Estou publicando novamente um texto que escrevi em 19 de setembro do ano passado, pouco antes do clássico dos clássicos nos Aflitos, mas aquele pelo Campeonato Brasileiro da série A. Peço desculpa aos que já leram, mas é um bom momento para oferecer este texto aos novos leitores. Agora, mais do que nunca, devido à campanha preocupante do Santa Cruz, esse texto se encaixa bem à nossa realidade.
Quarta-feira, 19 de setembro de 2007.
especial para o Blog do Torcedor.
O futebol é um mercado, e os clubes são empresas rivais. Mas, esta rivalidade destoa da lógica comercial clássica, onde as empresas lutam para derrubar os concorrentes e serem a líder e, quem sabe, a única, no mercado.
No futebol esta lógica é diferente, afinal, precisam-se de dois times para realizar uma partida. Os rivais são também parceiros, a luta é para ser o número um, e não o número único. O que seria do Sport sem o Náutico, o que seria do Santa Cruz sem esses dois?
Os clubes são adversários dentro de campo, mas devem ser, de certa forma, parceiros fora dele. E isto realmente ocorre, veja o caso do Santa Cruz de Kuki e Fábio Saci. O objetivo é fortalecer os adversários para valorizar os campeonatos.
Um campeonato forte precisa ser equilibrado também. Imaginem um campeonato pernambucano com os três grandes na 1ª divisão, o público seria maior, o interesse das televisões seria maior e o campeonato lucraria mais, assim aumentaria as receitas de patrocínio e público. Mas se apenas um ganha bem e os outros lutam contra a falência, teremos campeonatos sem emoção.
Na lógica do futebol a incerteza do resultado é que dá a emoção ao espectador, sem esta o jogo não teria o mesmo interesse. Se antes mesmo do campeonato pudéssemos apontar o campeão baseado na sua folha de pagamento, o esporte perderia a magia, perderia o público, perderia os contratos de patrocínio, ou seja, iria à falência. Imaginem se o São Paulo vence este ano, e o ano que vem, e mais um, e se torna unanimidade e um campeão certo todos os anos. Seria o fim do Campeonato Brasileiro.
Diferente das demais empresas, no futebol, um clube não vive sem seu rival. O Hiper viveria bem sem o Carrefour, o Jornal do Comércio sem o Diário de Pernambuco. Agora imaginem um campeonato pernambucano só com o Sport, ou apenas o Náutico disputando o título, seria frustrante e desinteressante.
É por isso que torcer contra o adversário, quando não estão em briga direta pelo título, é torcer contra você mesmo, é torcer contra o próprio futebol, contra nosso estado e nossa tradição. A rivalidade é apenas dentro de campo, vencer é apenas conquistar 3 pontos.
Mas, para o torcedor, o clássico é mais do que um jogo de futebol, é a chance de ganhar uma aposta com o colega de trabalho, a chance de usar a camisa na faculdade, a chance de passar o resto da semana zoando com seus amigos. Afinal, nesta cidade de tanto futebol, somos todos rivais, mas somos todos parceiros e somos todos irmãos.
Quarta-feira, 19 de setembro de 2007.
especial para o Blog do Torcedor.
O futebol é um mercado, e os clubes são empresas rivais. Mas, esta rivalidade destoa da lógica comercial clássica, onde as empresas lutam para derrubar os concorrentes e serem a líder e, quem sabe, a única, no mercado.
No futebol esta lógica é diferente, afinal, precisam-se de dois times para realizar uma partida. Os rivais são também parceiros, a luta é para ser o número um, e não o número único. O que seria do Sport sem o Náutico, o que seria do Santa Cruz sem esses dois?
Os clubes são adversários dentro de campo, mas devem ser, de certa forma, parceiros fora dele. E isto realmente ocorre, veja o caso do Santa Cruz de Kuki e Fábio Saci. O objetivo é fortalecer os adversários para valorizar os campeonatos.
Um campeonato forte precisa ser equilibrado também. Imaginem um campeonato pernambucano com os três grandes na 1ª divisão, o público seria maior, o interesse das televisões seria maior e o campeonato lucraria mais, assim aumentaria as receitas de patrocínio e público. Mas se apenas um ganha bem e os outros lutam contra a falência, teremos campeonatos sem emoção.
Na lógica do futebol a incerteza do resultado é que dá a emoção ao espectador, sem esta o jogo não teria o mesmo interesse. Se antes mesmo do campeonato pudéssemos apontar o campeão baseado na sua folha de pagamento, o esporte perderia a magia, perderia o público, perderia os contratos de patrocínio, ou seja, iria à falência. Imaginem se o São Paulo vence este ano, e o ano que vem, e mais um, e se torna unanimidade e um campeão certo todos os anos. Seria o fim do Campeonato Brasileiro.
Diferente das demais empresas, no futebol, um clube não vive sem seu rival. O Hiper viveria bem sem o Carrefour, o Jornal do Comércio sem o Diário de Pernambuco. Agora imaginem um campeonato pernambucano só com o Sport, ou apenas o Náutico disputando o título, seria frustrante e desinteressante.
É por isso que torcer contra o adversário, quando não estão em briga direta pelo título, é torcer contra você mesmo, é torcer contra o próprio futebol, contra nosso estado e nossa tradição. A rivalidade é apenas dentro de campo, vencer é apenas conquistar 3 pontos.
Mas, para o torcedor, o clássico é mais do que um jogo de futebol, é a chance de ganhar uma aposta com o colega de trabalho, a chance de usar a camisa na faculdade, a chance de passar o resto da semana zoando com seus amigos. Afinal, nesta cidade de tanto futebol, somos todos rivais, mas somos todos parceiros e somos todos irmãos.
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