sexta-feira, 30 de maio de 2008

O "profissionalismo" vascaíno.

Primeiro, note as aspas no nome “profissionalismo” para que a ironia não escape. Quem assistiu às reportagens sobre a semi-final da Copa do Brasil pôde ver como os vascaínos recebem seus visitantes.

Os rojões na madrugada são de responsabilidade exclusiva dos torcedores. E isso já era de se esperar, uma vez que no Recife também houve foguetório (coisa que está virando moda, mas não deveria). Por isso, não podemos culpar a diretoria do Vasco da Gama.

Mas, os cruzmaltinos, liderados pelo “ilustre” Eurico Miranda, deram mostras de como ser “proifissional” no Brasil. A diretoria do clube carioca fez de tudo para dificultar a vida dos torcedores e jogadores do Leão, mas nada deu certo, e quem vai para a final é mesmo o Sport.

Na chegada os atletas já foram recebidos com pedrada (culpa do clima de guerra gerado pelos dirigentes e jogadores do Vasco). Depois, o time do Sport ficou trancado no vestiário, proibido de aquecer no gramado. Aquelas coisas que costumavam acontecer na era das viradas-de-mesa, coisas que pensei que não voltaria a ver.

A torcida do Sport foi ainda mais maltratada. Os ingressos da torcida adversária só foram colocados à venda no próprio estádio, e apenas no dia do jogo. Mesmo assim, muitos nem viram a cor desses ingressos. Poucos conseguiram acompanhar o time ao vivo em São Januário.

Enquanto vejo clubes punidos por atraso e jogadores suspensos por faltas normais, espero uma denúncia da procuradoria do STJD sobre esses incidentes. Este tipo de atitude não pode mais ter lugar no futebol brasileiro. A mostra do “profissionalismo” de Eurico Miranda agora deve servir como exemplo do que não fazer.

Mas, o rubro-negro também não pode encher a boca para falar dos outros. Afinal, fizeram foguetório contra Internacional e Vasco, atiraram pedra no ônibus do Palmeiras. E podem perguntar a qualquer alvi-rubro ou tricolor como é ser um visitante na Ilha do Retiro, tenho certeza que não vão gostar da resposta. Antes de reclamar dos outros é preciso analisar as próprias atitudes.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

TV paga distribuirá cotas proporcionais ao tamanho das torcidas.

A negociação dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro no triênio 2009 a 2011 já gerou muita polêmica, desde o direito de preferência da Globo até a não assinatura de clubes como São Paulo, Flamengo e Corinthians. E esses três clubes se apóiam nas novas regras para a TV paga a fim de ter uma maior receita.

As verbas do pay-per-view da Globosat serão distribuídas de acordo com o tamanho das torcidas. Uma pesquisa será feita entre compradores de pacotes de pay-per-view para determinar o percentual de cada clube.

Por terem grandes torcidas, os três clubes acreditam que terão mais lucro se os seus jogos forem transmitidos apenas na TV fechada. Como esses clubes têm, normalmente, um grande número de jogos transmitidos pela TV aberta, a proibição deverá gerar uma maior compra de jogos pay-per-view, assim, a receita desses clubes deve mesmo aumentar.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Queda na bolsa.

Dois clubes tradicionais do continente europeu viram suas ações caírem após a não classificação dos times para a próxima Liga dos Campeões. O Ajax, único clube holandês com ações na bolsa, teve uma queda de 11% até agora. Mas, o Benfica sofreu uma queda bem maior, 65% de deságio, causando um prejuízo de 58,5 milhões de euros. No início do ano, cada ação dos portugueses valia 6 euros (R$ 15,70), e atualmente vale 2,1 euros (R$ 5,50).

No Brasil esta moda ainda não pegou, mas já é comum ver clubes europeus com ações negociadas na bolsa de valores. Quando os clubes brasileiros se profissionalisarem, é possível que a cotação na bolsa comece a fazer parte dos noticiários esportivos. E quando isso acontecer, o exemplo do Benfica poderá se repetir, quando um clube for vice-campeão estadual, perder a vaga na Libertadores ou for rebaixado.

Não entendo nada de bolsa de valores, nem me perguntem sobre dicas de investimento. Mas, se o bom é comprar na baixa, então a hora é de investir nos encarnados. O Benfica é o clube com mais sócios no mundo, e como qualquer clube de massa, deverá investir pesado para retornar à ponta do futebol português. Sendo assim, o valor das ações promete aumentar.

Fonte:
http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/noticias.asp?id=9327

Técnicos: experiência x ambição.

O troca-troca de técnicos começou, mas contratar um novo comandante para a equipe não é uma tarefa fácil. Após perder o técnico Roberto fernandes para o Atlético-PR, o Náutico foi ao mercado para encontrar um substituto à altura. Mas, a grande polêmica é quanto ao perfil, a experiência e o salário destes treinadores.

Podemos dividí-los em duas categorias, os mais experientes, com salários altos e reputação no país de um lado, e do outro lado os mais jovens, com salários mais baixos e muita ambição para crescer e se firmar na profissão. A grande pergunta é: qual seria o perfil ideal do novo técnico timbu?

Acredito que o melhor para o Náutico seja apostar em um técnico promissor, que tenha vontade de vencer e mostrar suas qualidades. Um técnico experiente pode acabar se tornando um "tiro no pé", caso não tenha a vontade e a disposição necessária para vencer com um time com limitações técnicas e financeiras.

O Náutico costuma apostar em técnicos emergentes, foi assim com Muricy Ramalho e Roberto Fernandes, e agora com Leandro Machado, recém-contratado. Por ser uma aposta, pode ou não dar certo, mas há grandes chances que ele faça um bom trabalho, pois precisa mostrar competência agora, na série A, para ser um técnico vencedor no futuro.

Iraque suspenso.

A FIFA suspendeu o Iraque das competições oficiais organizadas pela entidade por um ano. Com isso, os iraquianos não poderão disputar as eliminatórias da Copa do Mundo. A razão para isso foi a interferênia estatal no comitê olímpico, coisa que a FIFA proíbe.

Interessante é que a Espanha havia sido ameaçada de suspensão pelo mesmo motivo, a interferência do governo. Mas, após muita ameaça e muita negociação, contornou-se o imbróglio e a Espanha se salvou. Mas, claro que a FIFA agiu diferente com os dois países, com a Espanha houve diálogo e negociação para evitar a punição, mas o Iraque não teve a mesma sorte, foi punido sem dó nem piedade.

Caso Thiago Capixaba.

A liminar que concedeu a liberdade ao jogador foi mantida, assim o atleta permanece capaz de negociar com qualquer clube. O Santa Cruz continua analisando suas opções e pode recorrer novamente, ou esperar pela primeira audiência, marcada para 11 de junho.

O caso é bem interessante e a decisão final poderá pender para qualquer dos lados. A grande polêmica é se o art. 31 da Lei Pelé (9615/98) aplica-se ao caso. A lei diz que o atleta poderá rescindir seu contrato quando houver um atraso no pagamento dos salários pelo período de 3 meses. Mas, Thiago Capixaba não chegou a completar três meses de contrato, nem recebeu integralmente nenhum de seus salários.

As informações são de que o salário do atleta fora acordado em R$10 mil, mas ele só recebeu R$ 6 mil no primeiro mês e nada no segundo mês. Assim, antes que completasse 3 meses de contrato e eventualmente os três meses de atraso, o atleta ingressou com a ação e conseguiu, como antecipação de tutela, a liberação contratual.

O caso é complexo, mas se posso manifestar minha opinião, acredito no direito do atleta. Primeiro protestando pela liberdade de trabalho do atleta, depois pela proporcionalidade da dívida. Ora, se em dois meses ele não recebeu nenhum salário integralmente, não seria razoável exigir que ele permaneça no clube mais um mês para completar os atrasos exigidos.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Onde fica o planejamento na dança dos técnicos?

O Campeonato Brasileiro mal começou e a dança das cadeiras já está bem adiantada. Agora, a pergunta que fica é esta do título. Afinal, a troca de técnicos prejudica o planejamento ou ainda é cedo?

De fato, se era preciso trocar mesmo o comandante, então esta era a hora. Com apenas duas rodadas disputadas, o campeonato ainda oferece uma grande oportunidade de recuperação.
E os técnicos que caíram não podem culpar o Brasileirão, mas as competições anteriores que os derrubaram.

Alexandre Gallo já está acostumado a trocar de time no início do planejamento, foi assim quando deixou o Sport para treinar o Internacional, e agora sai do Figueirense para assumir o Atlético-MG. E ele terá bastante trabalho para agradar uma torcida em ano de centenário.

Roberto Fernandes resolveu aproveitar uma oportunidade. Ao assumir o Atlético-PR ele viu uma chance de alcançar objetivos mais significativos. Com isso, ele abandona o planejamento que tinha no Náutico para tentar crescer na profissão.

Quem mais sofre com este troca-troca são os clubes, tanto os que vêem o comandante abandonar o barco quanto os que contratam novos treinadores. Assim, o planejamento tão falado acaba ficando em segundo plano, perdendo para a simples vontade de mudar, e assim conseguir vencer.

Tudo bem, eu não espero que no Brasil surja um técnico como Alex Fergusson, treinando o mesmo time há mais de vinte anos. Mas, ouvir críticas a Muricy Ramalho após a derrota para o Fluminense e com alguns pedindo a saída do treinador, sinceramente, foi o fim da picada. Enquanto isso, ninguém desbanca nem demite aqueles cartolas incompetentes que insistem em comandar nosso futebol.

Resposta para a pergunta do título: O planejamento fica mesmo prejudicado com a troca de técnicos, mas se tinha que acontecer a hora era agora. Ainda há tempo para contratar, treinar, entrosar, adaptar e recuperar. Resta-nos esperar para ver quem acertou em manter ou trocar seus comandantes.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Copa do Brasil aumenta a receita do Sport.

O rubro-negro enfrenta o Vasco nesta quarta-feira pelas semi-finais da Copa do Brasil. E a competição tem sido responsável por um bom incremento nos cofres do clube. No levantamento apresentado pelo Blog dos Números (http://blogdosnumerospe.blogspot.com/) o clube já arrecadou quase R$2 milhões, contando as cotas e as receitas de bilheteria.

O clube já recebeu: R$114 mil na primeira fase, R$150 mil na segunda fase, R$200 mil nas oitavas-de-final, R$ 250 mil nas quartas-de-final e o mesmo valor na semi-final, totalizando R$964 mil. Soma-se a isso a renda de R$1 milhão em bilheteria nos jogos relalizados na Ilha do Retiro.

Estes valores revelam a importância de tal competição. Outro detalhe chama atenção, o valor das cotas é igual para todos, porque não é negociado pelo Clube dos 13, mas pela própria CBF.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

A importância dos sócios.

Por que tentar aumentar o número de sócios? Para aumentar a receita (resposta óbvia). Mas por que os clubes pernambucanos não têm uma campanha sólida para atrair sócios, e mais, por que será que muitos desprezam seus sócios e dificultam ao máximo as suas vidas? (pergunta retórica).

O Internacional de Porto Alegre é um exemplo de administração, estrutura e principalmente na forma como trata seus sócios. Para o Inter seus sócios são mais do que torcedores, são parceiros, e por isso são tão bem tratados. Depois de conquistar o título gaúcho o clube teve uma média de um associado a cada dois minutos.

O colorado chegou à marca de 75.650 sócios, que lhes rende aproximadamente R$ 2,6 milhões por mês. A meta é chegar aos 100 mil sócios até o fim do ano, já que em 2009 o clube festeja o seu centenário. Com isso, o clube brasileiro se tornará um dos maiores do mundo nesse aspecto (os maiores são: Benfica, 170.645, o Barcelona, 157.122, e o Manchester United, 151.079).

