quarta-feira, 16 de julho de 2008

Escravos da bola.

Há alguns anos existia um instituto que aprisionava os atletas, que os rebaixava de pessoas a meras propriedades, era o "passe". Mas, o acórdão Bosman, na Europa, deu início ao seu fim. No Brasil, a Lei 9.615/98 (Lei Pelé) apenas decretou o que fatalmente ocorreria, pois já haviam decisões da justiça liberando atletas, concedendo "passe livre" e julgando inconstitucional a sua existência.

O "passe" acabou, agora o que prende os atletas aos clubes é o contrato, o que evita a sua saída é a multa. Mesmo assim, há quem considere o atual sistema de transferências uma "escravidão moderna". Quem disse isso foi o próprio presidente da Fifa, Joseph Blatter, analisando a transferência de Cristiano Ronaldo do Manchester para o Real Madrid. Segundo ele: "existe muito de escravidão moderna no mundo do futebol quando o assunto é a transferência de jogadores".

Pelé, em uma entrevista, criticou a posição de Blatter, o Rei afirmou que: "Você é um escravo, se trabalha sem contrato, ou se não pagam você". Mas, a grande questão em debate são os altos valores das multas estipuladas em contrato. Muitos criticam estas cláusulas e as julgam uma forma de aprisionamento. Mas, o fato é que essa multa é proporcional ao salário do atleta, mas as fortunas que eles recebem todo mês não são alvos de críticas.

Contratos são feitos para serem cumpridos, as multas estão lá para garantir isso. Os atletas têm autonomia na vontade, assinam se quiserem, pelo tempo que for acertado. O que não pode é ficar reclamando porque não quer cumprir o contrato e quer mudar de clube. Sinceramente, escravidão era lei do passe, o que existe hoje é a lei do mercado, e essa ninguém revoga.

Nenhum comentário: