacante que fui, não entendo por que não proibiram a barreira ainda. Um atacante pega a bola no meio-campo e dribla um ou dois jogadores, mas é derrubado quando está perto do gol. Ou seja, após passar por todos, um jogador faz falta no adversário e todos voltam novamente a estar na sua frente - comenta.

A cobrança de falta é um dos lances mais bonitos do futebol, e a dificuldade que a barreira causa é um elemento que valoriza esses gols. Porém, a falta de gols na última Copa do Mundo pode levar a idéia a ser considerada. No futebol de areia a falta não possui barreira, o que gera muitos gols. Uma vez já foi testado, não lembro a categoria, o sistema de proibir a barreira depois de um número x de faltas. Talvez seja algo a se considerar para mudar o futebol.

Vou torcer pelo São Paulo.

especial para o Blog do Torcedor

Quero mesmo que o tricolor paulista consiga vencer o Campeonato Brasileiro de novo ano que vem, e mais uma vez em 2009, e mais dez vezes se for preciso. Quanto mais o São Paulo for campeão mais ele irá inspirar os outros clubes a seguirem seus passos.

O clube paulista é um exemplo para os demais, é o que possui a melhor gestão, a mais profissional, o que possui a melhor estrutura e o melhor planejamento. Se o título viesse devido a um dirigente “cartolão”, deputado, que manda e desmanda, vencendo no fracasso dos adversários, não seria exemplo para ninguém. Mas o São Paulo vence por merecimento, por estar anos-luz à frente de seus adversários.

O campeão brasileiro de 2007 não possui apenas o melhor time do país, possui a melhor administração. Enquanto a maioria dos clubes chora miséria e se desdobra para pagar os salários e saldar as dívidas, o campeão brasileiro lucra mais a cada ano. O São Paulo mostra o caminho a ser seguido pelos demais: Centro de treinamento de primeiro mundo, centro de recuperação de atletas, um grande estádio, sócios em dia, bons contratos e excelentes profissionais.

O campeonato nem acabou e o São Paulo já mostra seu profissionalismo, renovou o contrato com a Reebok (R$ 43 milhões - o dobro do primeiro contrato firmado em 2005), e a empresa vai inaugurar mais dez lojas temáticas em todo o país, além disso o clube ainda fechou acordo com uma grande livraria que se instalará no Morumbi. Até mesmo a Coca-Cola, uma das maiores empresas do mundo, já anunciou que pretende montar um bar temático no estádio.

Muitos não aceitam comparar os paulistas com os demais clubes brasileiros, mas devemos sim. O tricolor não ficou rico da noite para o dia, o que levou o São Paulo ao status de hoje foi a excelente administração, dirigentes profissionais, que vêem o futebol como um negócio bastante lucrativo ao invés de cartolas torcedores que pensam a curto prazo.

O Campeão Brasileiro, como todos os outros times, também teve suas dificuldades devido ao poderoso mercado europeu, também perdeu jogadores importantes durante o campeonato, mas foi aí que se superou. Enquanto todos praguejavam contra o mercado o São Paulo olhou para dentro, e achou na base a solução para seus problemas. Hernanes entrou no time e dominou o meio-campo que havia perdido Josué para o futebol alemão. O zagueiro Breno, aos 18 anos, é considerado uma das maiores revelações do campeonato.

O Campeonato Brasileiro de 2007 só teve dois destaques, o campeão São Paulo e o rebaixado América. No mais, os outros times parecem farinha do mesmo saco, as vagas para as competições internacionais e os times rebaixados só serão descobertos nas últimas partidas, um campeonato que chama atenção pelo equilíbrio da 2ª à 19ª posição.

Pelo visto, não foi o Brasil que avançou rumo à profissionalização, foi apenas o São Paulo que disparou na frente, e se continuar assim, será campeão por mais 10 anos até que outro ameace sua hegemonia. Pelo menos o exemplo está dado, e um belo exemplo, diga-se de passagem.

120 dias ou 6 partidas?

