sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Quem lucra?

Os torcedores já devem ter percebido, a maioria dos atletas vendidos nos últimos dias do Brasil para o exterior não rendeu muito aos clubes. Pois é, na maioria dos casos o clube fica com apenas 20%, 50% do valor das transferências. Enquanto isso, de alguma forma, os empresários ficam com uma boa parte desses valores.

Por que isso acontece? Duas formas: na primeira, o clube, quem deveria receber o valor total da multa (transferência), cede uma parte a outro em troca de uma compensação financeira imediata. É o que chamamos de cessão dos direitos econômicos. Assim, quando o clube vender o atleta, esse investidor terá direito a uma percentagem.

A outra forma, bem comum hoje, é quando um jogador, ao assinar contrato, acorda com o clube uma percentagem para si, ou para seu empresário (isto se confunde). O clube aceita ou não, mas aí é a autonomia da vontade, as partes acordam como melhor entenderem.

Então, no primeiro caso o clube, em troca de dinheiro, cede uma parte do “passe” do atleta a um investidor, foi o que aconteceu com Breno do São Paulo. No outro caso, é o próprio atleta, que ao assinar o contrato só cede, por exemplo, 50% ao clube, ficando para si o direito de receber os outros 50% no momento da transferência.

Solução. A mesma de sempre, formar seus próprios jogadores. Quando ele assina o primeiro contrato profissional com o clube formador, não existe essa de percentagem para ele ou para um empresário, a multa é 100% do clube, e este só cede se quiser. Claro, os empresários fazem de tudo para ficar com uma parte, por isso é bom se proteger. A diferença de um jogador formado no clube para um contratado é que este já vem “viciado”, devendo percentagens a vários empresários.

A outra vantagem de formar um atleta é o mecanismo de solidariedade da FIFA. Assim, toda vez que um jogador formado no clube se transferir, o formador terá direito a 5%. Foi o que aconteceu com Ronaldinho Gaúcho, que na transferência do Barcelona para o Milan, rendeu cerca de R$ 2,2 milhões ao Grêmio.

Será que não vale à pena investir em um centro de treinamento? Será que não vale a pena dar chance aos jovens atletas? Acredito que sim. Vejam os bons exemplos (São Paulo, Inter, Grêmio, Santos, Fluminense, Atlético/PR). Os estrangeiros querem comprar, cabe a nós oferecer o melhor produto, e o que nos renderá mais frutos.

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