sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Alemão se livra de contrato de gaveta do Santos.

O agora ex-jogador do Santos, Alemão, sofreu para conseguir ter a sua liberdade. Depois de acionar a justiça para garantir seu direito, o atleta teve êxito e conseguiu uma decisão favorável em sede de antecipação da tutela.

Quando o atleta assinou seu primeiro contrato com o clube foi obrigado a assinar já um segundo, com duração até 2011. O famoso "contrato de gaveta" foi registrado pelo Santos e aceito pela CBF. A decisão judicial só vem corrigir um erro da CBF que não poderia ter registrado tal contrato, manifestamente ilegal.

O contrato de trabalho dos jogadores de futebol obedecem um modelo, na verdade, um formulário produzido pela CBF, e esses são numerados de forma sequencial e entregues aos clubes. Um clube só recebe uma nova remessa quando os primeiros acabarem. Desta forma, a CBF não efetua a inscrição de atletas quando a numeração do contrato não corresponde à data, mas neste caso, o registro foi erroneamente aceito.

O advogado acionou a justiça e conseguiu anular o contrato. Alemão agora estuda propostas do futebol europeu. O caso dele agora fica de exemplo para os dirigentes, afinal práticas como essas de contratos de gaveta são totalmente contrárias à evolução profissional do futebol. Sinceramente, só seremos uma potência quando deixarmos para trás certas práticas do tempo da cartolagem.

extracampo.com

Caros leitores, o Extracampo evoluiu e agora é extracampo.com. Agora com um endereço mais fácil, o extracampo poderá investir em auto-promoção e divulgação. Mas, o desenvolvimento não para e o Extracampo só tende a crescer. Em breve iniciaremos uma série de entrevistas com pessoas que atuam nos diversos setores do esporte, desde jornalistas a presidentes. Continuem conosco acompanhando as melhores matérias do mundo fora das quatro linhas, agora em extracampo.com.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Garotada em campo = investimento.

O São Paulo vai colocar em campo nesta quarta-feira um time repleto de jovens. Privilegiando a disputa do Campeonato Brasileiro, o tricolor usa a Copa Sul-Americana para dar experiência aos atletas. Claro que o time quer vencer, mas esta é mesmo uma excelente oportunidade de lançar as promessas no mercado.

Para Muricy Ramalho: "Seria uma chance de dar mais bagagem aos meninos, o que é bom também para o clube". O técnico tira a pressão dos atletas e revela o plano da diretoria: "Eles só precisam ir lá e jogar, mais nada. A diretoria determinou que quer usar o torneio para revelar jogadores. É o que estamos fazendo."

Mais uma mostra de profissionalismo. O São Paulo gasta pouco com contratação de atletas porque fabrica em casa e o clube lucra com a venda de atletas porque os põe no mercado. Por isso é tão importante colocar os jovens em campo, para que ganhem experiência e possam integrar o grupo principal no futuro e para que sejam expostos no mercado da bola. Alguns serão titulares no futuro, otros serão vendidos antes disso.

De nada adianta formar atletas se o clube não os põe para jogar, que fique o exemplo para os demais clubes do Brasil. É atuando que os atletas se revelam para o próprio clube e para os edmais interessados.

Fonte: http://www.estadao.com.br/esportes/not_esp231601,0.htm

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Santa Cruz, Série "D": de quem é a culpa?

O diretor de futebol do Santa Cruz, Jomar Rocha, deu uma entrevista ao globoesporte.com e apontou como principais culpados pelo fracasso do clube: a Lei Pelé e o Clube dos 13. Segundo ele: "É evidente que ao longo dos anos houve erros administrativos. Equívocos. E a estrutura foi se deteriorando. Mas a Lei Pelé e o Clube dos 13, aliás, não entendo por que nunca fizemos parte do Clube dos 13, acabaram com o Santa Cruz".

Eu já me posicionei contrário à atuação do Clube dos 13 por várias vezes, mas nunca creditaria o rebaixamento de um clube à ação do C13. O que eu sempre critiquei foi a distribuição das cotas de televisionamento da Série A, que, na minha opinião, é injusta e prejudica a competição. Mas, quem nunca teve não deveria sentir falta, e junto com o Santa Cruz nas séries B e C não há clubes muito privilegiados pelo C13, há, muito pelo contrário, uma maior igualdade na distribuição das cotas pela FBA.