A punição de Valdívia por 5 jogos levantou uma questão, em comparação com a punição de 120 dias a Gavillán. O gremista foi suspenso por agredir o palmeirense com um soco pelas costas. Uma diferença tão grande, por que?

O CBJD «Código Brasileiro de Justiça Desportiva» prevê penas muito distantes entre os tipos de infrações disciplinares dos atletas:

Art. 250 - praticar ato desleal - pena 1 a 3 partidas.
Art. 253 - praticar agressão física - 120 a 540 dias.
Art. 254 - praticar jogada violenta - 2 a 6 partidas.
Art. 255 - praticar ato de hostilidade - 1 a 3 partidas.

Vejam que da pena máxima de 6 jogos do art. 254 há muita distância para a mínima da agressão, 120 dias. As quatro alternativas apresentadas pelo CBJD ainda são poucas para enquadrar tudo que acontece nos gramados.

Juca Kfouri escreveu: "Há que se mudar o Código para que cada atitude tenha classificação correta e pena proporcional à gravidade do ato".

Engraçado é que Valdívia havia sido denunciado pelo art. 258, uma espécie genérica, que só deve ser utilizada quando não for possível enquadrar nos outros artigos. O tipo, considerado muito "aberto", também prevê uma pena de parâmetros muito distantes.

Art. 258 Assumir atitude contrária à disciplina ou à moral desportiva. Pena: suspensão de 1 a 10 partidas.

Talvez seja a hora de rever nosso Código.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Psicologia.

Falta muito pouco para o fim do Campeonato Brasileiro, e nessa hora uma coisa é muito importante, manter a tranquilidade. Mas, será que dá pra ficar tranquilo quando se luta contra o rebaixamento? Até os que lutam por uma vaga na Libertadores estão ansiosos.

Futebol é assim, a incerteza do resultado, a possibilidade do inimaginável acontecer e a certeza da imprevisibilidade é o que dão mais emoção à disputa. Agora, cabe aos psicólogos especializados trabalharem na motivação dos atletas. Em muitos times o que falta para vencer não está dentro de campo, está extra campo, no trabalho feito pela equipe técnica na cabeça dos atletas.

Muita motivação, tranquilidade e trabalho, será que é esta a receita?
Se algum psicólogo quiser dar sua contribuição, pode ficar à vontade e mandar seu artigo para o email: fernandotassoadv@gmail.com

Sensacionalismo.

A palestra do presidente da FPF (Federação Pernambucana de Futebol) aos jogadores do Santa Cruz criou uma grande polêmica. Mas, ao meu ver, as frases do presidente foram interpretadas de forma sensacionalista pela reportagem.

Tudo que foi dito na reunião tinha o simples objetivo de estimular os atletas, incentivar, dar força nessa reta final de campeonato. As frases não foram muito políticas, mas, todos sabemos que o presidente Carlos Alberto não é um homem de meias palavras. Talvez pela sua atitude agressiva em prol dos clubes pernambucanos ele tenha tantos desafetos no mundo do futebol.

Além dos comentários feitos sobre a arbitragem, sempre tão criticada pelos nordestinos (por que será?), duas frases foram bastante criticadas:
“Nessa hora vale tudo. Vocês (jogadores) precisam dar porrada. Do pescoço para baixo é canela.”
“O Sport é um time ruim, mas que venceu o Palmeiras por 3x1 na base do cacete”.

Não acho que o presidente tenha incentivado qualquer tipo de violência, ele apenas quis incentivar os atletas, afinal, faltando tão pouco para terminar o campeonato, os jogadores têm mesmo que encarar os jogos como batalhas, e permanecer na série B será a vitória em uma guerra de nervos.

Quando disse que o Sport venceu "na base do cacete" o presidente apenas ressaltou a vontade dos rubro-negros, afinal, o jogo não foi violento nem desleal, e o Sport não foi um time ruin, foi sim, nesse jogo, um time bem superior ao Palmeiras. Tanto que os dirigentes do Sport não esboçaram qualquer reação às declarações publicadas.