Enquanto isso, o Sport, campeão pernambucano, que derrotou o clube gaúcho na Copa do Brasil, não está aproveitando as vitórias para traduzi-las em crescimento. O clube deveria ter aproveitado a boa fase para aumentar seu número de sócios, e com isso aumentar também sua receita.

Infelizmente o futebol pernambucano ainda está bastante atrasado em termos de organização e profissionalismo. Afinal, como conseguir novos sócios se não há campanha? Como manter os sócios em dia se não enviam boletos bancários, se forçam o sócio a ir ao clube pagar sua mensalidade? Com poucas vantagens, regalias ou privilégios fica difícil convencer alguém a se associar. A única razão para isso ainda é a paixão pelo clube.

Entrada gratuita no estádio, pagar com cartão de crédito, acesso fácil a ingressos, descontos nas lojas do clube e de outros parceiros, sorteio de prêmios, brindes, revista mensal, camisas comemorativas, associar-se pela internet, além de outras facilidades poderiam ajudar a angariar mais sócios para os clubes. Mas, para mudar é preciso mais do que simples vontade, depende de visão.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Uma final regada a preconceito.

Zenit da Rússia e Rangers da Escócia se enfrentam hoje pelo título da Copa da Uefa em Manchester, na Inglaterra. Mas, o destaque desses dois clubes é a forma como lidam com as diferenças e o preconceito racial ou religioso. De uma lado um clube que não contrata negros, do outro um que só aceitou católicos a partir de 1989.

A realidade escocesa sempre foi marcada pela intolerância religiosa, que se reflete nos dois maiores clubes do país, o Rangers, de maioria protestante e o Celtic de simpatizantes católicos. Apenas em 1989 o Rangers mudou sua política de contratações, quando assinou com Mo Johnston, atacante que havia brilhado com a camisa do Celtic alguns anos antes.

No clube russo o preconceito é racial. Além de uma torcida que costuma ofender os negros com faixas e cânticos racistas, a política de contratações veta a negociação com qualquer atleta negro. O técnico Advocaat em uma entrevista recente disse: "Não quero negros no meu time porque meus torcedores não querem". A atitude da torcida quase custou ao clube, já que a Uefa ameaçou eliminar os russos devido ao comportamento de seus torcedores.

Infelizmente o racismo ainda está presente no futebol. Infelizmente há pessoas que ainda vêem os clubes como uma extensão do preconceito, pregando o ódio e a violência. Felizmente, na Escócia, já é possível ver que futebol e religião são já se divorciaram. Falta aos russos verem que a bola é "preta e branca".

terça-feira, 13 de maio de 2008

Caso Richarlyson.

O processo movido pelo jogador Richarlyson, do São Paulo, contra o dirigente do Palmeiras José Cyrillo Júnior chegou ao fim. O dirigente havia insinuado que o atleta era homossexual, o que gerou muitas polêmicas. O jogador moveu duas ações, uma criminal e uma civil por danos morais. A queixa-crime já havia sido rejeitada, agora o processo civil chega ao fim com um acordo entre as partes.

O atleta pedia R$300 mil na inicial, mas se contentou com a doação de 10 cestas básica a uma instituição social por parte do dirigente. No fim, parece que o objetivo foi alcançado, o de levantar a discussão sobre o homossexualismo no esporte e sobre o preconceito. Mas, o que mais marcou o caso foi a sentença proferida em agosto do ano passado, quando o juiz afirmou que futebol é coisa pra macho. (leiam em: http://extracampo.blogspot.com/2007/08/futebol-coisa-pra-macho.html
)

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Globo compra o Brasileirão, mas sem os grandes.

A Rede Globo fechou contrato com o Clube dos 13 para transmitir os campeonatos de 2009 a 2011. Mas, apesar de pagar R$660 milhões (R$220 milhões por ano), três clubes não estão incluídos no pacote: o Flamengo, o Corinthians e o São Paulo. Os clubes de maior torcida e audiência do país não concordaram com os termos do acordo e culpam o C13 de não representar seus interesses.

Uma das maiores críticas dos clubes é o fato da Internet ter sido incluída no pacote da TV aberta. A outra reclamação é quanto à receita excedente, no caso de revenda. O "trio-de-ferro" tira a responsabilidade dos compradores e criticam a má representação do C13, que segundo eles, atropelou as negociações e não deu importância para suas reivindicações.

Marcelo Portugal Gouvêa, diretor de planejamento do São Paulo, em entrevista à Máquina do Esporte, ironiza a compra dos direitos e duvida que os patrocinadores continuem pagando mesmo sem esses clubes.

No fim, quem mais perde com essa briga é a própria Globo, que, por enquanto, não transmitirá os jogos desses gigantes. Mas, a interferência do C13 nessas negociações já anunciava uma crise. Em outros posts eu já havia comentado a representação do C13 e a provável queda deste "clube". Hoje eu vejo muito mais claramente que a fórmula atual já não se suporta e que o Clube dos 13 em breve perderá esta prerrogativa de negociar os direitos em nome dos clubes, mesmo os que não são seus membros.

domingo, 11 de maio de 2008

É proibido beber nos estádios.

Esse tema divide opiniões. Confesso que já mudei a minha algumas vezes, e diante de tantos argumentos contra ou a favor, está cada vez mais dificil descer do muro. Portanto, não vou fazer nenhuma conclusão neste artigo, vou apenas apresentar argumentos dos dois lados, cada um que forme sua própria opinião.

Proibir é um absurdo, é uma violação aos direitos individuais e à liberdade pessoal. E ainda é uma punição a pessoas honestas, que nunca deram razão a estas medidas. No fim, a gente sabe que os maiores causadores da violência não são os torcedores comuns, são as torcidas organizadas. E o que move essas torcidas a cometer atos de vandalismo não é o álcool, mas o sentimento de poder ao estar em bando.

Mas, a gente também sabe do que um ser humano comum é capaz após beber alguns copos. E os estádios, por vezes chamados de caldeirão, juntam ingredientes perigosos, como a paixão, a emoção, a euforia e a rivalidade, misturado com um pouco de álcool cria-se uma bomba de ódio e violência. Quem já viu sabe como é.

E os clubes, como ficam nisso? Imaginem o prejuízo que terão. Na realidade atual do nosso futebol, sofrendo para competir contra os milionários do sul do país, tirar uma fonte de renda como esta é algo criminoso. Estão punindo a pessoa errada. Enquanto isso, os arruaceiros que quebram ônibus e promovem o terror andam livres e uniformizados.

Segundo a polícia, 80% dos registros são confusões por uso de álcool e outras drogas. Além do mais, esta proibição já existe na Europa e em outros estados brasileiros, sem citar que na Copa do Mundo é terminantemente proibida a venda de bebidas alcoólicas. Se esta ação ajudar a acabar com a violência então os clubes terão mais ainda a ganhar, já que sabemos ser este o principal fator que afasta os torcedores dos estádios.

E você, diante destes e tantos outros argumentos, já formou sua opinião?

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Caso Ruy, cumprimento de suspensão.

O jogador do Náutico, Ruy, foi expulso após a partida contra o Atlético MG, que eliminou o Timbu. Agora a questão é se ele pode jogar a primeira partida do campeonato brasileiro. Ao ser questionado pela JC/CBN, Marcílio Krieger afirmou que o atleta poderia jogar por ainda não ter sido julgado. Já Rubens Approbato, presidente do STJD, disse que a suspensão automática deve ser cumprida já nesta partida.

E de onde vem tanta dúvida? Ora, da redação do CBJD, que diz:

Art. 171. A suspensão por partida será cumprida na mesma competição, torneio ou campeonato em que se verificou a infração.

§1º. Quando a suspensão não puder ser cumprida na mesma competição, campeonato ou torneio, o Tribunal poderá determinar seu cumprimento em outra competição, campeonato ou torneio realizado pela mesma entidade de administração ou sua execução na forma de medida de interesse social.

