segunda-feira, 30 de junho de 2008

Recusa em jogar (caso Diogo).

Se você é diretor de uma empresa e um de seus funcionários, no meio do expediente, vira para você e diz: "Hoje eu não vou mais trabalhar porque estou pensando em mudar de empresa". Qual seria sua atitude? Provavelmente demitiria o empregado com justa causa. Em uma empresa comum, o ato de insubordinação justifica a despedida motivada, sem ônus ao empregador.

Mas, no futebol a situação é diferente. Não seria nada interessante para o clube demitir um atleta. Diferente da maioria das profissões, no futebol o trabalhador vale dinheiro, é mais do que um simples empregado, é um "patrimônio" do clube, um "ativo financeiro". No caso de Diogo, um bem no valor de R$3 milhões, que é o valor da cláusula penal. Se o Sport demitisse o atleta, este estaria livre para assinar com qualquer clube.

O despedimento, assim como a suspensão, acabam por “exprimir uma certa dose de autopunição por parte da entidade empregadora e serão, enquanto medidas algo masoquistas, relativamente pouco utilizadas”.[1] Assim, as sanções pecuniárias apresentam-se de forma mais sensata a este tipo de contrato de trabalho.

O afastamento do atleta da equipe principal será uma boa punição, já que, sem jogar o atleta não evolui nem mostra seu trabalho, o que tornará ainda mais difícil sua transferência. O ato do atleta foi de uma total falta de maturidade e profissionalismo. Cabe ao seu agente, procurador, ou quem quer que o auxilie, aconselhá-lo melhor no futuro. Um atleta com este tipo de atitude não será bem-vindo em nenhum clube.

[1] AMADO, João Leal, Vinculação versus liberdade [o processo de constituição e extinção da relação laboral do praticante desportivo], Coimbra: Coimbra Editora, 2002. pág. 232, nota 398.

sábado, 28 de junho de 2008

Barcelona compra Henrique do Palmeiras.

O clube catalão pagou €10 milhões (cerca de R$26 milhões) pelo jovem zagueiro palmeirense, cobrindo a proposta do Ajax que era de €7 milhões. O atleta já não treina mais no clube, foi dispensado pelo técnico Wanderley Luxemburgo que já esperava um desmonte do elenco na abertura da janela de transferências europeia.

O jogador ficou apenas quatro meses no clube. Comprado pela empresa Traffic junto ao Coritiba por R$5 milhões no início do ano, o atleta gerou um lucro de R$21 milhões à empresa. O Palmeiras ficará com apenas 20% deste valor, cerca de R$4,1 milhões. A intenção dos dirigentes alvi-verdes era manter o atleta até o fim do ano, mas a exigência do comprador e a vontade do atleta prevaleceram.

Mais uma amostra de que comprar direitos econômicos de atletas é um investimento de alto lucro. Mas, um conselho aos investidores, diferente de Henrique, nem todos os atletas têm potencial para este tipo de venda, é preciso saber analisar bem a situação.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Times/Palmeiras/0,,MUL616802-9872,00-BARCELONA+COBRE+A+PROPOSTA+DO+AJAX+E+LEVA+HENRIQUE+POR+MILHOES+DE+EUROS.html

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Pro Evolution Soccer e Winning Eleven invadem o mundo real.

Os jogos de futebol virtuais, seja no PC ou no PlayStation, já dominaram o mundo. Mas, o que antes era apenas uma brincadeira de crianças vem se tornando coisa séria. Hoje muitos marmanjos se divertem com esses jogos e começam a organizar campeonatos em todo o mundo.

Nas concentrações dos clubes e seleções os jogos eletronicos são peças fundamentais. E alguns técnicos admitem que esses jogos até ajudam os atletas, pois lhes dá uma maior noção de posicionamento, trabalho de grupo e movimentação. Os movimentos dos jogadores virtuais podem servir de inspiração para os profissionais de carne e osso.

Os jogos já fazem parte do mundo do futebol, nem que seja na imaginação dos usuários. Mas, esses games já rompem a barreira da realidade. Competições vêm sendo organizadas em todo o mundo, e até campeonatos mundiais já tomaram forma. Se você é um dos viciados nesses jogos e se acha bom o suficiente para enfrentar outros iguais a você, então procure a liga mais próxima.

Existem campeonatos que dão prêmios como um carro zero KM ao campeão. Ou seja, a coisa é séria mesmo. Se informe, na sua cidade deve haver um campeonato acontecendo, principalmente agora nas férias de inverno.

No Brasil: Liga Brasileira de Futebol Virtual (http://www.lbfv.com.br/);
Confederação Brasileira de Futebol Virtual (http://www.cbfvirtual.com.br/);
http://www.wecrazycup.com.br/.

Em Portugal: http://www.proevolutionsoccer.com.pt/

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Náutico absolvido.

Os torcedores do Náutico já podem comemorar! A punição de dois jogos foi reformada em segunda instância. O STJD absolveu o Náutico da suspensão e ainda liberou os Aflitos, já que o laudo técnico não apresentou nenhuma falha no estádio. Parabéns ao departamento jurídico do clube.

Segundo Maurício Cardoso, presidente do clube, em entrevista ao site justicadesportiva: "Foi feita a justiça e eu parabenizo ao Tribunal, que entendeu que o Náutico não foi o responsável pelos acontecimentos e tomou a atitude correta. Chamaremos a polícia e a Federação para uma conversa a fim de que coisas como essa não se repitam".

Ainda o presidente: “Estamos muito tranquilos. Foi feita justiça. Foi provado que não fomos os causadores de nada que aconteceu. Agora vamos pagar os R$ 30 mil de multa e voltarmos à tranquilidade”, declarou.

Nos outros julgamentos do dia, o árbitro Antônio Luís Seneme foi absolvido, o zagueiro André Luís teve sua pena diminuída de 12 para cinco partidas e o Botafogo vai pagar uma multa de R$ 9 mil.

Os resultados dos julgamentos só vêm mostrar que a primeira apreciação foi equivocada. A comissão disciplinar que aplicou todas aquelas punições agiu no calor das discussões que encharcavam a imprensa esportiva na época. Só espero que os próximos julgamentos sejam mais precisos e evitem-se punições a inocentes.

Marketing no Youtube.

O futebol já começa a acordar para o fenômeno de mídia que é o Youtube. Empresas como a Nike e a Adidas já usam o site para lançar vídeos promocionais de seus novos produtos. Antes vista como uma vilã dos direitos de imagem, hoje a TV virtual já é considerada uma aliada. Quando a Nike lançou o vídeo de Ronaldinho chutando bolas na trave, trouxe à tona um novo canal para o marketing esportivo.

Com um custo consideravelmente baixo, as marcas já criaram seus canais dentro do Youtube. Assim, podem divulgar vídeos promocionais sem pagar as quantias exorbitantes dos canais de TV convencionais. Vídeos de 3 minutos, 10 minutos, não seriam possíveis nos intervalos comerciais das redes de televisão. E o acesso à internet cresce cada vez mais. Muitos já dizem que o Youtube é a televisão do futuro.

Este canal também poderia ser aproveitado pelos clubes de futebol, divulgando imgens de jogos, treinos, campanhas promocionais para sócios, divulgando ações de marketing ou apenas inflamando a torcida antes de jogos importantes. Se procurarem pelo nome de seu clube no site verão muitos vídeos de torcedores, alguns bem produzidos.

Está na hora de acordar para a realidade do mundo moderno e aproveitar os benefícios do mundo virtual.


Nike x Flamengo.

A Nike venceu uma batalha judicial contra o Flamengo. A 8ª Vara Cível da Comarca de São Paulo determinou que o contrato entre as duas partes deve ser cumprido até o seu fim, em junho de 2009. O Flamengo deverá voltar a usar a camisa com a marca da Nike sob pena de multa.

O clube carioca estava insatisfeito com a empresa americana e rompeu o contrato unilateralmente. Logo depois de anunciar o rompimento o clube acertou com a Olympikus, que pagará R$ 20 milhões por ano, quase quatro vezes mais do que os americanos pagavam.

Mas, o caso mostra mais um dos muitos "vícios" dos cartolas brasileiros, o de não respeitar os contratos. O Flamengo não é único nesta realidade, de tempos em tempos aparece um clube rescindindo contratos indiscriminadamente. O problema é que esquecem das multas, o que acaba sendo pior para o clube.

Que fique a lição: "Os contratos devem ser cumpridos".

domingo, 22 de junho de 2008

Cheque sem fundos tira Felipe do jogo do Náutico.

O atacante Felipe não enfrentou o Atlético/MG hoje, no Arruda, quando o alvirrubro venceu por 2 a 1. A razão, a princípio, parecia ser uma contusão, depois especulou-se um atraso de salários. Mas, na verdade, a dívida do clube é em relação à compra dos direitos federativos do atleta. O Náutico pagou 35%, dividiu uma parte da dívida através da CBF e passou um cheque calção no valor restante.

Mas, o clube contava com o dinheiro da venda do lateral Sdny para o Livorno da Itália, sem receber esta verba também não teve como saldar sua dívida com Felipe. Assim, orientado pelo seu empresário, o atacante alvirrubro decidiu não jogar. Caso Felipe disputasse a partida de hoje seria a sua 7ª, o que impediria o atleta de disputar o Campeonato Brasileiro da série A por qualquer outro clube.

A ausência de Felipe alerta para a possibilidade de haverem clubes interessados em contratá-lo, por isso a recusa em jogar. Especula-se que Botafogo, Atlético/MG e Atlético/PR possam estar entre os interessados.

A grande questão é: se o atraso está relacionado à transferência e não ao salário, esta recusa em jogar é justa? De qualquer forma, fica claro que a recusa do atleta se deve ao fato desta partida ser decisiva para a sua transferência.

sábado, 21 de junho de 2008

Caso Fumagalli.

O ídolo da torcida rubro-negra está esperando a “condição de jogo” para voltar a atuar pelo Sport. Mas, existe uma grande polêmica sobre a possibilidade de vê-lo jogar antes de agosto, quando abrem as inscrições para atletas vindos do exterior. Segundo o atleta e o clube, o caso é uma exceção, já que ele tinha encerrado seu contrato com o clube do Catar antes de assinar com o Leão da Ilha.

Para garantir, o atleta decidiu entrar com um pedido liminar na justiça do trabalho, alegando uma restrição na liberdade de trabalho. Mas, trabalhar não é apenas disputar partidas, inclui treinos, concentração, partidas amistosas, etc. O simples fato de o atleta estar treinando no clube e recebendo seus salários já é prova de que a sua liberdade não está sendo restringida, pois ele está trabalhando de fato.

A inscrição de Fumagalli no Campeonato Brasileiro não é uma questão trabalhista, é uma questão técnica do regulamento da CBF. A justiça do trabalho não tem competência para julgar o caso, uma vez que a Constituição determina que só serão admitidas ações referentes às competições quando esgotadas todas as instâncias da justiça desportiva. Assim, o caso de Fumagalli deveria ser resolvido pelo STJD.

Porém, o pedido é totalmente possível, uma vez que já existem precedentes, como Kléber Pereira, do Santos, que conseguiu liminar na justiça do trabalho e pôde estrear antes do período estipulado pela CBF. Foi esta a argumentação dos advogados na época, e foi aceita pela justiça trabalhista. E é nisso que se apóiam os advogados do Sport.

O período de inscrição de atletas vindos do exterior é uma determinação da FIFA, a CBF apenas estipulou as datas, 2 de janeiro a 25 de março e 3 a 31 de agosto. Segundo a determinação da CBF, os jogadores profissionais oriundos do exterior só poderão inscrever-se se o clube apresentar a respectiva solicitação à CBF durante um dos períodos de inscrição.

Quanto ao fato do contrato de Fumagalli ter se encerrado antes de assinar com o Sport, isso não muda a situação do atleta. Caso o contrato dele houvesse se encerrado antes de 25 de março, então seria possível a sua inscrição fora do prazo determinado pela CBF.

Caso haja decisão favorável da justiça do trabalho, a CBF será obrigada a aceitar a inscrição do atleta. Sendo assim, existe a possibilidade do meia estrear pelo Sport já na partida contra o Flamengo, semana que vem.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

OAB/PR abre "concurso" para as vagas do TJD.

Segundo o Código Brasileiro de Justiça Desportiva, dois membros do tribunal serão nomeados pela OAB. Normalmente a indicação era feita discricionariamente pela OAB, sem qualquer informação aos associados.

Agora, a OAB/PR resolveu inovar, publicou edital de inscrição para as vagas. Os pedidos de inscrição devem ser protocolados até o dia 27 de junho, devidamente instruídos com currículo do candidato e documentos que comprovem a sua atuação e experiência na área jurídico-desportiva.

A iniciativa é louvável, além de dar mobilidade ao TJD, renovando seus quadros, dá uma maior transparência às indicações para as cadeiras do tribunal. Espero que nos outros estados seja tomada a mesma atitude para as próximas indicações.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

O Sport em vídeo.

O lançamento do DVD sobre a conquista da Copa do Brasil já é algo certo. Imagens de bastidores, entrevistas e até previsões inéditas de Carlinhos Bala devem rechear o título, os gols devem ficar mesmo em segundo plano. Mas, é bom se apressar, porque o jogo final contra o Corinthians já está sendo comercializado pelos piratas do centro da cidade.

Mas, além do DVD, o Sport já planeja o lançamento da TVIlha, que pode ou não ficar restrita à internet. Exemplos de sucesso como a TVFla e a TVTimão inspiram a diretoria rubro-negra para investir no projeto.

O vice-presidente de Marketing, Carlos Frederico, em entrevista à Máquina do Esporte, falando sobre a TV na internet disse: "É lógico que essa é a nossa plataforma-base, mas o nosso material tem qualidade para ser transmitido em qualquer mídia. Uma emissora de tv aberta local já demonstrou interesse, mas ainda é muito cedo."

Eu acredito neste mercado, afinal, o Sport tem uma torcida muito grande e apaixonada. E o pernambucano gosta dos programas esportivos, mais ainda quando se dedicam ao seu time. Se este projeto se concretizar, pode ser um incentivo para que Náutico e Santa Cruz também invistam na idéia, que deve ser muito rentável para o clube.

Fonte:
http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/noticias.asp?id=9600

Audiência é o que importa.

Para a Rede Globo o que interessa é a audiência que as partidas de futebol proporcionam. E neste quesito quem mais rende à emissora é o Corinthians, mesmo jogando a série B. Por isso o áudio falsificado na final da Copa do Brasil na Ilha do Retiro, por isso a Globo transmite tantos jogos do time paulista.

São Paulo, a maior cidade do país, é o maior mercado consumidor, e o Corinthians é a maior torcida da cidade. Por isso, na quarta-feira, dia 25, a emissora não irá transmitir a final da Taça Libertadores entre LDU e Fluminense para a capital paulista.

A Globo garantiu o jogo semanal do Corinthians com as partidas de sábado à tarde, mas a boa campanha do time na competição ampliou as transmissões. Agora, pela primeira vez, um jogo da série B será transmitido no horário nobre, quarta-feira às 21:50, o mesmo horário da partida do Fluminense, que deve ser transmitida para todo o Brasil.

Fonte:
http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/noticias.asp?id=9596

Torcida adversária no Morumbi.

O programa da Rede Globo, Profissão Repórter, mostrou o sufoco que torcedores do Botafogo passaram no Morumbi, quando o time enfrentou o Corinthians pela semi-final da Copa do Brasil. Este mesmo sofrimento foi sentido pelos torcedores do Sport na primeira partida da final da competição.

Além de ficarem no pior lugar do estádio, com uma visibilidade horrível, ainda tiveram que aguentar cuspes e bombas de urina vindos da torcida adversária. Como se não bastasse todo o sofrimento, a polícia, no fim do jogo, tenta tirar os botafoguenses do estádio debaixo de cacetetes.

O vídeo vem provar o que a maioria dos torcedores já sabiam, mas alguns comentaristas faziam questão de não ver. Esse tratamento que visitantes sofrem nos estádios brasileiros é vergonhoso, uma realidade que precisa ser mudada urgentemente.

terça-feira, 17 de junho de 2008

O Sport pós-Copa do Brasil.

Vencer a Copa do Brasil pode ser mais importante do que uma nova estrela na camisa. A visibilidade nacional e a vaga na Copa Libertadores de 2009 podem render muito ao clube pernambucano. O clube planeja faturar até R$ 8 milhões com novos contratos de patrocínio, direitos de TV e premiação.

Atualmente, os pernambucanos contam com o apoio de Cimento Nassau e Minasgás. O material esportivo é cedido pela Lotto. Todos os contratos vencem no mês de dezembro e serão renegociados para o ano que vem. Os valores são mantidos em sigilo. Segundo Carlos Frederico de Melo, vice-presidente de marketing, em entrevista à Maquina do Esporte, o contrato com a empresa italiana é bem maleável e as cifras dependem das conquistas do leão.

As ações de marketing pós-título já começaram e incluem o lançamento de uma camisa comemorativa e um DVD sobre a conquista. Mas, até agora nada se falou sobre os sócios e programas para arrecadar novos contribuintes, o que é essencial neste momento de euforia da torcida.

No post de Marcelo Cavalcanti no Blog do Torcedor ele diz: "está na hora do Sport investir no departamento de marketing, que, no momento, se restringe apenas a Frederico". E ele está certo, uma evolução depende principalmente dos profissionais que trabalham no clube. E para evoluir deve se contratar profissionais gabaritados, nada de torcedores que agem muito por paixão e pouco por competência.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Transmissão da Rede Globo irrita torcedores.

Não só os torcedores do Sport, mas todos aqueles que viram o jogo final da Copa do Brasil pela Globo, ficaram revoltados com a transmissão tendenciosa da emissora. Além da narração patética de Cléber Machado, microfones colocados na torcida do Corinthians mostravam claramente a preferência da emissora pelo clube paulista.

Os gols do Sport, principalmente o segundo, pareciam gols da Argentina contra o Brasil na voz do narrador. E ao fim da partida, confirmada a conquista rubro-negra, o clima da transmissão parecia final da Copa do Mundo de 1998, quando o Brasil perdeu para a França.

O mais impressionante mesmo foi o volume de som da torcida visitante, que apesar de ser menos de 2 mil pessoas contra 34 mil, fazia-se ouvir muito mais na transmissão televisiva. Mais revoltante ainda é a letra da música que a Globo coloca na tela. É inconcebível que a torcida do corinthians pudesse cantar mais alto que os milhares de apaixonados rubro-negros presentes na Ilha do Retiro.

Para confirmar que isto não foi apenas uma impressão da torcida pernambucana, comunidades de vários clubes do Brasil no Orkut também discutiram o caso com o mesmo nível de revolta. Torcedores de Inter, Grêmio, Atlético-PR, Atlético-MG, Fortaleza, Figueirense, além de muitos outros, demonstraram a indignação com a transmissão da Rede Globo.

Como se não bastasse a emissora transmitir os jogos de Corinthians e Flamengo muito mais do que de qualquer outro time, ainda tentam empurrar goela abaixo do Brasil a simpatia por essas equipes. Estava claro que a emissora torcia pela vitória corintiana, ficou claro o desapontamento com a vitória do Sport, e isso tudo só gera revolta no resto do país que insiste em não torcer pelos "queridinhos" da Globo.

Vejam o víddeo no globoesporte.com, notem a narração do segundo gol, o volume de som da torcida corintiana e a "vibração" do narrador ao declarar o Sport como campeão da Copa do Brasil.
http://video.globo.com/Videos/Player/Esportes/0,,GIM840242-7824-MELHORES+MOMENTOS+SPORT+X+CORINTHIANS+PELA+FINAL+DA+COPA+DO+BRASIL,00.html

Venda de ingressos revela o desrespeito.

Em poucas horas os ingressos para a final da Copa do Brasil entre Sport e Corinthians na Ilha do Retiro acabaram. E quando as bilheterias fecharam ainda havia milhares de pessoas na fila, gente que passou até sete horas em pé para conseguir seu bilhete, mas voltou para casa de mãos abanando. Enquanto isso, cambistas faziam a festa.

Além das várias denúncias de facilitação ao acesso dos cambistas aos ingressos por funcionários do clube (alguns denunciam a participação até de diretores no esquema), o que mais gera revolta é a desvalorização dos sócios rubro-negros. Além da ação dos cambistas, que deixavam a sede com as mãos cheias, a desorganização permitia que pessoas comprassem 10, 20, 40 ingressos de uma só vez. Assim ficava difícil sobrar ingresso para os que enfrentavam a fila quilométrica.

Sócios que pagam em dia suas mensalidades e contribuem todo o mês para a manutenção do clube não tiveram nenhuma facilidade e muitos acabaram sem conseguir comprar uma entrada sequer. Mas, o mais impressionante é o que acontece com aqueles que possuem cadeira cativa ou camarote na Ilha do Retiro, que mesmo pagando a mensalidade de sócio e as taxas de manutenção precisam comprar ingresso para ter acesso ao seu reservado.

Proprietários de camarotes e cadeiras que não conseguiram comprar ingresso (e foram muitos) não poderão assistir a partida. Aí fica a pergunta: quem assistirá o jogo no camarote deles, quem sentará nas cadeiras deles? Ao chegar à final da copa do Brasil o Sport mostrou toda sua força dentro de campo, mas fora dele mostrou toda a sua desorganização e desrespeito aos sócios e proprietários.

Só espero que esses incidentes sirvam de lição. Há tempos que o Sport precisa mudar sua política em relação aos sócios, e esse pode ser o momento. Muitos citam o Internacional como exemplo, mas até mesmo os vizinhos Náutico e Santa Cruz concedem mais vantagens aos sócios do que o Sport. Entrada gratuita ou preferência na compra de ingressos, isso é o mínimo que o clube deve oferecer. A maioria só é sócio pelo futebol e mal aproveita a estrutura do clube, agora muitos vão se perguntar: vale a pena ser sócio do Sport?

Se o maior patrimônio do clube é sua torcida e os sócios são a base de sustentação, então está na hora de cuidar deles, para crescer, desenvolver, enriquecer ou sobreviver. Sport, está na hora de rever seus conceitos.

Em 16 de maio eu já havia escrito sobre a importância dos sócios, pelo visto a diretoria leonina não leu. Leia você:
http://jc.uol.com.br/blogs/blogdotorcedor/2008/05/16/index.php#6305

ou
http://extracampo.blogspot.com/2008/05/importncia-dos-scios.html

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Preferência na compra de ingressos.

Na final da Libertadores da America, LDU e Fluminense utilizam critérios interessantes para dar preferência na venda de ingressos. No Rio, os sócios do Fluminense têm prioridade para comprar um ingresso inteiro e duas meia-entradas. Em Quito, os torcedores da LDU que compareceram aos jogos anteriores terão prioridade, o nome deles está registrado em um banco de dados do clube.

Enquanto isso, em Recife, muitos sócios do Sport reclamam por não terem conseguido comprar ingressos e por não terem qualquer preferência. Até mesmo proprietários de cadeiras e camarotes ficarão de fora da decisão por não terem conseguido um bilhete. Torcedores fiéis, que compareceram nos outros jogos do time mas não conseguiram comprar uma entrada para hoje, também se queixam dos oportunistas que aparecem apenas na final da Copa.

Seja sócio ou um torcedor fiel, a atitude dos clubes que disputam a final da Libertadores é de se admirar. Enquanto isso, sobra bronca para a diretoria do Sport, que não valorizou seus sócios nem os torcedores que tanto apoiaram o time na campanha vitoriosa da Copa do Brasil.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Manchester denuncia o Real Madrid à FIFA.

A incansável tentativa do time espanhol de contratar o português Cristiano Ronaldo pode custar caro. O Manchester denunciou o assédio à FIFA. Mesmo tendo contrato com o clube inglês até 2012, Ronaldo foi muito assediado pelo Real Madrid nos últimos meses. O Manchester já havia ameaçado fazer tal denúncia, o que diminuiu o assédio espanhol, mas recentemente a especulação sobre o futuro do craque ressurgiu, o que motivou a efetivação da denúncia.

Segundo as normas de transferência da FIFA, um clube só pode abordar atletas que estejam a seis meses do fim do contrato, o que não é o caso de Cristiano Ronaldo. Sobre uma possível transferência ele disse: “Não dá para saber o futuro”. O português, que está na Suíça defendendo a seleção, é o mais cotado para receber o prêmio de melhor do ano.

Fonte:
http://www.gazetaesportiva.net/ge_noticias/bin/noticia.php?chid=118&nwid=70168

sexta-feira, 6 de junho de 2008

A bola de neve.

O futebol brasileiro vive um momento delicado. O crescimento econômico do país e, conseqüentemente, do futebol tenta levar o Brasil de volta ao status de potência. Não dentro de campo, já que sobra qualidade, mas fora dele, onde sobra incompetência. E nem os patrocínios milionários mudam mentalidades retrógradas.

O tratamento que os clubes vêm dando uns aos outros é digno de uma sociedade arcaica, do tempo em que o futebol era só um esporte e pensava-se que o cheiro de tinta no vestiário poderia gerar uma vitória. Mas, hoje futebol não é só um jogo, nem só um espetáculo, mais do que uma metáfora da vida, o futebol é uma indústria.