Violência: ignorância ou masoquismo?

Especial para o Blog dos Numeros
http://blogdosnumerospe.blogspot.com/

Depredar ônibus por si só já é uma atitude ignorante, mas danificar os veículos quando o time ganha, isso para mim é masoquismo. Do dicionário, masoquismo é o prazer que se sente com o próprio sofrimento. Ora, uma pessoa que destrói seus próprios bens, que depreda o ônibus que ele próprio usa, só pode ser mesmo um masoquista.

Os principais responsáveis são as torcidas do Santa Cruz e do Sport, a do Náutico se mantém exemplarmente comportada. Não podemos culpar apenas as torcidas organizadas, mas são as principais responsáveis por toda essa destruição. Só não dá para entender é o que eles ganham com isso, afinal, agem assim mesmo quando o time vence, e depois vão reclamar da falta de transporte em dias de jogo.

Estou sempre cobrando dos clubes uma atitude mais profissional e responsável, mais planejamento e mais inteligência dos dirigentes. Mas não podemos exigir apenas do clube, temos que cobrar da polícia e das autoridades judiciais. Mas, o pior é uma torcida como essa exigir qualquer coisa de seu clube. Se nem mesmo os torcedores sabem se comportar de forma civilizada, como podemos exigir alguma coisa?

Agora, todo mundo quer um estádio bonito, com cadeiras, banheiros, lanchonetes. É só ver os projetos para a Copa 2014 que os torcedores já sonham em ver seus times jogando em belíssimas arenas. Mas, e depois que a Copa do Mundo passar, vão quebrar tudo e voltar à estaca zero? É o meu medo, se o Estado não consegue proteger o património nem na vitória em jogo de uma só torcida, como vamos controlar os vândalos que frequentarão os arredores dos estádios, isso sem falar dos Hooligans que virão nos visitar.

Querem a receita do sucesso? Façamos como os ingleses: prevenção e punição. Está na hora de retirar os alambrados, rechear os estádios com seguranças e prender todos os que ameaçarem a paz, seja dentro ou fora do complexo desportivo. Os vândalos precisam ser banidos dos estádios, assim como fizeram os ingleses.

Precisamos de uma lei específica, que tipifique ações das torcidas e apresentem punições mais adequadas à situação, como a multa, o banimento e, apenas em casos extremos, a prisão. E isso precisa ser feito logo, se o Brasil esperar até perto da Copa não teremos tempo hábil para verificar os resultados das medidas que forem tomadas. Vamos acabar com os alambrados, tratando os torcedores de forma civilizada talvez possamos esperar atos mais dignos, tratando os torcedores como animais não podemos exigir nada além do que vemos hoje.

Para quem gosta de números: O UK Home Office (Ministério do Interior) publicou estatísticas sobre a violência nos estádios, que mostra a eficácia dos métodos e penas utilizadas pela legislação inglesa. Redução no número de prisões, aumento no número de banimentos e outras estatísticas que mostram a importância da erradicação da violência: o maior público nos estádios em 34 anos, 29.197.510, produzindo 1.263 prisões, uma média de 0,01%.

Vamos seguir os exemplos bem-sucedidos, como este da Inglaterra.
Os números da violência contra os ônibus do Recife você pode encontrar no Blog dos Numeros.


terça-feira, 6 de novembro de 2007

FIFA quer proibir "direitos econômicos".

A FIFA pretende incluir nas regras sobre as tranferências de atletas a proibição do clube em negociar o "direito econômico" dos jogadores. Isso pode impedir cenas lamentáveis como a do Thiago Neves.

Não será impedido os investimentos nos clubes, apenas regulará melhor a situação das transferências. Sou sempre favorável aos que querem investir no esporte, mas estamos à beira do caos com o sistema atual. O que mais me espanta é que muitos empresários de jogadores vêm lucrando barbaridades enquanto os clubes choram miséria com um pires na mão.