Percebam que a punição deve ser cumprida na mesma competição, mas sendo impossível, como neste caso, deveria ser cumprida em outra competição da mesma entidade, neste caso o campeonato brasileiro da CBF. Mas, o parágrafo diz que a o Tribubunal determinará a forma de cumprimento da pena, que ainda poderia ser uma medida de interesse social. Sendo assim, quem tem razão?

Aconselho o Náutico a não escalar o atleta, só por precaução.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

O contrato de Romerito.

Romerito, meio-campo do Sport, está na Ilha do Retiro por empréstimo até o fim do mês. O jogador tem contrato com o Goiás até o final de 2008 e o clube pediu cerca de R$ 500 mil pela rescisão do contrato. Em meio às negociações surgiu uma declaração do Sport, a de que o contrato não prevê multa e que o clube pagaria apenas metade dos salários restantes, baseado na CLT.

A diretoria invoca uma regra prevista nos arts. 479 e 480 da CLT. Segundo a lei, o contrato de trabalho por prazo determinado, caso dos futebolistas, pode ser rescindido mediante o pagamento da metade dos salários restantes por parte do empregador, ou uma indenização não superior à totalidade dos salários pelo trabalhador.

Mas, os equívocos rubro-negros são muitos. Primeiro, não seria cabível a aplicação do art. 479, mas o 480, assim, não seria a metade dos salários o valor devido. Mas, o principal erro é que no contrato de trabalho desportivo há SEMPRE uma cláusula penal, portanto, estes artigos da CLT não se aplicam.

Diz o art. 28 da Lei 9615 (Lei Pelé): "A atividade do atleta profissional, de todas as modalidades desportivas, é caracterizada por remuneração pactuada em contrato formal de trabalho firmado com entidade de prática desportiva, pessoa jurídica de direito privado, que deverá conter, obrigatoriamente, cláusula penal para as hipóteses de descumprimento, rompimento ou rescisão unilateral".

É bom ter cuidado com interpretações equivocadas, isso pode acabar gerando mais prejuízos para o clube.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Sistema 6+5 de Blatter.

O Presidente da FIFA, Joseph Blatter, voltou a defender uma restrição a jogadores estrangeiros na Europa. Ele deve apresentar a proposta no congresso da FIFA, que será realizado em 29 e 30 de maio em Sydney. A idéia do presidente é que os clubes alinhem com um mínimo de 6 jogadores nacionais e um máximo de cinco estrangeiros.

Blatter alega que os clubes têm perdiddo a identidade nacional e a identificação com seus torcedores, cita principalmente os clubes ingleses. Mas, se falta identificação, porque a média de público é cada vez maior? O Manchester Untd. tem uma média de 73 mil torcedores por jogo.

Mas, aí vem a questão: os ingleses aceitariam tal proposta? A Liga dos Campeões será decidida por dois clubes ingleses, Manchester Untd. e Chelsea, que têm vários estrangeiros, inclusive brasileiros, no elenco. Enquanto isso, a seleção inglesa não conseguiu se classificar e está fora da Euro Copa de 2008. Então, será que os clubes ingleses teriam tanto sucesso se fossem obrigados a atuar com 6 jogadores nacionais?

Os clubes ingleses são os mais ricos do mundo, e investem pesado nos times de futebol, contratando os maiores jogadores do planeta. Uma medida restritiva da FIFA engessaria até mesmo este investimento, prejudicando muito o desempenho dos clubes nas competições europeias. Então, fica dificil acreditar que esta medida sugerida por Blatter venha a se concretizar.

Sobre a contribuição dos estrangeiros ao futebol inglês, leiam:
http://extracampo.blogspot.com/2008/03/futebol-ingls-ou-espanhol-qual-o-melhor.html

Enquanto isso, Zico pede mudanças na lei turca para ter mais estrangeiros no Fenerbaçhe.
http://extracampo.blogspot.com/2008/04/zico-pede-mudana-na-lei-para-ter-mais.html

Vejam o vídeo da vitória do Chelsea sobre o Liverpool, um show do futebol mundial na Inglaterra. 3 a 2, com gols do marfinense Didier Drogba, do espanhol Fernando Torres, do inglês Frank Lampard e do holandês Ryan Babel.