Quando o campeonato brasileiro passou a ser disputado no formato de pontos corridos, a intenção era criar uma estabilidade capaz de fazer o futebol nacional evoluir. Os modelos europeus são copiados por serem uma fórmula de sucesso. Mas, infelizmente não basta um campeonato bem organizado, já que as partes mais interessadas insistem em mostrar seu lado amador.

Ser profissional é mais do que enxergar o futebol como um negócio, é ver seus inimigos muitas vezes como aliados, e perceber que estão todos no mesmo barco. Tratar mal seu adversário e os torcedores rivais é apenas mais um sinal de que o maior problema do nosso futebol não é financeiro, é cultural.

Será que é tão dificil perceber que o mundo da bola dá mais voltas que a própria Terra? Afinal, o visitante desta quarta-feira é o mandante da semana que vem. Assim, maltratar seu adversário é como pedir para ser maltratado, é uma simples questão de reciprocidade. Dificultar a vida dos torcedores adversários é condenar sua torcida ao mesmo tratamento. E quem mais perde com isso é o próprio futebol brasileiro, tachado de provinciano.

Está na hora dos clubes se unirem para determinar regras a serem aplicadas entre eles mesmos. É uma questão de cortesia, tratar bem para ser bem tratado. Cabe aos presidentes dos clubes que compõem o campeonato decidirem se vão levar o esporte a um patamar de qualidade superior ou vão insistir em manter o Brasil na era jurássica.

10% dos ingressos para corintianos.

Apesar da indignação rubro-negra com a venda de ingressos em São Paulo, apesar da campanha dos torcedores pela reciprocidade no tratamento, a diretoria deve mesmo colocar 10% dos ingressos para a torcida adversária. A notícia é do site sportnet.com.br.

Segundo o site, a obrigação de vender 10% dos ingressos à torcida adversária se dá quando há um pedido formal da diretoria. No jogo realizado no Morumbi houve falha na comunicação e o Sport não fez o pedido, mas a diretoria paulista já pediu os ingressos a que tem direito. Assim, o Sport deve disponibilizar mesmo os 3.500 ingressos para a torcida adversária.

Mas, os ingressos só serão vendidos na quarta-feira, dia do jogo. E caso rubro-negros comprem estes ingressos, a polícia terá de acomodar as torcidas de forma proporcional. Por isso, muitos rubro-negros já se preparam para comprar os ingressos destinados aos corintianos.

fonte:
http://www.sportnet.com.br/post/postUnico.php?post=741

Thiago ou Fabinho?












Um caso foi pouco noticiado na imprensa, a verdadeira identidade do jogador Thiago Capixaba, que rescindiu contrato com o Santa Cruz recentemente. Segundo denúncias, o atleta teria falsificado um registro na CBF para mudar de nome e escapar de uma suspenão.

Thiago Capixaba aparece registrado com o nome de Fabinho, em 2006, sendo jogador do Guarani-SP. Há também um registro do atleta com o nome de Thiago Capixaba. Embora ele tenha declarado que já foi jogador do Guarani, o clube paulista não tem nenhum jogador registrado com esse nome, mas tem Fabinho.

Há registro de saída do país desse jogador, o Fabinho, mas não há registro de entrada. Enquanto isso, a entrada de Thiago no Brasil não se completa com um registro de saída. As coincidências entre os dois atletas não param por aí, o sobrenome e o local de nascimento são os mesmos. E um ex-agente de Fabinho, perguntado pela reportagem da Folha de Pernambuco, afirmou que o atleta estava no Santa Cruz.

Se a fraude se confirmar, o atleta deve ser processado por falsidade ideológica. Já o Santa Cruz está tranquilo, afirma desconhecer a verdade e se julga apenas uma vítima. De fato, o ato ilícito foi praticado pelo atleta e não pelo clube, assim, não há motivo para preocupação por parte dos tricolores. Já Fabinho ou Thiago tem mesmo com o que se preocupar.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

O preço dos ingressos.

Disputar uma final de Copa do Brasil é mais do que brigar por um título ou uma vaga na Copa Libertadores, é garantir uma verba ímpressionante, seja por premiação, direitos televisivos ou receita de bilheteria. E é assim que o Sport está encarando o jogo de quata-feira na Ilha do Retiro, uma excelente oportunidade de faturar.

E para encher os cofres, a diretoria do Sport aumentou o preço dos ingressos. Sócio R$ 20,00 / Estudante R$ 20,00 / Arquibancada R$ 40,00 / Arquibancada lateral R$ 20,00 / Assento Especial R$ 50,00 / Cadeira da Ampliação R$ 50,00 / Cadeira Sócio R$ 50,00 / Cadeira Não-Sócio R$ 80,00. Antes os mesmos ingressos custavam R$ 12,00 / R$ 12,00 / R$ 24,00/ R$ 10,00/ R$ 30,00 / R$ 30,00/ R$ 30,00 / R$ 60,00, respectivamente.

Eu já esperava mesmo um aumento, mas acabou sendo maior do que eu imaginava. Mesmo assim, duvido que sobre algum bilhete para assistir a decisão. A torcida deve mesmo lotar a Ilha, e além de ajudar o time no grito, vai ajudar o clube no bolso.