A cessão de direitos não deixará de existir, até porque é uma figura do Direito Civil, mais antiga que o próprio futebol. As novas regras dependerão de uma boa regulamentação para que seja clara e sem lacunas. Para mim, os clubes não devem deixar de negociar antecipadamente com investidores as verbas que receberão pela transferência de um atleta. O que deve ser mantido, e isso jamais pode ser cedido, é a legitimidade exclusiva do clube em negociar o atleta.

Não é a cessão de direitos que precisa acabar, e sim a função mercenária de empresários que só pensam no lucro. Cabe ao clube que possui contrato com o atleta negociá-lo com outro e não ao investidor, este ultimo possui apenas o direito de receber o retorno pelo seu investimento. Isso impediria a repetição do caso Thiago Neves, onde mais de um empresário negocia o atleta com mais de um clube, conseguiram até que o atleta assinasse dois contratos com times diferentes.

Mais sobre o caso Thiago neves:

http://extracampo.blogspot.com/2007/10/thiago-neves-vamos-encerrar-o-asunto.html

sábado, 3 de novembro de 2007

Arquivos sobre a Copa do Mundo 2014.

Lista dos posts sobre a Copa do Mundo 2014.

O Nautico e sua Arena
http://extracampo.blogspot.com/2007/12/o-nautico-e-sua-arena.html

Recife: construir ou reformar?
http://extracampo.blogspot.com/2007/11/recife-construir-ou-reformar.html

Copa com cara de Europa.
http://extracampo.blogspot.com/2007/11/copa-no-brasil-com-cara-de-europa.html

Anunciada a vitória do Brasil.
http://extracampo.blogspot.com/2007/10/copa-do-mundo-de-2014.html

Duas arenas em SP?
http://extracampo.blogspot.com/2007/11/duas-arenas-em-sp.html

Arquivos sobre o Futebol Feminino.

Vou listar todos os posts sobre o Futebol Feminino e adicionar um link na barra ao lado. Agora vai fivar mais fácil acessar os posts mais antigos sobre o assunto.

Divulgação do futebol Feminino.
http://extracampo.blogspot.com/2007/10/futfem.html

Recife: construir ou reformar?

O que seria melhor, construir um novo estádio «Arena Recife-Olinda» ou reformar um que existe, a Ilha do Retiro ou o Arruda? O problema todo em construir é a falta de clube para assumir o empreendimento, o Náutico não manifestou tanto interesse, e sem clube não há viabilidade, tonar-se-á um "Elefante Branco".

O presidente do Santa Cruz irá apresentar um projeto de reforma, com todos os requisitos da FIFA. O vice do Sport prometeu uma arena se o Recife for sub-sede, e declarou que fará tudo sem dinheiro do governo. Bom, a localização dos dois estádios não é favorável, bem como a estrutura e o estado de conservamento.

Os valores que aprsentaram para viabilizar tais reformas foi fora da realidade, o Santa Cruz reformaria o Arruda por 190 milhões, já a Ilha seria transformada pela bagatela de 70 milhões. Só? Eu te empresto...

O lado bom disso tudo é que podemos ver investidores a reformar mesmo os estádios que não receberão jogos da Copa. Pode ser uma boa oportunidade para valorizar o nosso futebol, nosso campeonato, nossos torcedores e não só os atletas.

Copa no Brasil, com cara de Europa.

Uma coisa é certa, depois de construir e reformar todos os estádios, veremos uma tendência arquitetônica dos estádios da FIFA. Vejam o Engenhão, que é quase um estádio de Copa do Mundo, tem um aspecto muito parecido com os novos estádios europeus.

Bom, para a Copa do Mundo 2014 ter cara de Brasil, os estádios não podem ter cobertura, nem cadeiras, ainda precisam ter poucas entradas e saídas para dificultar o acesso, estacionamento nem pensar. Ah, pra ter cara de Brasil, tem que ter aquele cheiro de banheiro, tão peculiar.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Divulgação do Futebol Feminino.

Os telejornais especializados deram uma fraca cobertura à Copa do Brasil, apenas alguns gols do Sport foram veiculados, mais nenhum. Se queremos que o Fut. Fem. seja um desporto bem sucedido, precisamos valorizar esta competição e dar mais publicidade.

Minha esperança é de que a final da copa seja transmitida pela TV. Não sei qual emissora adquiriu os direitos da competição, só gostaria que a empresa valorisasse a competição. No futuro vejo o Campeonato Brasileiro de Fut. Fem. como uma competição de alto rendimento, e rentável a atletas, clubes e patrocinadores.

Copa do Mundo de 2014

Especial para o Blog do Torcedor

A Copa do Mundo não será aquele "milagre" que transformará o Brasil, em apenas sete anos, em um país de primeiro mundo. Mas, nesses anos que antecedem a copa, e depois dela, o crescimento brasileiro será muito acima da média. Tanto nos estádios, transportes e infra-estrutura quanto no incentivo ao turismo.

O mais importante é que os investimentos prometem ser mais privados do que públicos. As empresas vão começar a surgir para patrocinar nossa copa. Mas o interesse de investidores não atinge todas as cidades, eles se concentram nas que serão mais rentáveis como Rio, São Paulo e Belo Horizonte. Pode vir a acontecer o mesmo que ocorreu no Pan do Rio, muito dinheiro público gasto.

Para ter estádios capazes de receber a competição os organizadores prometem utilizar apenas recursos privados. Mas, já vemos que alguns estados não possuem essa capacidade, as novas arenas correm um grande risco de se tornarem "elefantes brancos", estádios sem clube, sem competição, sem utilidade e pertencendo ao Estado. Talvez o melhor seja mesmo um número menor de sedes, 8 ou 10 como quer a FIFA. Não vale a pena investir na construção de novos estádios que não tenham clubes na série A ou B.

O melhor para o país será mesmo o investimento do governo em infra-estrutura das cidades. Aeroportos, metrô, atrações turísticas, segurança. Seria bom se a cada 12 anos a Copa do Mundo voltasse para o Brasil, só assim para fazer nossos governantes trabalharem. Todos esses investimentos e reformas nos próximos sete anos não passam de obrigação do Estado, coisas que já deveriam ter sido feitas ou que merecem cuidados periódicos. Infelizmente é preciso um evento internacional para mudar nosso país.

No fim, o melhor será o legado deixado pela copa. As obras não serão destruídas, as novas linhas de metrô, a revitalização das atrações turísticas e os novos estádios ficarão para o povo das cidades. Para Pernambuco, a criação de novos empregos e o aumento do turismo é o melhor que podemos esperar.

A copa passa, mas os investimentos ficam. Foi assim em Portugal com a Euro 2004, em Barcelona para receber as Olimpíadas de 92, Pequim, Alemanha. Mesmo as grandes cidades agradecem até hoje a passagem da Copa ou das Olimpíadas.

O melhor de tudo é saber que, finalmente, a Copa do Mundo será realizada em casa. Somos o país do futebol, apaixonados e fanáticos, temos um grande público e teremos grandes estádios. A FIFA declarou que tanto na Africa em 2010 quanto no Brasil em 2014 haverá ingressos a preço popular, claro que não serão muitos, nem todos os jogos, mas já é alguma coisa. Assim que começarem a vender eu corro para garantir o meu ingresso, qualquer que seja o jogo. Depois da copa espero que nossos clubes e federações aprendam como organizar competições e valorizar o principal produto desse futebol, o grande astro, o excelentíssimo senhor torcedor.

Suspensão preventiva.

O Procurador-geral do STJD, Paulo Marcos Schmitt, vai pedir a suspensão preventiva do jogador Valdívia. Será o primeiro caso no campeonato. Mesmo já havendo outras agressões até mais graves por parte dos outros jogadores, só agora esta figura jurídica foi sugerida.

O Procurador-geral argumenta que o fato do jogador ter praticado 2 agressões na mesma partida justifica a medida. segundo o Art. 35 do CBJD, a suspensão preventiva se justifica pela gravidade do ato infracional. Neste caso a gravidade é devido à dupla agressão do atleta.