Sobre a Lei Pelé, afirmou o dirigente: "Antigamente o clube tinha o passe do jogador, mas hoje não. A Lei Pelé tirou a questão do clube formador. Antes se montava um time para um ou dois anos, no mínimo. Atualmente monta-se time para cada seis meses. Desta maneira não conseguimos manter uma equipe. Pois não se negocia mais jogador com os dirigentes, mas sim com empresário".

A Lei Pelé já tem 10 anos, será que não já passou tempo suficiente para se adaptar à realidade? Clubes bem organizados conseguem formar equipes mais estáveis. O que prejudica clubes como o Santa Cruz é a regra do art. 31, que permite ao atleta rescindir contrato após 3 meses de salário atrasado. Pois é, a desorganização e a incompetência administrativa é que são os vilões. Sem pagar salários fica difícil manter o elenco.

Os clubes brasileiros já se adaptaram às novas regras, que não tira a fonte de renda do clube, mas obriga-o a ser mais profissional. Este é o problema do Santa Cruz, na hora que o futebol pediu mais profissionalismo ele não soube fazer, por isso sofre as consequências de um rebaixamento após o outro.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Times/Santa_Cruz/0,,MUL736622-10073,00.html

sábado, 23 de agosto de 2008

Futebol e Internet

A internet já se popularizou, há tempos ela deixou de ser uma ferramenta dos ricos e expandiu-se a todos, seja através das escolas, lan-house, de casa ou do trabalho. E podem ter certeza, com um pouco mais de tempo ela estará em todos os lares e em todos os lugares. Mas, ainda não é bem aproveitada pelos clubes de futebol.

Todos os clubes já têm seu site oficial, mas oferecer notícias aos internautas é muito pouco, afinal, para isso existem inúmeros outros sítios. O importante é aproveitar a internet para se desenvolver, para crescer. E é bom começar logo.

A TV e o rádio via internet já são ferramentas utilizadas por vários clubes. No Brasil, o Flamengo e o Corinthians já lançaram seus canais e estão colhendo os frutos. O Náutico já anunciou sua implementação, mas não parece que acontecerá assim tão cedo.

Associar-se pela internet já é uma realidade para muitos clubes. Com isso é possível atrair novos sócios devido à facilidade que se oferece. Mas, além de associar-se, é importante que o sócio possa pagar sua mensalidade pela internet, essa é a melhor forma de manter seus sócios em dia, tão importante quanto conquistar novos associados.

Comprar ingressos. Infelizmente, pouquíssimos clubes oferecem ao torcedor a possibilidade de adquirir ingressos on-line. Seria uma excelente iniciativa, capaz de aumentar o número de torcedores nos estádios, diminuir as filas e melhorar o atendimento. Assim como acontece em alguns shows e eventos, o torcedor compraria seu ingresso no site, imprimiria o comprovante e retiraria seu bilhete no estádio no dia do jogo.

Marketing na internet já não é novidade. Mas, não estou falando de emails “spam” ou panfletagem on-line. A internet oferece canais interessantíssimos para que o clube possa divulgar ações e fortalecer a marca. O youtube, por exemplo, já está sendo invadido por marcas esportivas e clubes de futebol que usam esta “TV” para divulgar seus produtos.

Há tempos que as empresas investem em ações na rede. Quem tem um mínimo de visão já percebeu há muito tempo a importância da internet. Mas, no futebol brasileiro ainda falta muita visão, ainda falta profissionalismo, ainda falta muita competência. A hora de abrir os olhos para a modernidade, a tecnologia e a nova realidade (a virtual) já chegou, é bom correr para não ser o último a cruzar a linha que divide o passado e o futuro.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Atlético-PR: Sócios via internet.