Informações:
http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Times/Sport/0,,MUL591032-9876,00-INGRESSOS+PARA+A+DECISAO+DA+COPA+DO+BRASIL+VENDAS+NESTA+SEGUNDAFEIRA.html

Palmeiras vai abrir concorrência contra a Adidas.

O clube paulista está insatisfeito com a atual fornecedora de materiais esportivos, a empresa alemã, Adidas. Apesar do sucesso de marketing alcançado com o lançamento do terceiro uniforme (o verde-limão) em 2007, os palmeirenses estão insatisfeitos com o fornecimento.

O primeiro desgaste veio das constantes críticas recebidas por diretores de que não são encontrados nas lojas kits de uniformes de uma linha infantil do Palmeiras. Outra rusga que apareceu foi em relação à dificuldade de a Adidas ser ágil para atender a demanda de criação de camisas especiais, fora do estabelecido no contrato de fornecimento.

Mas, o principal motivo para abrir concorrência para 2009 é a inflação do mercado com a renovação do São Paulo com a Reebook por R$ 15 milhões anuais e a assinatura do Flamengo com a Olympikus por R$ 21 milhões. Agora o Palmeiras espera aumentar sua receita com um novo parceiro. Mas, as exigências vão além do valor do contrato, dando preferência a empresas nacionais, principalmente pela agilidade na entrega dos produtos.

fonte:

Aflitos interditado (por causa do gramado)!

O presidente do STJD deferiu o pedido de interdição preventiva do estádio dos Aflitos. A confusão criada pelo embate entre o zagueiro André Luís, do Botafogo, e a Polícia repercutiu bastante e de forma negativa. Depois de tanto falatório nos meios de comunicação, já era de se esperar a punição, como uma forma de satisfazer a sociedade.

O clube foi denunciado por infração aos artigos: 213 (Deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto), que prevê como pena a multa de R$10mil a R$200mil, mais a perda do mando de campo de uma a dez partidas, 211 (Deixar de manter o local que tenha indicado para realização do evento com infra-estrutura necessária a assegurar plena garantia e segurança para sua realização), que prevê como pena a multa de R$1mil a R$10mil, mais a interdição do local onde foi realizado o jogo e 206 (Dar causa ao atraso do início da realização da competição marcada para sua praça de desportos), que prevê a multa de R$1mil por minuto.

Mas o que me surpreendeu foi o motivo alegado pelo presidente do STJD, Rubens Approbato. Segundo ele: “Além dos fatos infracionais descritos na denúncia, o relatório do árbitro ao se referir ao “estado do Gramado”, classifica-o como “RUIM”, informando que nesse gramado são apresentados “alguns buracos e corte alto”. Além dos aspectos da segurança, essencial e determinante, inclusive no cumprimento do Estatuto do Torcedor, o campo desportivo, onde se realizou a partida, tem ele defeitos técnicos, que prejudicam o desenvolvimento normal da competição. Interdição essa que perdurará até a decisão definitiva deste processo e desde que a CBF, por seu Departamento compete, proceda, no momento oportuno, a vistoria no Estádio, para certificar terem sido cumpridas todas as determinações constantes do caderno de inspeção dos estádios, mediante a designação de uma Comissão Especial, por parte da CBF”.

Sinceramente, essa eu não entendi. Tudo bem, nunca joguei no gramado alvirrubro, mas duvido que seja o pior da série A, e duvido que seja tão ruim a ponto de causar a interdição do estádio. Para mim, foi apenas uma forma de justificar o que já se pretendia fazer.

Mas, o importante mesmo é o julgamento do mérito na próxima semana, uma vez que o Náutico joga fora de casa nesta rodada. Porém, se foi interditado preventivamente, me parece difícil que o Náutico vença a disputa no tribunal. E o art. 213 parece ser o mais propenso a condenar o Náutico, já que fala em "deixar de tomar providências". Se o STJD entender aquela porta do vestiário trancada como uma falta do Náutico, então, a suspensão deve mesmo ocorrer.

Não consigo ver o Náutico como um responsável direto pelo incidente, mas a porta trancada foi mesmo dificil de entender. O clube não pode ser responsabilizado pela ação da polícia. Mas, ao menos a torcida se manteve pacífica e civilizada, um ponto que deve ajudar o Náutico.

Lembre a confusão no vídeo do globoesporte.com:

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Porto e Benfica na gangorra europeia.

O Porto foi condenado a uma suspensão de um ano da Liga dos Campeões da Europa. A condenação do clube na justiça portuguesa por corromper ou tentar corromper jogos foi a responsável pela suspensão. Os regulamentos da Liga dos Campeões não permitem a participação de clubes envolvidos em "atos de corrupção de resultados de jogos". Ainda cabe recurso, portanto, a decisão final ainda há de demorar.

Enquanto o Porto "desce", subindo no outro lado da gangorra vai o Benfica. Caso o primeiro seja mesmo punido, a vaga vai para os encarnados. Por isso, as ações do Benfica subiram 5% nos últimos dias. Para quem não lembra, essas ações haviam caído 65% pela não classificação do time à Liga dos Campeões.

Bem que eu escrevi no post sobre a queda dos clubes na bolsa, era a hora de comprar, pois, com certeza as ações subiriam em breve.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

A repercussão na imprensa.