Art. 35. Cabe suspensão preventiva quando a gravidade do ato ou fato infracional a justifique e desde que requerido pela procuradoria.

Medo da corrupção.

O comitê de organização da Copa 2014 "veta" o governo e dá plenos poderes ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira. É bom, pelo menos exclui uma penca de corruptos. Não que eu confie mais na CBF, mas, tem menos funcionários, isso já é um alento.

Agora peço aos nossos governantes que não super-faturem demais as obras públicas. Afinal, além dos estádios, há as obras estruturais nas cidades. Muito dinheiro será gasto pelo Estado e por investidores privados. Realmente, só se a FIFA mantiver o olho em cima das contas da copa é que poderemos ter um mundial bem-sucedido.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Thiago Neves - vamos encerrar o asunto?

O Fluminense ofereceu R$ 800.000 ao Palmeiras para rasgar o contrato que havia firmado com o atleta. O Fluminense quer que o Palmeiras desista de brigar na justiça. Mas os alvi-verdes rejeitaram a proposta.

O presidente rejeitou a oferta (dobro do que havia pago ao atleta) e disse que, caso não consiga contar com o jogador em 2008, quer receber a multa estipulada no contrato, R$ 2,4 milhões. Pelo visto, o assunto não se encerrará tão facilmente.
O caso vai mesmo à justiça e isso é bom, pelo menos vamos ter a oportunidade de ver o Estado se pronunciar sobre esta confusão contratual que se formou. Talvez, depois desse caso, possamos começar a entender melhor as regras sobre o contrato de trabalho desportivo e, principalmente, sobre a ação dos empresários/investidores.

STJD pode punir Dunga e Elano.

O técnico e o atleta brasileiros foram expulsos no amistoso do Brasil contra o México nos Estados Unidos. O procurador Paulo Marcos Schmitt afirmou que analisará o caso e havendo motivos encaminhará o processo ao presidente do STJD Rubens Aprobato Machado.

Para quem acha que os dois já estão punidos, deixe-me esclarecer o processo. Por ser um amistoso, a FIFA enviou a súmula do jogo para a CBF. Com a súmula na mão e as imagens da TV, o procurador deverá analisar se há motivos para uma punição, se houver, encaminhará a denúncia ao STJD.

Há chances de ocorrer uma punição, mas são remotas. Alguém acha que o STJD irá punir o técnico da seleção e um jogador que nem no Brasil atua? Sinceramente, se isso acontecer eu como meu chapéu.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Má notícia para o Fut. Fem.

Uma péssima notícia para o futebol feminino de Pernambuco. Apesar de terem prometido reforçar a equipe campeã estadual o acordo foi desfeito. Muito ruin para o nosso futebol, pelo visto nem as mulheres têm a frieza de raciocínio para esquecer a rivalidade e pensar no bem do nosso futebol.

O Náutico negou ter prometido algo ao técnico do Sport, enquanto que a Maurício de Nassau, 3ª colocada, ainda ameaçou tirar a bolsa de estudo de suas atletas. O Sport vai buscar reforços nos outros clubes que disputaram o campeonato.

Já que eu havia elogiado a iniciativa de reforçar a equipe que disputará a Copa do Brasil, agora tenho que criticar a retirada do apoio. Sei que existe muita rivalidade no nosso estado, mas o futebol feminino precisava de mais inteligência e menos mesquinharia.

Thiago Neves X Fluminense X Palmeiras.

Segundo notícias, o atleta teria firmado um contrato com o Palmeiras há dois meses, antes mesmo de renovar com o fluminense. O atleta diz que foi mau orientado e que foi passado a ele um desinteresse do Fluminense.

A LA Sports, empresa que possui 32% dos direitos econômicos do atleta foi a intermediária da negociação. A empresa afirma que o contrato firmado entre o jogador e o fluminense é temerário, e que o Palmeiras teria antecipado 400 mil reais para o atleta.

Só para esclarecer, "direitos econômicos" não se confundem com "direitos federativos", esse último é o vínculo entre o clube e o atleta através de um contrato de trabalho. "Direitos econômicos" derivam de um acordo entre um investidor e o clube ou o atleta. A LA Sports adquiriu seus 32% que serão devidos na verba paga pelo clube contratante. Ou seja, se o Palmeiras pagar 1 milhão para ter Thiago Neves, a empresa terá direito a 320 mil reais.

Não quero ser injusto, nem quero acusar ninguém de ser desonesto, mas o que acontece é que os empresários e investidores só recebem algo quando há transferência, a renovação com o Fluminense não gera nenhum ganho para a empresa que possui "direitos econômicos" do atleta.

Além do caso de Thiago Neves, existem muitos outros espalhados por aí. Algo que vêm se tornando comum no Brasil é a assinatura de contratos curtos, de apenas 1 ano, e isso faz com que o atleta se transfira constantemente, e o empresário recebe aí, na assinatura de um novo contrato. Então, quem impulsiona a roda comercial do futebol brasileiro?

Esse tipo de prática está se popularizando no Brasil e precisa ser regulada, ou proibida ou simplesmente controlada.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Sport, campeão pernambucano de futebol feminino.

O Sport vai ser o representante do estado na Copa Brasil. O rubro-negro venceu o Nautico na disputa por penaltis. Mas, a boa notícia é que o Sport será reforçado por meninas de outros clubes para fazer bonito no campeonato nacional.

A atitude é louvável, afinal, precisamos de força máxima, para que no próximo ano possamos ter mais de um clube na competição. Vamos torcer por Pernambuco, que vestirá as cores rubro-negras, mas representará todo o estado.

Fiquei feliz por ver um "bom" público no estádio hoje. Uma decisão, Sport X Nautico, e entrada grátis, só podia dar em festa. E as torcidas fizeram sua parte para mostrar a força do nosso futebol, e mostrar que o futebol feminino tem espaço sim na nossa vida, e tem plenas condições de ser bem-sucedido.

Copa Brasil de Futebol feminino

especial para o Blog do Torcedor
http://jc.uol.com.br/blogs/blogdotorcedor/

A Copa do Brasil de Futebol Feminino deve mesmo sair do papel, a CBF até já divulgou a lista dos clubes que participarão da competição, e entre eles estará um pernambucano. A CBF prometeu e está cumprindo, já estava na hora disso acontecer.

No Recife, Náutico e Sport fazem a final do estadual, e o campeão será o representante de Pernambuco na Copa do Brasil. Acho até que a CBF deveria ter conferido duas vagas para o nosso estado e não só uma. Agora só falta dar certo, esse foi só o primeiro passo.

Mas, o que precisa para dar certo? O mesmo que todos os esportes: público, patrocínio e televisão. É uma reação em cadeia, um ciclo que deve ser cumprido. Primeiro temos que cativar o público, o que já vem acontecendo devagar com o futebol feminino, mas apenas com a seleção brasileira.

Alguém acredita, que logo mais, havera um bom público nos Aflitos para assistir à decisão do Estadual? Não, isso ainda não vai acontecer, talvez depois da Copa do Brasil, talvez daqui há alguns anos. Falta iniciativa dos clubes, da Federação, dos patrocinadores e da imprensa. Por falar em imprensa, parabéns às emissoras de rádio que sempre apoíam o futebol, e hoje transmitirá o futebol feminino.

Depois de cativado o público poderemos conseguir que os jogos sejam transmitidos pela TV, afinal, primeiro precisa-se de telespectadores, ou não seria viável às emissoras. Depois de consolidado o público e a TV, virão os patrocinadores, e esses vêm pelo simples fato de saberem que aquele mercado é rentável, que há um público consumidor.

Isto se aplica a todos os esportes, do atletismo ao futsal. Tendo bons campeonatos podemos conquistar o publico, depois de ter um publico conquistaremos as emissoras de TV, depois disso os patrocinadores seguirão, e estará formado um esporte com rentabilidade.