O Atlético do Paraná tem um objetivo ousado: preencher todo estádio da Arena da Baixada com sócios até o fim do ano. E para isso o clube usa a internet como ferramenta. Depois de um "bug" que atrapalhou a adesão pela internet, o clube volta a investir nesta ferramenta. E o objetivo audacioso não é sonho, é meta mesmo.

Para se ter uma idéia da força desta campanha e do poder da internet, o clube, em seis meses, aumentou o quadro de associados de 3 mil para 18 mil. Se continuar com esse ritmo o clube deve mesmo atingir seu objetivo. Além de se associar, o torcedor pode comprar ingresso no site e ainda tem a possibilidade de escolher seu assento. A meta é preencher todo o estádio com sócios e ter, já em 2009, uma lista de espera.

Excelente iniciativa do Atlético, digna de ser copiada pelos clubes brasileiros, que até hoje ainda não despertaram para as maravilhas da internet. A compra de ingressos, o pagamento da mensalidade, associar-se e ainda acompanhar uma TV, tudo on-line, é muito interessante e capaz de gerar um bom crescimento aos clubes de futebol.

fonte: http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/noticias.asp?id=10357

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Precisa-se de técnicos.

Neste tempo de Olimpíadas vale a pena deixar o futebol de lado para pensarmos um pouco sobre as outras modalidades esportivas. E é nessa hora que uma pergunta recorrente volta à tona: “como icentivar o esporte no Brasil?”

A resposta mais comum que ouvimos é: “precisamos de estrutura”. A melhor das idéias até agora é investir no desporto escolar. Mas, construir quadras, colocar cestas de basquete ou redes de vôlei na rua não é a solução. O que precisamos é de profissionais qualificados, técnicos especializados.

Ora, nunca seremos uma potência enquanto nossos atletas forem obrigados a treinar fora do país. Nunca seremos um país competitivo enquanto precisarmos de treinadores estrangeiros treinando nossas equipes. De nada adianta investir em estrutura física se não investirmos em estrutura humana.

Minha proposta é que o Ministério dos Esportes crie um programa de bolsas para os técnicos brasileiros estudarem. Precisamos incentivar que os profissionais busquem uma melhor formação, que estudem em outros países, que se tornem mestres e doutores. Depois, esses profissionais retornariam com capacidade para inserir qualidade na formação desportiva do país.

O interessante é que os técnicos são agregadores, para cada treinador formado teremos dezenas de atletas treinando. Além do mais, só os treinadores têm a capacidade de identificar novos talentos e incentivar os jovens a se dedicarem à prática desportiva. Para formar bons atletas precisamos de bons treinadores, isto é fato.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Futebol olímpico.

Você deve estar se perguntando: por que tanta polêmica em relação a estes jogadores que representam a seleção nas Olimpíadas? Por que uma competição tão importante para o mundo esportivo é tão discriminada pelo futebol? Por que os clubes europeus implicam tanto com os Jogos Olímpicos?

Pois é, primeiro, temos que ressaltar isso: se para os outros esportes as Olimpíadas representam o auge, a competição mais importante do mundo, a mais aguardada, a mais disputada, a mais simbólica e a mais sagrada, assim não é para o futebol.

O futebol está acostumado a ser o centro das atenções. Para os brasileiros, por exemplo, a Copa do Mundo é mais importante que as Olimpíadas. E lá em Pequim o futebol é apenas mais uma modalidade. Pior, ainda é uma modalidade discriminada, pois começa antes da abertura e é disputada em outra cidade.

Mas, por que proibir os jogadores de futebol de representarem suas seleções? Ora, na Europa é começo de temporada, alguns clubes já disputam até mesmo as primeiras fases da Liga dos Campeões. Então, para um clube, empregador, que paga os salários deste atleta (e não são baixos), que investe na contratação de reforços (e não é pouco), liberá-los é um prejuízo incalculável.

O grande problema é que as Olimpíadas não batem com o calendário do futebol mundial. Enquanto isso, as competições organizadas pela FIFA são bem pensadas a fim de não prejudicar os clubes (que mesmo assim reclamam). Até os amistosos têm datas pré-estabelecidas. A maioria dos clubes europeus até já cedeu seus atletas este ano para a disputa da Eurocopa.

E no Brasil, nós estamos no meio do Campeonato Brasileiro, por que os clubes liberam tão facilmente? Primeiro porque há pressão da CBF. Segundo, e mais importante, porque os clubes brasileiros reconhecem seu papel no mercado da bola, o de formadores e exportadores de craques. Estes jovens que hoje representam o Brasil em Pequim serão os produtos mais valorizados do mercado, dificilmente retornarão a seus clubes e serão vendidos por uma fortuna.

Parece que o que falta mesmo é espírito olímpico aos futebolistas, mais especificamente aos clubes. Falta inspirar-se naqueles que lutam sem dinheiro, que dão seu sangue e seu suor só para estarem presentes nesta festa. É por isso que os jogadores de futebol se confundem cada vez mais com artistas e menos com atletas.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Brasil sem camisa em Pequim.

A Seleção Brasileira não vai mais usar o uniforme oficial em Pequim. Para não prejudicar a candidatura do país a sede das olimpíadas de 2016, o COB pediu e a CBF aceitou. O fato é que o Comitê Olímpico Internacional não admite o escudo de federações nos uniformes, mesmo assim o Brasil jogou a primeira partida (tanto no masculino quanto no feminino) com a camisa oficial, ostentando o escudo da CBF com as cinco estrelas.

Assim, o Brasil deveria usar um uniforme com o escudo do COB, mas a incompatibilidade entre os patrocinadores (nike x olympikus) não deve permitir. Portanto, o que deve acontecer é a improvização de uma bandeira do Brasil no lugar do escudo da CBF, mas o símbolo da nike deve se manter.

A grande polêmica é com certeza em relação ao patrocinador. Na minha visão, o que importa é quem está financiando esta aventura, se a CBF ou o COB. Assim, quem paga deve mostrar o patrocinador, já que é daí que vem o dinheiro. Se a viagem, hospedagem, etc. estão sendo custeadas pela CBF, então, nada mais justo que a nike se mostrar no uniforme. Mas, se o COB está financiando também o futebol, então a olympikus deveria fornecer este material, como faz com todos os outros esportes.

O problema é que a seleção brasileira é uma instituição e "pertence" à CBF. Afinal, qu8em paga o salário de Dunga, comissão técnica e todos os responsáveis, a CBF, com seus patrocinadores, incluindo a nike. E a exclusividade deste contrato impede que o Brasil jogue futebol, como uma seleção, sem o uniforme fabricado por ela.

O que falta ao futebol feminino?

Acredito que todos já sabem do que o futebol feminino precisa: TV, patrocinadores, comeptições, base e ídolos. Agora, o importante é saber como conquistar tudo isso.

O incentivo ao esporte não pode restringir-se apenas à base da formação atlética, feita, normalmente, nas escolas, nem tampouco limitar-se ao patrocínio de atletas olímpicos. O desenvolvimento do desporto obedece a uma linha vertical lógica, com as escolas oferecendo condições para o treinamento dos jovens e com as vitórias dos “profissionais” servindo de exemplos, criando os ídolos que inspirarão os jovens a ingressar no mundo desportivo.

Além de incentivo à prática do esporte nas escolas, o futebol feminino brasileiro precisa de ídolos. Marta, Cristiane e Daniela Alves podem ser as responsáveis por isto. Para que garotas comecem a jogar futebol na escola elas precisam olhar para cima e se espelhar em alguém. Foi assim com o vôlei, que hoje é o segundo esporte dos brasileiros.

Uma boa notícia: o Corinthians está negociando com Cristiane, para que ela defenda o clube após as Olimpíadas. Com a presença da craque o clube espera conseguir retorno com patrocinadores e exposição na mídia. O grande problema é o poder econômico dos clubes europeus, que agora também levam as mulheres.

À CBF só cabe organizar uma competição nacional, com o surgimento das estrelas teremos o interesse da TV e consequentemente dos patrocinadores.

Ciro: o jovem de R$40 milhões.

O Sport assinou um novo contrato com uma jovem promessa, o atacante Ciro. Depois de uma estréia arrasadora, sofrendo um pênalti e marcando um gol, o jogador de 19 anos, que já havia sido artilheiro no campeonato de juniores, começou a ser bastante assediado por empresários dos quatro cantos do país.

