sábado, 1 de março de 2008

Violência afasta os torcedores.


Segundo a pesquisa do Instituto Opine, a pedido da FPF, o fator mais relevante para o torcedor não comparecer ao estádio é a violência. Nenhuma surpresa com este resultado, já que este tipo de pesquisa já havia sido feita em outros estados, e o resultado é sempre esse. O público é, em média, 50% menor por causa da violência. E ainda nesta pesquisa, as torcidas organizadas foram consideradas as maiores reponsáveis pelo afastamento do torcedor de campo. Nenhuma novidade aí também.

Agora que já temos os dados, o que vamos fazer? Algumas ações já começam a ter resultado, como a criação do Juizado Especial do Torcedor e o curso de cidadania no futebol, realizados em Pernambuco. No Rio Grande do Sul, em dias de jogos, o número de ônibus é maior, e só são permitidos passageiros sentados. No Rio de Janeiro houve uma negociação com as torcidas, e após proibirem a entrada de bandeiras e faixas, a polícia, devido ao bom comportamento das torcidas, voltou a permitir paulatinamente. Segundo o major responsável, a ação afeta o bolso dessas torcidas que têm na divulgação de sua marca a maior fonte de renda.

Soluções criativas são sempre bem-vindas, e podem dar bons resultados. Mas, está na hora de parar de reclamar do poder público, da polícia e da justiça. O maior prejudicado pela violência é o próprio clube, que deixa de ter um público maior em seus jogos devido às torcidas organizadas. E estas organizadas também são "torcedores" deste clube, também fazem parte desse espetáculo. Então, é o próprio clube quem tem que tomar a iniciativa de procurar essas torcidas e negociar a paz, seja concedendo benefícios para retirá-los quando houver motivo, seja retirando já as regalias para conceder depois, pelo bom comportamento. O que quer que seja feito, deve ser feito logo.

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