quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Dinheiro ganha jogo?

Especial para o Blog do Torcedor
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Apesar de mostrar um equilíbrio e uma disputa acirrada na tabela, o Brasileirão também nos mostra as desigualdades financeiras entre os clubes. E nessa era de "futebol negócio" uma pergunta é bem frequente: dinheiro ganha jogo?

Meu pai, como alvirrubro que é, repete sempre que "o Sport tinha que estar bem na frente do Náutico na tabela, pois ganha 10 vezes mais do "Clube dos 13", tem a obrigação de ser melhor". Mas, será que é assim mesmo que o futebol funciona, quem ganha mais em patrocínios, receitas de TV e bilheteria tem que ganhar em campo também?

Gustavo Poli faz uma ótima observação em seu blog : "Os cinco times na ponta da tabela têm muito em comum. Centros de treinamento modernos, divisões de base estruturadas, capacidade gerencial e planejamento de bom nível".

O jornalista ainda destaca a forma como os clubes agem frente à Lei Pelé, é importante saber lidar com a lei e com o mercado para continuar lucrando com transferências mesmo com o fim do passe. Em um longo campeonato de pontos corridos não é só o dinheiro que faz diferença. O mais importante é estrutura e planejamento, profissionalismo e responsabilidade.

O repasse das verbas é feito pelo Clube dos 13 de acordo com a audiência que cada um proporciona, e assim são divididos em grupos. A forma como é dividido o bolo das receitas de televisão mostra que dinheiro não é tudo, mas ajuda muito. Os que ganham mais são: São Paulo, Palmeiras, Vasco, Flamengo e Corinthians. Desses apenas os dois primeiros estão bem no campeonato, enquanto os outros três brigam para não cair. Depois vêm Cruzeiro, Grémio, Fluminense, Inter e Botafogo, os dois últimos brigam contra o rebaixamento. E desses todos, 4 já caíram antes para a Série B.

O Sport recebe mais do que o Náutico, não só porque tem uma maior torcida (isso eu aceitaria), mas também porque faz parte do Clube dos 13, o que não deveria existir, mas, infelizmente, é o C13 quem negocia com a TV e aos clubes que não fazem parte desse grupo cabe apenas aderir ou não.

Tanta diferença fora de campo pode refletir negativamente no campeonato, favorecendo o surgimento de uma elite que no futuro pode tirar toda a competitividade que se elogia no Brasileirão 2007.

Futebol não segue uma lógica matemática, nem sempre vence o melhor, nem o mais rico, mas, cada vez mais o dinheiro vem fazendo a diferença nas equipes. Talvez se as receitas televisivas fossem divididas de forma proporcional à média de público nos estádios Pernambuco poderia, finalmente, crescer no cenário Nacional.

Mas, enquanto isso não acontece, deveríamos ao menos profissionalizar nosso futebol para não deixar os ricos se distanciarem, e quem sabe deixar de brigar contra o rebaixamento para pensar sempre em títulos e vagas nas competições internacionais.

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