O novo contrato prevê uma multa de R$20 milhões para transferências internas e R$40 milhões para clubes estrangeiros. É uma forma de se proteger contra os "gaviões" da bola, que buscam jovens com este perfil para fazerem fortuna. O contrato vai até 2013, o máximo permitido pela lei, e com esta multa não há a possibilidade de um clube brasileiro tirá-lo da Ilha antes disso. Mas, é preciso ficar atento, pois a cada ano a multa diminui (10 % após o primeiro, depois 20%, 40% e 80%), por isso é importante renovar sempre este contrato.

Para o jogador, este novo contrato significa uma mudança radical na sua vida. O garoto que antes recebia cerca de R$4 mil de salário, vai receber agora por volta de R$15 mil. Falta agora investir em sua evolução física e técnica. O garoto precisa se fortalecer, e depois ser colocado em campo, pois só assim ele irá se valorizar e mostrar ao mundo do que é capaz.

O Sport pode ter na mão um produto muito valioso, só precisa cuidar, e não ter medo de vender quando chegar a hora.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Diego e Rafinha liberados para permanecer em Pequim.

Os alemães do Werder Bremen e do Shalke 04 decidiram liberar Diego e Rafinha, respectivamente. Depois da decisão do TAS que obrigava os dois a retornarem a seus clubes, os empregadores resolveram deixar os atletas em Pequim, contanto que a CBF contrate um seguro contra acidentes (lesões). Até agora a CBF ainda não se pronunciou a respeito.

Pelo que parece, os brasileiros devem mesmo disputar os jogos. Pelo visto, venceu a diplomacia. Os clubes tinham suas razões para exigir a volta de seus jogadores, mas a verdade é que isto prejudicaria bastante as relações entre atletas e clubes já que a disputa dos jogos Olímpicos é de suma importância para a carreira do atleta. Melhor para a Seleção Brasileira, que teria muitas dificuldades em substituir os dois atletas.

Marcos Motta comenta decisão do TAS.

O advogado, especialista em Direito Desportivo internacional, comentou, em entrevista ao SporTV, a decisão que obriga os atletas a retornarem a seus clubes. Concordo com o advogado quando se refere aos aspectos financeiros desta decisão. Afinal, os clubes já disputam fases preliminares da Liga dos Campeões da Europa. E os clubes, empregadores desses atletas, têm todo o direito de contar com eles neste momento. Como escrevi no post anterior, o problema é o calendário olímpico, que não está adequado ao calendário do futebol.

Se os atletas insistirem em permanecer na China, configurar-se-á uma quebra de contrato, cabendo uma punição disciplinar aos atletas, além da rescisão do contrato (mas esta medida dificilmente se configura devido ao caráter econômico e patrimonial desses contratos).O Shalke 04, clube de Rafinha, afirmou no site oficial que libera o atleta se a CBF pagar o seguro.

Confira o vídeo:


TAS ordena a volta de Diego e Rafinha para seus clubes.

O Tribunal Arbitral do Esporte (TAS, sigla em francês) deu ganho de causa aos clubes contra a FIFA. Segundo o tribunal, não há obrigatoriedade em liberar os atletas para as olimpíadas, mesmo os que têm menos de 23 anos. Mas, o TAS pediu à FIFA e aos clubes que encontrem uma solução amigável.

O presidente da FIFA, Joseph Blatter, ainda negocia com os clubes para que os atletas não sejam obrigados a abandonar os jogos olímpicos. Segundo ele: "A FIFA está surpresa e desapontada com essa decisão, mas a respeitamos. Ainda assim, apelo aos clubes: Deixem seus jogadores participarem dos Jogos Olímpicos. Isso seria um ato solidário em perfeita harmonia com o espírito olímpico. Seria maravilhoso para os jogadores, os torcedores e o jogo em si".

Assim, Rafinha e Diego podem ser obrigados a deixar a Seleção brasileira. Mas a CBF aguarda uma notificação oficial. O mesmo pode acontecer com o argentino Lionel Messi, que deve retornar ao Barcelona.

Uma má notícia para os jogos olímpicos. Infelizmente, os órgãos de administração do esporte não se entendem. Enquanto isso, os clubes, que pagam os salários desses atletas, e já estão disputando competições importantes, só querem fazer valer seus direitos. O grande problema é mesmo a data em que ocorrem as Olimpíadas, conflitando com o calendário do futebol mundial.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Mostra o patrocinador!

Quem acompanha os noticiários esportivos já deve ter percebido o estranho "close" que a TV faz no entrevistado. Quando técnicos ou jogadores estão atrás dos microfones, e à frente dos painés publicitários, a câmera tende a focar apenas no rosto de quem fala, deixando os patrocinadores com uma imagem desfocada (quando aparecem).

Pois é, para acabar com isso, o Clube dos 13 firmou um contrato com a Rede Globo, obrigando a emissoara a exibir backdrops e patrocínios de camisas com maior destaque em sua programação. Afinal, esses patrocinadores pagam fortunas aos clubes para que suas marcas tenham visibilidade.

A própria emissora, através de seus comentaristas, vive pedindo mais apoio e patrocínio da iniciativa privada, mas quando é hora de mostrar as marcas desses investidores eles não o fazem. Felizmente essa prática absurda está com os dias contados. Afinal de que adianta ter um painel cheio de marcas se a TV só mostra o rosto dos entrevistados?

Agora, com este acordo, tanto clubes quanto patrocinadores terão mais condições de negociar os contratos. Felizmente, para os atletas, para os clubes e para o próprio esporte, a era do "close up" está chegando ao fim.

Fonte: http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/noticias.asp?id=10115

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Quem lucra?

Os torcedores já devem ter percebido, a maioria dos atletas vendidos nos últimos dias do Brasil para o exterior não rendeu muito aos clubes. Pois é, na maioria dos casos o clube fica com apenas 20%, 50% do valor das transferências. Enquanto isso, de alguma forma, os empresários ficam com uma boa parte desses valores.

Por que isso acontece? Duas formas: na primeira, o clube, quem deveria receber o valor total da multa (transferência), cede uma parte a outro em troca de uma compensação financeira imediata. É o que chamamos de cessão dos direitos econômicos. Assim, quando o clube vender o atleta, esse investidor terá direito a uma percentagem.

A outra forma, bem comum hoje, é quando um jogador, ao assinar contrato, acorda com o clube uma percentagem para si, ou para seu empresário (isto se confunde). O clube aceita ou não, mas aí é a autonomia da vontade, as partes acordam como melhor entenderem.

Então, no primeiro caso o clube, em troca de dinheiro, cede uma parte do “passe” do atleta a um investidor, foi o que aconteceu com Breno do São Paulo. No outro caso, é o próprio atleta, que ao assinar o contrato só cede, por exemplo, 50% ao clube, ficando para si o direito de receber os outros 50% no momento da transferência.

Solução. A mesma de sempre, formar seus próprios jogadores. Quando ele assina o primeiro contrato profissional com o clube formador, não existe essa de percentagem para ele ou para um empresário, a multa é 100% do clube, e este só cede se quiser. Claro, os empresários fazem de tudo para ficar com uma parte, por isso é bom se proteger. A diferença de um jogador formado no clube para um contratado é que este já vem “viciado”, devendo percentagens a vários empresários.

A outra vantagem de formar um atleta é o mecanismo de solidariedade da FIFA. Assim, toda vez que um jogador formado no clube se transferir, o formador terá direito a 5%. Foi o que aconteceu com Ronaldinho Gaúcho, que na transferência do Barcelona para o Milan, rendeu cerca de R$ 2,2 milhões ao Grêmio.

Será que não vale à pena investir em um centro de treinamento? Será que não vale a pena dar chance aos jovens atletas? Acredito que sim. Vejam os bons exemplos (São Paulo, Inter, Grêmio, Santos, Fluminense, Atlético/PR). Os estrangeiros querem comprar, cabe a nós oferecer o melhor produto, e o que nos renderá mais frutos.