A imprensa pernambucana culpa o jogador e diz que a policia agiu corretamente. Enquanto isso, o resto do Brasil critica a ação da polícia e faz o atleta de vítima. Mas, pior do que não reconhecerem que houve erros dos dois lados é o extremismo de alguns. Uns dizem que o atleta deveria ter sido preso, ao invés de pagar as 25 cestas básicas, enquanto outros culpam o estado de Pernambuco, querendo proibir os jogos em Recife.

A imprensa pernambucana não pode fechar os olhos e dizer que o atleta foi quem causou toda a confusão, dando razão à atitude dos policiais. Ora, ele agiu errado, mas a forma como a polícia tratou o caso foi o que gerou todo o tumulto. A prisão do atleta em campo era desnecessária, bem como a forma truculenta como os policiais "enfrentaram" os jogadores do Botafogo.

A imprensa nacional deu outra ênfase ao caso, tratando Zé Luis como vítima e os policiais como os verdadeiros agressores. Mas, o ponto de vista não é o pior, mas comentários maldosos e, por vezes oportunistas, é que mancham a imagem do futebol pernambucano. Após ter assistido às cenas editadas da TV, Abel Braga declarou que a PM deveria se preocupar com a prostituição em Boa Viagem. Enquanto, Luxemburgo, que sequer viu a confusão, disse que "estão acontecendo coisas estranhas no Recife".

O pior é que há jornalistas defendendo o fim dos jogos em Recife, a interdição dos estádios, etc. A irresponsabilidade de uns pode acabar prejudicando o futebol do estado. A atitude da polícia foi reprovável, mas não há motivos para interdições ou qualquer receio por parte dos adversários em visitar a cidade. O que aconteceu foi um acaso, algo que poderia ter acontecido em qualquer cidade, mas foi aqui.

Quando a polícia entra em campo.

Quando a polícia militar de Pernambuco entrou no gramado do Estádio dos Aflitos, formou-se uma confusão de tais proporções que foi noticiada até na Itália e em outros países. Os noticiários de todas as emissoras brasileiras concentraram-se no caso, dando repercussão instantânea.

Enquanto alguns jornalistas criticavam a polícia, mais especificamente a de Pernambuco, outros defendiam os policiais e culpavam o atleta pelo incidente. Foi quando deu-se adeus à imparcialidade, julgando o caso segundo convicções pessoais. A imprensa do Sul critica a polícia, enquanto os jornalistas pernambucanos culpam o jogador.

Sinceramente, neste caso o mais difícil é encontrar um inocente. O primeiro errado é o atleta, pela garrafa que chutou e pelos gestos que mostrou à torcida, e depois por ter ofendido os policiais. O atleta mostrou muito descontrole emocional e falta de profissionalismo.

Mas, é difícil dar razão à polícia. Com sua forma truculenta de agir, com força excessiva, agressões e ameaças, os policiais criaram uma confusão muito maior do que seria necessário. Tentar imobilizar e deter o atleta dentro de campo, usar spray de pimenta, ameaçar os atletas, isso tudo poderia ter sido evitado.

Só espero que tudo isso sirva de lição, aos atletas para terem mais calma e à policia também. Estes incidentes prejudicam o futebol, o espetáculo, o campeonato e seus participantes. O incidente mancha a imagem da polícia, da cidade do Recife e do futebol brasileiro, já exaustivamente criticado pela falta de profissionalismo.

Os incidentes de Náutico x Botafogo.

A confusão do jogo entre Nautico e Botafogo nos Aflitos repercutiram bastante na imprensa e entre as torcidas. E cada um que expresse sua opinião, seja a favor do atleta ou dando razão aos policiais.

Primeiro, quanto à expulsão, prefiro não comentar. Apesar de achar que o atleta tenha tocado primeiro na bola, a interpretação e o julgamento cabem ao árbitro e se ele viu um lance digno de cartão, quem sou eu para discutir. Mas os fatos relevantes são os que se seguem após a expulsão.

O atleta, bastante exaltado, chutou uma garrafa de água que foi na direção da torcida, depois fez gestos obcenos para os torcedores. Como havia sido expulso, ele não poderia ficar no banco de reservas, deveria se dirigir diretamente ao vestiário. Ao sair do banco, em direção ao vestiário, o atleta foi cercado por policiais que tentaram imobilizá-lo. Revoltado, o jogador soltou-se da policial e foi protegido por seus companheiros.

Ao chegar na porta do vestiário, o atleta viu o cadeado que o impedia de entrar. Em segundos os policiais voltaram a cercá-lo. Neste momento as câmeras mostram a policial afirmando que estava dando voz de prisão ao jogador por agressão (a garrafa chutada por ele) e gestos obcenos, além de ter desacatado os policiais.

Com a porta fechada, os policias decidiram retirá-lo do estádio pela torcida do Náutico, encaminhando o atleta e o presidente do Clube para o Juizado Especial. Lá, eles foram ouvidos e o atleta acordou pagar 25 cestas básicas ao Hospital do Câncer, enquanto o presidente do Botafogo preferiu responder ao processo e apresentar sua defesa.

Vejam o vídeo da confusão: